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Independência (ou) rede

1/10/2012

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O conceito da independência como uma perceção criada pela necessidade de afirmação do homem, na construção da sua individualidade. 
Por Carlos Lourenço Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Há conceitos interessantes. Ou ideias. O problema com as ideias é largar as antigas e acolher as novas ideias (quando justificam o abandono das antigas). A independência é uma ideia, uma perceção desejada. Independência não tem a União Europeia no que se refere ao abastecimento energético. Depende do fornecimento de gás russo (dependência da ordem dos 37% das necessidades). Resultado: a um suspiro russo (já ocorreu) povos da europa (do norte) passaram frios no inverno. Bonito. Duro. Mas foi, e pode tornar a ser.

Independência ou graus elevados de autonomia são coisas diferentes. Autonomia financeira de filhos em relação a pais (ou a avós) é coisa boa. Independência (financeira, emocional, afetiva) é coisa diversa. Empresas independentes, aonde? Dependem, desde logo de clientes (ou de fornecedores). Dependem dos mercados. Da procura e da concorrência. Sossego, na empresa, é sinónimo de estagnação e definhamento (a prazo, curto ou médio). Sossego significa desprezo (ou falta de atenção) pela inovação. Cresce, no sossego, o grau e níveis de risco. É empresa a prazo. Vai deixar de ser. Independência? Ou interdependências?

Dependemos uns dos outros. Hoje, gente normal, de bom ar e comportamentos aparentemente educados, causam problemas sociais. Se um lança uma beata de cigarro para o chão, não cria problema. Se forem muitos, nasce um problema de lixo. Nasce um problema de saúde ambiental. A dimensão do número causa sarilhos na gestão dos sistemas. Hoje, vivemos em sociedade urbana – mesmo em contexto rural, exigimos redes urbanas – e, neste contexto, dependemos todos do bom funcionamento das redes. Dependência, articulação em rede, suportes sociais para satisfação de procuras individuais ou coletivas, são os conceitos e práticas contemporâneas prevalecentes, dominantes, exclusivas. Viver de forma independente nunca ocorreu. São perceções inadequadas.

O ser humano iniciou-se vivendo em bando. Foi coletor e caçador, em bando. Associou-se em clã. Progrediu em tribo. Fez nascer o Estado como desejo de afirmar as relações interpessoais suportadas em mérito, renunciando às relações de parentesco (as cunhas). Afirmou-se em nação (ideia?). Está a regressar à individualidade em rede. Dependendo do funcionamento das redes e da prestação de cada um para bom resultado coletivo. O bem-estar coletivo depende da melhor prestação de cada um. Independência? Ou interdependências crescentes?

Tudo são sopros de vida. A vida é um sopro. Uma boa vida é aquela que se reconhece num contexto de maior e melhor rede social de apoio. Da família, dos amigos, dos colegas na profissão. Da busca partilhada de realização emocional e profissional. Em rede. Em interdependência de respeito, consideração mútua e permuta (nos bons e maus momentos).

Independente ou só, com certeza, o morto.
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Carlos Lourenço Fernandes
Professor, Escritor, Conferencista 
clfurban@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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Quero ser independente,mas tenho medo!

1/10/2012

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No século XXI, podemos pensar que qualquer um sabe o que é a independência e, mais do que isso, sabe como vivêla e aproveitá-la. Só que, mesmo no século XXI, ainda há quem confunda independência com solidão ou falta de amor. Também há quem queira ser  independente, mas não consiga. Por medo ou por não saber como. 
Por Sofia Frazoa

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Os números revelam que, até ao momento, só este ano já foram mortas 26 mulheres por companheiros ou ex-companheiros. Apesar de não terem aumentado desde 1995, os números da violência doméstica mantêm-se elevados e as agressões, por sua vez, são cada vez mais violentas. A parte, aparentemente, positiva é que as denúncias às autoridades têm aumentado, o que demonstra que as vítimas (sejam mulheres ou homens, embora estes em muito menor número) começam a perder a vergonha de se exporem e de procurarem ajuda. Para estes números não há classes sociais, idades ou níveis de escolaridade. Há, isso sim, insegurança, falta de autoestima, autoritarismo e intolerância à frustração, algumas das características que os especialistas atribuem aos agressores. Do lado das vítimas, para quem também os especialistas dizem haver um perfil, normalmente está o medo, a baixa autoestima, a vergonha e a culpa. E a ilusão de que, em breve, tudo vai mudar e vão conseguir ser felizes… com a mesma pessoa que hoje as agride.
            
Olhando para estes números e vendo as tristes notícias de mortes e violência doméstica, muitos de nós pensam que, afinal, não estão assim tão mal. Só não nos podemos esquecer que a violência não é só física e que o “vale mais só do que mal acompanhado” continua a fazer sentido quando o que está em causa é a independência do nosso SER.

1 – Amar é diferente de depender e rima com liberdade
Definir o amor é o que os poetas têm tentado fazer ao longo dos séculos e até hoje não se encontrou uma definição que agrade e sirva a todos. Sendo o amor um sentimento e, portanto, muito pessoal, só a própria pessoa consegue aferir se está a amar e o que é, para si, o amor. No entanto, se o amor é suposto trazer bem-estar, por oposição há coisas que sabemos que o amor não contempla. Uma delas é a dependência que nos anula e deixa sem rumo próprio. Amar deveria ser sinónimo de liberdade ou, pelo menos, de liberdade suficiente para podermos ser quem somos e não nos sentirmos culpado/as por isso. Pergunte-se: nesta relação, o outro respeita-me e dá-me a liberdade suficiente para ser quem sou? E eu faço o mesmo comigo e com o outro?

2 – Há mais violência além da física
“Só porque o outro não me bate, penso que não sou vítima de nenhum tipo de violência”. É um pensamento comum, mas completamente errado. Se o outro me manipula, humilha, subjuga e não me dá direito à individualidade e à independência, está a exercer violência sobre mim. Pode até oferecer presentes e mostrar arrependimento logo a seguir (muito típico na violência doméstica), mas não se controla e volta a “errar”, desculpando-se com ciúmes, impulsividade descontrolada e o grande amor que tem por mim. Pergunte-se: alguém tem o direito de me controlar e manipular, por muito amor que me tenha? Estou mesmo a amar o outro ao controlá-lo e manipulá-lo ou estou a agir por posse, medo e insegurança?

