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Liberte o seu roupeiro

1/11/2017

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Ao longo da vida vamos adquirindo peças de roupa, acessórios e sapatos que se acumulam no nosso roupeiro, mas surge um momento em que precisamos de nos libertar daquilo que já não nos faz brilhar, que já não corresponde ao nosso estilo: Bem-vindo Desapego! Por Susana Dâmaso

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​As roupas transmitem emoções e sentimentos que refletimos desde o processo de compra da peça até ao seu desfecho, seja este troca por outra peça, doação ou reciclagem.

Num mundo repleto de objetos materiais, de incentivo à compra, do poder, do vislumbre das montras, das revistas de moda, das novas tendências é muito importante centrar-se em si e conhecer-se dentro de todas as áreas da sua vida.

Antes de aprender a comprar (sim, porque comprar roupa também se aprende) tem de aprender a libertar-se, a praticar o desapego, a deixar ir!

As roupas, os acessórios têm um grande peso emocional: ou foi dado por alguém especial, ou comprou para uma ocasião especial, ou até guarda uma recordação do dia que vestiu aquela peça.

Então comece a sentir as peças que veste: O que lhe transmitem? Que memórias lhe vêm? Olhe para o seu roupeiro e sinta qual a energia que advém desse espaço?

Comece por libertar peças que já não usa há mais de 4 meses, peças que não usou na última estação, peças com borbotos, nódoas, peças que não lhe acrescentam luz e alegria à criação do seu look.

E, vá libertando o que sente, sinta o que lhe passa pelo coração e analise a sua mente.

O que ela lhe está a transmitir:
“Vais deitar isso fora e depois o que vais vestir?!”
“Vais gastar um dinheirão a comprar peças novas!”
A mente arranja sempre mecanismos de criticismo negativo e castrador!
Saber dissociar a mente do coração é o truque do desapego material!
Porque haverá de ir comprar mais roupa?! Aproveite o espaço que criou no seu roupeiro para poder conseguir ver a roupa, deste modo torna-se mais simples escolher o outfit.
Escolha um dia, uma manhã ou uma tarde, e tire tempo para si!
Faça algum exercício antes, quer seja ginásio ou uma caminhada: vai promover a libertação de endorfinas, a hormona do bem-estar, fundamental nas nossas vidas!
Inicie o processo com uma breve meditação com respirações profundas. Esteja em paz consigo.
Olhe o espelho, cara e depois corpo inteiro. Veja-se sem críticas! Diga coisas simpáticas, elogie-se!
Comece então o processo de triagem da sua roupa!
Analise as peças de roupa, sapatos, acessórios, malas.
E vá fazendo algumas questões quando estiver em dúvida se deve guardar ou desapegar:
“Se fosse hoje em dia voltaria a comprar a peça?”
“A peça revela o meu estilo atual?”
“O que me faz lembrar esta peça?”
“Se a peça ficar, vou vesti-la esta semana?”
“Com quantas peças a consigo coordenar?”
 
Um sinal de dúvida e liberte-se! Quanto mais praticar o desapego melhor para si! Peças enfadonhas, sem vida o que dizem sobre si? Que é alguém que parou no tempo e deixou de se atualizar!

O que vai levar desta caminhada de vida? Aquela mala, aqueles sapatos? As pessoas devem recordar-se de si, por quem é, não porque tinha uns sapatos bonitos! A sua imagem é um todo, é o equilíbrio!

Aos poucos sairá de si um peso, sentirá uma libertação, fluirá de forma tranquila e ficará feliz de saber que as suas peças têm um destino melhor! Alguém saberá dar valor às suas peças e elas ficarão felizes de poderem voltar a ser usadas.

Procure espaços ou centros para doar a roupa.

O truque é fazer tudo isto num só dia e não estender o processo, porque senão voltará atrás com a decisão. Organize tudo dentro de sacos opacos e faça a separação (roupas, sapatos, acessórios).

Aproveite para limpar, arejar, arrumar o que ficou de modo visível e bonito. Arranje etiquetas e organize.
Desapegar para que o novo possa entrar na sua vida! Liberte o seu roupeiro, crie luz no espaço que tem a sua segunda pele e diz tanto sobre si!
​
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SUSANA DÂMASO
CEO DA BE BEAUTY BY SU®, ESPECIALISTA EM CONSULTORIA DE IMAGEM
www.susanadamaso.com
www.facebook.com/BeBeautybySu
susana@susanadamaso.com

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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Meditar no Desapego

1/11/2017

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Merecemos uma vida próspera e feliz. Criar espaços mentais de desapego está ao alcance de todos. Veja como o fazer, de forma simples. Por Paulo Hayes

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017

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​Desinteresse, indiferença e abandono, constam no dicionário como sinónimos de desapego. Nesta curta viagem pelas terras do “sem apego”, veremos que uma das principais qualidades manifestas na vida espiritual é precisamente o desapego. Concluiremos com dicas práticas, ao alcance dos leitores, sobre como colocar em prática o desapego e gerar mais felicidade.
 
