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Sonhar

1/2/2023

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Se googlar, o sonho é uma experiência que possui significados distintos se o debate invadir (passe a expressão) domínios religiosos, de ciência, cultura ou enquadramento político. 
Por Carlos Lourenço Fernandes


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Para a ciência (não exacta, das considerações humanistas e sociais), o sonho  é uma experiência de imaginação do inconsciente durante o nosso período de sono. Em Freud, os sonhos noturnos (no processo de dormir) são elaborados, ocorrem, na busca pela realização de um desejo reprimido.

Na vida, com frequência, afirmamos (uns para os outros): ´tenho um sonho´, traduzindo este desejo um certo ou determinado objectivo, um horizonte a alcançar (um amor, uma viagem, uma certa casa, uma certa realização profissional, um certo objectivo desportivo, uma mudança). Sonhar traduz-se em realizar, querer realizar, querer fazer: ter como limite o alcance de certa meta, certo destino.

Frequentemente é compreendido pelos outros como um devaneio (´fulano passa a vida a sonhar´). Uma expressão fantasista. Uma ideia fixa sem realização possível. Aquele, passa a vida a sonhar. Mas ocorre que., no final, o sonhador é respeitado e feliz. Consome sorrisos e o rosto é ausente de amargura.

Será possível compreender e vivenciar o significado da vida sem o sonho? Sem a definição de causas, objectivos, limites, coisas por fazer? Como se desenha a vida de quem não sonha? Passividade doentia? Um deixa andar sem significado? A Indiferença perante tudo? A Derrota permanente? A desistência pela paixão? Que vida é essa, sem o sonho?
 
Tenho por certo (porventura, presunção) que felizes são os que percorrem o caminho dos sonhos (dos objectivos) ponderando a cada momento o passo seguinte. Realizar, fazer, persistir em cultura de decisão é um bem fazer, é obter equilíbrio emocional bastante, é prosseguir na vida apaixonado, apaixonada.
 
Absolutamente decisivo sonhar.
 
Dormindo, a felicidade de sonhar desenha sorrisos nos rostos matinais e é com um ar de sublinhado contentamento que que afirmamos ao outro (´Hoje sonhei maravilhosamente: lembro-me vagamente, mas foi óptimo´). Ao contrário, dizemos ao outro (´Que pena, ou não sonho ou é raro´).

A vida tem um foco: deve ser vivida com intensidade. A vida é um sopro. Vem e vai-se numa sucessiva aventura de instantes de magnificência, de experiências felizes, coloridas e dolorosas, de ganhos e perdas. Atinge todos. Mas é belíssima. Partilhar a aventura da Via Láctea (percorre o universo à velocidade de 2,2 milhões de km por hora : isto é, num segundo, a Via Láctea desloca-se de Lisboa a Madrid), partilhar a aventura da nossa Terra (orbita à velocidade de 850.000 km por hora em volta do centro da Via Láctea), são, entre muitos, eventos fabulosos a construir caminho de Vida.

Sonhar – definir realizações possíveis – é imperativo. Vale a pena. Ao acordar (ou estando acordado) sorrir à paixão de viver é absurdamente o vértice da beleza.
 
Faça-se: sonhe: verá que ao acordar a vida é uma onda de prata a espraiar-se nos braços da mulher ou homem amada(o).

A vida ou se consome sonhando, ou a vida consome-o(a).

Decida sonhar. Dito de outro modo, decida Viver.
​
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​CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
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A Cura

1/1/2023

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A saúde é um estado transitório. Não há quem não adoeça e tudo se cumpre em mortalidade. Mas a Vida celebra-se, é para ser construída em contentamento. O fenómeno fascinante da vida não se compadece com a doença. 
Por Carlos Lourenço Fernandes


in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

A cura é um processo afetivo e de competência científica. Tudo prossegue em esforço de Humanidade. 

A ciência alimenta-se, evolui, negando. Se um cientista propõe uma versão para atingir um certo objetivo, outro cientista trabalha negando o resultado do colega. 
É no exercício da negação que a Ciência progride, evolui, rompe fronteiras e ameaça a próxima fronteira. 

A cura é, deve ser, em cada um de nós, um processo de negação da doença. Doenças física ou mental. Combatê-la, negá-la, erodi-la é a atitude amiga da Vida, da ciência, do conhecimento, do gosto pelo fascínio do amor. 

