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Estar zangado ou Ser zangado?

1/4/2019

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Onde começa e onde acaba a violência? Em que lugar interior está essa Consciência? Na aceitação do que Somos, colocamos o olhar do coração e aquilo que poderia ser bélico pode ser manifestado em entendimento. ​Por Carolina Carvalho
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in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Como é que o Ser Humano se relaciona com a violência? De que forma o indivíduo faz chegar as manifestações dos seus conflitos internos e sob que premissa, essas batalhas, são canalizadas para o Outro?
 
Quando não comunicamos a nossa zanga no momento certo, assertiva e generosamente, suprimimos fúria. Fica lá, matura-se e nunca desaparece. Criamos zanga dentro de nós que, ao longo dos tempos, vai passando de momentos de raiva para gerar uma vida de agressão. A autoagressão é uma forma de violência. Talvez a maior forma de violência, pois nenhum ato violento ao exterior existe sem o belicismo interior.
 
Porém, o que é “Violência” no seu conceito? A perceção do que é “violência” condiciona o próprio ato, pois a partir dessa crença são criados filtros para o “bom” e para o “mau” e dessa forma, se a crença estipulada nos remeter para o que “não é violência” pode acontecer, muito frequentemente, uma usurpação do conceito levando a ultrapassar os limites da dignidade humana.
 
Observando um ato violento como tudo aquilo que inflige dor e priva o indivíduo do bem-estar físico, mental e emocional – seja esse ato infligido em si próprio ou no outro – então, a auto-violência é a primeira forma de violência, e nela se geram todas as outras manifestações violentas possíveis.
 
O indivíduo é criado, no geral, para a não-agressão. É educado para não violentar o espaço ou identidade de um outro indivíduo, não lhe gerar dor física, mental ou emocional ou ter qualquer outro comportamento que incorra num dano à esfera do respeito pelo próprio. Contudo, aquilo que não nos é ensinado é que a primeira manifestação de violência ocorre quando o desrespeito acontece inicialmente dentro de nós. Ao não sermos educados para a compreensão e para a amorosidade do que é a nossa sombra, fazemos nascer um espaço vazio de desidentificação connosco, que facilmente denominamos como “autocontrolo”. Por norma, vemos a repressão de emoções como sinónimo de não-agressão.
 
Suprimir as emoções consideradas, culturalmente, como negativas, escondê-las e esquecê-las é a criação de uma mutilação subtil, um abuso camuflado. Suprimir emoções traz a doença, seja mental ou física, seja emocional. A raiva, o ódio, a zanga, a inquietação, existem e fazem também parte de nós. São emoções presentes em qualquer Ser Humano e a energia gasta em agir em contradição da expressão saudável dessas mesmas emoções é maior do que a energia dispensada a canalizá-la saudavelmente.
 
A amígdala, essa estrutura responsável por nos avisar dos perigos eminentes, dá-nos a possibilidade de estar preparados para o ataque ou fuga perante determinados estímulos. Ao serem desencadeados determinados impulsos nervosos, podemo-nos sujeitar a ceder a essas emoções não benéficas quando não é ativada a consciência perante o momento, quando o nosso espaço interior não é visto como sagrado, quando o momento não é sustido pelo tempo necessário. Utilizar o nosso, tão bem-dotado, neocórtex e todas as suas ferramentas de entendimento intelectual auxilia-nos a olhar para dentro, a olhar em Consciência e, por fim, olhar em Amor.
 
Deixar sair a fúria em Amor é limpar o organismo de doenças futuras, é possibilitar a expansão do Entendimento. Daí a importância nos enfurecermos em honestidade e não para alguém de forma gratuita. A Consciência e o autoconhecimento são o caminho mais honesto para a redução de autoagressividade e, por consequência, para a menor manifestação da agressão ao Outro já que a aceitação das nossas sombras traz a ausência da luta no longo-prazo. Assim, a educação para as emoções é, per se, uma forma de educar para a não-agressão.
 
Sermos honestos com a nossa zanga e comunicá-la, seja para nós ou para os outros, não é sinónimo de fugir à bondade ou cegarmo-nos à crueldade que podemos emanar. A assertividade impede a agressividade.
 
A assertividade, entre outras coisas, é o ato de sermos honestos face à nossa verdade e, com generosidade, sermos francos com os outros. Torna-se uma questão de perspetiva, na medida em que, o desamor, a culpa, a não aceitação são prisões emocionais que, mais tarde ou mais cedo, terminam numa catarse violenta da repressão imposta durante tanto tempo. Numa perspetiva de generosidade para connosco mesmos e, por consequência para o com o Outro, é o olhar com Verdade, é o reconhecer o Sentimento e aprender a amar a Sombra que se manifesta como transformador e libertador. O amor por nós, aceitando com carinho, que somos também o que, inicialmente, não queremos ser, trazem leveza ao sentimento. A honestidade emocional e intelectual é um ato de Amor por nós, é uma forma de generosidade para com o Outro. Ao buscarmos o Entendimento da nossa própria humanidade trazemos connosco a Mudança.
 