Do ponto de vista das tradições espirituais, do Oriente e do Ocidente, o desapego é uma ferramenta que nos permite progredir em busca do autoconhecimento. Dentro das correntes tradicionais filosóficas e espirituais da Índia, especificamente o yoga e a meditação, são o nosso ponto de partida neste artigo. Estas práticas milenares contêm diversas ferramentas - físicas e mentais - que proporcionam tranquilidade e a paz aos indivíduos, durante os percursos espirituais ou religiosos.
 
A espiritualidade exige, ainda mais na contemporaneidade, uma atenção constante e plena dos nossos pensamentos e sentimentos. Vigiar e orar são estratégias importantes: gerar silêncios também o é. Criar esses espaços de silêncio, entre os nossos pensamentos, permite-nos não só abrandar os ritmos de vida e abrir portas para a conexão com tudo o que nos rodeia, mas também revela dimensões éticas e terapêuticas, que são fundamentais a uma vida moderna equilibrada.
 
Não há dúvidas que o homem de hoje vive a um ritmo alucinante. Quase tudo deve ser rápido e bem feito, quase perfeito. No entanto, a competição desenfreada, proveniente não apenas dos modelos weberianos, trouxe-nos dissabores em diversos patamares coexistentes de saúde e relacionamentos. Por sua vez, o processo de secularização, iniciado no passado, conduziu a uma separação cada vez mais galopante entre o sagrado e o profano. O sagrado foi, e continua a ser, remetido para a esfera privada (dos indivíduos). Ser espiritual ou ser religioso parece agora ser uma dimensão secreta e escondida do indivíduo, já fora de moda e do tempo presente, de tal forma que parece indubitavelmente remetida a um esquecimento inusitado. 
 
Com o intuito de unir, religar ou juntar, o indivíduo à própria estrutura cósmica universal ordenada, o yoga e a meditação assumem-se como ferramentas importantes no mundo moderno. Por um lado, estas práticas orientais não pressupõem pagamentos de dízimos nem estruturas hierárquicas organizadas detentoras de uma verdade intemporal, nem encomendas por conta de almas tranquilas do outro lado. Por via da antropomorfização da ideia de sagrado e da conquista do pensamento autorreflexivo, os praticantes vislumbram agora a presença indizível do self - o si mesmo transcendental ou espírito. É neste cenário que as práticas contemplativas acima referidas facilitam a observação de dinâmicas de consciência, quiçá estados de existência condicionada pelo sofrimento, e são precisamente alavancadas pelo desapego.
 
Um dos textos mais antigos da tradição do yoga - yogasūtras de Patañjali -, aborda a temática do desapego no capítulo I, aforismos 15 e 16. Este tipo de yoga, essencialmente meditativo, designa-se por aṣṭāṅga yoga ou rājayoga. O objetivo aqui é claramente fazer cessar as flutuações da mente e desidentificar os seus produtos com relação à essência última do praticante. Dito de outra forma, o observador do campo é diferente do agente. A prova de que a nossa essência não se resume apenas à racionalidade, esta é multiforme e transitória, é conseguida por via de um estado desapegado e ao mesmo tempo apaixonado pela vida. O binómio paixão-desapego é sempre renovado e adquire ressignificação própria em instantes diferentes da vida do espírito.
 
A prática do desapego remete-nos para a verificação de que a impermanência das coisas e das experiências do mundo são uma constante da vida. A única certeza é mesmo a da mudança! Libertarmo-nos das nossas grelhas mentais, porque nos limitam e condicionam a visão da realidade, é aproximarmo-nos heroicamente da nossa finalidade histórica e objetivo soteriológico. De acordo com o yoga clássico, o estado de consciência de desapego manifesta-se quando o individuo se liberta dos desejos pelos objetos que experimentou bem como os de que ouviu falar. Desapego e desejo estão, assim, interligados.
 
Não é necessário retirarmo-nos do mundo para praticarmos o desapego. Há que reconhecer, através do exercício da vontade, que uma coisa são caprichos pessoais e outra são necessidades elementares. Os desejos podem ser provenientes de fantasias e caprichos, entre outros, atraem a alma para o mundo da matéria e operam uma dessacralização nos indivíduos. Um povo sem princípios éticos e espirituais está, à priori, condenado a um vazio sem conexão ao divino.
 
Na nossa opinião o desapego, no sentido espiritual do termo, é diferente de passividade ou indiferença. Devemos mostrar interesse e trabalhar para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Esse objetivo passa, também, por aceitar de que o outro e o mundo não são propriamente como nós gostaríamos que fossem.
 
Sente-se confortavelmente numa cadeira. Encontre um ritmo respiratório natural. Aceite quem você é, como vê o mundo e os outros. Depois coloque-se na perspetiva do outro: como é que as outras pessoas o vêm? De que forma este exercício contribui para melhorar algo em si? Medite e realize até que ponto o ego o limita e o separa de uma existência mais feliz.
 