Nada impede a doença (que como a saúde é um estado transitório) e tudo depende da vontade em celebrar a vida. 

O conhecimento é uma aventura sem fim. Interminável. A cada momento pode emergir a cura àquela doença. 

Em cada ser humano reside a espantosa capacidade da diferença. Construtor de conforto, o Homem progride em versão positiva. São mais os apaixonados pela vida do que os que vivem a celebrar a morte. 

Não há Rússia, celebrando a morte, que impeça o Natal dos ucranianos que, em abraço se aquecem, e avançam na cura da louca agressão, em paixão pela liberdade. 

Pelo Natal, as felizes festas traduzem o processo de reanimação para enfrentar doenças de 2023, na certeza que a cura, o esforço de vencer dificuldades, nos levará ao próximo 2024!

Assim seja! 

A paixão pela vida, sempre.
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CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2023
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Fama

1/12/2022

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Quando o meu universo de relações, de amigos, se circunscrevia à rua, ao bairro onde residia, a fama (a minha, a sua) traduzia-se na competência verificável (com admiração) de uma qualidade específica. No bairro, ou na escola (outro espaço de socialização) a fama (ou sucesso) traduzia-se numa diferença feliz e clara perante os outros. 
Por Carlos Lourenço Fernandes


in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

A fama (por boas ou más razões) constituía-se em tempo lento. O relógio era o que é hoje, mas decorria em perceção lenta e de mudança longa. Exigia, a fama (por boas ou más razões) um reconhecimento social duradouro. Não existia a fama por ‘um minuto de feliz acaso’. Essa diferença (o reconhecimento pelo maior número) construía-se em anos de persistência em lugar ou papel de exceção. 
Tudo mudou. 

A extraordinária (e dimensão) da evolução (revolução) nas comunicações, na tecnologia das comunicações, o instante da imagem face à palavra (de expressão literata e a exigir compreensão da língua materna) tudo mudou. Da rádio, à box Tv, da internet ao smartphone, compactou o tempo e iludiu o espaço. Ocorreu a globalização competitiva. 

O meu bairro, a minha rua, é, agora, o mundo na palma da mão. A atitude é instantânea e, subitamente, é global. Um gesto correto num feliz instante torna me sujeito de fama. De sucesso (bom ou mau). 

A alimentação também é instantânea. Do café ao puré. 

A fama (processo de diferenciação face ao universo dos outros e motivo de reconhecimento pelos outros) que, no passado, se afirmava em construção lenta e granítica, hoje é construída em instante feliz e passa ao desconhecimento em instante seguinte. 

Um conceito novo afirma se no mundo: o telefone, no limite, também faz chamadas. Mas é sobretudo Instagram, Facebook ou Twitter. Quase tudo se passa ali (em fama global). 

Distinta é a fama, o reconhecimento, num nicho social. Na academia, na ciência, no reconhecimento entre pares do primeiro entre pares (fama que continua a ser de sólida construção). 

Mas, atenção, hoje a fama é construída (e desfruta) no ecrã mínimo que se acolhe na sua palma de mão. 

E, desaparece, também, com uma palmada.
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CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Vulnerabilidade como ponte de mestria

27/10/2022

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Ser vulnerável é uma condição dinâmica que quase se pode afirmar como sinónimo de ser Pessoa Humana. Neste artigo vamos explorar como lidar com as vulnerabilidades nas transições da vida.
Por Pedro Melo


in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​A palavra vulnerabilidade é, na maior parte das vezes, associada a estados extremos de vida: a vulnerabilidade dos mais velhos, a vulnerabilidade dos doentes, a vulnerabilidade dos excluídos… Mas mesmo esses estados extremos, são dotados da mesma essência da vulnerabilidade enquanto epicentro da condição humana. Ser Pessoa Humana é ser vulnerável, num dinamismo que nos permite desenvolver um estado de saúde tão mais robusto, quanto maior é a nossa competência para lidar com esta condição. 
Mas porque ser Pessoa Humana é ser vulnerável? 

Enquanto investigador da Ciência de Enfermagem, tenho como alvo de estudo as firmezas e infirmezas das Pessoas Humanas. É este o sentido desta Ciência e Profissão. E a vulnerabilidade está intimamente ligada com o estado de estar infirme. E do estar infirme ao ser infirme há uma ponte que podemos não atravessar. As Pessoas Humanas são dotadas de capacidades imensuráveis de contrariar os estados infirmes para não os perpetuar no tempo. Contudo, muitas vezes precisam de apoio para o conseguir e, para isso, podem contar com profissionais, nomeadamente com os que cuidam dos infirmes: os enfermeiros. 