3 – Independência é sinónimo de solidão?
É muito comum confundir-se o ser independente com ser solteiro/a, estar sozinho/a (ou “encalhado/a”, como de vez em quando ainda se ouve) ou viver na solidão. Podemos estar bem sozinho/as e com a nossa independência, ainda que as relações sejam fontes importantíssimas de aprendizagem e de crescimento (cuidado para não confundir a repetição de padrões e mágoas com essa saudável aprendizagem). Podemos estar numa relação e continuarmos a ser independentes, não é necessário sermos gémeo/as ou siamese/as do/a parceiro/a. Pergunte-se: independentemente de ter ou não uma relação, consigo manter a minha independência ou sinto-me profundamente só e desorientado/a sem a presença do outro? Que experiências me levam a associar independência a solidão?

4 – Se a relação acabar, o que vai ser de mim?
Esta é uma das grandes questões que muitas das vítimas de violência doméstica se colocam. Os estudos revelam também que, a nível de trabalho e vencimentos, as mulheres têm situações mais precárias do que os homens e, por isso, mais dificuldades em manterem-se sozinhas. Não é a única razão, mas um dos motivos principais para algumas pessoas manterem relações que as fazem infelizes. Para outras pessoas, a dor emocional da perda é tão profunda que não conseguem imaginar nada mais além daquela pessoa ou relação. A autoestima é baixa e é difícil pensar que mais alguém, alguma vez, vai querer estar com elas. E reforçam-se as lembranças positivas, ignorando todas as agressões (físicas, psicológicas e verbais) e maus-tratos. Pergunte-se: quem me poderia ajudar se eu tomasse a decisão de ser independente (incluindo família, amigos, instituições)? Além dos momentos bons, que guardarei como experiência, quais foram as situações de dor por que passei que não posso admitir a esta ou a nenhuma pessoa?

Estas crenças - umas absorvidas com a educação, outras aprendidas com experiências de vida dolorosas - levam a que haja pessoas que, por muito independentes que gostassem de ser, simplesmente não conseguem. Sejam quais forem as tendências do momento (se já foi moda o casamento e agora é a união de facto; se a família tradicional deu lugar a novos modelos de família, etc, etc), o importante é cada um assumir quem é e onde está neste momento. Onde estamos agora pode significar que precisamos da nossa independência ou que, simplesmente, de momento temos de abdicar dela. Mas há sempre uma luz ao fundo do túnel.
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Sofia Frazoa
Terapeuta
www.caminhosdaalma.com
caminhosalma@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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Espiritualidade e religião

1/10/2012

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Uma pessoa pode ser espiritual sem ser praticante de qualquer religião, pois a espiritualidade apesar de muitas vezes relacionada com a religião, mantém a sua independência como um fenómeno de cariz individual, relacionada intimamente com o Ser Humano, com a sua consciência sem dogmas, ritos e regras.
Por Ricardo Fonseca


in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Neste artigo falar-se-á sobre a independência da espiritualidade face à religião, explorando os dois conceitos que se relacionam intimamente pela sua complementaridade.

Já foram realizados muitos estudos sobre as temáticas da religião e espiritualidade tentando perceber qual a relação entre elas e utilizando vários padrões de estudo, como por exemplo a conceptualização e a proximidade com o sagrado e o transcendente.

A religião é definida como uma ligação entre a humanidade e uma entidade superior podendo ser abordadas algumas designações históricas para a atribuição deste significado: um poder sobrenatural para com o qual o indivíduo está motivado ou comprometido; um sentimento presente no ser humano que concebe esse poder superior e os rituais carregados de respeito por esse poder.

Praticar uma religião implica a adesão a um conjunto de crenças e práticas relativas a uma determinada igreja ou instituição religiosa organizada, isto é, a religiosidade incluiu aspetos individuais e institucionais.

Na religião há uma experiência humana condicionada a dogmas, ritos, códigos morais e grupos de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e celebram a sua ligação ao divino da mesma maneira. Existem inúmeras religiões e dentro de cada religião professada existem ramificações, como exemplo no Cristianismo existe a variante católica romana e a protestante.

A espiritualidade tem como definição a relação estabelecida por uma pessoa com um ser ou força superior na qual acredita sem ter necessariamente uma ligação a uma instituição organizada. Vários autores abordaram a compreensão da espiritualidade baseando-se em três categorias: uma espiritualidade orientada para Deus onde os pensamentos e as práticas são permitidos pela teologia; uma espiritualidade orientada para o mundo onde se realça a relação com a natureza e a ecologia e uma espiritualidade humanista, orientada para as pessoas realçando as aquisições e o potencial humano.

A espiritualidade, sendo uma experiência humana universal, pode identificar-se com a transcendência pessoal, sensibilidade extra consciente e a fonte de sentidos para eventos da vida. Relaciona-se com os atributos do espírito humano como a razão, emoção, consciência e autoconsciência e também com as virtudes como o amor, compaixão, solidariedade, generosidade, perdão e justiça.

Salienta-se nesta relação da espiritualidade com a religião que a espiritualidade é uma experiência humana do sagrado, transcendente e divino e a religião é a forma como o ser humano organiza e vivencia a sua experiência de transcendência.

Na religião há uma direção para as crenças de cada ser humano, que comungando da mesma espiritualidade, seguem as regras e normas estabelecidas por uma organização e/ou instituição, não havendo grande margem de manobra para o ouvir e deixar fluir a nossa consciência.

Na espiritualidade associa-se ao sentido de consciência, de se ouvir a nossa voz interior questionando tudo aquilo que nos rodeia, indagando a Vida; também nos faz sentir em paz com a descoberta da verdade baseando-se em confiança e fé. É neste encontro de cada ser humano consigo mesmo que se sente liberdade, vive-se no presente e encontra-se o ente/força superior no nosso interior.

Os valores da espiritualidade criam a união entre as pessoas em torno de um objetivo comum de superar o sofrimento humano independentemente da sua raça, género e religião.

Segundo Leonardo Boff, “a espiritualidade é uma dimensão de cada ser humano que se revela pela capacidade de cada um de nós comunicar com o seu coração, traduzindo-se em amor, sensibilidade, compaixão, escuta do outro, responsabilidade e a atenção pela nossa atitude”.