Não importa a quantidade de coisas que fazemos, mas sim a como as fazemos e a intenção que colocamos nos nossos pensamentos e ações. 
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PAULO HAYES
FORMADOR DE YOGA E MEDITAÇÃO
www.paulohayes.com
paulo.hayes@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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Mão aberta ou mão fechada:Relacionamentos e Desapego

1/11/2017

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Se há área de vida onde a questão do desapego vs. apego pode criar mais mal-entendidos, essa área será a dos relacionamentos. Será que amar é sempre ter apego? A verdade é que não temos de escolher um lado, porque amor e desapego também podem andar de mãos dadas. Por Patrícia Rosa-Mendes

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​Quando abordamos a área do Relacionamentos, falamos da área mais rica e mais complexa da esfera de ação humana. Na verdade, tudo na vida se resume ao relacionamento que temos com alguém ou com alguma coisa: família, amigos, animais de estimação, comida, corpo, vida, morte. Tudo é uma questão de relacionamento. E quando começamos a trilhar um caminho de desenvolvimento pessoal, é frequente começarmos a ouvir a palavra “desapego” lado a lado com o tema dos relacionamentos. Lemos os textos antigos, os mestres mais influentes, as interpretações deste ou daquele autor, e logo chegamos à conclusão de que estamos apegados a muita coisa e a muitas pessoas. Pode ser uma conclusão verdadeira, em muitos casos, mas também pode ser campo de confusão. O apego implica um sentimento de posse relativamente ao outro, sentimento esse que pode levar a comportamentos disfuncionais nos relacionamentos.
 
Se somos aquele tipo de pessoa que quer melhorar, evoluir, deixar para trás os condicionamentos ou padrões que sente já não lhe servirem, o mais natural é sentirmos um desejo interno de deixar de ter apegos. Compreendemos perfeitamente quanto sofrimento o apego nos pode trazer, e talvez até possamos ver, com clareza, o que já causou nas nossas vidas. O desapego surge assim, como a chave para nos libertarmos de muitas das grilhetas emocionais que nos condicionam. Quantas vezes ficamos presos a relacionamentos que nos intoxicam? Quantas vezes ficamos com aquela pessoa porque alguma norma parece sobrepor-se à voz do nosso coração? E quantas vezes recordamos, uma e outra vez, o que o outro nos disse, aquilo que nos fez, ou aquilo que esperávamos que tivesse feito e não fez? Quantas vezes nos deixamos apegar a expetativas, ao passado, a ideias? Muitas, talvez demasiadas vezes.
 
De facto, o apego a alguém ou alguma coisa demonstra essa carência afetiva interna que tentamos suprir pela presença constante ou pela atenção que damos - e queremos ver retribuída - a determinado ser. Sentimos que precisamos daquela pessoa na nossa vida, e a ameaça da sua eventual “perda” deixa-nos amedrontados.  A maior parte dos apegos que temos nos relacionamentos, embora surjam como expressões mais ou menos egoístas de afeto, elucidam-nos também sobre os nossos medos e as nossas necessidades: medos de perda, de abandono, que interiormente podem significar uma verdadeira morte emocional.
 
O apego àquilo que gostaríamos que fosse implica também uma não aceitação daquilo que é. A verdade é que costumamos, tantas vezes inconscientemente, criar uma imagem mental de como gostaríamos que alguém fosse e, caso não corresponda à realidade, isso traz-nos grande sofrimento. De alguma forma, o nosso bem-estar fica ligado a essa imagem, o que nos leva a resistir tremendamente a tudo o que parecer diferente.
 
Com milhares de anos de reflexão, as tradições orientais compreenderam há muito que o desapego é uma aprendizagem básica de vida. No ocidente (recém-chegado à filosofia oriental e, muito focado na cultura do bem-estar e da facilidade), o desapego parece-nos ser um bom caminho para evitar sofrimentos. Eis que surge uma primeira armadilha: a ideia de que há comportamentos que, se levados a cabo, nos garantem imunidade a determinadas dores, para além de simbolizarem uma suposta elevação de consciência. Como se algo em nós nos quisesse convencer de que a sabedoria e a evolução de consciência passam por abdicar da mais humana condição: o vínculo afetivo que criámos com os que nos são queridos. 
 
Se, por um lado, o desapego é uma atitude a cultivar, por outro lado exige discernimento, raiz da verdadeira sabedoria. Pede-nos uma profunda confiança em nós, na Vida e no Amor. Esse Amor que já somos, e que é profundamente livre. A questão de qual é a fronteira entre o amor e o apego, torna-se então pertinente. O apego tem medo de soltar, medo de deixar ir o que já conhece e de ficar no desconhecido. Mas, o impulso natural da vida é a mudança, o crescimento, a expansão, que para acontecerem, nos trazem a mudança e a transformação.
 