É possível estar zangado sem Ser zangado. Nesta escolha, mais do que descobrir o gatilho que despoleta o salto para a agressão, será importante compreender onde e como nos relacionamos com o que é “violência”. Olhar as crenças que nos regem e como as projetamos no Outro, perceber em que parte do caminho a nossa permissão para nos manifestarmos invade o espaço daquele com quem nos confrontamos. No fundo, impulsionar a visão sob um outro olhar e, assim, o entendimento genuíno.
 
A mudança de perspetiva transforma a forma de expressão: aquilo que poderia tornar-se violência pode viver em amorosidade.
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CAROLINA CARVALHO
TERAPEUTA TRANSPESSOAL
www.acimadaestratosfera.wordpress.com
acimadaestratosfera@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019
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A violência no contexto familiar

1/4/2019

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Como surgem os padrões de relacionamentos disfuncionais em uma família? Por que acontece uma ação violenta no contexto familiar? Que condições precisam existir para ela surgir e se manter? Se procura resposta para essas perguntas, sugere-se a leitura do artigo “A violência no contexto familiar”. Um olhar técnico sobre o fenómeno da violência irá ajuda-lo a compreender os padrões disfuncionais das relações humanas. Boa leitura!
​Por Carolina Fermino


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Atualmente a temática da violência, principalmente a denominada violência doméstica, tem sido foco de muitas discussões e debates. A proposta deste artigo é trazer um olhar técnico sobre a violência no contexto familiar.
 
Dentro da perspetiva da psicologia sistémica, as famílias constituem sistemas relacionais dinâmicos e em constante transformação. A família é vista como um sistema configurado por um grupo de pessoas que possui trocas afetivas, materiais e de convívio que dão sentido à vida daqueles que dela fazem parte.
 
Ao considerar essa ideia, pergunta-se: como surgem os padrões de relacionamentos disfuncionais em uma família?
 
A psicóloga e autora de vários livros, Alice Miller, traz a ideia de que o mal é recriado a cada geração. “O recém nascido é inocente e não capta o impulso de destruir vidas, mas quer ser bem tratado, protegido e amado. Quando essas necessidades não são satisfeitas, quando ele é maltratado, dá-se um encaminhamento inadequado à sua vida. Uma pessoa só se sente compelida à destruição quando a sua alma, no começo da sua vida, foi torturada” (Miller, 2004). Desse modo, trabalha-se com o pressuposto de transmissão intergeracional dos traumatismos, ou seja, os padrões relacionais são transmitidos de uma geração à outra e mantém-se uma dinâmica de relacionamentos disfuncionais. Faz-se também a ressalva de que uma criança que presencia violência, não necessariamente irá perpetuar esse padrão quando adulto. A intergeracionalidade é apenas uma das formas de se olhar para um fenómeno tão complexo como o da violência familiar.
 
Para aprofundar a reflexão sobre o tema surgem mais algumas questões pertinentes: Por que acontece uma ação violenta no contexto familiar? Que condições precisam existir para surgir e se manter? De acordo com os pressupostos da terapeuta familiar Maria Cristina Ravazzola, as condições necessárias para a violência surgir e se manter são:
 
1. Falta de autonomia dos integrantes familiares, dependência excessiva de um com os outros ou impedimento da aliança com outros integrantes, seja com pessoas da família ou externos a ela;
2. A existência de um padrão de interação entre o autor da violência e a pessoa em situação de violência, em que o primeiro é o responsável pela relação, toma as decisões e é reconhecido como autoridade;
 
3. A existência desse padrão de interação no contexto familiar reforça a crença de que a ação violenta é legítima ou deve permanecer silenciada, o que contribui para a impunidade do autor da violência.
 
É necessário um olhar atento e criterioso da nossa sociedade aos padrões relacionais humanos, para que os sinais de perigo sejam identificados e sinalizados. Considera-se também importante que nós, profissionais de saúde, possamos sempre acolher e ajudar os nossos pacientes a construírem estratégias de solução para as suas dificuldades, sejam elas no âmbito da violência ou não. Caso contrário, as relações disfuncionais, onde existem protagonistas e coadjuvantes irão se perpetuar e nós permaneceremos apenas como espetadores das cenas da vida real.
 
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CAROLINA FERMINO
PSICÓLOGA COM FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA RELACIONAL SISTÉMICA
carolfermino@yahoo.com.br

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019
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A Violência de não se SER o que se é

1/4/2019

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É no processo de rejeição daquilo que é, daquilo que está a acontecer dentro de cada um de nós em cada momento presente, que brota a maior das violências: o afastamento de nós mesmos, da nossa essência e assim a morte lenta do Coração. Por Raquel Fonseca

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

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​Quando se ouve ou se lê a palavra Violência, automaticamente nos lembra a presença de lutas, atos de agressão, discordâncias politicas, guerras com armas, guerras sem armas, enfim, tudo o que remeta para a ausência de paz. Contudo, há uma forma de violência muito preocupante que - no meio de todo este frenesim dos meios de comunicação e redes sociais - vai sendo esquecida, abafada e enviada em recalcamento para o subconsciente de quem a vive. Uma violência interior silenciosa, profunda e pesada, que ocorre dentro do peito e que somatizada ao longo do tempo, inevitavelmente acaba por convidar o corpo à doença: 