O Papa João Paulo II referiu numa conferência que a espiritualidade do ser humano sentia-se através da sua responsabilidade pessoal pela própria vida, pela justiça, pela paz e pela ordem moral do ambiente e da sociedade, caracterizando assim um ser com consciência do sentido da vida.

Dalai Lama, mestre do budismo que é considera uma filosofia de vida invés de religião, abordou a relação entre a espiritualidade e religião através de uma simples metáfora: “O manto deve ser cortado para se ajustar aos homens. Não são os homens que devem ser cortados para se ajustar ao manto.”.  

Ao longo das leituras dos vários artigos sobre esta temática foi transversal a ideia chave da relação entre a religião e a espiritualidade.

A espiritualidade é o motor da mudança interior do ser humano e a religião é a forma de viver a nossa espiritualidade, sendo que podemos viver a nossa vivência espiritual sem pertencer ou praticar qualquer religião.
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Ricardo Fonseca
Enfermeiro / Escritor
http://escritadoautoconhecimento.webnode.pt
percursosdevida@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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Eu escolho viver sozinho

1/10/2012

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Numa altura em que as condições sociais estão em mudança, não só pelas questões económicas mas também pela mudança de paradigma que até agora regeu a nossa sociedade, seja pelo aumento do número de divórcios seja por uma escolha pessoal porque nem sempre relacionarmo-nos com os outros é fácil, viver sozinho é cada vez mais uma escolha.
Por Maria Melo
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Fala-se do medo da solidão mas a verdade é que nascemos sozinhos e morremos sozinhos, no sentido em que apesar de muitas vezes estarmos rodeados de outros, é connosco próprios que temos uma relação inquebrável e duradoura desde o dia em que nascemos, até ao dia em morremos. Desta forma, será que viver só é sinónimo de solidão? Ou pode também ser uma escolha independentemente de a sociedade ter criado um formato onde o padrão de família é o mais aceite e comum, logo escolher estar só, seja solteiro, divorciado ou viúvo é visto como algo de errado. A verdade é que os números aumentam e nos últimos 10 anos assistimos a um crescimento de 37.3% (Censos 2011) de pessoas a escolherem viver sozinhas.

Será que os motivos que nos levam a escolher viver com o outro continuam a ser a vontade de partilhar uma vida a dois, de construir um ambiente saudável para o crescimento e desenvolvimento de ambos? Existem estudos (Rosário Mauritti) que revelam que ainda é grande a percentagem daqueles que escolhem viver a dois pela facilidade da divisão das despesas e por receio de ficar só. Mas os números começam a inverter, talvez porque começamos a mudar o significado da palavra solidão para a palavra liberdade. Estamos a construir uma sociedade mais livre nas escolhas de com quem se quer estar e viver da forma que mais nos conforta e nos faz feliz.

Bo Söderberg, investigador sueco do Institute for Housing and Urban Research (IBF), da Universidade de Uppsala, aponta várias razões. Por um lado, um padrão de vida mais elevado "permite que se façam escolhas livres", significando que os jovens têm capacidade de ficar sozinhos por mais tempo. E as famílias também podem separar-se mais facilmente "se não estão forçadas a estar juntas por razões económicas". A taxa de emprego é semelhante entre homens e mulheres, o que significa que "economicamente, as mulheres são tão independentes quanto os homens e podem escolher onde viver, como viver e com quem viver”, lembra o investigador.

Apesar de começarmos a ver a mudança, ainda é mal aceite socialmente pelos mais velhos aquele que aos 35 anos viva sozinho, não existindo por vezes a perceção de que pode ser uma escolha pessoal e não um Karma. Somos confrontados com a diferença das gerações mais antigas, aonde a vida a dois era algo instituído.

Viver sozinho não é sinónimo de ser solitário ou estar isolado. Frequentemente, é o inverso que acontece. A possibilidade de escolha por uma vida independente acaba por promover uma intensificação dos laços e das trocas que se estabelecem na intimidade, como refere Rosário Mauritti. Levando até a um maior envolvimento social e cívico.

Talvez nem todos tenhamos a vontade e apetência para vivermos sós, a personalidade de cada um é sem dúvida um fator determinante nessa escolha. A necessidade maior ou menor de dependência no relacionamento com os outros através dos laços sociais que estabelecemos uns com os outros.

A mudança do paradigma cria desta forma um ser humano mais independente e mais autossuficiente, o que leva à mudança na forma de ver a vida a dois, as ligações e as relações familiares. Percebemos hoje que não precisamos de renunciar à nossa individualidade por nada nem ninguém. Podemos hoje viver a nossa liberdade na escolha.

"Aquele que conhece a arte de viver consigo próprio ignora o aborrecimento." - Erasmo

"A solidão é o império da consciência." - Bécquer , Gustavo
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Maria Melo
Life Coaching
www.akademiadoser.com
mariamelo@akademiadoser.com

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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8 mandamentos para o sucesso de um trabalhador independente

1/10/2012

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Os princípios fundamentais de uma vida de trabalhador independente são o significado, satisfação e resultados que procuramos quando desenharmos o nosso mapa e escrevermos a nossa história. 
Por Júlio Barroco

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Ser trabalhador independente (TI) hoje em dia é uma aventura. Quais os princípios fundamentais e os 8 mandamentos de sucesso:

Amar. É o ovo de Colombo, o sopro de vida, a alma mater de tudo o que fazemos. Amar o que fazemos é a garantia de excelência, qualidade, novidade e frescura no nosso trabalho. Pagaria para fazer o que gosta? E na realidade pagamos, sempre que aplicamos o nosso tempo sem desejo de retribuição que não a de fazer crescer a onda de Amor, em nós e nos outros, recebendo essa energia multiplicada. Se compreendido é um princípio muito prático, o mais prático que poderemos aplicar. Desde um olhar, num gesto, numa palavra ou num simples pensamento, até nos bens e serviços que prestamos, por nós e pelos outros.

Sonhar. Toda e qualquer realidade antes de materializada é idealizada, desde as ínfimas às maiores coisas. Um dos exercícios que poderá fazer é o da tempestade de ideias, vulgo Brainstorming. Um exemplo: definir a questão “Que preciso de fazer para ser mais produtivo?”, e com um grupo de amigos em quem confie gere um mínimo de 50 soluções, sejam comuns, ridículas, absurdas ou brilhantes; depois escolha as melhores, e decida implementar imediatamente pelo menos uma delas. Também pode fazer este exercício a sós. Que situação gostaria de resolver com uma solução única e para lá daquilo a que está habituado/a? Que outros grandes sonhos estão ai alojados em si, à espera de conhecerem a luz do dia?

