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Reciprocidade, valor e uma constante exigência

1/12/2013

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A reciprocidade é um valor, uma constante exigência de respeito e consideração mútua, face às incontornáveis leituras distintas sobre a vida.
Por Carlos Lourenço Fernandes


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)


Há um exercício permanente de exigência de correspondência mútua (reciprocidade) na relação entre dois. Ou entre grupos. Ou o que seja. Ocorre porém que a igualdade de tratamento de parte a parte (reciprocidade), a sua verificação e demonstração, é sempre decorrente da perceção e avaliação de cada parte, de cada um. A tensão acerca da reciprocidade (será que esta troca, a dois, se está a fazer em condições de igualdade?) é uma permanência decorrente da condição humana, da condição de grupo ou da condição de Estado, de Estados. A reciprocidade implica a correspondência mútua, a equidade relacional. Mas, a avaliação de que terá ocorrido reciprocidade é sempre de natureza unilateral, ou, no limite, corresponderá a exercício arbitral. Isto é, outros, em forma ou em informalidade, vão verificar se a troca ocorreu em quadro de reciprocidade.

A construção europeia (a União Europeia, hoje, consiste numa associação, sob regras aceites, de 27 Estados europeus), produto da vontade de paz duradoura e de progresso comum, estabelece-se e percorre, a cada momento, tensão de reciprocidade exigente. Não há, qualquer que seja a matéria em apreço, em avaliação ou em conflito, senão exigência de equidade no tratamento entre Estados. Mas, a vida, a realidade da vida, obriga à consideração de procura do maior denominador comum no relacionamento entre Estados, sendo certo que a negociação, a troca, em condições de igualdade estrita não é materialmente possível na medida em que não há parceiros iguais, não há parceiros em igual condição de partida. A reciprocidade obriga à diminuição, à minoração, de desigualdade na troca, na relação. Mas não é atingível – a igualdade – em termos absolutos, puros, em ambientes de vácuo, esterilizados, ignorando a desigualdade imposta pela vida. A equidade é um paradigma (resultado em procura, meta), não é um resultado adquirido e mesurável.

Não é fácil construir (e manter) uma relação recíproca. A reciprocidade ocorre entre corpos equivalentes. A condição e perceção masculina sobre um acontecimento (qualquer que seja) não é correspondente à condição e perceção feminina sobre o mesmo acontecimento. A diferenciação do género diferencia a avaliação e a perspetiva de reconhecimento, dos fundamentos e efeitos do acontecimento. Somos distintos e complexos. Sobre qualquer acontecimento, ou processo, o que corresponde a uma relação recíproca é a busca de compreensão mútua sobre o que fazer e deve ser feito. Isto é, o encontro do desenho comum, dos mínimos comuns que permitam aceitação de “troca em condições de igualdade”, ou o reconhecimento de equidade na relação, nas coisas da relação. É nesse exercício complexo de reconhecimento da diferença – e do direito à exposição da diferença – que se determina a beleza de uma relação assente na reciprocidade.

A busca determinista de certezas – e de igualdade entre o que é desigual – não corresponde a exercício honesto de reciprocidade. A consideração e respeito mútuo, a permuta honesta, são fundamentos de comportamento recíproco. Reciprocidade não é igualdade. É, pelo contrário, a procura permanente de respeitabilidade proporcionada na relação e na consideração ajustada da diferenciação. Por isso se justifica a solidariedade – a disponibilidade de ajudar o mais carente – sem prestação de contrapartida.

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CARLOS LOURENÇO FERNANDES

PROFESSOR, ESCRITOR, CONFERENCISTA

clfurban@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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A reciprocidade como lei da criação

1/12/2013

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Reciprocidade é uma das leis da criação e pressupõe que retorne ao indivíduo tudo o que dele emanar. Assim, “colhemos” o que “plantamos” com os nossos pensamentos, sentimentos e ações.
Por Inês Pereira


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)


A Reciprocidade é definida no dicionário como um substantivo feminino que significa mutualidade, representando a caraterística do que é recíproco, ou seja, do que tem retorno.

No âmbito da psicologia, mais concretamente da psicologia social, a reciprocidade é  uma ação positiva como resposta a outra ação positiva ou uma ação negativa como resposta a outra ação negativa. Definições à parte, propomos refletirmos sobre a reciprocidade como uma lei da criação, que permite “colher” tudo aquilo que for “plantado”.

A Reciprocidade é considerada uma lei da criação, tal como a lei da gravidade, e pressupõe que retorne ao indivíduo tudo o que dele emanar, sejam sentimentos, pensamentos ou ações, tornando a pessoa totalmente responsável pela criação da sua realidade.

Assim, quando deixamos de encarar a nossa vida como resultado de fatores externos e passamos a encara-la como um retorno do que se passa no nosso interior, podemos entender que somos a única entidade com poder  para modificar a nossa realidade atual, consoante o que desejarmos. 

A lei da reciprocidade devolve-nos o que se passa no nosso interior, por isso não basta fazer afirmações positivas como “eu vou conseguir este emprego”, se no nosso íntimo a crença verdadeira é “eu sou inferior”.

Desta forma, quando nos empenhamos no ato de desejar algo, o melhor é primeiro identificar se existe alguma emoção que possa contrariar o desejo ou objetivo que pretendemos atingir. O ato de desejar pode tornar-se  simplesmente energia dissipada se não for devidamente direcionado pela energia da emoção.  Por exemplo: se desejarmos um amor verdadeiro no nosso pensamento, mas cultivarmos sentimentos de desconfiança em relação ao amor, isto irá gerar uma energia negativa e é essa energia que nos será devolvida. E porquê? Porque na a lei da reciprocidade,  o sentimento é muito mais poderoso do que o pensamento e a realidade que teremos de volta será de desconfiança e não de amor verdadeiro... 

Desta forma cabe-nos a nós fazer a limpeza dos pensamentos e crenças que já não nos servem, abrindo espaço para o novo, mesmo que este seja um trabalho árduo e por vezes demorado, pois as crenças negativas estão enraizadas no subconsciente, e tal como a raiz de uma árvore, não conseguimos ver a sua extensão e profundidade... 