A Violência de ir contra a própria vontade; a Violência de ir contra a própria verdade; a Violência de se viver uma vida rotineira, contrariada e dormente, só para não falhar a um padrão imposto e condicionado; a Violência de conflitos internos e externos pela fome de distinções e de distintivos; a Violência puxada pelo vício do elogio e da sensação egoica que provoca; a Violência de não se Ser o que se quer Ser e fazer, em prol do que os outros querem que se seja e se faça; a Violência de criar limitações no campo ilimitado de possibilidades que é a Vida; a Violência de já não se saber dar tempo...a um filho, a um amigo ou simplesmente à Natureza: a Violência de não saber sequer encontrar tempo para si próprio; a Violência da rejeição constante daquilo que simplesmente é e quer ser, no momento presente; a Violência de se insistir ser escravo dentro de um espírito que é livre; a Violência de escolher viver prisioneiro, dentro de uma cabeça que nunca pára; a Violência de viver ausente do presente, com a cabeça presa a um passado que já foi ou a um futuro que ainda não existe; a Violência de não se permitir simplesmente Ser e sentir.

Imbuídos numa sociedade robot, parece termos esquecido o que é ser natural, o que é sentir ou sorrir livremente, sem quês nem porquês.

Desfrutar mais da Vida que somos, tornou-se uma conquista quando deveria ser um estado natural. Muitas ainda são as caras forçadas, em pessoas a viver em esforço, onde o sorriso esboçado à superfície se dilui para dentro, na verdade de uma angústia que flui até ao peito e se aloja lá em camadas. Uma forma de Violência silenciosa que pesa, sufoca, mal deixa respirar, mas que pode ser resolvida, se cada um decidir não se afastar de si próprio.

Violência: mais do que ausência de Paz é ausência de Consciência. Toda a gente quer e procura viver numa felicidade permanente, sendo incentivada desde sempre pela sociedade a rejeitar tudo aquilo que seja conotado como menos bonito, prazeroso ou agradável – como se a condição humana não fosse já ela própria dual. A dualidade do nosso dia-a-dia também ela é sagrada à nossa existência, lembra-nos sempre a VIDA que SOMOS e aquela que em forma de emoções, sentimentos e pensamentos pede simplesmente para passar através de nós. Como uma corrente de ar que teima em passar pelo lado de dentro do peito, para nos fazer sentir o quão humanos somos.

Não há que fugir da vida...há sim que mergulhar nela, com ou sem medo! E eis que o caminho certo se mostra, sempre.

Contudo, a aceitação e consequente compreensão de tudo o que implique mais dificuldade, desafio e entrega, ainda é tido como uma resistência residente na vida das pessoas. Assim, o que deveria ser um processo natural de passagem pela dualidade, transformou-se também numa autêntica violência interior, através da resistência e repressão a emoções e sentimentos que invoquem sair da zona superficial de conforto, para uma descoberta e viagem interior mais profunda.                                                                                                       
Mesmo já sabendo que a dor e as dificuldades trazem sempre uma limpeza e uma evolução boa, as pessoas ainda fogem disso. O medo de sentir a fundo é ainda muito, e muitas pessoas preferem nem saber ao certo o que isso é. Cresceram a ouvir coisas como: “não vale a pena pensar nisso”, que “ o melhor é ir às compras para esquecer”, que "uma menina a chorar fica feia" e que "um homem não chora" – e o eco disto ainda ressoa dentro de muitas cabeças de mulheres e homens, que de tudo fazem para se manterem ocupados, sem espaço para sentir, permanecendo numa busca exterior incessante de soluções, quando nem sequer param para olhar e procurar dentro.

Estar constantemente a pensar e a inventar coisas para fazer para ocupar o tempo, é um acto de fuga, uma profunda fuga de si mesmo, do que se passa dentro do peito e se rejeita assumir e sentir. Em suma, um acto disfarçado de violenta repressão.     
                                                                                         
No meio de tamanha violência de emoções reprimidas, as pessoas mal se conseguem sentir e assim conhecer-se a fundo.    
    
Incentivadas pelo sistema a abafar, a “aguentar” o que por dentro lhes pesa e a manterem-se numa vida dormente, transportam escondido - sem saber - um tremendo potencial, que – à espera de ser descoberto e libertado - pulsa dentro de um coração, que tudo o que anseia é ser olhado por dentro, para poder voltar a ser leve.

Felizmente o Mundo está a acordar. E embora a sociedade ainda se encontre doente, fiel a padrões dormentes e superficiais, não sejamos nem contra, nem a favor da sociedade…sejamos sim para além dela. Se formos a mudança que queremos ver, a pouco e pouco, o milagre acontece. É possível trazer a diferença através da consciência, por meio de observadores atentos do meio que nos rodeia e pelo modo consciente de como escolhemos viver e interagir com esse meio.

E não interessa se as formas de Violência na nossa vida já foram muitas ou poucas, porque não é a nossa história que nos define, mas sim aquilo que Somos!
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RAQUEL FONSECA
TERAPEUTA
www.akademiadoser.com/raquelfonseca
FACEBOOK: Raquel Fonseca - Simplesmente SER
INSTAGRAM: Raquel_Fonseca_ser
consultasraquelfonseca@gmail.com
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in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Céu e Inferno coexistem aqui e agora: tu escolhes em que ambiente queres viver

1/4/2019

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Todas as relações que temos com alguma coisa é uma expressão direta da relação que temos connosco próprios. Quanto mais estivermos conscientes de nós, menos violentas serão as relações com aquilo a chamamos outros. Por Marta Cóias

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Não vamos falar da violência visível, mas na violência subtil e interna que leva, por sua vez, à manifestação da externa. Afinal, não vale de muito tentar perceber consequências sem se ir primeiro às causas.

