Revista Progredir
  • Home
  • Publicações
  • Conteúdos
    • Entrevistas >
      • Sofia Pereira
      • Carolina Palmeiro
      • Anna Luizza
      • Carla Shakti
      • Vasco Catarino Soares
      • João Rodrigues
      • Mafalda Navarro
      • Diana Pinheiro
      • João Fernando Martins
      • Marine Antunes
      • Mara Gomes
      • Paulo Cordeiro
      • Sónia Brito
      • Joana Pinto
      • Bárbara Ruano Guimarães
      • Cristina Marreiros da Cunha
      • Inês Afonso Marques
      • Mauro Nakamura
      • Sara Cardoso
      • Carolina Granja
      • Margarida Albuquerque e Gisela Guedes
      • Barbara Ramos Dias
      • Lisa Joanes
      • Simone Veiga
      • Cristina Felizardo
      • Isabel Zibaia Rafael
      • Helena Sousa
      • Maria Inês Antunes
      • Catarina Lucas
      • Miguel Raposo
      • Eunice Maia
      • Filomena de Paula
      • Paulo Borges
      • Cristina Valente
      • Pedro Colaço
      • Margarida Vieitez e Patrícia Matos
      • Menna Sa Correa
      • Joana Barradas
      • Silvia Oliveira e João Magalhães
      • Inês Pereira Pina
      • Juiz Joaquim Manuel da Silva
      • Cecilio Fernández Regojo
      • Maria Gorjão Henriques
      • Paula Margarido
      • Yosef Shneor
      • Izabel de Paula
      • Sandra Ramos
      • Fernando Mesquita
      • Mónica Magano
      • Isabel Gonçalves
      • Virginia Henriques Calado
      • Lourdes Monteiro
      • Sónia Ribeiro
      • Liesbeth Jusia
      • Tiger Singleton
      • Vera Simões
      • João Medeiros
      • Tâmara Castelo
      • Rita Sambado e Rodrigo Maia de Loureiro
      • Sofia Vieira Martins
      • Elia Gonçalves
      • Karina Milheiros Kimming
      • Ana Tapia
      • Daniela Ricardo
      • Esther Liska
      • Anabela Francisco
      • Sandra Oliveira
      • Margarida Vieitez
      • Janine Medeira
      • Mafalda Rodrigues de Almeida
      • Manuel Pelágio
      • Cátia Antunes
      • Susana Rodrigues Torres
      • Peter Deadman
      • Fernando Mesquita
      • Maria da Luz Rodrigues Lopes
      • Ricardo Fonseca
      • Paulo Pais
      • Tânia Zambon
      • Sister Jayanti
      • Karen Berg
      • Alexandra Solnado
      • Mariana Pessanha
      • Dulce Regina
      • Ligia Neves
      • Susana Cor de Rosa
      • José Soutelinho
      • Paula Ribeiro
      • Maria Helena Martins
      • Lee Carroll
      • Festival Andanças
      • Pedro Mello
      • Ana Teresa Silva
      • Gen Kelsang Togden
      • Tony Samara
      • Marta Gautier
      • Adelino Cunha
      • Pedro Vieira
      • Joe Dispensa
      • Michal Shneor
      • Laurinda Alves
      • Eric Pearl
      • Gustavo Santos
      • Ana Rita Ramos
      • Vera Faria Leal
      • Pedro Sciaccaluga Fernandes
      • Isabel Ferreira
      • Luís Resina
      • Teresa Robles
      • Cristina Leal
      • Francisco Varatojo
      • Pedro Norton de Matos
      • Paulo Borges
      • Miguel Real
      • Andrew Cohen
      • Deborah Jazzini
      • Lauro Trevisan
      • Sofia Bauer
      • Vítor Cotovio
      • Laurinda Alves
      • Beatriz Quintella
      • Nelson Theston
      • Álvaro Sardinha
      • Satori Darshan
      • Leonel Moura
      • João Alberto Catalão
      • Paul Aurand
      • Izabel Telles
      • Anne Hoye
      • Maria José Costa Félix
    • Artigos por Pedro Sciaccaluga >
      • Responsabilidade
      • Dualidade
      • Sejamos Essência!
      • Um caminho a Percorrer!
      • Superar a Morte em Vida...​
      • Um caminho para a Felicidade...
      • Sê Egoísta! Nós agradecemos!
      • Relações para que?
      • Bengalas nos relacionamentos? saltar de galho em galho?