Vamos então, neste artigo, explorar formas de lidar com as vulnerabilidades ou infirmezas. Mas para saber como lidar com elas, temos de as organizar conceptualmente. 

Pois bem, uma teoria muito interessante que nos explica estratégias para lidar com as vulnerabilidades é a Teoria das Transições, da teórica egípcia de Enfermagem Afaf Meleis. De acordo com esta investigadora, todos nós, Pessoas Humanas, vamos vivendo através da vivência de processos de transição, que nos podem deixar mais ou menos vulneráveis (ou como disse acima, infirmes). Podemos, de acordo com ela, encontrar na vida quatro tipos de transições: 

As transições desenvolvimentais, que nos condicionam a vulnerabilidades ou infirmezas do tipo “assim é a vida a acontecer”, são as crises naturais que todos nós vamos vivendo enquanto envelhecemos: um casamento, um nascimento de um filho, o próprio envelhecimento… Mas pergunta-se o leitor deste artigo: e em que é que a vida a acontecer nos deixa vulneráveis? 

Pois bem, eu passo a explicar: as Pessoas Humanas, aos olhos dos Enfermeiros, podem ter três tipos de infirmezas ou vulnerabilidades: as relacionadas com os processos intencionais (como a ausência de conhecimentos, crenças dificultadoras, hierarquias de valores dificultadoras, volição e adesão não demonstradas), as relacionadas com os processos não intencionais (como os fisiológicos: por exemplo por motivos de doença) ou as relacionadas com os processos de interação com o ambiente (como as pessoas com quem vivemos, a economia, a política, a cultura ou o espaço onde vivemos). 

Então, no que respeita às transições desenvolvimentais, imaginemos uma pessoa que acaba de ser pai ou mãe. Tem decerto vulnerabilidades no contexto do papel parental (porque não tem conhecimentos sobre como cuidar de um bebé, ou porque têm crenças dificultadoras do assumir o papel parental, ou porque no ambiente em que vive tem dificuldades, por exemplo, financeiras, condicionadas pelas políticas locais). Isto para os enfermeiros significa um estado de saúde vulnerável. 

Mas Meleis fala ainda de outros três tipos de transições: as situacionais (que nos acontecem sem estarmos à espera), por exemplo um desemprego; as de saúde-doença (que implicam adaptações a situações clínicas), por exemplo um diagnóstico de diabetes; e as organizacionais (que implicam mudarmos de papel), por exemplo mudar de funções no trabalho, ou passar a ser prestador de cuidados de um familiar. 

Em todas elas, podem manifestar-se vulnerabilidades nos três tipos de processos que indiquei acima (umas mais nuns do que noutros). 

Para lidar com estas vulnerabilidades, diz Afaf Meleis que temos de primeiro constituir propriedades essenciais para o conseguirmos com sucesso. A primeira é a consciencialização, ou seja, sermos capazes de entender que estamos vulneráveis e que precisamos fazer um caminho para desenvolver determinada transição. Depois o envolvimento, devendo neste caso, procurar-se recursos para apoiar na potenciação de firmezas, contrariando as vulnerabilidades e, Meleis, acrescenta ainda o tempo que é diferente em cada pessoa, para fazer o caminho nas suas transições. Há outras propriedades, mas estas que indiquei são mesmo essenciais. Por isso, quando atravessamos momentos de vulnerabilidade, o primeiro passo é um diálogo connosco para perceber o que nos está a acontecer e que mudanças implica esse acontecimento na nossa vida (se não o conseguirmos sozinhos, podemos procurar ajuda profissional, por exemplo com o nosso enfermeiro de família). 

Depois há as condicionantes, que podem ser facilitadoras ou, pelo contrário, inibidoras da transição com sucesso. As pessoais (como as vulnerabilidades cognitivas (ausências de conhecimento), as crenças dificultadoras, entre outros), as da comunidade (como a ausência de suporte familiar ou de redes sociais) e as da sociedade (os fatores culturais, econômicos e políticos que nos influenciam). Para cada uma destas condicionantes, há respostas diferentes que devemos procurar: informação e educação, reflexão sobre as nossas crenças, procura de exemplos de outros com experiências semelhantes que possam ser âncoras de ajuda mútua, procurar recursos na nossa comunidade para nos apoiar, entre outras ações). 