Acreditar. Aquilo em que acreditamos é determinante para o que alcançamos. Uma das decisões de maior impacto nas nossas vidas é decidirmos aquilo em que queremos acreditar.

“Decidir aquilo em que quero acreditar? Eu acredito apenas no que é verdade!”

A forma como percecionamos a realidade aparentemente comum é distinta, única e dependente dos filtros pessoais de cada um de nós, não apenas ao nível biológico como comportamental. Uma pessoa pode ver um pedregulho inestético num bloco de granito, enquanto outra vê uma obra de arte, e cria-a.

Ser capaz de acreditar, mesmo que só, é uma das competências mais importantes do TI. Desenvolva a capacidade de acreditar no que o/a serve, através de leituras, vídeos, troca de ideias com quem possa aprender e também ensinar, desenvolvendo um intencional otimismo!

Organizar. A capacidade de planificação e a disciplina fazem parte das características mais importantes de um trabalhador independente! Sempre que fizer um bom plano, concentre-se no que verdadeiramente importa, seja mais produtivo, vai sentir-se mais sereno e seguro do caminho que está a seguir e vai sentir-se mais capaz de criar!

“Não gosto nada de planos rígidos, quero ser trabalhador independente precisamente para ter liberdade!”

Não se deixe iludir pela natural aversão que muitas vezes temos ao compromisso, influenciados pela procrastinação e perfecionismo! Não se trata de desenhar a régua e esquadro uma rotina, antes de definir rumos e estratégias concretas de ação, evitando cair nos extremos de sobrecarga de trabalho ou de ócio, que na ausência de um guião flexível para o que pretendemos fazer se tendem naturalmente a instalar. Uma planificação realista e flexível deve conciliar resultados e satisfação, trazendo mais de cada!

Agir. É a etapa determinante e que sustenta todas as precedentes e influencia as que se seguem, sem ela não existem satisfação ou resultados! Podemos amar, sonhar e explorar, organizar planos até à exaustão e ínfimo pormenor, sem ação não existe concretização!

Explorar. Um TI é o timoneiro do seu navio. O desejo de o conduzir por entre mares e oceanos por explorar é uma das caraterísticas mais importantes do sucesso. A exposição ao desconhecido, à novidade, ao imprevisto. Querer aprender a desenhar o mapa da viagem já no caminho fazendo-o, passando de olhos bem abertos pelos lugares que nunca antes viu. Procurar as soluções que outros já encontraram, apropriar-se do que lhe interessa e avançar para as suas, sentado nos ombros dessas viagens que outros já antes fizeram.

Seja corajoso/a, e avance rumo à novidade e ao incerto! É uma das maiores satisfações de se ser um TI e viver como um/a! O que é que gostaria de explorar? Que viagem ainda não fez na sua atividade e anseia por fazer?

Persistir. Não existe viagem sem turbulência ou tempestade. Há etapas em que tudo parece ir bem, outras em que nada parece resultar. Os ciclos da existência não podem ser eliminados, querer fazê-lo é como esperar que todos os semáforos de uma via estejam verde antes de decidirmos atravessá-la.

Use as lições anteriores. O que pode fazer para continuar no seu caminho na presença de adversidades? Que soluções pode implementar? Que situações pode deixar ir? O que é que está disposto a fazer já, para inverter um rumo que o desvia dos seus sonhos?

Jardinar. Como um agricultor, ou jardineiro. Mais do que uma profissão, queira ter uma missão, vivendo-a. Queira criar elos de ligação entre você, os seus clientes e o mundo, nas várias dimensões deste. Fazer florescer o bem através das nossas ações e contribuir para algo que nos transcende, algo maior, um legado de que nos possamos orgulhar, para nós e para os que hão de vir. O que gostaria de ter feito no final dos seus dias? E hoje, o que quer fazer?
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Júlio Barroco
Coach, Consultor, Formador, Autor
“Sonhar sem Agir é como Amar sem Cuidar”
http://www.juliobarroco.com 
welcome@juliobarroco.com 
https://www.facebook.com/juliobarroco

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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O dinheiro e o seu valor limitado

1/10/2012

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O dinheiro tenta a toda a hora escravizar-nos, assumindo-se como dono e senhor das nossas vidas, muito em especial quando dele dependemos diretamente não apenas para obtermos bens e serviços que sirvam a nossa comodidade como para a nossa própria sobrevivência. 
Por Nelson S. Lima

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Com o desenvolvimento da sociedade de consumo, o dinheiro tornou-se imprescindível. Ele chega-nos através do nosso salário ou dos nossos empreendimentos e sai sob a forma de gastos ou de investimentos. Ele circula assim através de uma intrincada rede de "agentes" (pessoas, bancos, empresas e outras organizações humanas) e o segredo para lidar com ele parte da nossa capacidade de, não nos viciando nele (como acontece com muitas pessoas), gerirmos inteligentemente a sua entrada e saída dos nossos bolsos (ou da nossa conta bancária).

Estamos de tal modo envolvidos com o dinheiro que com ele apostamos muita coisa, assumindo até riscos maliciosos como acontece no jogo.

A maioria das pessoas reconhece o valor do dinheiro e sabe usá-lo com discernimento tendo em conta que se trata de um meio de troca e não um fim em si mesmo. Umas quantas, porém, mais avarentas e viciadas no valor patrimonial que o dinheiro representa, preferem amealhá-lo, não sob a forma de poupança, mas como objeto colecionável, intocável e até de "adoração".

Em tempos de crise como os que vivemos, o dinheiro está presente em permanência. Li algures que, em média, pensamos nele (consciente e inconscientemente) centenas de vezes por dia, quanto mais não seja para pagarmos os nossos mais diversos consumos. Visto dessa forma, o dinheiro pode ser entendido como um vírus mental pois de tanto pensarmos nele deixamos que se apodere de nós (e das nossas escolhas e decisões).

E assim, dependemos do dinheiro não apenas porque é um meio que permite transações como se estabeleceu na nossa mente quase como uma instância obsessiva. É dessa forma que o dinheiro chega a provocar deslumbramento e a motivar as mais diversas reações desde o vulgar roubo até à compra compulsiva.