Quando nascemos estamos num estado de amor total, livres de conceitos, de ideias de certos e errados, de pessoas boas ou más. Rimo-nos para estranhos, brincamos com qualquer criança, partilhamos o que temos, abraçamos sem esperar nada em troca.

Muito rapidamente começamos a desenvolver um sistema de definição do mundo, através do que vamos ouvindo, vendo e sentindo. O que era um mundo inclusivo, sem separação ou julgamentos passa a ser um mundo segmentado por categorias, onde já há distinção entre o “certo e o errado”, “o que eu sou e o que tu és”.

Se nos portamos da maneira “certa” somos recompensados, se fazemos algo que os pais não gostam somos castigados. Isto permite desenvolver estratégias para se conseguir o que se quer, formas de manipular a “realidade”: damos um abraço porque queremos um brinquedo, sorrimos porque percebemos que assim gostam mais de nós. Deixamos de ser espontâneos e naturais e começamos a agir com vista a fins específicos. Isto começa a gerar uma violência interna, o ser humano abandona o seu estado de plenitude, em que nada falta, para passar a viver num estado de limitação.

A limitação é um estado de insuficiência gerado pelas tais categorias mentais em que “dividimos o mundo”, e estas geram comparações e julgamentos constantes da “realidade”.

Através deste tipo de julgamentos (ilusões) geramos uma personalidade, uma identidade, que se compara com as crenças que tomou como suas, defendendo o que lhe parece certo, apontando o dedo ao que parece errado, sofrendo com a impossibilidade do mundo se encaixar nas definições criadas. Como todos sabemos por experiência própria, não demora muito para percebermos que o mundo nem sempre vai corresponder às nossas expetativas, ou seja, a realidade não vai se vai manifestar nas nossas categorias (porque a Realidade nunca esteve ou estará encerrada em definições mentais) e as nossas ideias serão postas à prova para que as possamos ir largando e regressando a um estado de não definição, em que tudo está incluído, em que sabemos que não sabemos o que deveria ou não estar a acontecer, um estado de união com a realidade, uma estado de não julgamento, de ausência de sensações de falta e, como tal, sem necessidade de estratégias de manipulação da realidade, porque tudo está como deve estar. Este é um estado unificado de amor!

É uma violência interna viver através de julgamentos e comparações. Reconhecemos que as nossas estratégias de controle falham e sentimo-nos incapazes, frustrados, magoados. Estes sentimentos fazem com que comecemos a culpar o mundo pelo que sentimos e projetamos esta violência externamente de tão variadas formas.

Queremos coisas do nosso parceiro que ele não nos consegue dar, queremos coisas do mundo que ele não nos está a dar, queremos coisas da família que ela não nos está a dar, queremos em suma que os nossos desejos sejam satisfeitos e raramente acontece como planeado, assim, apontamos o dedo a quem achamos ser o culpado e descarregamos no alvo a nossa dor! Esta reatividade não só não cura, como nos distrai da fonte do problema. É como se empurrássemos a falta de entendimento de uns para os outros, ninguém a quer ver em si, parece mais fácil dizer que “vem dali”, isto perpetua no tempo a violência visível no reino humano.

Usualmente, quanto maior a dor interna mais violentos nos tornamos, temos que reconhecer que a dor não está a vir de fora, mas da forma como estamos a julgar a realidade! Por exemplo, se o nosso companheiro nos deixa, queremos culpá-lo pela nossa dor. Mas a dor está a vir de termos de lidar com o não ter controle sobre a vida, não podemos obrigar os outros a viver em função das nossas vontades. Cada um tem direito de viver como quer e não como nós queríamos que fosse. Se não virmos o que está por trás da dor, vamos sempre projeta-la outra vez. Em determinado momento seremos quase que obrigados a lidar com as áreas menos conscientes em nós já que os nossos padrões internos vão filtrar aquilo a que chamamos o mundo, pelo que vamos ver os mesmos padrões em diferentes cenários. Os julgamentos são expostos para serem vistos e transcendidos, é um processo de trazer à consciência as ideias em que acreditámos para nos definirmos a nós e ao mundo e relembrar com amor que somos Amor e não uma definição mental! É um processo de transparência entre a mente e o coração, é um abrir mão das ideias, das certezas, dos certos, dos planos. Aqui vivemos num espaço de neutralidade, de não-comparação, de aceitação, de liberdade!  

Enquanto andarmos a responsabilizar o político ou o mundo pelo estado da nossa existência só vamos aumentar as nossas sensações de insatisfação e frustração, já que não temos controle algum sobre o que acontece fora, mas…o que vemos fora é um reflexo do que vemos dentro! E temos controle sobre o nosso interior, sobre a forma como decidimos viver: céu e Inferno coexistem aqui e agora, tu escolhes a cada instante em que ambiente queres viver, em guerra com aquilo que sentes que está contra ti ou em reconhecimento das crenças que te fazem sentir a vida dessa maneira: aqui está a cura! Isto é um treino, uma prática, um compromisso, é a verdadeira espiritualidade: relembrar o amor que somos e aquilo que por vezes parece escondê-lo. Relembrar que és livre e que todos também o são!