      • Quem vê caras não vê corações?
      • Dar ou controlar?
      • O que ganho com isso de ser “ZEN”?
      • És estúpida ou que?
      • Pois, Pois, a teoria já eu sei! E na prática? (A Arte de Amar...)
      • Será que gosta de mim?
      • Aceito-te como és… mas…
      • Já te pintaste Hoje? És uma Obra de Arte!
      • Preferes ser um facilitador ou um dificultador?
      • O que não pode faltar no teu novo ano?
      • Queres uma relação estável mas foges a sete pés?
      • Cada um tem de mim exatamente aquilo que Sou…
      • Como encontrar o Verdadeiro Amor?
      • A Voz da Consciência…
      • Sopra para longe o que te aperta o coração...
      • Amor ou Liberdade?
      • Como nos podemos sentir mais fortes e em Paz?
      • Culpa! Culpa! Culpa! Ahhhhhhhhhhh!
      • O que queres Hoje?
      • A importância dos Amigos e da Amizade…
      • Já sentiste solidão? (e sufoco?)
      • E que tal sermos honestos?
      • Tentei sair da zona de conforto! Sabes o que aconteceu?
      • Queremos alguém compatível ou alguém “forçado”?
      • Quanto mais corres menos me apanhas? A fila Anda...
      • É fácil partilhar quem somos?
      • Os homens são todos uns......!!!
      • Haja paciência para te encontrar!
      • Eu sei… mas ele vai mudar...
      • Como reagir a uma morte?
      • O Tempo e a Vida…
      • Estás Vivo ou Morto?
      • És Linda! Sabias?
      • Que tipo de pai “somos”?
      • É tolice dizer que gosto de ti?
      • Não será isto a amizade? Obrigado Amigos!
      • O que não nos mata torna-nos mais fortes? Será?
      • Já te arrependeste de alguma coisa?
      • Somos normais? Sim… E depois?
      • Falar ou não falar?… Eis a questão…
      • Como SER a pessoa certa? (Num Relacionamento Espiritual ou Maduro…)
      • A relação íntima é a resposta para todos os males?
      • A vida é bela! Mas às vezes dói como o raio!
      • Roubamos energia aos outros?
      • 5 Princípios para um relacionamento Feliz
      • Será que é Amor?
      • Apaixonaram-se e foram aprendendo a Amar…
      • Momentos de Verdade…
      • Tens medo da intimidade? Eu também!
      • Começar em Amor, Terminar em Amor…
      • Descongelar o coração e voltar a Amar…
      • Um pássaro numa gaiola???
      • Consideramos os outros objetos ou… Pessoas?
      • Namorar...
      • “Devemos” ser independentes…? Ou não...?
      • O que tiver que ser será!… Karma… escolhas e aprendizagens…
      • Outra vez...?
      • Órfãos de pais vivos...
      • Logo se vê… Deixa andar…
      • Amor e Liberdade…
      • Digamos que me sinto o homem mais Feliz do Mundo…
      • Com que olhos vês o Mundo?
      • Terminar (ou não) um relacionamento?
      • Será que és introvertido?
      • Sabes que por vezes me sinto à deriva?
      • Desistir... ou voltar a Amar?
      • Solidão… dores de transição… e Amor…
      • Porque é que não somos mais felizes…?
      • Uma combinação maravilhosa de sofrimento e bem-estar...
      • Somos escravos ou Seres Humanos?
      • Falar mal dos outros…? Eu…?
      • A Magia do Amor...
    • Glossário
    • Polaroids & Slides
    • Artigos
    • Partilhas do Leitor
    • Blog artigos revista progredir
    • Vídeos
  • Loja
  • Quer Ganhar?
  • Parceiros
  • Agenda
  • Pub
  • Sobre nós
    • Estatuto Editorial
    • Visão, Missão e Valores
    • Equipa >
      • Pedro Sciaccaluga
      • Maria Melo
      • Sílvia Aguiar
      • David Rodrigues
      • Catia Mota
      • Liliana Gomes Silva
    • Participe
    • Eventos >
      • Greenfest 2016
    • Contactos
    • Ideias e Harmonia
  • Subscrever