Na maior parte das vezes, estimado e estimada leitora, as crises (outro nome que podemos dar às transições) que vivemos são múltiplas (podemos acabar de ser pais, ficar desempregados e até ter uma doença), podendo estar ou não relacionadas e acontecerem ao mesmo tempo ou serem sequenciais (como a vida não é uma série de televisão, normalmente são simultâneas). Isto significa que as Pessoas Humanas são como as aves fénix, que extraordinariamente são capazes de se transformar e adaptar às vulnerabilidades das transições. E isso é uma virtude de valor imensurável. Admitir que nem sempre somos capazes de o conseguir sozinhos é também uma virtude. Somos Seres Sociais, precisamos uns dos outros. E no final de tudo, diz a Meleis, a maior parte de nós torna-se Mestre da sua vulnerabilidade e ela deixa de ter este nome e passa a chamar-se Força!
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PEDRO MELO
PROFESSOR AUXILIAR E INVESTIGADOR NA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA
www.youtube.com/PedroMeloPhD
pmelo@ucp.pt

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Unificar

1/10/2022

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A Unidade de propósitos é matéria transversal ao comportamento humano. Um objetivo desejado, um paraíso suposto. No universo político, a ‘unidade nacional’, a unanimidade em torno de objetivos e governo, é um desejo persistente no exercício político. Em ciência política, o processo, a atitude ‘catch all’ (caçar todos) é o objetivo do partido (qualquer que seja) na busca pelo poder (se possível, em maioria absoluta, reduzindo escrutínio e fiscalização das decisões). Por Carlos Lourenço Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Unificar (sejam as divergências internas, seja o eleitorado) é o paraíso procurado. Viver sossego, com oposição frágil ou ausência de oposição: o sonho.

Nas relações amorosas, há muito quem procura a unidade: fazer de dois, um. Erro colossal (como em política) dois em um é perda de liberdade, de autonomia, de singularidade, do respeito pela postura, carácter e existência de cada um.

A unidade, a unificação, o desejo de morte do outro (e fazer dele o seu semelhante ou dominado) traduz o absurdo, o ato contra a natureza de ser, quando, justamente, a diversidade na natureza é o sublinhado último da beleza do mundo.

Nas relações amorosas, o que conta, o que pode constituir eternidade na relação, é acontecer o amor verdadeiro.

Sim, amor verdadeiro onde cada um faz o possível (é impossível) para que o outro se realize na plenitude da sua individualidade, aspirações e percurso. Ajudar o outro a sublinhar -se, a ser ele próprio, a elevar e a realizar se como indivíduo, é, ao contrário da asfixia da unidade, da unificação, a erupção da felicidade essencial.

Ser-se, ao contrário de “ser” o desejo do outro, é o vértice de vida realizada.

O respeito pela diversidade, pela diferença, seja na relação entre regiões de um Estado, seja nas relações entre distintas etnias ou origens, na diferença e distinção religiosa, no respeito pela individualidade nas relações humanas, no respeito pela soberania e integridade de cada um, traduzem a afirmação última do dever e devir democrático.

Unificar em torno de um único é a satisfação inerente à patologia do ditador (seja nas relações complexas entre Estados, seja nas relações complexas as entre as pessoas).

Encontrar, pelo consenso e conflito útil, o denominador comum, as convergências, o compromisso possível, é o eixo central das relações, respeitando a diferença.

Convocar e festejar, celebrar, a diversidade e a diferença, é a afirmação de vida.

A unificação em torno de um, é o anúncio da morte da felicidade alcançável.
​
É a tolerância face aos distintos, aos diferentes, que constrói a Humanidade. 
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CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Ressignificar, ou mudança requerida

1/9/2022

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O significado de alguma coisa determina identidade, substantiva afirmação, sinónimos compreensíveis. Significar é obter reconhecimento do outro. Significa se alguma coisa (para alguém ou para o maior número). É uma marca indelével. 
Por Carlos Lourenço Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Observar aquela pintura, aquela expressão de arte, identificar uma autoria traduz o significado do reconhecimento.

A vida, como incontornável fluxo de instantes onde o instante seguinte é desconhecido, convoca crescente flexibilidade, mudança, a busca persistente e permanente de novo significado.

O passado era confundido com emprego para toda a vida. Ou camponês (éramos quase todos) ou conhecido no emprego de toda uma vida.