Na lei da reciprocidade tudo depende da direção que damos aos pensamentos e respetivas emoções... pensar em beleza gera mais beleza, pensar em saúde gera mais saúde e pensar no insucesso gera mais insucesso. Então, ao reprogramarmos os nossos pensamentos, garantindo que eles são acompanhados de emoções verdadeiras e positivas, vamos mudar radicalmente as nossas vidas, e assim elevar a nossa energia!

No universo tudo é energia e vibração, e nós não somos exceção, por isso a vibração que emanamos vai ser devolvida sob a forma de um acontecimento real, e é nisto que consiste a reciprocidade da vida - dar e receber na mesma medida. Assim, onde quer que estejamos no nosso processo evolutivo, podemos sempre começar a elevar a nossa vibração. 

Mas não nos devemos esquecer de uma variável que pode influenciar e intensificar ainda mais a reciprocidade da vida - a gratidão! A gratidão é um sentimento muito forte, quando nos sentimos verdadeiramente gratos pelo que somos e pelo que temos, é emitido um sinal tão poderoso que atrai ainda mais situações que nos farão sentir mais gratos, e esta (a gratidão)  é a “semente” mais fértil que podemos “plantar”. 

Todos já vivemos uma situação deste género: acordámos tarde de manhã e a primeira coisa que fizemos foi reclamar da vida, das contas, do trabalho, e sentimos que aquele dia não estava a começar nada bem... quando chegámos ao fim da nossa jornada sentimo-nos ainda pior porque só aconteceram chatices: o pneu do carro furou-se, o chefe reclamou do atraso e surgiu uma conta que não estávamos á espera...  O que aconteceu aqui? A lei da reciprocidade devolveu-nos aquilo que irradiámos com o sentimento de desesperança e fracasso, ou seja, recebemos mais do mesmo!

De certeza que teríamos um retorno diferente se pela manha o sentimento fosse de gratidão e entusiasmo...
Ao substituirmos o sentimento de lamento ou vitimização, pelo sentimento de gratidão, vamos deixar de receber de volta uma avalanche de situações desagradáveis, e passamos a receber uma avalanche de boas notícias, acontecimentos e oportunidades... Desta forma, formamos uma boa sociedade com a reciprocidade da vida, fazendo com que esta flua cada vez mais a nosso favor.

Sugerímos então, que façamos hoje mesmo o exercício de avaliar o que estamos a receber no presente,  tendo a consciência de que isso é exatamente o fruto do que semeámos! 

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INÊS PEREIRA

PSICÓLOGA CLÍNICA
DIRETORA DO PROJECTO ONYOU

www.onyou.pt

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Reciprocidade - Uma das leis fundamentais das nossas vidas

1/12/2013

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Deveríamos dar apenas o que temos, esperar e tomar para nós apenas o que necessitamos. A desarmonia da vida começa quando uma pessoa quer dar o que não tem e a outra quer tomar o que não precisa.
Por Maria Gorjão Henriques

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

A reciprocidade faz parte de uma das leis fundamentais da nossa Vida. Reciprocidade é a palavra que define e explica a importância da troca entre o DAR e RECEBER. Por isso ela é tão importante em todo o tipo de relações que o ser humano desenvolve nas diversas áreas da sua vida. 

Neste artigo, iremos dar especial enfase à reciprocidade nas ordens do amor entre um homem e uma mulher, devido ao facto de observarmos muita tensão, repetição de padrões e sofrimento em relação à perceção e avaliação que as pessoas fazem das suas relações amorosas. Esperamos que este artigo possa contribuir para esclarecer e quem sabe proporcionar uma nova tomada de consciência em relação à expressão da forma como o Amor flui entre casais.

A nossa capacidade de receber está muitas vezes diretamente relacionada com a possibilidade de dar. Recebemos sem darmos algo de volta, torna difícil a possibilidade de conservar o que nos foi dado. Ao contrário, quando damos algo de volta sentimo-nos no direito de manter o que recebemos de forma livre e feliz. Este facto é um traço humano universal. 

Podemos começar por nos perguntar o que damos e o que recebemos do nosso marido, mulher, companheiro, namorado, … como é feita esta troca? E se existem cobranças ou sensações de dever alguma coisa?

Deveríamos dar apenas o que temos, esperar e tomar para nós apenas o que necessitamos. 

A desarmonia da vida começa quando uma pessoa quer dar o que não tem e a outra quer tomar o que não precisa. 
Outra desordem também ocorre quando uma pessoa espera e exige da outra algo que ela não tem para dar ou quando dar ao outro pode substituir e lhe retirar a responsabilidade de carregar o que lhe é devido e lhe pertence.

Neste sentido, é importante estabelecermos limites que devem ser observados por nós no nosso dia-a-dia na forma como estamos dispostos a dar e a receber.  

Entre um homem e uma mulher a ordem do amor é estabelecida quando existe uma troca. Ambos dão e ambos tomam. Esta troca flui e faz parte da nossa natureza humana porque cada um tem o que falta ao outro e a cada um falta o que o outro tem. Ambos precisam por isso dar e tomar. Esse facto apenas é possível se ambos estiverem a viver em sintonia com o lugar que desempenham designadamente o homem se dar à mulher como homem e a tomar como mulher e a mulher se dar ao homem como mulher e o tomar como homem. 
A desordem acontece muitas vezes porque não depende da vontade consciente dos próprios mas sim do arquétipo vivido, dos seus inconscientes, dos condicionamentos que ambos receberam ao longo das suas vidas principalmente através das respetivas famílias, de lealdades assumidas, da utilização de recursos de forma cega e exagerada levando a mulher a não tomar na integra da sua mãe o feminino e o homem a não tomar na integra do seu pai o masculino. 