A Impermanência nas Relações

1/3/2018

2 Comments

 
Imagem
É na impermanência das relações que temos a oportunidade de dar saltos quânticos. De nos redescobrirmos. Por Rute Calhau

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Permanência é aquilo que não existe mas que foi criado pela tua própria mente enquanto Ser Humano devido a todos os teus ensinamentos. A única certeza que tens é que após o teu nascimento, a qualquer momento podes morrer. Essa é a tua única certeza. Tudo o resto é mutável, flexível. Portanto, permanência não existe, é uma ilusão. Podemos comparar permanência com expetativa. O que tens estado a expetar na tua vida? A esperar para que aconteça? No que te tens focado? Trouxe permanência ou desilusão pela impermanência?

O Ser Humano tem uma enorme capacidade de autossabotar-se e criar ilusão na sua mente. Não é simplesmente e apenas nas relações, mas nas várias secções da nossa vida. É bom que se perceba que tal como tudo na vida, as relações são impermanentes. Um dia pode apetecer-te comer carne e noutro peixe, ou simplesmente virares vegetariano. A cada momento pode apetecer-te algo diferente, ou mesmo perceberes que o teu corpo e o teu espírito estão a pedir algo diferente. As relações são como o alimento. Na realidade, são um alimento muito forte para a nossa alma. É a partir dos relacionamentos que fazemos grandes aprendizagens. É como se voltássemos à escola. Temos a pré-primária, primária, primeiro ciclo, liceu, universidade, pós-graduação, mestrado.

As relações também são feitas de estágios e são um enorme convite para a nossa evolução humana e espiritual. Porque ninguém é de ninguém. E tudo pode mudar a qualquer momento.

Quanto mais conscientes ficarmos em relação a esta realidade, mais facilmente conseguiremos praticar o desapego e tornar as relações mais saudáveis.

Quando falamos em desapego, não quer dizer que a relação acabe. Muitos de nós, temos a ideia de que estar num relacionamento é estar preso a algo. É ter que colar-se no outro como se nada mais existisse. Isso é tudo muito bonito nos filmes e contos de fadas. Na realidade, um relacionamento só funciona quando te desapegas. Quando tu escolhes ficar só porque sim. Não por necessidade.

E quando percebes que és completo e que o outro te transborda, o relacionamento fica mais leve, mais saudável.

Olhando para um relacionamento longo, existem vários estágios. A fase em que conheces o outro e em que te estás a dar a conhecer, é a fase mais importante do relacionamento. Por norma, temos a necessidade de agradar o outro, para que o outro fique. Mas o que acontece a longo prazo, é que essa necessidade acaba por se tornar uma frustração mais à frente. O que te prendeu? Foste tu mesmo, que ao tentar agradar o outro, deixaste simplesmente de seres tu mesmo. Então, saíste do teu centro. Tens a necessidade de voltar ao teu centro, a seres tu. E isso pode causar desconforto numa relação. Muitas relações acabam simplesmente por isso. Porque o outro gosto daquilo que conheceu, criou expectativa, e agora estás a ser outra coisa que o outro desconhecia. Este é o primeiro estágio da impermanência.

Depois, continuando a relação, há a necessidade de moldagem de um com o outro. De aprender a lidar com as situações. E ai é uma grande proposta de crescimento pessoal tanto a nível pessoal como de casal, porque somos espelhos, e o outro vem-nos apenas mostrar aquilo em que ainda estamos a vibrar, e que logo, consequentemente atraímos, para que possamos trabalhar em nós essa mesma questão. Se, devido ao conflito, houver ruptura, e não houver entendimento, o mais provável é que numa próxima relação atraias o mesmo para ti. Compreende também que com o facilitismo que existe em mudar de parceiro nos dias de hoje, acaba por tornar os relacionamentos num ciclo vicioso. Então, cura-te. Aceita-te tal como és e aceita o outro. Tu não podes mudar o outro se não te mudares a ti mesmo. A proposta é voltares ao teu centro. Do que gostas? O que queres? O que te faz vibrar? Tu aceitas isso em ti? O outro aceita-te? O trabalho interior é contínuo, é impermanente. Porque cada vez que te predispões a trabalhar o teu interior, dás um salto quântico, e é quase inevitável não veres as diferenças. Sente-se.