O dinheiro apresenta-se de tal forma infiltrado na nossa sociedade que poderemos ser tentados a teorizar que, sem a sua existência, talvez pudéssemos ser mais livres e felizes. Por outro lado, não deixa de ser um invento francamente útil dado que ele representa bens e valores que de outra forma não poderiam ser transacionados.

Mais importante do que o dinheiro em si mesmo é, porém, a forma como o poderemos obter honestamente através do nosso trabalho, seja ele mental ou braçal. O salário é a forma mais comum de o conseguirmos. As escolas estão cheias de crianças envolvidas num processo intensivo de produção de trabalhadores, futuros geradores de dinheiro. É para isso que muitos pais querem que os seus filhos tenham bom desempenho académico (na verdade, boas “notas”) para que um dia possam ganhar dinheiro, se possível muito dinheiro. Infelizmente esta utilização do ensino como trampolim para conseguir dinheiro chega a perverter a finalidade da educação.

Isto remete-nos para um outro pensamento: a de que não deve ser o dinheiro que devemos perseguir mas o de um propósito mais nobre que é o de sermos capazes de produzir algo de útil para a sociedade que, em troca, nos pagará… com dinheiro. A essência do talento reside nessa distinção entre o que é alcançado através da paixão com que nos entregamos a algo produtivo e o que é conquistado tendo em vista apenas o dinheiro que isso nos pode oferecer.

Diz o povo na sua sabedoria milenar que “quem trabalha por gosto não cansa”. Significa isto que é o prazer da realização que deve motivar-nos. Movidos pela paixão acabamos por chegar mais próximo e até atingirmos a perfeição. O nosso valor será então reconhecido e em troca teremos não apenas o reconhecimento e a admiração dos outros. É que isso não deixa de valer dinheiro, por vezes mesmo muito dinheiro.

Se assim fizermos, se nos dedicarmos a algo socialmente útil, seremos recompensados. Pode ser um salário como podem ser muitas outras formas de distinção que direta e indiretamente se transforma facilmente em dinheiro.

Será pois desejável que centremos as nossas energias na conquista do reconhecimento e da recompensa mais do que na focalização do dinheiro. Se trabalharmos “apenas” para ganhar dinheiro ficaremos escravos dele. Todas as nossas energias serão para ele canalizadas, muitas vezes até ao esgotamento total. A busca pelo dinheiro – seja de que forma for – desestrutura-nos a alma e pode transformar-nos em vilões, em pessoas “avarentas” e preocupadas funcionando como peões do xadrez capitalista.

O dinheiro - e as suas diferentes formas de representação - é, para já, insubstituível. Sem ele não poderemos viver. Daí o desespero de quem não consegue ter um emprego pois é uma das formas mais fáceis de o obter.

Mas ter um emprego é algo mais do que um meio para chegar ao dinheiro. O trabalho, sobretudo o trabalho produtivo, é que é o garante da sobrevivência mas também da fama que tantos procuram. Daqui resulta que, se quisermos ser livres, deveremos centrar-nos no autodesenvolvimento e na melhoria dos nossos recursos, habilidades e conhecimentos. É isso que nos tornará ricos enquanto pessoas independentemente do pouco ou do muito dinheiro que consigamos obter em troca.

Todos os estudos apontam para o facto de que, em menos de um ano, as pessoas que se tornam milionárias nos jogos de lotaria não se sentem mais felizes do que antes. Em muitos casos as suas vidas tornaram-se até mais complicadas e atormentadas. O valor do dinheiro, sob o ponto de vista da psicologia humanista, é pois limitado.
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Nelson S. Lima
Presidente Executivo (CEO) do European Intelligence Institute; Diretor na Europa do CINEAC Centro de Inovação Educacional Augusto Cury (Brasil); Professor de Neurociência, Coordenador e Orientador na Universidade do Futuro (Brasil)

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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Independência nos relacionamentos

1/10/2012

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Se nada há de mais livre do que o Amor, porque será que existem relacionamentos amorosos em que de certa forma nos sentimos aprisionados ou por vezes até mesmo sufocados? 
Por Maria José Costa Félix

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Só gradualmente vamos tomando consciência de que cada um de nós tem um caminho próprio a percorrer. O essencial não é haver alguém especial ao nosso lado, mas que o vamos percorrendo. E que aqueles com quem nos encontramos de forma significativa nos ajudem a percorrê-lo cada vez com mais honestidade, coragem, independência. Fieis ao que somos no fundo de nós mesmos.

Quantas vezes, porém, não ansiamos acima de tudo por encontrar a chamada alma gémea, alguém com quem fundir-nos totalmente?

Crescer nesta consciencialização gradual implica uma transformação contínua da forma como nos olhamos ao espelho da verdade que nos habita desde o momento do nosso nascimento até ao da nossa morte. Verdade essa maior do que aquilo que pensamos, desejamos, sentimos, fazemos.

Trata-se de um repensar contínuo sobre o ajuste – ou não – dos nossos comportamentos com as nossas convicções profundas:

Até que ponto é que eu tenho mesmo amor a esta pessoa por quem estou apaixonado e ela a mim? Existirá mesmo para ambos um chão real a partir do qual cada um de nós vá podendo crescer e – consequentemente – ir alimentando o nosso relacionamento?

Só através de experiências de encontro e desencontro, altos e baixos, ganhos e perdas, estados felizes e infelizes, que a vida nos vai proporcionando, poderemos saber se um determinado relacionamento - dito de amor - o é de facto.

Quantas vezes, esse assim chamado amor parece fugir-nos, dizemos Perdi o meu amor e sentimo-nos insatisfeitos, ansiosos ou até desesperados por não estarmos apaixonados, em fusão com alguém a quem nos agarramos e por quem somos agarrados?

Só com o passar do tempo podemos ir aprendendo que, quando no final de um relacionamento, o que acontece é que deixámos de poder viver o Amor através de uma determinada pessoa, mas não que perdemos o Amor. Porque é dentro de nós que ele se encontra, sempre à espera que o descubramos.

A fome de Amor que todos sentimos no fundo não é por falta de quem nos faça vibrar, mas sim por falta de um encontro profundo connosco mesmos. Com o Amor sem fim cuja vibração está na origem de toda a vida – e por isso a sentimos indispensável -, mas nos transcende, portanto nunca podemos agarrá-la.