Como diz a minha mestre: “love is the revolution and the resolution”.

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MARTA CÓIAS
PROFESSORA DE YOGA, MEDITAÇÃO E AUTO-CONHECIMENTO I TERAPEUTA DE CURAS ENERGÉTICAS E CANALIZAÇÃO DE MENSAGENS DE ESPÍRITOS GUIAS l PALESTRANTE E AUTORA – LIVRO: CONTOS DE VERDADE, PALESTRAS – CONVERSAS DE VERDADE
www.martacoias.com
www.facebook.com/marta.coias
martacoias@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019
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Transcender a Violência

1/4/2019

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Transcender a violência é a capacidade de iluminar os aspetos negativos, é transcender a dualidade do eu e do outro, da inferioridade e superioridade. É reconhecer a semelhança e minimizar o impacto do que vem de fora. Por Andreia Almeida

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

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​A sociedade educa para responder à agressão com agressão. Considerar “certo” ou “errado” prende-se na crítica e julgamento. Mas quantas vezes se pára para pensar que ao criticar um ato ou agir da mesma forma se está justamente a entrar no mesmo nível de energia que criou a situação? Quando o ser humano percebe em si mesmo a agressividade tem potencial de se transformar e, ao transformar-se, transforma o mundo à sua volta. A forma como as coisas são percepcionadas depende da subjectividade de cada um. O que para uns pode ser uma boa intenção, para outros pode ser uma ofensa. Reconhecer os “telhados de vidro” pode abrir espaço à compreensão e tolerância.
 
O universo reage a vibrações. É como um espelho gigante que reflete cada pensamento, emoção e acção empreendida e o mundo exterior é o reflexo das crenças interiores. A violência em si, seja de que forma for, é influenciada pela educação, pelo meio, pessoas de referência, genética, pelas experiências pessoais que vão moldar uma personalidade baseada em determinadas crenças. O sistema de crenças é responsável por 95% da mente subconsciente, contra 5% da mente consciente. E, geralmente, a acção/reacção é movida pelos 95%. Hoje sabe-se que o cérebro tem a capacidade de se regenerar – a chamada neuroplasticidade, então, elevar os pensamentos, as emoções e fazer diferente também trará resultados diferentes e o mundo exterior começará a reflectir o amor que se planta e faz crescer. Para viver uma vida plena, repleta de alegria, saúde, amor e realizações primeiro é fundamental acreditar que isto é possível. Depois é uma questão de escolha: mudar ou manter o padrão. Criar uma cultura de sensibilidade e paz é um processo incessante pois diariamente surgem situações que podem corromper essa vontade.
 
Como ligar com a Violência?
Perceber que há muito mais a ganhar escutando, valorizando as diferenças, acrescentando uma visão diferente sem que incomode ou ofenda é transcender o ego, o corpo e a mente. Enquanto existir um “EU” magoado serão magoadas muitas pessoas. As coisas afetam na medida em que se permite. Se alguém tem uma atitude agressiva é porque ela própria não está bem consigo mesma. Retribuindo com ternura, amor, respeito é possível demonstrar ao outro uma forma mais positiva de Ser.
 
Transcender a violência é a capacidade de iluminar os aspetos negativos, é transcender a dualidade do eu e do outro, da inferioridade e superioridade. É reconhecer a semelhança e minimizar o impacto do que vem de fora.
 
Seria ótimo ter uma varinha de condão e fazer a violência desaparecer, mas num contexto terreno onde as consciências ainda estão em evolução, ela existe, o que pode mudar é a perceção individual – a forma como o ser humano se relaciona com o mundo e com a violência.
 
Auto-Violência
É igualmente importante olhar para a violência num sentido mais lato e perceber que, com frequência, o ser humano comete esse ato consigo próprio quando se deixa embriagar por pensamentos e emoções negativas, quando perante a adversidade esmorece, quando perante a agressividade reage na mesma moeda, quando desgasta a sua energia com alguém ou algum assunto que aparentemente não tem solução, quando desconfia das suas próprias capacidades, quando se leva ao limite e não se alimenta a horas e descansa pouco.
 
A violência auto-imposta do viver ansioso, na correria, sem prestar atenção aos sinais do corpo, às lições que a vida tem para oferecer é viver no “sono coletivo” que impede o ser humano de ir além, de se transcender. As emoções negativas (medo, ódio, raiva, etc.) devem assumir-se para evitar a manifestação da doença mas, substituí-las, potencia a qualidade de vida. 
 
Perceber o que o impede de ter a vida desejada é o primeiro passo, mas não a pílula milagrosa. O milagre ocorre com a capacidade de mudar a forma de pensar e de rescrever o capítulo anterior.
 
Afastar a ilusão do “não consigo”, do medo, da crítica, dos sentimentos de vibração menor é aceitar o potencial ilimitado que o universo oferece. É resgatar a força interior e a coragem abrindo espaço para o novo, percebendo que merece e está disposto a progredir. Mudar dá trabalho, faz doer, exige disciplina e comprometimento pessoal mas faz parte do processo de aprendizagem. Viver o novo e comprovar as vantagens expande a consciência e aumenta a confiança.
 