Outra desordem que surge muitas vezes é quando um deseja e o outro concede. Nesses momentos, o que deseja assume um lugar de criança e o que dá assume um lugar de pai. Esse facto vai provocar na pessoa que recebe a necessidade de agradecer como se tivesse recebido sem dar e no que dá faz surgir um sentimento de superioridade ou de liberdade, como se tivesse dado sem receber. Este facto vai impedir o fluxo da compensação e colocar em risco o equilíbrio da troca. Para que exista na relação um bom equilíbrio é necessário que ambos precisem e ambos concedam, com respeito e amor. 

Numa relação de casal se um dos parceiros procurar no outro um amor incondicional, como no caso de uma criança que procura amor incondicional nos seus pais, o que essa pessoa está a fazer é a projetar e a esperar receber do outro a mesma segurança que os pais dão aos seus filhos. Esse facto vai provocar uma crise na relação, fazendo com que aquele de quem se esperou demais se retraia ou se afaste. Esse movimento tem toda a propriedade porque é injusto para com o parceiro pedir-lhe para estar a altura de cumprir com uma ordem da infância ou com o papel de pai. Esse não é o seu lugar.

Estes são apenas alguns exemplos simples de reciprocidade nas nossas vidas e da forma como tantas vezes somos movidos por forças ocultas e por necessidades ocultas onde fazemos dos nossos relacionamentos um espelho perfeito das nossas necessidades mais profundas e acabamos por não entender a razão pela qual os relacionamentos têm tantas crises e se tornam tão pouco satisfatórios. Observar a reciprocidade pode ser um bom começo.

Recebo e tomo para mim o dom da Vida e ofereço-lhe quem sou!

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MARIA GORJÃO HENRIQUES

PSICÓLOGA, ASTRÓLOGA E FACILITADORA DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES

www.espacoamar.com
maria@espacoamar.com

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Meditação e reciprocidade

1/12/2013

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Para que possamos estabelecer relações de reciprocidade com os outros, temos, primeiro, de as estabelecer connosco mesmos por meio da unificação do nosso Ser.
Por Regina Faria


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Sendo a meditação uma ferramenta essencial para atingirmos a unificação e se sem unificação não poderemos estabelecer relações recíprocas com os outros, com o planeta e com o Universo, fica clara a relação da meditação com a reciprocidade. 

Segundo Marcel Mauss, sociólogo e antropólogo francês, considerado o “pai” da etnologia francesa, a reciprocidade está associada ao conjunto de relações “dar, receber e retribuir (reciprocidade positiva) embora o princípio da reciprocidade seja mais global e contemple também a reciprocidade negativa (a de vingança). Segundo Mauss, as dádivas vão e voltam sempre - “pouco importa o seu valor, pouco importa a sua natureza; podem ser idênticas ou não; o importante é que percorram caminhos inversos ou simétricos, que se reproduzam como num espelho […]” Qual é a diferença entre troca e reciprocidade? Mauss considera que reciprocidade implica a preocupação pelo outro a fim de se estabelecer o mana (termo polinésio que significa a emanação da força espiritual de um grupo que contribui para uni-lo) que permite gerar valores afetivos ou éticos como a paz, a confiança, a amizade e a compreensão mútua. Mauss legou-nos uma ideia primordial: a universalidade da tríplice obrigação “dar, receber e retribuir” que faz do princípio de reciprocidade a matriz das relações e das civilizações humanas. 

Stefano Zamagni dá, de reciprocidade, uma simples mas clara definição: Reciprocidade é “dar sem perder e receber sem tirar”. 

Como lei e princípio cósmico, a reciprocidade define-se como um equilíbrio entre dar e receber o que reflete a dinâmica subjacente do Cosmos.

Reciprocidade será palavra egoísta? Ou será, antes, uma palavra necessária para darmos valor e peso às nossas ações? Se concordarmos com a segunda aceção, devemos então ser recíprocos a quem nos dá, mas exigir reciprocidade a quem damos. 

Um texto publicado por Andromedalive1 diz-nos que “nada pode ser criado se não houver reciprocidade, seja uma nova galáxia, uma obra de arte ou um bom relacionamento entre seres humanos. A reciprocidade é a ponte que leva à unificação. Para tal, é preciso que dois movimentos de expansão, duas ‘correntes de aquiescência’ se toquem, numa interação harmónica de dar e de receber, de cooperação mútua e de abertura positiva. No domínio das relações humanas, a reciprocidade depende da capacidade de se dizer sim quando se ouve um sim; ora, a capacidade de nos aceitarmos e de sustentarmos o prazer só pode ser aprendida gradualmente e é uma das metas mais difíceis de alcançar dependendo diretamente da nossa integridade espiritual e emocional”. 

O desenvolvimento pessoal e a reciprocidade são interdependentes. Enquanto não houver reciprocidade entre o Ego que construímos (a nossa personalidade) e o nosso Eu Verdadeiro (o Eu Interior), a divisão interna persistirá sendo absolutamente inconcebível que algum dia possa existir reciprocidade entre nós e os outros. Ora, o primeiro passo para estabelecermos a reciprocidade entre os nossos dois Eu(s) passa pela aceitação dos nossos aspetos menos positivos já que se os negarmos, não podemos transformá-los. Essa plena consciência é a porta para a integridade e para livremente fluirmos no universo do outro, dando-nos a abertura para dele recebermos correntes de energia e movimentos da alma.
   
O medo de nos expandirmos e de nos abrirmos ao outro pode representar uma certa garantia de segurança – a pseudo-segurança da separação e do isolamento - e, obviamente, inibe a reciprocidade. As pessoas mais desligadas da sua verdade interior não estão prontas para qualquer tipo de expansão e, portanto, de reciprocidade; se estivermos desligados do nosso inconsciente, precisaremos de manifestar aquilo que, lá no fundo, sabemos que existe e vamos manifestá-lo nas nossas relações com os outros o que, obviamente, os afetará. Contudo, isso não significa que o desejo de reciprocidade esteja ausente. Ele não só está presente, como se torna mais forte e mais consciente se dermos um passo em frente no nosso desenvolvimento pessoal. 