É necessário um grande amor, uma grande partilha, uma grande fusão de compreensão, amizade e companheirismo. Porque o amor, não é nada mais nada menos, do que uma grande partilha de vivências camufladas prontas para brotar, como um lindo botão de rosa. Pode ser tão belo quando compartilhado. Então podemos ver o relacionamento como uma flor, que deve ser cuidada a cada momento conforme as suas necessidades. E é natural que cada um precise do seu próprio espaço. É natural que cada um sinta a fusão do todo quando unem suas almas e seus corpos. 
​
Imagem
RUTE CALHAU
NATUROPATA, HIPNOTERAPEUTA E TERAPEUTA HOLÍSTICA
www.facebook.com/ NaturalmenteZenbyRuteCalhau
rutecalhau.therapies@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

2 Comments

Isto também passará

1/3/2018

0 Comments

 
Imagem
Tudo o que compõe o Universo está em constante transformação. Apesar de ser uma verdade natural, porque a aceitação da impermanência causa resistência e conflitos internos?
Por Rute Cabrita


in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​Num reino distante no espaço e no tempo vivia um Rei insatisfeito; nem na alegria, nem na tristeza conseguia encontrar a paz interior. Decidiu recompensar grandemente aquele que lhe ensinasse o segredo para alcançar a paz nos desafios da vida. Inúmeros sábios e filósofos, de todos os cantos do mundo, refletiram durante dias e noites sobre a solução perfeita para apresentar ao Rei e, então, conquistarem a aclamada retribuição. O Rei ouviu inúmeras dissertações que, apesar de soarem a grande sabedoria e profundidade, não apaziguavam a sua inquietação. Até que certo dia, um modesto ourives ofereceu ao seu Rei um anel com a inscrição: “Isto também passará.” E, assim, o Rei e o seu reinado lembravam estas palavras em momentos de dor e de prazer, seguindo rendidos e gratos à vida.
 
Falar de impermanência é falar de vida. E de não vida. É falar de tudo o que existe, existiu ou existirá. Sempre assim foi e sempre assim o será, pelo fluxo contínuo da transformação. Falar de impermanência é colocar a mente ao serviço da tentativa de descrever essa verdade intuitiva e profunda que se experimenta em tudo e a todo o momento. A incrível capacidade de raciocínio possibilita, de facto, o reconhecimento da impermanência através das memórias e das projeções, que elaboram para além do momento presente. Contudo, esse conhecimento inato, que a todo o momento é vivenciado no corpo, está para além da compreensão racional. E é precisamente por essa limitação da mente que existe o pensamento dual: bom e mau, bonito e feio, dor e prazer. Os conceitos opostos servem, no fundo, para pensar e comunicar sobre permanente impermanência.

A impermanência é o resultado natural da força motriz da vida, do mundo, do universo; é através dela que há a evolução e o infinito, que se concebe o possível e o impossível. E ainda que ela seja incontrolável e incontornável, reconhecê-la provoca grande resistência e desconforto. Na verdade, há tanto a acontecer ao mesmo tempo, dentro e fora de nós, que o intelecto não consegue acompanhar, compreender ou controlar. Os pensamentos, as emoções, as sensações, os desejos, o humor: só isso já é tanto.

Entre a imensidão de todos os estímulos internos e externos, a mente escolhe concentrar-se em apenas alguns. Então, ao focar a atenção num objeto, num pormenor ou numa fração de um movimento, torna-o fixo e exclui todo o dinamismo em seu redor, simulando sensações de estabilidade e solidez. Essa atenção seletiva vai congelando e armazenando frames da realidade, que vão construindo o sentido de identidade, a personalidade, as crenças e os padrões. Assim se vai estabelecendo uma rede funcional que orienta uma atuação padronizada, com impressão de domínio, de segurança e previsibilidade. Porém, essa ilusão de permanência é construída precisamente sobre onde ela não existe: os pensamentos vão e vêm, as ideias transformam-se, o conhecimento renova-se. Acaba por ser um esforço inglório tentar manter coeso todo o cenário físico, psicológico e emocional. Negar as mudanças - além de não impedir que aconteçam - é castrar a plenitude de possibilidades de experiências. A luta racional contra o que há no aqui e agora (e que é impermanente) é a fonte do sofrimento.