Cada qual deve criar a sua própria forma de superar, dar um propósito e evitar responsabilizar os outros ou o mundo pelo que lhe acontece. Tudo é movimento: a forma de andar, de comer, de falar, pensar e sentir… então que energia estimula em si?
 
A banalização da violência torna o assunto “sem importância” na medida em que é o que “toda a gente faz”, mas como partículas de um Todo podemos questionar: como reduzir a violência? Como criar tecnologia para combater doenças, para construir mensagens positivas para um mundo melhor? Como a superação de um episódio menos feliz pode ajudar outras pessoas na mesma situação?
 
Buda no seu momento de iluminação disse: “Eu, a grande Terra e todos os Seres, Simultaneamente, Somos o Caminho”. Trata-se de inclusão total para uma cultura de não-violência. 
​
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ANDREIA ALMEIDA
TERAPEUTA DE MEDICINAS COMPLEMENTARES E DE SAÚDE I (MTC, REIKI, BIOMAGNETISMO MÉDICO, MUSICOTERAPIA, XAMANISMO, MASSAGEM TERAPÊUTICA)
www.massajart.com
massajart@gmail.com
adalmeid@gmail.com

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Finanças e violência - uma associação inevitável ou um equivoco?

1/4/2019

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O mundo financeiro parece estar carregado de agressividade. Mas o dinheiro não é nada mais nada menos que energia neutra, e a violência que tão frequentemente associamos a ele não passa de um reflexo daquilo que nós somos.
Por Mar Michelle Häusler


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

A minha carreira arrancou no coração do mercado financeiro a trabalhar como "trader" num banco mundialmente reconhecido.  Desde a primeira hora, a violência foi fácil de detetar. Das micro-agressões diárias, a descontrolo e abusos verbais, não é surpreendente que o setor financeiro seja fastidioso para a alma.
 
Competição é o modus operandi dos bancos, fui colocada em posições de competição feroz com um colega por um posto único no banco. O objetivo de um banco (gerar mais lucro) funciona de maneira absolutamente independente da bússola moral que nos guia no quotidiano. Não só é aceitável como é comum, fazer negócios com petrolíferas e empresas de armamento, por si só violentas para o mundo.
 
O mundo financeiro em geral parece estar carregado de agressividade,  não só para aqueles que trabalham no setor, como para toda a população que é confrontada diariamente com decisões de natureza financeira. Logo pela abertura do noticiário, carregado com números negativos acerca de tudo desde índices de desemprego, a taxas de inflação, a preços de combustíveis, somos hostilizados. Este bombardeamento de prognósticos negativos pode, mesmo que apenas de maneira aparentemente subconsciente, ter um efeito significativo na nossa disposição.
 
Cada despesa inesperada, ou a constatação de que nos aproximamos rapidamente do fundo das nossas poupanças, podem fazer parecer que o mundo está a conspirar contra nós, que o dinheiro em si é o nosso inimigo. Uma má situação financeira pode intoxicar a nossa mente e o nosso espírito e tornar impossível o aproveitamento dos bons momentos das nossas vidas, enterrando-nos cada vez mais no ciclo de agressão - o comentário mal-educado, as atitudes vingativas.
 
Durante muito tempo esta associação do dinheiro a uma certa violência contra o espírito, incomodou-me. Desisti do setor financeiro com um desdém pelo próprio dinheiro, vi-o como sujo, (nunca pensei voltar a trabalhar com ele). Acreditei que o dinheiro era a raiz de todo o mal, a causa da fúria, manipulação e ganância.
 
Com o passar do tempo consegui encontrar a paz com o dinheiro. O dinheiro não é nada mais nada menos que energia neutra. Não é mau, nem bom, apenas é. É equiparável ao espelho, que absorve e reflete aquilo que colocamos diante dele. A violência que tão frequentemente associamos ao dinheiro não passa de um reflexo daquilo que nós somos, como nós fomos condicionados a percepcionar o dinheiro e o mundo financeiro, contudo, tal como qualquer outro padrão comportamental, isto também pode ser alterado se nos trabalharmos a nós próprios.
 
Mas antes de começar o trabalho no nosso interior, que é fundamental para alterar a nossa relação com dinheiro, temos de trazer o tema à luz. Existe um taboo à volta do dinheiro que tem de ser quebrado. Todos nós temos de lidar com o dinheiro, não deveria portanto ser um assunto que seja causa para vergonha ou constrangimento, o facto de o ser, apenas demonstra a profundidade da relação do dinheiro com quem nós somos. Temos de voltar atrás e considerar o dinheiro por aquilo que ele é, uma ferramenta.
 
Dinheiro foi originalmente criado para substituir o câmbio de bens , como um mecanismo de troca e comércio. O problema foi a associação de muitas forças, boas e más, a este símbolo.
 
O ser humano tem duas dimensões, o Eu Superior e o Eu Inferior. O Eu Superior usa o poder do dinheiro com o âmbito de criar uma cultura de paz, enquanto o Eu Inferior usa o poder do dinheiro com o objetivo de riqueza, destruição e conflito. O Eu superior consegue entender e utilizar o dinheiro como ferramenta, um meio de cooperação entre diferentes pessoas, O Eu Inferior o entende e usa como meio de manipulação e dominação.
 