Tudo mudou. O significado da estabilidade hoje é reconhecido como a resposta flexível, justa e acertada à instabilidade proporcionada pela mudança.

Hoje é-se convocado a diferentes tarefas, identidades e, a vida, contém trabalhos e oportunidades diversas. A estabilidade hoje é competência. Se for competente num domínio, numa área, tem se a estabilidade que advém da atratividade que o mercado busca essa competência.

A mudança, a reinvenção, a transformação justa e requerida, isto é, o desafio da ressignificação (a busca por outro significado) é nos dias que se sucedem, um requisito de felicidade (de sucesso contínuo).

O local de trabalho (a rua, o bairro, a cidade) passou a traduzir-se em ponto na rede das aldeias globais. A comunicação alargou significados, amplitudes, geografias e hoje o significado de estar ali passou a ressignificar estar disponível no palco global.

Busque se e fortaleça se em permanência.

Ressignificar é hoje um jogo permanente. Mantendo princípios éticos inabaláveis e justos.

Assim seja, e compreendido seja o significado disto tudo.
​
(Já se dizia, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.)
​
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​CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2022
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Tolerância, virtude útil

1/8/2022

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Voltaire (1694-1778), autor do Tratado sobre a Tolerância: escreve-o sob o estímulo da necessidade de afirmar o respeito pela diferença, pelo outro, em contexto de inimizade e ódios inter-religiosos. Um clássico em ciência política, em história do pensamento, em busca de humanidade  âmbito de eterno conflito. Por Carlos Lourenco Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2022
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Tolerância é também a busca do respeito pela soberania dos Estados, pela integridade territorial, pela resolução de conflitos em mesa de negociação, a forma encontrada na redação do compromisso entre Estados, a Carta das Nações Unidas. 

A complexidade nas relações é um vetor com origem na diferença. Cada ser é único, singular, de formato irreproduzível. E a relação - isto é, a vivência entre dois, ou mais - obriga à negociação permanente, à sensatez no reconhecimento dos argumentos do outro, à moderação na exposição dos nossos, à sincera vontade de encontrar um resultado de interesse comum. 

Onde se reconheçam em ganhos, em enriquecimento da relação. 

Convocar tolerância é convite à existência em solo comum, em processo de construção convergente. É convite ao reconhecimento, sem paternalismo, da existência em plenitude do outro, da sua distinção e diversidade única. 

Sim, tolerar é uma expressão de reconhecimento mútuo de igualdade, de humanidade, de irmandade, pesem embora os conflitos úteis e combustível ao engrandecimento em comunhão. 

O mundo necessita da afirmação e prática de tolerância ( necessita do respeito e consideração mútuas entre diferentes na cultura, religião, tradições ou costumes ). Necessita de progresso conjunto, de aventuras de humanidade intrínseca. 

A moderação, a sensatez, a temperança, são virtudes e membros da ampla família tolerante, de convocação da tolerância como matriz e fator de paz e reconhecimento do outro. 

E, nas múltiplas geografias culturais importará, em comportamento tolerante, o respeito íntegro e verdadeiro pela cultura envolvente. 

Sinaliza o respeito e a vontade de cooperação conjunto. 

Em favor de ambos, em favor da riqueza plural.
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CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
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in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2022
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Vencer: nem sempre

1/7/2022

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Vencer deve ser sinónimo de temperança, moderação, sensatez, a compreensão do próximo fracasso. A qualidade de Vencer é virtude quando se conforma com o respeito pelos outros e se traduz em afirmação de humanidade.
Por Carlos Lourenço Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2022

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Vencer nem sempre terá como companheira a satisfação ( a não ser focada, reduzida, em desgaste). Ganhar uma guerra é um triunfo sobre a dor e atrocidade que atinge ou atingiu milhares de famílias, cidadãos, empresas e organizações. 

A relatividade como fator de aprendizagem à moderação, à racionalidade da sensatez, da virtude. 
​
A humanidade, que convive em aprendizagem e práticas sociais, organiza a competição ( no desporto, nas artes ) como meio de premiação do mérito, do esforço, do talento. Vencer é também o rosto da derrota dos outros. Mas a competição é um processo de animação festiva, de celebração, de afirmação identitária, de grupo, de comunidade. 

Ainda assim é sobretudo no ganhar que reside a dimensão sensata do equilíbrio e da necessidade de respeito pelos outros. 

Vençam, mas, sempre em preparação do próximo desfecho que pode, por que é assim, traduzir o contrário do triunfo. 