Se a mente estiver agitada, não podemos ouvir a voz do nosso Eu Interior e a separação entre ele e o Ego persistirá. A menos que essa cisão seja trazida à consciência, ela reaparecerá entre nós e os outros. O ruído mental cria desligamento em relação aos sentimentos e ao estado que os gerou e somos forçados, por nossa própria escolha, a viver num estado constante de frustração e de insatisfação. Fisicamente, é claro que isso gera bloqueios corporais e, consequentemente, a doença.

Só o trabalho interior possibilita a união connosco mesmos e, para tal, a meditação é fundamental. O estado de serenidade e de paz caraterísticos da meditação, permite-nos reunir os aspetos fragmentados do nosso ser e romper com as estruturas habituais de pensamento. Aprendamos, pois, a meditar. Depois de adquirirmos o domínio da meditação estabilizadora (no Budismo designada por Samatha), poderemos aprender outro tipo de meditação (Vipassana)- aquela em que analisamos os nossos pensamentos, por mais perturbadores que sejam, de uma forma serena e tranquila, sem medo, para que possamos ver a verdadeira natureza da realidade. É uma meditação que nos permite estarmos atentos a tudo o que nos vem à mente sem, contudo, nos identificarmos com o que possa surgir. A sua importância é, não só, proporcionar-nos a aceitação, a compreensão e a resolução de dificuldades que nos parecem inultrapassáveis quando nos encontramos no estado de consciência normal, como também trazer-nos o conhecimento direto e intuitivo. 

No que diz respeito à nossa capacidade de reciprocidade, sendo a meditação a chave da união da nossa personalidade com o nosso Eu Interior, da aceitação das facetas que ignorávamos, da unificação do nosso ser, constitui, evidentemente, um meio privilegiado para acedermos à reciprocidade: unificados, estamos em condições de estabelecer relações recíprocas com os outros e de fluirmos em harmonia com o Universo.

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REGINA FARIA

PROFESSORA DE MEDITAÇÃO

reginamoreirafaria@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Patrões vs Colaboradores - Novos Equilíbrios Precisam-se!

1/12/2013

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O equilíbrio é um desafio permanente. Num momento em que o poder do capital esmaga as pessoas enquanto profissionais, precisamos de reescrever a história da economia e do emprego, com maior igualdade e maior justiça. 
Por David Rodrigues


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
                                                                   (clique no link acima para ler o artigo na Revista)

O dicionário sobre reciprocidade remete-nos para a palavra recíproco, que tem que ver com “o que se dá ou faz em recompensa de coisa equivalente”.

A dúvida é, se as relações laborais em Portugal e no Ocidente em geral têm esse equilíbrio entre o que se faz e dá e o que se recebe, quer para os trabalhadores quer para os empregadores. A resposta taxativa é: NÃO!

No entanto, e embora a conclusão seja simples, as premissas e a análise subjacente nem sempre são tão simples, porque precisamos de distinguir entre micro e pequenas empresas e médias/grandes empresas. Nas primeiras o equilíbrio é mais difícil de encontrar e a balança desequilibra-se para os 2 lados, umas vezes saem beneficiados os patrões, outras os empregados, porque desde o temperamento das pessoas, aos conhecimentos legais, motivações, produtividade, sucesso do negócio, honestidade e ética, a variação de um dos fatores altera significativamente o resultado final do equilíbrio desejável nas relações laborais entre quem investe num negócio e quem se emprega no mesmo.

Nas empresas de maior dimensão, a realidade é na sua maioria (felizmente existem exceções) altamente dececionante do ponto de vista de dignidade e respeito humano e laboral, bem como da competência e efetiva gestão de recursos, neste caso em particular, na gestão de recursos humanos. Vamos a questões concretas que consubstanciam esta visão:

• A remuneração e preponderância do fator capital assumiu um peso esmagador, de proporções que historicamente nunca teve, face à remuneração e importância atribuída ao fator trabalho, criando acentuados desequilíbrios de poder e de compensação financeira;

• Em muitas empresas espera-se (no sentido de obrigação e dever) que os trabalhadores trabalhem mais horas do que aquelas para as que foram contratados, sem terem direito a receber mais por isso, chegando a casos de absoluta exploração e atentados contra a dignidade e os direitos humanos. Quem não o faz, é muitas vezes ostracizado e mal visto pelas chefias, mas hoje em dia até pelos próprios colegas, que muitas vezes, assimilaram a cultura de abuso, como normal. O oposto seria os trabalhadores esperarem/exigirem que o patrão lhes pagasse mais do que o salário acordado, sem nada fazerem para o merecerem;

• Os níveis de insatisfação e desmotivação têm aumentado progressivamente pela falta de justa remuneração, pela falta de reconhecimento do trabalho desempenhado e pelos exagerados níveis de stress existentes, conduzindo a menor produtividade, menor bem-estar e aumento de doenças e patologias do foro psicológico e consequente aumento do absentismo;

• Os sistemas de avaliação que supostamente servem para reconhecer o mérito e esforço são, em muitos casos, elaborados sistemas de congelamento de carreiras e ordenados, impedindo a mobilidade e progressão dentro da empresa. As principais falhas de muitos destes modelos são: o estabelecimento de objetivos irrealistas, desadequados às funções e determinados de forma unilateral por parte da entidade patronal; a aplicação desajustada e por vezes absurda de critérios e modelos estatísticos que não são adequados à realidade laboral; e o condicionamento artificial do mérito e qualidade do trabalho desenvolvido. A título de exemplo, por questões estatísticas não pode existir uma equipa de 5 pessoas todas com bom desempenho, se o desempenho da empresa foi médio (mesmo que nem sequer exista alinhamento de objetivos entre a equipa e a empresa);

• Por vezes, a existência de processos ou disputas internas que não permitem otimizar o desempenho de departamentos ou direções por falta de pensamento estratégico ou conhecimento operacional de quem decide ou pela complexidade dos procedimentos internos, ou ainda pela falta de alinhamento entre departamentos tendo em vista o bem comum da empresa;

• A incipiente potenciação e valorização dos recursos humanos. Mesmo na era da globalização, da terciarização e novas plataformas tecnológicas e de comunicação, as pessoas continuam a ser a essência de uma empresa. Quando não são vistas como um recurso-chave, isso produz maus resultados no médio/longo prazo. Pois a exploração imediata pode trazer um aumento de resultados e lucros no curto prazo, mas o esgotamento das pessoas e a desmotivação, traz custos de produtividade, formação, substituição, desinteresse muito superiores aos ganhos obtidos, tornando-se por isso uma má gestão de recursos humanos.