Para garantirmos que estamos usando o dinheiro, e não sendo usados por este, é necessário um exercício de auto-reflexão. Devemos perguntar a nós mesmos, como é que nos estamos relacionar com o mundo financeiro e com o dinheiro quotidianamente? Sempre que usamos o dinheiro, torna-se importante perguntar como o estamos usando, e como isso nos faz sentir. O propósito é eventualmente conseguirmos focar a nossa atenção para além do dinheiro; o dinheiro é o meio, mas quais são os objetivos?
 
Um esforço constante e consciente em estar presente, sempre que nos envolvemos com o mundo das finanças, ajuda-nos a alterar a nossa relação emocional com este mundo.
 
Com este esforço, também podemos aos poucos alterar as atitudes de agressividade e violência que tão frequentemente associamos ao dinheiro.

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MAR MICHELLE HÄUSLER
COACH, CRIADORA DE WORKSHOPS E FUNDADORA, GIVE & TAKE LAB
www.givetakelab.com
mar@givetakelab.com

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019
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Competitividade a quanto obriga

1/4/2019

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A Grande Violência Profissional é igual de dentro para fora, muito mais Pessoal e Individual que dos outros em relação a nós. Buscar muito mais o Ter que o Ser, essa é a verdadeira Violência.
Por Jorge Boim


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

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​Por volta da última década do século passado, alguns valores começaram a mudar. A partir de certa altura, começámos a exigir que as notas no secundário fossem as melhores, pois só assim iríamos conseguir entrar num curso superior. Chegados à universidade, a pressão aumentava, o desempenho tinha que ser o melhor, estar nos melhores do curso para, desta forma, podermos ter boas médias e assim encontrar um bom emprego, aquele que nos iria fazer ganhar dinheiro, ter sucesso. Ser Feliz era algo que passava para um papel secundário.
 
Depois de entrar no mercado de trabalho – uma bela expressão, também -, tínhamos que ser bons, muito bons, no que fazíamos para poder almejar uma promoção, mais dinheiro, um cargo, reconhecimento, poder. A disputa com os colegas, a competitividade que teríamos que ter todos os dias, aumentava a cada dia. Tudo era avaliado, medido. Tudo iria contar no momento de passar “à frente” de alguém no caminho para a promoção. A exigência era grande. De tal forma que, para se atingir aquele cargo, aquela promoção, aquele ordenado, valia praticamente tudo. Até mesmo rebaixar, ofender, minimizar quem connosco trabalhava ou, pior ainda, quem estava “abaixo de nós” hierarquicamente.
 
Com esta competitividade exacerbada veio, claro, a violência. Ou melhor, esta forma de viver a profissão – e não a realização profissional – tornou-se violenta, é um (quase) vale tudo contante para se atingir o objetivo: dinheiro.
 
Entramos nesta fase da História com a mentalidade de que o Ser Feliz não importa. O que importa é Ter. Dinheiro. Poder. O sucesso mede-se pelo número de zeros na conta bancária, pelo carro que se conduz, pela casa ou zona onde se vive. Trabalha-se das 8 às 20, saindo de casa às 7 para voltar a entrar às 21. Não vemos os filhos, mas temos dinheiro. Não temos tempo de qualidade com a família, mas podemos comprar férias nas Caraíbas. Não damos nem recebemos mimos de quem nos é próximo, mas somos diretores de um qualquer departamento de uma multinacional de renome.
 
Com isto, assistimos quase impávidos a um constante queixume sobre a segunda feira, a um contar do que falta passar até ser sexta novamente para, no fim de semana, podermos, enfim, fazer o que realmente gostamos de fazer, o que nos traz alguma alegria, alguma ilusão de felicidade para, 2 dias depois começar um novo ciclo de 7 dias em que sentimos exatamente o mesmo que no anterior. Passamos pela “depressão de domingo”, pois a ansiedade e a tristeza de ter que fazer algo que pouco nos diz fazem-se sentir… uma e outra vez, uma e outra semana.
 
E sonhamos acordados. Com o Euromilhões que nos permite ter dinheiro – novamente – de poder sair daquele emprego com o qual não nos identificamos para, finalmente, podermos fazer aquilo que realmente nos deixa felizes. Aquilo que sentimos, bem dentro de nós, Ser o nosso Caminho, a nossa realização, o nosso Sucesso Pessoal e Profissional. Mas, quase nunca, colocamos as mãos à obra para, de facto, lutarmos pela realização do nosso sonho, para sermos Felizes, em vez de Termos… algo.
 
Semana após semana, lutamos contra o ciclo que a vida nos impôs há décadas, andando num trânsito de pessoas velozes nos seus carros, passando à frente de todos para chegar 30 segundos mais cedo ao emprego. Vamos num qualquer transporte público repleto de caras fechadas, de pessoas tristes que vão para o seu trabalho como se fossem para uma qualquer privação de liberdade porque, no fundo, é mesmo que sentem. É mesmo isso que se sente em quase todos os lados, em quase todos os empregos.
 
É esta “vida” – sim, com aspas – que é, no fundo, a maior Violência profissional que temos e sentimos. Não é tanto o chefe ou o colega que nos agride, física ou emocionalmente, que abala a nossa autoestima e autoconfiança, que nos tenta espezinhar para mostrar ao seu chefe que é muito bom e que, por isso mesmo, merece uma promoção, mais dinheiro, mais poder.
 