O desejo de permanência e de estabilidade acaba por ser a estratégia mental de contornar a consciência da morte, essa, que apenas o ser humano tem; numa realidade ilusória de permanência há a sensação de imortalidade. Os animais, as plantas, o Universo, experimentam a eternidade por existirem a cada momento, sem a habilidade de projeção nem de antecipação. A mente humana luta pela permanência porque sabe que não é eterna. Mas, a cada e a todo o instante, há algo que permanece; há um testemunho da própria impermanência, que a observa sem interferir, que se dá conta das transformações e das estratégias da mente para as controlar.

A permanência permanente na impermanência é a Consciência; essa presença que nunca se transforma nem se extingue. Uma pedra é consciência pura a cada instante, um rio flui no seu caudal de consciência que não teme os caminhos que virão, o Homem é consciência pura para além da mente e do corpo. É essa testemunha que está por detrás das imagens do corpo refletidas no espelho ao longo da vida e que está também para além da mente que processa e arquiva essas imagens. Esse “Eu Sou” que contempla é o mesmo, sempre; um Ser eterno pela permanência na impermanência; um observador das construções e desconstruções da persona que ambiciona segurança. E é esse Eu - eterno, permanente, inteiro, livre e não dual -, que o eu construído pela mente quer mimetizar.
​
Quando a impermanência causa perturbação e conflito, com excitação ou medo, é apenas um sinal de que atingiu o modelo estático que foi edificado; é uma oportunidade de atualização, de renovação e de liberdade. No silêncio, em atenção plena, na presença e na intimidade com o Eu, há permanência.
​
Imagem
RUTE CABRITA
TERAPEUTA TRANSPESSOAL
www.rutecabrita.wordpress.com
rutecabrita@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

0 Comments

Não há mal que sempre dure, nem bem que sempre perdure!

1/3/2018

1 Comment

 
Imagem
A ilusão de que temos o poder de guardar aquilo que gostamos e evitar o que pode causar danos à nossa acostumada tranquilidade, compromete o nosso estado de ânimo e fragiliza a nossa saúde em geral. Por Susana Milheiro Silva

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Este sábio provérbio popular diz-nos que nada é como é de um modo permanente. Viver consciente desta realidade é um precioso contributo para preservar a saúde mental e física. Então porque tendemos a nos esquecer que tudo o que preenche a nossa circunstância de vida está em permanente mudança?
 
Uma possível razão prende-se com a nossa necessidade básica de segurança. Aquilo que conhecemos bem, as “nossas” pessoas, os locais onde nos deslocamos regularmente, as tarefas que realizamos, geram sensações de maior ou menor conforto, mas acima de tudo fazem parte do meio em que a nossa identidade está habituada a se mover. Ou seja, sem previsíveis surpresas. Mas na realidade trata-se de uma ilusão. Com frequência sucedem-se eventos de vida que não antecipámos e nos obrigam a adaptarmo-nos a novas realidades.

Viver “agarrado” à ilusão de que temos o poder de guardar para sempre aquilo que gostamos e evitar o que nos pode causar danos à nossa acostumada tranquilidade, compromete o nosso estado de ânimo e fragiliza a nossa saúde em geral. Na verdade, quanto maior for a nossa capacidade de nos adequarmos à nova realidade que a vida nos “presenteia”, mais evoluímos, crescemos enquanto seres humanos, tornamo-nos mais maduros. Mas, se aceitamos bem o que nos traz bem-estar, já a dor que surge, gostaríamos que fosse efémera. Sabemos que o que sentimos não durará para sempre, que vai passar também, mas o tempo em que se manifesta parece infinito. A maioria de nós carece de competência emocional para lidar com a frustração, a dor psicológica, ou mesmo a física. Crescemos sob os conselhos de quem nos quer bem e proteger, com a crença que devemos ser ou nos mostrarmos fortes perante os outros.

Desde tenra idade somos levados a tentar ignorar a dor. Nos primeiros passos, ao cairmos, se ficamos com um joelho esfolado ou uma mão arranhada, ouvimos: “Já passou!”

Esta incoerência entre o que a criança está a sentir no momento e o que lhe dizem, gera um mecanismo de rejeição como via para “ocultar” a dor. Daí ser difícil aceitarmos, acolher e observar desde um outro estado de consciência, que os estados de desconforto emocional são também impermanentes.
Certamente que a nossa perceção sobre a transitoriedade da dor seria diferente se desde a infância tivéssemos escutado: “Sei que está a doer, mas não tenhas medo, vai passar.”