A História do Futuro – Como Deve Ser?

Por todas as questões referidas anteriormente e pelo momento que atravessamos, estamos numa fase histórica da vida em sociedade, em que nos aproximamos de um ponto de viragem, também nas relações laborais, sendo altura de recuperar a dignidade do trabalho e do ser humano, e travar a exploração e violação dos direitos humanos a que todos assistimos em Portugal e noutros países, ditos desenvolvidos. Chegou a hora de a nível de país deixar de olhar apenas para o PIB, défice, exportações ou dívida pública e olhar para o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), para o Índice de Pobreza, Felicidade Interna Bruta ou outros indicadores que contemplem as dimensões sociais, culturais, ecológicas e de igualdade entre as pessoas, além das questões económicas. Dentro das empresas, além de se olhar para o lucro por ação, margem operacional, ROI (Return on Investment) entre outros indicadores financeiros, é importante começar a olhar para o rácio entre o salário mais baixo e mais alto dentro da empresa, integrar no valor da ação: a política de responsabilidade social, indo ao encontro dos objetivos sociais que todas as empresas devem ter, e que começam pelos próprios trabalhadores; a componente ecológica e de sustentabilidade da empresa na utilização de matérias-primas, na gestão dos recursos como papel, plástico, eletricidade, água no país-sede e em todas as filiais e representações; o respeito pelos direitos humanos em todo o processo de relação comercial; a avaliação do nível de corrupção; a avaliação dos níveis de satisfação de consumidores e trabalhadores, entre outros fatores que permitem de uma forma muito mais autêntica saber qual é o valor acrescentado de uma empresa na sociedade em todas as suas dimensões, porque de que nos adianta gerar muito dinheiro, se não tivermos planeta nem pessoas para o habitar?

Também a visão dos sindicatos precisa de sofrer uma evolução, o seu papel não pode ser defender apenas as questões substantivas do emprego, como direito a um salário justo, conciliação da vida profissional e familiar, mas contribuir para que as empresas sejam um espaço de realização pessoal e profissional, de construção de mais-valias para a sociedade nos produtos e serviços que desenvolvem, de permitir que as pessoas não tenham um trabalho para sobreviver, mas vivam e desfrutem da oportunidade de contribuir numa área com que se identificam e têm competências adequadas (intelectuais, sociais e emocionais). Talvez a conotação sindical de defesa dos trabalhadores, tenha de evoluir para estruturas diferentes dos sindicatos, que são maioritariamente protestativos e reivindicativos, e precisamos de algo diferente, talvez como movimentos de defesa social ou movimentos de promoção e integração laboral que tenham um espírito e postura de desenvolvimento pessoal, social e profissional de todos os associados.

Estamos a viver um momento histórico, e isso exige uma grande definição, se queremos construir a história ou ser apenas parte da história que outros escreverão.

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DAVID RODRIGUES

CONSULTOR MONEY LIFE

www.moneylife.com.pt
info@moneylife.com.pt

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Homo Ruralis Digitalis

1/12/2013

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Uma casa na árvore com acesso à internet faz as delícias da imaginação de muitas famílias.
Por Frederico Lucas

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Quando nos afastamos do nosso contexto social, oportunidade frequente quando viajamos para países mais sustentáveis, verificamos que a nossa realização individual não deveria passar pelo carro que conduzimos ou pelos “requintes” do condomínio que habitamos.

Há milhões de famílias na Europa a deslocarem-se de bicicleta no seu quotidiano e que habitam casas pré fabricadas, em geografias com condições climatéricas mais adversas que a nossa.

Esta é uma pequena tendência que estamos a assistir nos países desenvolvidos. Um “regresso ao campo”, mas não à pobreza como aquela que conhecemos pelos relatos dos nossos avós.
São famílias novas povoadoras que deixam para trás as cidades em busca de um estilo de vida mais calmo.

Raras vezes alteram as suas áreas profissionais. Mantêm as suas atividades nas áreas de especialização, mas aplicam os seus conhecimentos em novos contextos económicos.

Um técnico florestal que abandona a área de cadastro que exercia em Lisboa para iniciar um projeto de extração e tratamento de resina na região Centro de Portugal, não estará a desvalorizar o seu conhecimento anterior, mas antes, a sustentar a sua nova etapa em investigação desenvolvida.

E este  é o novo ciclo: aplicar a experiência e conhecimento da economia “urbana” ao serviço do bem-estar familiar e da dinamização do território rural.

Estamos na época da Castanha. O seu valor médio no produtor é de 2,5€/kg, sem qualquer transformação. Mas a comercialização em 2ª gama, como é o caso de compotas ou em bombons, faz disparar o seu valor para 20 a 40€/kg. Este exemplo é revelador do desperdício que vivemos em 80% do território nacional. Vendemos os produtos sem transformação nem marca, deixando a mais-valia para terceiros.

A crise traz consigo a reflexão. E com ela a reorientação de estratégias profissionais e familiares.

O rendimento das famílias nos territórios de baixa densidade é inferior ao rendimento urbano. Mas em contra ciclo, os depósitos das famílias nestes territórios rurais superam os valores médios da riqueza das famílias metropolitanas.

Tal ocorre porque o “interior” não dispõe de sistemas integrados de aspiração de riqueza familiar, como são os casos dos Centros Comerciais. O Rural LifeStyle é farto no tempo que dispomos para a família, mas contido em hábitos de consumo.