Não é o colega que anda a beber com o chefe com intuito de, claro, ser promovido à frente de todos os outros mesmo que, saltando à vista, a sua incompetência irá fazer com que seja um chefe igual a outro qualquer que precisar rebaixar os outros para se mostrar forte.
 
A grande Violência é nossa connosco mesmos e assenta a sua força violenta no facto de nada fazermos para ser Felizes a não ser sonhar. Por não lutarmos pela realização do nosso sonho, andando embrulhados num marasmo coletivo em que andamos 5 infelizes e apenas 2, ou 1 e meio, Felizes.
 
A grande Violência é não lutarmos pela nossa Felicidade. E essa, é tanto Profissional como Pessoal.
 
Como diz a frase “Escolha um trabalho que goste de fazer e não terá que trabalhar nem mais um dia na sua vida”.

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JORGE BOIM
HIPNOTERAPEUTA SPORTS MENTAL COACH
www.sportshypnocoach.pt
jorgeboim@sportshypnocoach.pt

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019
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Violência sobre a nossa saúde

1/4/2019

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É primordial que encontremos a nossa fonte de motivação e que mudemos os nossos comportamentos acabando com a violência que no fundo exercemos sobre nós próprios.
Por Ana Jorge


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2019

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​Vivemos num mundo cada vez mais violento, mais exigente e menos tolerante, refletindo-se em guerras entre povos, entre famílias, entre pessoas.
 
Esta é a violência que todos os dias nos entra pela casa a dentro nos noticiários. É a violência da qual falamos no trabalho entre colegas, à qual nos sentimos indignados.
 
Esta é a violência perante a qual nos unimos nas ruas em manifestação de desacordo e punição.
 
Mas, será só este tipo de violência que vivenciamos? E a violência que exercemos sobre nós próprios? Haverá maior violência que aquela que exercemos sobre a nossa saúde?
 
Mesmo que não nos consideremos pessoas violentas, porque nos permitimos ser violentos connosco próprios? Com o nosso próprio ser? Com o nosso corpo, verdadeira e única casa?
 
Os meios que nos informam acerca da violência no mundo são também os mesmo meios que nos informam sobre as práticas e comportamentos positivos, hábitos mais saudáveis que devemos adoptar em prol de um estilo de vida mais saudável, em prol de mais saúde.
 
Na verdade, no mundo de hoje não podemos evocar falta de conhecimento. A informação está ao nosso alcance, todo o dia, a todas as horas.
 
Mesmo assim, porque teimamos em fazer escolhas menos acertadas?
 
Insistimos em nos alimentar mal, da forma mais conveniente possível, sem atender a requisitos de qualidade ou quantidade. Fazemo-lo de forma muitas vezes consciente sem pensar nas consequências. No fundo temos ou não temos consciência que uma refeição rica em gordura e açúcar nos irá prejudicar e afetar a nossa saúde? Na verdade…temos. Assim como temos noção que uma vida sedentária nos é prejudicial e continuamos muitas vezes a preferir o sofá a uma caminhada.
 
Exigimos do nosso corpo funções num contra-ciclo, desrespeitando muitas vezes o normal funcionamento do nosso corpo. Elevamos os nossos níveis de stress, levando o corpo a estados de exaustão quer física quer emocional.
 
Pois bem, estará o leitor neste momento a pensar que afinal poderá ser uma pessoa violenta, não com os outros mas consigo próprio, com o seu corpo, com a sua saúde.
 
Contudo, como em tudo na vida, existe um lado positivo. A mudança está ao nosso alcance e cabe-nos a nós dar o primeiro passo!
 
Reordenemos valores, reordenemos prioridades e sejamos o nosso próprio agente de mudança!
 
Na verdade a mudança poderá não ser uma ação simples, poderemos ter dificuldade em encontrar a nossa motivação. A razão pelo qual iremos ter uma alimentação mais saudável, iremos iniciar uma atividade física regular, iremos abrandar e até meditar.
 
E mesmo não sendo uma tarefa fácil é algo que não devemos deixar para depois. Não fique à espera que a vida o alerte.
 
Trata-se do nosso EU, da nossa Saúde, do nosso Bem Estar. É primordial que encontremos a nossa fonte de motivação e que mudemos os nossos comportamentos acabando com a violência que no fundo exercemos sobre nós próprios.
 
Contudo, tenhamos sempre presente que  independentemente da nossa fonte de motivação, a mudança deverá ser sempre por nós, por si! O que sente, o que gosta, o que o motiva o que o move deve estar sempre presente e deve ser a razão pelo qual muda.
 
Quantas tentativas falhadas se devem por queremos agradar aos outros em vez de atendermos ao que realmente é importante para nós?
 
Assumamos o papel principal da nossa vida. Tomemos as rédeas e conduzamos de encontro aos nossos objetivos. Porque a vida dá-nos a oportunidade de parar e refletir...resta-nos aproveitar decidir  e Progredir!
​
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ANA JORGE
NUTRICIONISTA E WELLNESS COACH
www.facebook.com/nutrihealthcoaching
nutrihealthcoaching.anajorge@gmail.com

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