Se o nosso propósito é cultivar o desapego apenas para fazer uma finta ao sofrimento ou para nos convencermos de que já somos seres sábios e evoluídos e, contudo, não somos capazes de uma auto-observação lúcida, então estamos a contrariar a força de vida que pulsa em nós. Mas, se somos capazes de amar o outro nutrindo e dando-lhe espaço para ser quem é, então já temos um desapego. Como diz a estória, há uma medida certa de desapego, tal como a mão que recolhe a água de uma fonte para saciar a sede não pode estar nem totalmente aberta, nem completamente fechada. 
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PATRÍCIA ROSA-MENDES
TERAPEUTA TRANSPESSOAL
patricia.mendes@escolatranspessoal.com

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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Desapego

1/11/2017

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O foco no externo não é essencial para a sobrevivência. Quem consegue praticar o desapego, não vive preso no passado nem ansioso com medo do futuro. Vive no presente. Está no presente e é o presente. Por Artur Gomes Silva

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​O que vem à sua cabeça quando pensa em desapego?
 
Segundo o dicionário de língua portuguesa, desapego significa facilidade em deixar aquilo a que se tinha apego, afeto. Para entender melhor a palavra desapego, precisamos também ver o seu oposto, ou seja, apego.
 
Desde o berço que o ser humano tem a tendência natural de se apegar. No começo das nossas vidas, fazemo-lo por pura necessidade de sobrevivência fisiológica. Por exemplo, o apego à mãe garante-nos comida, calor, afeto. Durante o crescimento apegamo-nos a ideias, desejos, emoções, e esse apego mantém-nos seguros para crescermos.
 
Se pensarmos nos desejos, até num estado muito precoce da nossa existência isso é demais evidente. Quantas vezes nos agarramos a objetos que não queremos abrir mão porque têm um valor sentimental muito grande, como por exemplo, o ursinho de peluche que nos acompanhava quando éramos crianças ao dormir.
 
Se nos apegarmos a todas as situações, como podemos então mudar e crescer? Hoje, quantos hábitos nocivos podem estar “presos a nós” e que teimamos em não abrir mão inconscientemente? E já pensou que por vezes também nos apegamos a pensamentos e emoções negativas, como o medo? A prática do desapego pode tanto ser feita no nível material como no plano emocional.
 
Esta necessidade de apego pode também ser vista à luz da Teoria de Maslow. Segundo Abraham Maslow, psicólogo norte americano do início do séc. XX., o ser humano necessita de satisfazer as suas necessidades de acordo com uma hierarquia de importância. Para o nosso desenvolvimento biológico e emocional, passamos de satisfações simples como comer e dormir, para níveis diferentes de conquistas que nos vão dando segurança durante a nossa evolução.
 
Ou seja, existe dentro de nós, o sentimento, completamente errado, que esta segurança terá que vir de fora – objetos, pessoas, trabalho, situações, etc. e que tudo deve permanecer igual ao que sempre foi criando uma zona de conforto da qual temos muita dificuldade em sair. Se nada fora de nós mudar, então também não temos que mudar nada internamente, e essa é a ligação chave. Apegamo-nos à ideia de conforto e não procuramos a mudança fazendo um grande esforço para mantermos tudo tal como conhecemos, perdendo a liberdade de descobrir o novo.
 
Por exemplo, em diversas situações de vida, alguns de nós escolhem entre  ver o copo meio cheio ou meio vazio. Quando se vê o copo meio vazio, é natural que exista um apego a algo que já se conhece e a sensação seja de perda. Mas quando optamos por ver o copo meio cheio, isso significa que ainda não está cheio, logo ainda existe espaço para encher, ou seja existe espaço para novas conquistas. E a liberdade que ganhamos é a mais valiosa das conquistas neste processo, através de uma tomada de consciência.
 
Quando pensamos em desapego, torna-se evidente o quão difícil pode ser praticar isso, tantas são as coisas, pessoas e emoções a que podemos ter que nos desapegar. Mas desapegar não significa necessariamente perder, muito pelo contrário. Quando nos desapegamos conquistamos a liberdade suprema de viver o presente.
 
Quando acreditamos que o foco no nosso desejo é essencial para a nossa sobrevivência, estamos a jogar fora qualquer possibilidade de crescimento espiritual, essencial ao nosso desenvolvimento.
 
Existe um conto budista* sobre um mestre e seu discípulo em que estavam os dois a caminho da aldeia vizinha quando chegaram a um rio agitado e viram na margem uma bela mulher tentando atravessar o rio. O mestre zen ofereceu-lhe ajuda e, erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. E depois cada qual seguiu seu caminho. Mas o discípulo ficou bastante perturbado, pois o mestre sempre lhe ensinara que um monge nunca se deve  aproximar de uma mulher, nunca deve tocar uma mulher. O discípulo pensou e repensou o assunto e sem encontrar a resposta, quando estavam a voltar ao templo, decidiu por fim perguntar ao Mestre— Mestre, o senhor ensina-me dia após dia a nunca tocar uma mulher e, apesar disso, o senhor pegou aquela bela mulher nos braços e atravessou o rio com ela. Tonto – respondeu o mestre – Eu deixei a mulher na outra margem do rio. Tu é que ainda a carregas.
 