“Quando tenho um impulso consumista, saio de casa em direção à única mercearia que temos em Castelo Rodrigo e compro dois pacotes de natas. Para fazer chantilly!” Um comentário de Ana Berliner, proprietária do turismo rural Casa da Cisterna, que ilustra bem os condicionamentos ao consumo em contexto rural.

O sucesso migratório reside no conhecimento profissional que acumulámos e que nos permite ser úteis nas fileiras económicas nas regiões de baixa densidade, bem como nos serviços que poderemos continuar a prestar via online aos nossos clientes urbanos.
Em termos sociais, teremos de compreender que as nossas vilas rurais já existiam antes da nossa chegada, e vão continuar a existir depois da nossa saída.

No entretanto, cabe-nos a tarefa de dar o nosso contributo e de aproveitar a qualidade de vida que estas comunidades poderão emprestar à nossa família.

Que é, no final, a única “coisa” que conta.

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FREDERICO LUCAS

COORDENADOR DO PROGRAMA NOVOS POVOADORES
EMPREENDEDOR SOCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
ORADOR MOTIVACIONAL NA ÁREA DO EMPREENDEDORISMO

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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A Reciprocidade na Relação Amorosa

1/12/2013

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Amar é dar-se. Entregar a própria essência a um outro, lutando em favor dele. De forma pura e gratuita, sem esperar outra recompensa senão a de saber que se conseguirá ser o que se é. José Luís Nunes Martins, in ‘Filosofias - 79 Reflexões’. 
Por Sónia Gravanita

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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É de realçar o facto de que a personalidade se vai estruturando e restruturando, através das relações socio-emocionais e relacionais, que todos nós humanos vamos estabelecendo ao longo de toda a vida. É portanto, evidente a importância extrema que as relações têm na nossa vida, sendo uma base para descobrirmos a nossa própria felicidade.

Inevitavelmente, cada pessoa durante o seu desenvolvimento emocional, fica marcada por certas “dores” ou “feridas”, que podem provocar padrões de relacionamento conturbados, e que vão ser colocados preferencialmente em cena na relação amorosa. Esta é a relação mais íntima e profunda, palco propício para fazer treinos relacionais em falta. Assim, cada pessoa, conforme a organização da sua personalidade tem formas diferentes de dar e receber amor.

É aqui que aparecem as maiores dificuldades quanto à reciprocidade, uma vez que algumas pessoas ficam centradas nas suas “dores” e esperam ou querem que o parceiro as preencha, e por mais que o parceiro faça nunca nada chega. Outras vivem fantasiando as relações, construindo o parceiro como gostariam que ele fosse, não tendo a capacidade de o ver como ele é. Outras ainda, são incapazes de entender a vontade do outro, mesmo da pessoa que tanto podem gostar. 

Outras há, com tanto medo de ficar sozinhas que aceitam relações desestruturadas e destrutivas na esperança que o outro mude, ou por sentirem que é preferível ter aquilo do que ficarem sem nada. Posto isto, é muito fácil não se sentirem amadas, e quando se sentem amadas por norma não se sentem suficientemente preenchidas. 

Desconhecendo ou esquecendo-se que o amor tem um sentido inverso, ou seja, vem de dentro para fora e não de fora para dentro, não se dão conta que enquanto não resolverem e aceitarem as dificuldades internas e não aprenderem a estar bem com elas próprias, será muito difícil sentirem-se realizadas e felizes numa relação. 

É fundamental ter presente que a relação é a dois, em que ambos os parceiros têm a capacidade de se comprometer mútua e reciprocamente, de dar e receber amor, e só desta forma é possível ficar disponível para cuidar das relações com alguma maturidade. Assim, as relações que se estabelecem deixam de ter como meta preencher um vazio, uma carência ou uma necessidade de atenção passando a relação a ser vivida, como algo que nos acrescenta felicidade. A relação amorosa adulta é um espaço relacional de encontro, de dois mundos diferentes, em que cada um dos elementos trás consigo, um passado, experiências, subjetividades, perspetivas, inseguranças, medos, conflitos internos, modelos de relação, as suas famílias de origem e amigos, e portanto trazem muita “bagagem” para dentro da relação. Passada a fase inicial da paixão, em que tudo é fantástico, é o momento de ver o todo, as qualidades, e os defeitos. É também tempo de desfazer fantasias/expectativas, e é o momento em que a relação pode terminar por ter sido apenas uma paixão, ou é o momento de uma nova fase de amadurecimento, em que a relação se constrói sobre pilares essenciais, com grande envolvimento emocional e espiritual. 

Nesta fase é fundamental a expressão verbal, física e sexual do amor, bem como, a expressão de admiração e ternura mútua, apoio mútuo, cultivar o humor e o companheirismo, aceitação de exigências e tolerância para com os erros e defeitos do outro. Devem ser criados momentos só para o casal, em que consiga sentir, acima de tudo, vontade de que o outro esteja bem, como também, sentir segurança para partilhar o que se pensa e o que se sente com a pessoa amada.

Numa relação amorosa, o ser humano tem a possibilidade de dar, e de se entregar, em que o DAR torna as pessoas mais felizes, porque está a contribuir para a felicidade do outro. No entanto, é importante não esquecer que é essencial criar um tempo para a individualidade de cada elemento do casal, tempo esse ocupado com atividades, interesses que cada um tenha e goste de fazer, criar um tempo de qualidade, para que seja possível construir um Eu, um Tu é um Nós. Mas durante a vida de casal, inevitavelmente, vão surgir diferenças de opinião, de atitude, e os conflitos vão surgir, vai haver momentos de crise. As preocupações com o trabalho, a chegada dos filhos em que muitas vezes se perde a intimidade, a depressão pós parto, os conflitos não resolvidos e não assumidos podem levar a que cada um se isole, que a comunicação fique comprometida por projeções e distorções de um e de outro, e que facilmente o casal se afaste da sua intimidade e reciprocidade onde reside a essência de viver a dois.