Essa fome existe precisamente porque nos é necessária para conhecermos a nossa essência e sabermos o que é sermos fiéis a nós mesmos.

Vários são os caminhos por onde a vida nos leva até percebermos que não é esquecendo-nos de nós “por amor” seja a quem for que podemos deixar de viver esfomeados de amor.

Equilibrar a fidelidade a si mesmo com a fidelidade ao outro nem sempre é porém fácil, porque tendemos a dar mais importância ao que fazemos do que ao sentido íntimo dos nossos atos, olhamos mais facilmente para fora do que para dentro de nós mesmos.

Daí que, tantas vezes, nos vamos afastando do nosso centro, do caminho por onde a pouco e pouco poderemos ir descortinando o sentido para a nossa vida, razão última de todos os nossos relacionamentos.

E daí que em geral pensemos que ser fiel se resume a corresponder a um determinado papel relativamente a alguém.

Mais do que fazer isto e não aquilo, a verdadeira fidelidade é um caminho, que consiste em acreditar que existe um projeto impresso no mais profundo de cada um de nós. Cada um tem uma missão específica que o ultrapassa.

E, a nível de casal, ser fiel é procurar criar um face a face equilibrado em que - num quotidiano sem conflito onde simplesmente haja uma entrega daquilo que pode ser dado sem esforço - cada um se abra para o outro mas sempre a partir de um centro de onde, porque nele mesmo, pode irradiar sem perder a sua identidade.

Em vez de nos relacionar-mos a partir desta fidelidade em que mutuamente nos estimulamos no sentido de cada um se realizar em todos os campos possíveis, quantas vezes porém não nos agarramos um ao outro sobretudo para não nos sentirmos sós?

Alcançar esta autonomia existe uma longa aprendizagem interior feita exclusivamente à custa do próprio.

Mas só se esse processo de crescimento individual se for desenrolando poderemos deixar de depender seja de quem for e para o que for. Saber que o bem-estar, a felicidade, o Amor, não é fora de nós que se encontra, mas sim dentro.

Até lá, tendemos a sentir necessidade de alguém a quem, seja de que for, nos agarremos. E, entretanto, poderá haver gestos chamados de infidelidade que, embora possam prejudicar a aprendizagem, também poderão acelerá-la…

Ser infiel àquele com quem se tem uma relação especial tanto pode ser relacionar-se sexualmente com outra pessoa como não o ajudar a alcançar a sua dimensão plena.

A verdadeira importância de qualquer encontro significativo é permitir-nos e/ou ajudar-nos a desenvolver todo o nosso potencial.

Há por isso encontros que, embora não desemboquem numa forma de vida conjunta, podem fazer com que cada um de nós passe a olhar com mais serenidade e alegria para a sua própria vida.

Qualquer que seja o seu evoluir, importante num relacionamento é cada um fazer o que estiver nas suas mãos para não estragar nada daquilo que lhe tenha sido dado a viver em conjunto com o outro.
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   Maria José Costa Félix
   Astróloga
   Autora de obras de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal
   mjcostafelix@sapo.pt

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Se tens um corpo és um ATLETA

1/10/2012

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“Se tens um corpo, és um atleta”, é mais do que um lema, é uma forma de estar na vida. O Céu é o limite… a terra o cenário…e o Agora o momento certo para nos desafiarmos. Estás preparado? 
Por Bruno Espadeiro

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Imagina que… Os 5,5 milhões de pessoas ativas em Portugal acordavam todos os dias cheias de ENERGIA? Os 10,7 milhões de portugueses acordavam com um sorriso nos lábios?; Os 502 milhões de Europeus acordavam com notícias otimistas? Os 7 mil milhões por esse mundo fora acordavam inspirados para serem melhores pessoas?

Consegues Imaginar como seria o nosso Mundo? BRUTALMENTE FANTÁSTICO, verdade? Podemos começar por nós próprios?

Como está a sua ENERGIA hoje? Acordou de manhã repleto de ENERGIA?

Ao longo do dia tem altos níveis de ENERGIA? Depois da hora de almoço, está cheio de vontade e determinação para trabalhar? E quando chega a casa, ainda tem ENERGIA para beijar apaixonadamente a sua mulher ou marido, abraçar e brincar com os teus filhos e ainda fazer o que gosta?

Não há pessoas sem ENERGIA, há sim pessoas que tem objetivos pouco inspiradores.

A ENERGIA é um veículo para atingir os resultados na nossa vida. Com a ENERGIA certa podemos crescer, progredir, transformar-nos, agir, apaixonarmo-nos e aproximar-nos do nosso potencial máximo.

Tem algo que realmente o inspira na sua vida? 

Qual é o seu propósito, o seu sonho? Porque é que o escolheu? 
Esse é o seu verdadeiro motivo, é o que inspira nos seus sonhos. Crie ação na sua vida. Eleva a sua Paixão de viver. Faça-se Progredir. Esse é o seu propósito de vida. A ENERGIA nasce daí. Esta é a alavanca para ser pleno e coerente com o seu máximo potencial. 

Se já sabe o PORQUÊ já tem 80% do percurso feito, agora falta 20%. E aí a história é o COMO.

Como pode ter mais ENERGIA na sua vida para alcançares o seu propósito?

Porque é assim se podes ser um pouco melhor? 

Se não está a progredir, está a regredir. É um princípio do treino e da vida.

Há pessoas que têm mais ENERGIA do que outras, porque será? Não apenas pela genética, mas também pelas decisões de higiene natural.

Na vida existem 4 pilares:

CORAÇÃO. Paixão. Vida
O coração tem as suas próprias emoções. Se a sua vida fosse como um eletrocardiograma como queria que fosse? Uma Linha reta? Ou uma linha com altos em baixos? Algo me diz que escolheste a segunda, mas acredita que existem muitas pessoas, e algumas até conhecemos, que estão mortos em vida. 

O que verdadeiramente o apaixona? Quanto tempo está por dia, por semana, mês ou ano a fazer aquilo pelo que tem paixão? O que pode fazer para alterar esse padrão e viver em pleno as suas paixões? Tem de ser egoísta, um egoísta saudável, e amar-se a si próprio incondicionalmente, nutrindo-se e preenchendo-se. Nesse estado de plenitude poderá ajudar o mundo. Só pode dar aos outros aquilo que tem para dar. Apoie-se a si próprio e depois ou ao mesmo tempo, apoie os outros. Não inverta. As suas células agradecem.