Lembre-se que desapego não é desinteresse, indiferença ou fuga. Não devemos por isso, ao praticar o desapego, tornar-nos indiferentes aos problemas da vida. “O desapego, como sabemos, não é uma rejeição, mas uma liberdade que prevalece quando deixamos de nos atar às causas do sofrimento.” Matthieu Ricard
 
Desapego significa não ter traumas passados nem medos futuros. Ou seja, aquele/a que consegue praticar o desapego, não vive preso no passado nem com medo do futuro. Vive no presente. Está no presente é o presente.
  
Perguntas:
 
1 – Olhando para a sua vida, onde está o maior apego de que gostaria de se libertar?
2 - Se não fizer absolutamente nada, qual o custo de ficar como está?
3 – O que de melhor na sua vida poderia acontecer se se libertasse desse objeto, pessoa, medo, emoção?
 
* Contos Budistas recontados por Sherab Chödzin e Alexandra Kohn - trad. Monica Stahel - Martins Fontes

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ARTUR GOMES SILVA
MASTER COACH E TRAINER NO ICL – INSTITUTO DE COACHING E LINGUISTICA
www.criscarvalho.com
artur@criscarvalho.com

​in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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Praticar o Desapego

1/11/2017

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O apego é o principal obstáculo ao desenvolvimento da nossa espiritualidade e é o grande causador de sofrimento. Então como praticar o desapego? Por Sofia Pérez

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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O apego começa no útero. Recolhemos, desde aí, impressões, sensações e experiências que ficam agarradas a nós. O apego é uma tendência natural do ser humano que existe também no reino animal. A grande diferença é que a natureza sábia e poderosa sabe o momento certo para deixar ir a cria, enquanto que nós, seres humanos, cultivamos esse apego aprisionador comummente chamado amor e postergamos esse momento de deixar ir. Então agarramo-nos, a tudo ao que está dentro e fora de nós, e a lista é infinita: sensações, imagens, cheiros, impressões, acontecimentos passados, a sonhos falsos, a príncipes falsos, a relações líquidas e fúteis que não acrescentam valor, e passamos a ser escravos. Uma escravatura diferente, sem dúvida. Em tempos idos escravos eram aqueles que nada mais tinham além do seu corpo. Libertámo-nos, mas vivemos numa outra forma de prisão: o apego.
 
Mas porque somos humanos, o apego é parte de nós, é visceral e instintivo e serve um propósito fundamental, a sobrevivência como meta biológica e a segurança como meta psicológica. É um vínculo, sem dúvida, mas não é necessariamente sinónimo de amor ou afeto. É algo enraizado em nós, esta tendência de nos apegarmos e, quando desenvolvemos um apego que não é saudável, passa a ser o principal obstáculo ao desenvolvimento da nossa espiritualidade e o grande causador de sofrimento.
 
Então como desapegar daquilo que conhecemos e que nos dá conforto, mas nos faz sofrer, ou mesmo da ilusão de um conforto extremamente desconfortável? A mudança mete medo e o medo atrai o que tememos.
 
A resposta está em nós. Os comportamentos de apego e emoções humanas são adaptáveis, nós somos adaptáveis, juraram-nos que somos isto e aquilo, que somos assim e nós acreditámos. Mas não, não somos apenas uma partícula, ou retalhos de outras versões, temos um universo de possibilidades e de opções. Enquanto seres humanos evoluímos e, essa evolução teve e terá sempre como consequência a seleção de comportamentos sociais que tornam a sobrevivência do indivíduo ou do grupo mais provável. Então podemos também optar por desapegar recriando a nossa realidade.
 
Apegamo-nos às sensações más e também às boas e não exercemos o controlo daquilo a que nos apegamos. Por exemplo: sentimos um cheiro de uma comida que nos faz lembrar a nossa infância. O modo como reagimos a esse cheiro está diretamente ligado à impressão que ficou gravada em nós quando comíamos à mesa com a nossa família. Se a sensação for agradável, abrimo-nos completamente a ela, mas se as memórias que vierem associadas a esse cheiro forem negativas, vamos contrair-nos e provocar um bloqueio, ou seja, rejeitamos então outras possibilidades num dado cenário da nossa existência, impedindo a sua ressignificação. Nada flui. Não há luz. Não há energia.
 
Estas sensações de experiências passadas que ficam guardadas no nosso inconsciente e que influenciam as nossas respostas futuras e o nosso comportamento são chamadas de Samskaras, que uma vez adquiridos e acumulados, formam uma espécie de lentes multicores através das quais a perceção das nossas experiências emergem, e, como tal, reagimos através de uma lente do passado e não como a experiência realmente é sem filtros. Ficamos lá, presos a essa experiência do passado, apegados e provocamos um bloqueio.
 