 A vida de casal só é possível se ambos crescerem dentro da relação, se tiverem a capacidade de se pôr em causa e de crescer em conjunto, podendo as crises enriquecer ainda mais a relação e o amor. A vida a dois pode ser vivida de uma forma positiva e harmoniosa ao longo dos anos. 

Acima de tudo é fundamental ter presente para onde querem ir, como se perspetivam no futuro, de modo a seguirem de mãos dadas. Quanto mais os elementos do casal estiverem preparados para amar o outro de um modo “desidealizado” e conseguirem manter a admiração recíproca pelas qualidades reais, maior será a probabilidade de manterem uma relação sólida e feliz. A reciprocidade só é possível se existir entrega de ambas as partes, sem entrega não há relação.
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SÓNIA GRAVANITA

PSICÓLOGA CLÍNICA
PSICOTERAPEUTA

soniagravanita@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Medicinas Alternativas... ou complementares?

1/12/2013

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A utilização de medicinas designadas por “alternativas”, em situações de doenças em crianças e suas famílias tem vindo a aumentar. Segundo um estudo realizado na Austrália e no País de Gales, cerca de metade das crianças observadas em hospitais pediátricos estavam a utilizar terapêuticas complementares e alternativas.
por Pedro Amaral

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Não será o momento de trabalhar em equipa e separar o trigo do joio?

Um outro estudo, realizado no Reino Unido, mostrou que as crianças com doenças crónicas utilizavam três vezes mais tratamentos “alternativos” do que as crianças saudáveis. O que é curioso é que os médicos pediatras não sabiam que os seus clientes estavam a fazer outras formas de tratamento, por opção dos pais.

Um estudo realizado na Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa (Videira, C., Veloza, A., Moreira, J.M., Ribeiro, J. e Miranda, R.) revelou que, ao contrário do que se poderia pensar, a maior parte das pessoas que recorre à medicina alternativa não está insatisfeita com a medicina convencional – de facto, 95% dos inquiridos que utilizavam a medicina alternativa diziam-se satisfeitos com os cuidados médicos, 88% consideravam a relação com o médico boa e 92% estavam satisfeitos com os resultados dos tratamentos médicos. Muitas das pessoas que recorrem à medicina alternativa, quando precisam de cuidados mais especializados, consultam também os médicos especialistas convencionais.
Talvez a medicina convencional não esteja “em crise”, nem essa seja a razão do aumento da procura da medicina alternativa. Assim, o recurso a estas práticas não seria encarado pelos utentes como uma “alternativa” ou substituto à medicina convencional, mas sim, como um complemento desta. E as crianças virão, certamente, a beneficiar desta abordagem global e holística, dentro das várias “medicinas complementares”.

As medicinas designadas por “alternativas” não deveriam ser menosprezadas e inferiorizadas. Uma conclusão é óbvia: chegou a altura de deixar “a falar sozinhos” os corporativistas que defendem que “medicina só há uma, a ocidental e mais nenhuma”, e estudar, em conjunto e colaboração, as várias medidas terapêuticas que podem beneficiar, do ponto de vista biológico, psicológico e social, as crianças e suas famílias. É bom admitirmos que não sabemos nem dominamos tudo, e que a separação do trigo do joio passa por reconhecer que há trigo e que há joio. Na medicina “alternativa”, mas também na “ocidental”.

Moda ou necessidade?

Medicinas Alternativas?
Complementares? A discussão é grande e a polémica tem feito correr rios de tinta, envolvendo os mais altos órgãos de soberania, as instituições profissionais e os leigos. Não adianta “tapar o sol com a peneira”, nem emitir juízos de valor sobre uma prática que, como todas, terá os seus pontos positivos e os seus aspetos menos bons – o que interessa é ver, numa abordagem científica, qual o interesse, a eficácia e a eficiência desta medicina, se o seu posicionamento é “alternativo” ou “complementar” relativamente à medicina “médica”, bem como saber um pouco mais dos “quês” e “porquês”, dos “quem” e dos “quandos”. Até porque, sob a designação “alternativa”, encontram-se coisas tão diversas como comprar de vez em quando um chá de tília ou submeter-se a acupunctura regularmente. Uma área em franco crescimento.

Não existem dúvidas de que a medicina alternativa está a tornar-se cada vez mais popular no hemisfério Norte. Em Portugal, os dados permitem saber que cerca de um em cada seis portugueses revela ter já utilizado as terapêuticas alternativas, nas duas semanas anteriores a serem inquiridos e pelo menos um em dois, ao longo da sua vida.

No entanto, apesar da crescente procura da medicina alternativa em Portugal, há um relativo “ vazio legislativo” sobre esta matéria, o que permite o exercício desta medicina por pessoas não qualificadas para tal. 

O reverso da medalha

Claro que nem tudo são “rosas”, nem chazinhos de camomila. É necessário as pessoas estarem alerta para a existência de muitos charlatães nesta área, e que o arrastar de alguns problemas pode trazer riscos para a saúde, não apenas pela acumulação de medicamentos dos dois tipos (com efeitos colaterais cumulativos), mas porque há diagnósticos que podem ser protelados.

A abertura de espírito e a análise científica das vantagens e desvantagens, eficácia e eficiência das várias práticas médicas poderá separar o trigo do joio e contribuir para o objetivo final de qualquer prática médica: ganhos em saúde e em bem-estar para os utentes. Complementaridade sim. Atitudes fundamentalistas do género “eu é que sou o dono exclusivo da verdade”, não.


O caso particular da Homeopatia

A Homeopatia, em particular, é uma verdadeira Medicina Natural, Complementar à Alopatia, Integrativa e Holística. Daí que faça cada vez mais sentido falar em Medicinas Complementares, que contribuem globalmente para a Saúde do Paciente. Os benefícios são mútuos quer para o paciente, quer para o médico ou profissional de saúde que o acompanha. Assim, neste contexto, importa abordar estes temas sempre numa perspetiva de Complementaridade.  

Portugal está felizmente a mudar no que concerne aos hábitos e cuidados com o seu estado de saúde e o acesso à informação é cada vez mais democratizado graças às novas tecnologias de informação como a Internet, pelo que as Medicinas designadas, de Alternativas são cada vez mais procuradas.Esta realidade é uma boa notícia nos tempos de “crise” que correm. 