Vençam, mas em mérito, em esforço, em talento e sobretudo em moderação. 

Em humanidade.
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​CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2022
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Autonomia, a construção eterna

1/6/2022

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Em tempo de guerra desenhada em exercício de barbárie, atrocidade e crueldade, a invasão e agressão russas, reafirmam o secular combate pela autonomia e independência de decisão.
Por Carlos Lourenço Fernandes


in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2022
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Conceitos ( e práticas ) como autonomia, isto é, o direito de cidadania, famílias, empresas e Estados, decidirem em função da sua matriz normativa, das suas leis ou interesses, traduz um exercício de conflito e ordem que atravessa milénios de pensamento político e que busca a Paz Perpétua ( de Kant ) ou o primado da Lei ( de Montesquieu ) sobre a barbárie da prática ou domínio do mais forte. 

A autonomia ou o poder, em livre arbítrio, de tomar as decisões que me são convenientes, em independência, em processamento de informação e sem constrangimentos, é um exercício, é uma vivência que corresponde ao longo esforço da humanidade em busca de conforto e rendimento mínimos ou bastantes. 

A autonomia, a independência obriga a sustentabilidade económica , ética, liberta de pesos ou lastros de dependência. 

Mais do que nunca, as gerações que compartem este tempo, são confrontadas entre o modelo democrático liberal e de economia social de mercado - responsáveis por décadas de conforto e acessível ao maior número - e o modelo autocrático, de ditadura , onde a ‘autonomia’ de cidadãos é confundida com pensamento único e estabelecimento prisional ( ou pior ) sempre que se contesta a decisão do ditador. 

Sim, o exemplo de leste, o de 150 milhões de europeus a Leste que se decidiram pelo modelo da União Europeia, caminhando em busca de democracia, autonomia de decisão, esforço e mérito próprio em procura de futuro em liberdade, em independência, sim, é hoje a melhor homenagem ao esforço por Autonomia, Liberdade e Independência. 

A afirmação da autonomia na formação do Direito, da norma que rege a sociedade aberta e democrática, correspondeu , corresponde de igual modo a esforço de ponderação, contraditório e consenso. 

A autonomia das decisões da mulher face ao domínio patriarcal, a autonomia do jovem face ao quadro de decisão do adulto, a linda caminhada  em favor da igualdade perante a lei ( e portanto na construção de livre arbítrio), são aventuras humanas de progresso, de melhor futuro, de garantia de adequada e justa realização

Sim, a Autonomia, a construção de autonomia tem sido, é, uma tarefa milenar, continua a árdua aventura.
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CARLOS LOURENÇO FERNANDES
URBANISTA
clfurban@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2022
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Empoderamento - Caminho da auto-observação

1/7/2021

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Estar empoderado não é mais que ser a sua melhor versão, a que está inteira, satisfeita, é coerente consigo e confiante.
Por Susana Filipe


in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2021
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Tanto se tem falado em empoderamento nos últimos tempos, será que o ser humano está a precisar de se empoderar mais ou será que está a perceber que não tem que se acomodar? Se surge a vontade de empoderamento é sinal que há uma observação de si mesmo, de padrões, tendências e respostas automáticas que pendem para um caminho distinto do que agora deseja.

Empoderamento é uma palavra recente. Vem do Inglês “empowerment” que teve resistência à sua utilização no início, mas agora parece começar a estar bem enraizada no português. Segundo o dicionário da Porto Editora, significa “processo de reforço da autoestima e da autoconfiança, de que resulta um maior controlo da própria vida e uma maior realização pessoal”.  Se decompusermos a palavra empoderar, encontramos o seu encanto: em – poder – ar. Portanto, o ato de estar em poder.”

Para além do já referido nas definições do dicionário, traz também segurança, tranquilidade, maior noção de si mesmo, assertividade, completude, consciência, determinação, estabilida-de entre tantos outros. Se estar empoderado é novidade, não é de um dia para o outro que se conquista o empoderamento, tal como não é de um dia para o outro que se aprende uma língua desconhecida, para além de existir o padrão prévio de outra língua. Mas é um caminho que se faz, de preferência, com muito prazer. O empoderamento não deve vir de um esforço, pois será ineficaz ou pouco consistente; deve vir de uma vontade interna, de um apelo, de uma faísca que vem de dentro que é capaz de transformar. E é desta faísca que cresce e se transforma em chama para virar um fogo alquimista do que a pessoa era, transformando-a numa nova versão de si. O antigo não desaparece, virão sempre sombras de incertezas, de dúvidas, automatismos, mas o novo ocupa agora o seu lugar e a decisão de qual o caminho a caminhar depende do dono das pernas. A diferença é que antes só havia um caminho, agora há dois por onde escolher.