E um bloqueio, gera um padrão que acaba por dominar a nossa vida. E um padrão existe como um degrau, os padrões não se quebram, temos que repetir a experiência, esvaziá-la de emoção, para que ela passe através de nós, libertando-nos, e assim criamos uma nova ligação neuronal dando um novo significado à experiência. O nosso cérebro tem a capacidade de adaptar-se, de expandir-se e de criar novos padrões, e estas são as boas notícias: é uma questão de opção. Então, assim como criamos padrões, de apego também podemos criar padrões de desapego.
 
Desapegarmo-nos do que é mau para nós, mas também do que é bom: “Não quero que ele(a) se vá embora, estou tão feliz. Eu preciso dele(a) e quero continuar a reviver este momento muitas vezes…” sabermos que nada é constante e imutável e que nós não conseguimos controlar a nossa realidade permite o desapego, o que não é sinónimo de deixar de amar, muito pelo contrário vai permitir viver o amor em pleno, em liberdade.
 
Quando apegamos provocamos o bloqueio através da tentativa ou de afastar as energias que nos incomodam ou tentando manter próximas as que nos agradam. Qual é a alternativa? Gozar a vida estando dispostos a vive-la como uma dádiva em vez de a combater, pois tal como na natureza sábia e poderosa, tudo tem um princípio, um meio e um fim, tudo está em constante transformação e nada é eterno. Se estivermos dispostos a viver assim, todos os instantes nos mudarão e abrirão um campo de infinitas possibilidades onde descobrimos que somos tudo aquilo que ainda não sabemos que somos e que afinal temos escolha, que podemos escolher não viver em sofrimento e desapegarmo-nos do que nos faz mal. Desapegar dói? Pois dói, mas a dor cumpre uma função e é inevitável. Já o sofrimento é uma opção. E quando dói não dói a vida toda, e a seguir passa. A dor não é mais do que um alerta, uma força poderosa que impulsiona à mudança.
 
Viver no desapego é a existência de um fluxo contínuo em que existem duas partes: a parte assustada que se fecha para a vida, e a outra, que se dedica a proteger a parte que está assustada. Se não existirem partes de nós, então não existirá nenhuma parte que não queiramos ver e, ao abraçar a nossa luz e a sombra, poderemos tornar consciente o nosso inconsciente. E na dança da psique estaremos nós, enquanto observadores mais sábios e conscientes, a fazermos acontecer a nossa vida. E este é o verdadeiro crescimento espiritual, a existência de uma única entidade dentro de nós. Não desperdicemos esta oportunidade.
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SOFIA PÉREZ
COACH HOLÍSTICO
www.coachsofiaperez.com
coachsofiaperez@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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Pratique o desapego pela sua Saúde!

1/11/2017

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A prática do desapego quando vivida, em consciência, beneficia a nossa saúde holisticamente, promovendo o nosso bem-estar, potenciando a nossa Felicidade, pois quando nos desapegamos de algo, de alguém, estamos a permitir que fluam os ciclos da Vida e que a Vida flua em nós. Por Ricardo Fonseca

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017

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​O apego tem muitos significados e são lhe atribuídos muitos sentidos, consoante as áreas e contextos da Vida, estando intimamente relacionado com a dificuldade em deixar ir, a insistência em impedir algo/alguém de partir, o sentimento de controlo e posse em relação a algo/alguém, entre outros, estando de igual modo, intimamente relacionado com inúmeros processos de doenças psicológicas, mentais, emocionais. Por outro lado, é o que nos transmite o sentimento de pertença a algo, de ligação íntima a alguém, com grandes benefícios sociais, humanos, relacionais, emocionais, entre outros.

O desapego por seu lado, não é propriamente o oposto do apego, pois não indica que tenhamos que deixar o apego totalmente de lado da nossa vida, ou encarar o mesmo com algo unicamente negativo. Desapegar significa deixar ir, em consciência, encarando as perdas e despedidas da nossa Vida como ciclos naturais das relações humanas; proporciona uma gestão mais saudável das nossas emoções, impedindo que fiquemos agarrados ao passado e possamos viver o nosso dia-a-dia de um modo holístico mais saudável e por isso, pela sua saúde pratique o desapego.

Escrever sobre o desapego, tendo como unidade temática a saúde, poderá levar a que se pense que apenas se escreverá sobre os seus efeitos/consequências no campo emocional e/ou psicológico, porém neste artigo o desapego é transversal a todas as áreas da nossa vida, com grandes benefícios para a nossa saúde holisticamente, para o nosso bem-estar, qualidade de vida ou seja, o desapego ocupa um papel primordial, na nossa saúde.
O que impede, afinal, a prática o desapego? Porque se vive o apego de um modo tão forte e quase, tão intrínseco? Porque o ser humano precisa de se agarrar a algo, de se sentir parte de algo, de se conectar com alguém intimamente, mesmo que se perca tantas vezes nessa relação e, o desapego, em muitos casos, vem colocar à prova o ser humano, sobre a sua capacidade de soltar, deixar ir, permitir o fluir da vida, sem que seja necessariamente sinal de que não se pertence a algo, de que não gostamos de alguém e vice-versa.