Outra questão interessante que contraria a regra do ponto de vista legal é a Homeopatia. Esta Medicina está, ao contrário do que se possa pensar, regulamentada e Portugal fez avanços legislativos consideráveis nesta área, apesar de não estar ainda ao nível de países como a Inglaterra e Alemanha, Brasil e Índia.É atualmente uma Medicina em franco desenvolvimento.Os profissionais formados em Portugal estão abrangidos pela Lei de Enquadramento das Terapêuticas não convencionais 71/2013, pelo que é seguro e legal confiar na prática clínica de um Homeopata qualificado e certificado para o exercício da prática clínica em contexto de clínica, consultório particular, centros de saúde ou ao domicílio.

Em suma, já é altura de trabalhar em equipa e separar o trigo do joio.Para o bem do Paciente e afinal para o bem da Saúde dos Portugueses.

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PEDRO AMARAL

BIÓLOGO E TERAPEUTA ESPECIALISTA EM HOMEOPATIA


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Reciprocidade no Fim do caminho

1/12/2013

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Entender os processos pelos quais vamos passar em fim de vida é uma forma de dar mais valor e intensidade à própria vida. Acompanhar pessoas em fim de vida é uma experiência única e enriquecedora.
por Mário Madrigal


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2013
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Os períodos antes e depois do fim de uma vida são momentos especialmente intensos, quer para a pessoa que parte, quer para quem fica. Entender esta fase da vida de um ponto de vista humano é essencial para poder lidar com naturalidade, dignidade e carinho com a pessoa que está a partir e apoiá-la para que a sua vivência desta transição seja o mais pacífica possível e facilitadora do encontro de um sentido vital. Estamos a falar num esforço consciente de reciprocidade em relação àqueles que nos deram apoio e sustento nas fases iniciais das nossas vidas, nomeadamente os nossos familiares mais próximos, mas não só.


Os momentos finais da vida de um ser humano são momentos especialmente relevantes. São momentos em que a pessoa que está a partir, defronta-se com uma das últimas, e se calhar uma das mais importantes, aprendizagens do ser humano: aprender a perder. Perder capacidades físicas e cognitivas; perder a autonomia, perder o contacto social e com os seres queridos… Porém, há muitas coisas que podem ser evitadas e outras potenciadas. A primeira é evitar a solidão. Curiosamente todos nós e todas as pessoas a quem amamos vamos passar por essa fase, mas de facto fazemos de conta de que não vai ser assim, e evitar o contacto com os outros que estão nesta fase é um dos sintomas. Há uma percentagem significativa do sofrimento psicológico nesta fase da vida que tem a ver com o isolamento social, a começar pelo isolamento de familiares e amigos.

A realidade mostra-nos hospitais cheios de pessoas em fases finais que raramente são visitadas pelos seus entes queridos. Poderá não ser uma questão de egoísmo. Poderão ser são duas coisas: medo e impotência. Medo, pois estamos a ver em quem está a partir um espelho daquilo por onde nós mais cedo ou mais tarde vamos passar; e claro, medo de sofrer por ver alguém sofrer. E impotência por acreditar que não podemos fazer nada. Eis a grande falsa crença. Podemos fazer tanto! A simples presença e contacto regular pode levar a que a pessoa esteja a maior parte do tempo só, mas não a que se sinta só ou abandonada.

Simplesmente estar presente para ouvir ou simplesmente partilhar o silêncio é incrivelmente tranquilizador e gratificante para quem está a partir, e para nós também... A nossa proximidade também pode ser um grande contributo para apoiar esse ser humano a manter a sua dignidade, devendo ser feito um esforço por entender o que significa “dignidade” para quem está a partir e não impor o nosso próprio conceito, influenciado pelos nossos valores e crenças pessoais. A nossa atitude de reconhecimento e respeito pela pessoa até o último minuto, independentemente das suas capacidades, simplesmente, sente-se.

E esta é uma altura excelente em que podemos convidar a pessoa a partilhar connosco o seu percurso de vida, as suas memórias, os seus desafios, os seus fracassos e as suas aprendizagens. Uma atitude humilde de escuta ativa, sem necessidade de fazer nada, de pretender dar respostas, e sim simplesmente acolher, é um grande contributo para que a pessoa sozinha encontre o seu sentido vital. É muito fácil nesta fase perder a objetividade em relação a todo um percurso vital quando estamos focalizados na perda de capacidades e no isolamento. Mais uma vez, uma presença atenta faz toda a diferença.

E finalmente podemos potenciar no outro o apreciar a vida até ao último momento. É perfeitamente humano e natural que, conforme vamos perdendo capacidades, sintamos a tristeza da perda. Porém, também é uma escolha consciente decidir estar focalizado naquilo que não tenho ou não posso fazer, ou naquilo que ainda tenho ou ainda posso fazer. E se não estivermos limitados pela tristeza da solidão e da sensação de abandono, provavelmente é uma fase da vida em que conseguimos entender internamente, melhor do que noutras fases, a importância do “ser”, à frente do ter ou do fazer. É comovente ver como pessoas que durante a maior parte do percurso de vida estiveram focadas no ter e no fazer, nesta fase finalmente conseguem transmitir despreocupação e amor. Embora nem sempre é possível, e embora sempre é possível ser muito antes.

E claro, neste processo todo, quem acompanha fica com a incrível riqueza da objetividade em relação à realidade e beleza da vida, ficando a apreciá-la e a desfrutá-la com maior intensidade. Acarinhar pessoas em fim de vida é um dos desafios mais bonitos e ricos que a sociedade no seu todo está a perder. É hora de acordar também nesta área.

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MÁRIO MADRIGAL

INVESTIGADOR E FORMADOR EM DESENVOLVIMENTO HUMANO
COORDENADOR DO NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA WAKESSEED

www.wakeseed.org
mario.madrigal@wakeseed.org

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