CORPO. Energético
A qualidade da sua vida é a qualidade das suas células. A isto chama-se Impressão digital de ENERGIA. Como está a sua? Parada? Com alguma vibração? Ou estratosfericamente BRUTAL?

Qual é coisa qual é ela que se falta ao organismo morre em aproximadamente 3 minutos? AR. Será que respiramos bem? Faça 3 pausas de ouro, 3 vezes ao dia respire profundamente 10 vezes. 

Qual é coisa qual é ela que se falta no organismo morres em aproximadamente 3 dias? ÁGUA. Qual é a quantidade de água que deve ingerir? Quantidade de água sem treino = Peso (KG) x 35ml – 800ml (quantidade de água presente nos alimentos) = Necessidade de água em ml. 

Qual é a coisa qual é ela que se te faltar no organismo morre em aproximadamente 30 dias? COMIDA. Somos aquilo que comemos, verdade? 

Se tivermos uma alimentação muito ácida alguns órgãos vão ter de trabalhar muito e gastar imensa ENERGIA. Uma alimentação ácida é a causa de muitas doenças. 

Alimentos ácidos são na generalidade a carne, peixe, produtos lácteos, farináceos brancos, açucares, álcool, estimulantes (café, chá preto, etc.). Os alimentos alcalinos são vegetais, frutas, Oligoelementos (ex: Amêndoa). Para um bom funcionamento do organismo teremos atingir o Equilíbrio ácido- Base. Coma pouco. Dessa forma, estará por cá tempo suficiente para comer muito. Coma menos, viva mais.

Equilíbrio ALERTA e DESCANSO: Será que nos tornámos uns “estafados ambulantes”?
O sono constitui uma das mais importantes necessidades para a manutenção dos órgãos e sistemas vitais do corpo. É composto por ciclos de sono (Fase 1, 2, 3, 4 e REM). Um ciclo completo dura cerca de 90 a 100 minutos. Quanto tempo dorme por noite? Sete horas e meia é o adequado (5 ciclos). A que horas se deita? A Hora ideal situa-se entre as 22h e a meia-noite. Há uma grande diferença entre as horas de sono durante semana e o fim de semana? Aos fins de semana, não prolongue o sono mais do que 1 a 2 horas. E assim terá mais facilidade em acordar com mais ENERGIA à segunda-feira. Qual é a arma secreta? Dormir a sesta é uma ferramenta necessária e eficaz que pode ser usada por todos na busca da otimização da Saúde, da ENERGIA, felicidade e produtividade. Como é a sesta perfeita? Entre as 13h e as 15h e pode demorar entre 5 a 90 minutos. Anda muito ocupado? Maior a sua necessidade de dormir a sesta. Olhe em seu redor, no seu escritório, às 3 da tarde. O mais provável é que, em vez de uma colmeia fervilhante de atividade, veja um grupo de trabalhadores com olheiras a ler e reler o email. 

Equilíbrio MOVIMENTO e RELAXAMENTO: Quantos anos quer acrescentar à vida? O exercício Aeróbio é o melhor Exercício para dar ENERGIA ao seu corpo a nível cardiovascular, por se realizar com maior utilização de oxigénio. Deve realizar Alongamentos no final da sessão de forma a acalmar a frequência cardíaca e relaxar a musculatura.

MENTE Milionária
TREINO EMOCIONAL
Quer ter altos resultados na sua vida?

Vigie os seus pensamentos e as suas emoções. O nosso bem-estar depende da maneira como lidamos com as nossas vidas por dentro, ao nível dos nossos pensamentos. Em que pensa? Comece a prestar atenção aos seus pensamentos. Eles estão a leva-lo a sítios onde queres ir? A ser a pessoa que quer ser? Ou estão a incentiva-lo a ser infeliz, derrotista, irritado ou frustrado? Torne-se Consciente do seu foco, da sua Linguagem verbal e não-verbal, da sua linguagem interna e, muito, muito, importante, da sua fisiologia. Tem uma postura de pessoa Energética? Se não tem, conhece alguém assim? Modele.

OBJETIVOS CHECK LIST
Lembre-se do objetivo inspirador que quer realizar se tiver cheio de ENERGIA? Escreva 5 ideias que o aproximam desse objetivo. Quando irás coloca- las em prática? A filosofia FAZ e DESPACHA é um bom antídoto para a procrastinação. Procrastinação é igual a ansiedade 

PEER GROUP
“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és” Quem são as pessoas com quem mais tempo passa na vida? A sua ENERGIA também depende disso. Será que tem pessoas na sua vida que o desafiam a ser melhor? Não são as pessoas que lhe dão palmadinhas nas costas. São as pessoas que o empurram para a frente, que o querem ver progredir, voar mais alto. Recorda-se de alguém assim? Conhece pessoas que já atingiram os resultados que quer? Consegue falar com elas e perguntar-lhes, COMO conseguiram?

Pró-atividade e um pouco de audácia são os ingredientes certos.

ESPÍRITO 

MEDITAÇÃO
Sabes quais são os benefícios de 20 minutos diários? Menor propensão ao stress, ansiedade e depressão; Os portugueses gastam por ano 81,94 milhões de euros em medicamentos para ajudar a dormir ou para combater a ansiedade. 

Com toda a ENERGIA pergunto… Que energia quer para a sua vida? Energia baixa, Energia média ou Energia estratosfericamente brutal. Se tem um corpo é um atleta.

Cuide dele, oxigene-o, hidrate-o, alimente-o, movimente-o, vigie os seus pensamentos e emoções, avance em direção aos seus objetivos, passa tempo com pessoas que o desafiam e têm altos níveis de ENERGIA. E quando fica melhor, cheio de vida e energia nas suas células, o jogo da sua vida ficará maior, com mais oportunidades, com mais sorrisos, abraços, e com mais pessoas fantásticas.

Lembre-se: A vida é um momento.