Uma das áreas, da nossa saúde, mais afetada pelo apego e desapego, é a área emocional que se encontra interligada com as áreas psicológica e mental, onde as nossas emoções, pensamentos, sentimentos e razões entram em discórdia, quando a mente diz, por exemplo, para deixar algo/alguém partir e o coração diz para não deixar, para lutar uma vez mais, para prender. São inúmeros os exemplos que podem ser referidos neste artigo, sobre a luta interna do ser humano entre o apego e o desapego, luta essa que interfere com a sua saúde, que pode conduzir a processos de doença mental e psicológica complexas, se o desapego não for vivido de forma consciente e saudável.

Algumas doenças do foro mental/psicológico, como a depressão e a ansiedade, estão intimamente relacionadas com a dificuldade do ser humano, em praticar o desapego de muitas situações que viveu ou vive, cuja carga emocional é muito intensa e que impede uma gestão saudável das suas emoções. Uma das expressões de maior dificuldade do ser humano, na prática do desapego, é a forma como lida com os seus lutos e com a sua grande dificuldade em aceitar a partida de um ente querido, uma separação, entre outras situações, pois em vez de encarar como partidas e/ou despedidas, o seu ênfase e foco é, tão-somente, na questão da perda.

Sim, a sensação de perda é uma das sensações vivenciadas pelo ser humano que causa maior sofrimento e dor, sejam essas perdas em que contextos forem, mas com maior enfase nas perdas por falecimento, apesar de muitas separações, evidenciarem as mesmas emoções e sentimentos. Perdemos algo, quando somos donos de algo (o que por si só pode ser muito subjetivo), não podemos perder alguém, pois não somos donos de ninguém e desapegar, na questão da despedida de alguém, é assentir conscientemente que esse alguém não nos pertence, apenas fez parte da nossa caminhada de Vida e cumpriu a sua função ou o ser humano cumpriu a sua missão na vida desse alguém. Claro está, que significa que desapegar de alguém não significa esquecer, deixar de amar, mas sim viver a sua despedida/partida o seu luto de um modo consciente e saudável.

Nos últimos tempos, tenho assistido há dificuldade da prática do desapego na área da saúde física, o que pode causar alguma estranheza ao leitor, por parecer que há alguma insinuação que o ser humano se apega à sua doença, aos sintomas que a mesma apresenta, porém o que a minha expressão quer indicar é que há uma vivência intensa do processo de doença, onde começa a diminuir a capacidade de o ser humano se abstrair, de encontrar soluções, como se houvesse uma rendição à doença, o que pode ser uma manifestação da dificuldade do desapego.

Quando o ser humano se permite viver “controlado” pela doença, sentindo-se incapaz de reconhecer a vida além da mesma, cria uma relação de apego com a mesma e o primeiro passo para a prática do desapego nestes casos é permitir o fluir da vida, vivenciando as suas emoções, assumindo que não é a doença que o controla e que, acima de tudo, não é o dono da doença, não tem uma doença, mas que convive com uma doença. Esta pequena alteração na forma de sentir e vivenciar um processo de doença pode ser um passo primordial para o desapego em questões de saúde física.

Esta dificuldade em o ser humano se desapegar da doença com que convive, manifesta-se também pela íntima influência das associações, ligas, instituições, entre outras entidades, que começam a tratar o ser humano pelo nome da doença, passando a ser o diabético, o oncológico, o fibromiálgico, o deficiente, levando o ser humano a apegar-se a essa denominação, a considerar-se “dono” da sua doença e a perder a sua entidade pessoal. É necessário, que o ser humano se desapegue das definições e nomeações que lhe são atribuídas, sentindo a sua individualidade intacta, para que possa viver o processo de doença de um modo mais consciente, sereno e fortalecido.

A saúde espiritual também é deveras importante, para o ser humano, onde urge a necessidade de praticar o desapego de algumas crenças e convicções, impedindo o crescimento e enraizamento da sensação de donos da verdade, donos do conhecimento, como se não existissem outras verdades, outras crenças, outras religiões, outras formas de conhecimento. Desapegar na área espiritual, significa criar reciprocidade às diversas e diferentes expressões de fé, de crenças, de valores, deixando cair por terra a sensação de omnisciência, que pode conduzir, em alguns casos já fundamentados, de convicções fanáticas, o que se relaciona intimamente com a saúde mental e emocional do ser humano.