E a parte melhor, é que o empoderamento não prejudica ninguém quando aplicado em consciência. Empoderar-se não implica desempoderar alguém para se poder empoderar, não é uma competição, não é um lugar no pódio que se conquista definitivamente e que para tal é preciso tirar outra pessoa desse pódio, pelo contrário. É um caminho pessoal de si para si, que tem o potencial de inspirar os outros a serem melhores versões de si mesmos também. 

E como nos empoderamos então?
A forma de empoderamento é muito pessoal e as opções são muitas. Sugiro um pequeno exercício e para tal, é necessário que tire uns minutos para si, onde pode estar consigo. 

Coloque a mão no peito e sinta o seu coração. Coloque a outra mão sobre o umbigo e sinta o ar que inspira e expira a chegar à barriga. Sinta os pés sobre o chão e o peso do seu corpo sobre eles. Afirme: estou aqui, pertenço aqui, ocupo o meu lugar e tenho valor. Inspire, expire e deixe que estas palavras ecoem pelas suas células. Sinta o efeito que estas palavras tiveram em si e permita que elas continuem a vibrar.

“Penso logo existo”
O empoderamento está relacionado com a auto-responsabilização: Tornar-se responsável de si e assumir a sua posição no mundo. Cada ser que nasce, nasce com livre-arbítrio. É muito comum seguir as sugestões de terceiros por uma vontade inconsciente de querer agradar, adotar comportamentos para se sentir parte do grupo, para ser aceite. Somos seres sociais e queremos todos fazer parte do grupo. Mas as boas notícias é que sermos nós mesmos e fazermos parte do grupo é viável. Pode ser uma ousadia, pensar por si e assumir o que pensa, mas vale a pena. E pensar por si, é ser mais verdadeiro consigo mesmo, é ser íntegro com a sua essência, desde que esta esteja consciente. 

Os pensamentos, no silêncio aparente da mente, seguem o rumo que querem, se não “puser a mão na consciência”. E o que quer isto dizer? Quer dizer observar o que se está a passar na mente, observar os pensamentos, pois eles têm vida própria na ausência da consciência e muitas vezes jogam na equipa contrária à nossa. Observar os pensamentos sempre que possível permite ter uma escolha sobre seguir esse pensamento ou mudá-lo. Se é um pensamento que é pesado e joga contra si, procure um que o substitua, que seja melhor e que jogue do mesmo lado da equipa que o seu. 

A escolha das palavras quando um pensamento é transmitido para fora determina a qualidade do pensamento. Será que aquele conjunto de palavras que constituem essa frase transmitem realmente o que desejo dizer? Haverá alguma palavra que escolhi que me retira força? Se sim, por qual posso substituir?

Postura transmite poder ou vulnerabilidade
Observe a sua postura ao espelho. Observe o que ela transmite. Está encurvada ou vertical? A inclinar para a frente, para trás ou centrada? Os ombros estão descaídos para a frente ou está de peito aberto? Cruza os braços frequentemente ou estão abertos? E o seu rosto? Está leve ou cerrado, desconfiado? 

Se agora, num estalar de dedos fosse um ator e tivesse de representar um papel de um herói ou de uma pessoa de sucesso, que postura adotaria? Observe como (ou se) o seu corpo se transforma. Se é novidade, registe esta informação no seu corpo e recrie esta sensação e postura sempre que precisar. Caminhe como um herói ou pessoa de sucesso por um dia e sinta o que isso lhe traz.

Estar empoderado não é mais que ser a sua melhor versão, a que está inteira, satisfeita, é coerente consigo e confiante. As flutuações da vida fazem-nos perceber que estar empoderado não é algo que está sempre ativo, no entanto é algo que pode ser fortalecido e melhorado e estar presente com mais frequência na sua vida. Passo a passo, o caminho faz-se e as escolhas em consciência são as escolhas do bom caminho.
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SUSANA FILIPE
COACH E INSTRUTORA DE TAICHI E CHIKUNG
www.truthinyou.com
susana@truthinyou.com

in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2021
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