“O melhor de mim, no máximo tempo, desfrutando muito”
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Bruno Miguel Espadeiro
Energetic Trainer
www.tobeproject.com
http://www.facebook.com/brunoespadeiro

REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

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Tornar-se Pessoa

1/10/2012

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A pessoa humana – evocação de carácter incorporal muito difícil de definir claramente - distingue-se por esta inefável capacidade de mobilizar o melhor possível de si mesmo para qualquer circunstância em que esteja, imbricando numa dança sujeito e liberdade.
Por Horácio Lopes

in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2012

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Nada parece mais elementar, à primeira vista, do que a ideia de pessoa humana. Contudo, poucas noções são tão difíceis de determinar claramente. O princípio do problema reside no facto de o indivíduo fazer parte dos conceitos da ciência biológica, mas a pessoa não, porque o que visamos no ser humano ao nomeá-lo pessoa é de ordem incorporal.

A pessoa é, no dizer de Kant, esse sujeito cujas ações são suscetíveis de imputação que, no sentido moral, é o juízo pelo qual se olha para alguém como o autor de uma ação. Por isso, quem diz pessoa diz, simultaneamente, sujeito e liberdade.

O indivíduo biológico, o sujeito psíquico e a personalidade biográfica são como que três modalidades enredadas da singularização humana; por isso é necessário lembrar permanentemente que ser humanamente pessoa não é um estado, mas um ato.

A passagem de ser humano anónimo a pessoa realizada enquanto tal supõe um movimento, um devir, um progresso, uma mudança, uma aquisição, que perpassa diferentes dimensões.

De acordo com o esquema seguinte é possível analisarmos essas mesmas dimensões.

Mundo Exterior

a) Uma dimensão corporal, que nos põe em contato com o mundo exterior e com os outros, autêntico interface do Ser na sua totalidade; faz parte do que somos, uma vez que não é um objeto que possuímos; dotada dos sentidos, que lhe permitem procurar o bem que lhe é próprio, e que é o bem-estar (a sombra quando faz calor, um assento quando se está cansado...); através dela recebemos e damos todas as informações ao mundo “exterior”; este corpo, recebemo-lo, e isso marca uma recetividade fundamental: o corpo é assim como que o enraizamento natural, cósmico, material da nossa pessoa e é também a marca da finitude, porque todos os meus projetos e empresas são afetadas pelo “aqui e agora” da presença do corpo que termina com a morte.

b) Uma dimensão afetiva, dotada das emoções e sentimentos, que funcionam para o nosso elemento afetivo como os sentidos são para o nosso corpo: instrumentos que lhe permitem buscar o bem que lhe é próprio, e que são as sensações agradáveis; por serem falíveis, também os sentimentos e as emoções têm um valor muito relativo, que deve ser tido em conta mas não absolutizado, sendo como que indicadores do nosso estado emocional, e não tendo, sobretudo, qualquer valor moral; um sentimento é como que um sinal de alerta, uma chamada de atenção, um estímulo, perante o qual a pessoa una permanece livre; e talvez seja aqui que o homem experimenta o carácter único e irredutível do seu ser pessoa: a afetividade enraíza-se no corpo desejante, que implica o corpo biológico, mas supera-o numa expressão específica; por isso o devir da pessoa parece assim ligado com a maturação afetiva; outrora mais remetida para segundo plano (talvez por causa da sua instabilidade e do seu enraizamento no desejo que surge do corpo) é, hoje, muitas vezes sobrevalorizada, como se a pessoa fosse exclusivamente um ser afetivo.

C) Uma dimensão Mental, intelectual, do raciocínio, dotada da inteligência e que tem como bem próprio o conhecimento da verdade; dimensão da linguagem, em que o sujeito pessoal é um corpo que fala, fenómeno pelo qual o homem adquire a capacidade de significar, de erigir-se por cima das coisas imediatamente presentes para delinear uma rede de sentidos e significações.

d) Uma dimensão do eu profundo, que concerne a minha transcendência e o agir ético; é o cerne do ser, que tem como instrumento a liberdade (o poder dizer sim e não), com o qual persegue o bem que lhe é próprio: o Amor; lugar das decisões, que guarda a memória existencial e a vontade, e dirige o todo ao integrar os dados de todas as dimensões mais externas; se a minha pessoa se encarna nos seus atos, existe sempre, por outro lado, uma transcendência do eu relativamente ao seu agir, que se verifica na possibilidade que tenho de tomar distância em relação ao meu passado.

Não se trata de quatro dimensões separadas ou justapostas, pois é o sentido da pessoa que atravessa cada uma destas dimensões.

A relação com a outra pessoa é aqui essencial. No caminho da minha realização como pessoa encontra-se o outro: o intermediário ou a mediação pela qual cada um de nós se realiza, e o absoluto papel da relação ao outro está inscrita desde logo no corpo que recebemos dos nossos pais. Quase se podia dizer que o homem é orientado de forma constitutiva para o outro em virtude da sua natureza afetiva. E também no seio do agir ético, o outro aparece como a figura do homem que me torna responsável e pelo qual sou responsável.

Cada dimensão mais interna tem uma função de ser reguladora das dimensões mais externas sendo, por isso, dado à dimensão mais profunda a função de conduzir o indivíduo no seu caminho de se tornar pessoa, permitindo assim a integração completa de todas as dimensões e a sua unificação em torno das suas grandes decisões e opções.

Como o sistema pode, porém, ser perturbado com alguma facilidade (uma doença, o contexto cultural, etc.) é, assim, absolutamente necessário apelar de forma constante a uma verdadeira restruturação do Ser, de modo a que o equilíbrio que diariamente é perturbado seja continuamente refeito. E só neste processo o indivíduo pode crescer enquanto pessoa, pois a imutabilidade e a desregulação são os seus grandes inimigos.

Tornar-se pessoa é um processo contínuo e irrepetível e quaisquer que sejam as condicionantes que se estejam a viver, de forma voluntária ou involuntária, a última palavra pertence sempre à liberdade do Homem.

O crescimento pessoal é quase interminável, pois tudo o que faz parte do passado, do presente e do futuro da história de vida pessoal pode, sem exceção, ser integrado num processo contínuo de compreensão, apropriação organização e escolha.

A pessoa humana distingue-se por esta inefável capacidade de mobilizar o melhor possível de si mesmo para qualquer circunstância que vive ou cria ou encontra. Por esta razão é tão importante aprender e decidir evitar os ambientes tóxicos e optar por ambientes nutridores, de relações qualificadoras e apreciadoras do que somos.
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Horácio Lopes
Psicoterapeuta, Formador
www.tornarsepessoa.com
horacio@tornarsepessoa.com 

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