A prática do desapego é deveras importante para a saúde e bem-estar do ser humano, de um modo holístico, permitindo-lhe viver consciente e saudavelmente as suas emoções relacionadas com todas as situações, vivências, experiências do seu Viver e permitindo o seu crescimento mais saudável e por isso, pela sua saúde, caro leitor, pratique o desapego.
​
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RICARDO FONSECA
ENFERMEIRO, ESCRITOR, TERAPEUTA
www.facebook.com/ricardofonsecaescritor

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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Apego

1/11/2017

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O apego na vida profissional impede-nos de evoluir, de atingir a felicidade, da mesma forma que o apego às pessoas. Libertar essas amarras e Ser Livre de escolher. Descubra aqui como e porquê.
​Por Jorge Boim


in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017

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Escolhe um trabalho que gostes e não terá que trabalhar nem um dia na tua vida - Confúcio
 
Quando falamos em apego, ou desapego, pensamos quase de imediato em pessoas e relações, já que o mais comum é sermos apegados às pessoas, às relações que temos. No entanto, o apego a situações profissionais também existe, e é tão importante e limitador quanto o apego a outras pessoas.
 
O apego profissional – à falta de melhor expressão – é semelhante ao emocional. No fundo, estamos agarrados a algo que nos limita o desenvolvimento e o crescimento. É fácil ficarmos presos numa situação confortável em que, apesar de tudo, podemos não ser felizes. Quantas são as pessoas que, em prol de uma “boa” situação financeira, de uma estabilidade profissional que julgam ter, vivem infelizes e presas num casulo de insatisfação constante?
 
Apesar da insatisfação e infelicidade reinantes em muitos casos, não arriscamos em procurar a nossa felicidade porque, quase sempre, estamos conformados com o facto de recebermos 10 e não queremos passar a receber 5. Afinal, passar a receber 5 em vez de 10, impede-nos de ir jantar fora 2 vezes por mês, impede-nos de comprar aquela camisola, de ir de férias para fora, de ir ao cinema, impede-nos de… tanta coisa.
 
Embrulhados numa rotina que nos vai deixando andar, pensamos na casa, no carro, e em todos os outros bens que pensamos nos vão fazer falta. Sim, porque isto de nos apegarmos à nossa vida profissional tem influência no resto, no que essa mesma parte da nossa vida nos permite ter. E aqui é que está o cerne: Ter. Porque este apego permite-nos ter muita coisa, mas impede-nos, em muitos casos, de Ser. Felizes, Realizados.
 
O apego tem sempre associado um medo. O medo da perda. Seja de perder uma pessoa, uma relação ou, como aqui se pretende abordar, uma profissão, um estatuto social. E com este medo da perda vem, também, aquele vazio que nos faz sentir que falta algo. Esse vazio até pode fazer com que vá à procura de algo que traga a realização profissional… só que, aquele apego está lá a minar, de dentro para fora, a impedir de dar aquele passo, tomar aquela decisão de mudar de vida – ou apenas mudar de emprego.
 
Como diz a frase que dá título a este texto, se fizer algo que gosta, não terá que trabalhar nem mais um dia na vida. Só que, para lá chegar, para dar esse passo, é preciso retirar medo e apego desta equação. Como, então? Trabalha-se o apego e o medo na vida profissional da mesma forma que na vida pessoal, relacional. Estes 2 exercícios pretendem ajudar a desapegar-se e viver sem medo… se, depois, a sua decisão for mudar, mude. Se for ficar, fique.
 
Apego
Sente-se confortavelmente e feche os olhos. Imagine à sua volta tudo o que está relacionado com a sua vida profissional. Empresa, colegas, ordenado, etc.
 
Imagine que, de si até à imagem correspondente a cada uma das coisas que tem à sua volta, se encontra um cordão/corda/ligação – o que melhor servir e aparecer. A largura/grossura poderá variar de acordo com o “grau” de apego a cada uma das coisas.
Em seguida, corte cada uma dessas ligações. Poderá ser mais ou menos difícil, de acordo o apego que sente. No entanto, corte essa ligação.
 
Repita tantas vezes quantas as necessárias, até essas ligações desaparecerem ou as conseguir cortar facilmente.
 
Medo
Pode fazer este exercício logo a seguir ao anterior. Visualize, à sua frente, uma bifurcação. Para um lado, fica tal como está agora, nada muda. Para o outro, tem a possibilidade de mudar (não é uma obrigatoriedade, claro). Agora, repita para si: Seja qual for o desfecho, tudo será perfeito.
 
Quando sentir em si que esta frase está enraizada, escolha um caminho e percorra-o, limpando e ultrapassando todos os obstáculos que possam existir.
 
Repita o exercício até não precisar dizer a frase e o caminho escolhido não apresentar qualquer dificuldade.
 
Quando o medo e o apego desaparecerem, a oportunidade aparece e, aí, poderá decidir tranquilamente e de acordo com o que entende ser melhor para si. O despego permite-lhe isto: Liberdade para escolher.
​
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JORGE BOIM
HIPNOTERAPEUTA
SPORTS MENTAL COACH
www.sportshypnocoach.pt
jorgeboim@sportshypnocoach.pt

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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