A “Organização Mundial de Saúde” (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”. Assim, a par com uma alimentação equilibrada, algum exercício físico moderado, é igualmente importante que nos dediquemos a observar a nossa corrente de pensamentos como um meio de preservação da saúde; aquilo que nos causa aversão e o que desperta avidez; o que evitamos e o que perseguimos; o que queremos e o que precisamos genuinamente. Existem várias práticas que estimulam o incremento do foco de atenção no momento presente e contribuem para alcançar estados de consciência que nos apoiam neste propósito.

A meditação formal, exercícios de mindfulness, ou modalidades de movimento corporal como o yoga, qigong ou tai chi. Todas contribuem para desenvolver a atenção e a consciência na relação corpo-mente. A perceção que existe uma ligação contínua entre o nosso corpo e o modo como a psique se relaciona com a nossa circunstância de vida, alerta-nos para a necessidade de cuidarmos das várias vertentes do nosso Ser.

Desde um estado de consciência que compreende a Vida como uma experiência de aprendizagem, valorizamos a sua constante impermanência a certeza da sua finitude como a conhecemos.

O que é ruim permite valorizar o bom. A escassez de tempo intensifica a satisfação que podemos retirar de cada vivência. Os insetos efémeros vivem pouco mais do que algumas horas e têm como única missão de vida perpetuar a sobrevivência da espécie. Alguns de nós conduzimos a vida como nunca acabasse. Adiamos, sabotamos oportunidades, esperamos que chegue o momento adequado.

Os japoneses têm um conceito de vida sobre a natureza. O Waba-Sabi. Apreciam tudo o que é perecível e imperfeito. Valorizam a beleza das coisas pela unicidade da imperfeição e da impermanência em si. Por outro lado, o mundo ocidental sobrevaloriza o perfeito, o correto, o adequado. A força da crença que o nosso mundo ficará mais "perfeito" quando obtivermos algo mais externo a nós que preencha determinados requisitos, que nos fará mais felizes, prende-nos mentalmente ao futuro e impede-nos que desfrutemos do presente como ele é.
​
Podermos apreciar o que é enquanto existe, conscientes que um dia, nós e o que “temos” desaparecerá, permite-nos que nos relacionemos de um modo apaziguado com o que chega de imprevisto. A aceitação da inconstância das coisas, é o seu mediador mágico.
​
Imagem
SUSANA MILHEIRO SILVA
PSICÓLOGA CLÍNICA, VIA® APRENDIZAGEM INTEGRATIVA DA VIDA
CONSULTORA MINDFULNESS PELA EEDT. MEMBRO FUNDADOR DO CLUBE UNESCO-KIRON
www.susanamilheirosilva.com
www.facebook.com/susanamilheirosilva

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

1 Comment

Impermanência

1/3/2018

0 Comments

 
Imagem
Tudo o que começa termina. Tudo está sujeito à mudança. Aceitar a impermanência é aceitar a realidade do Universo em constante transformação. É, também, aceitar que nós próprios, enquanto parte deste Universo, estamos em permanente mudança, influenciados por tudo aquilo que nos rodeia.
Por São Luz


in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​Não existimos como entidades separadas, antes somos continuamente causa e consequência dos processos que acontecem à nossa volta. De facto, apenas porque a impermanência existe é que a vida é possível. “Algo” existe como consequência de uma manifestação anterior. Procurar imutabilizar a presença desse “algo” – relação, situação, objeto, ideia, etc., - nada mais é do que uma tentativa ilusória de travar o processo evolutivo que conduzirá, inevitavelmente, ao sofrimento. A dor é, então, a consequência do apego que tem dificuldade em aceitar o princípio da unicidade da vida.

O apego perpetua a ilusão da imutabilidade, contrária à ordem, à beleza e harmonia do Universo, onde nada existe em separado. O apego à forma deriva do medo do ego que, na sua tentativa de nos proteger do sofrimento, procura manter-nos em segurança, evitando situações mais ou menos desconhecidas, que nos deixem à mercê de fatores que poderemos não controlar. Tentará, por todos os meios, manter a previsibilidade, continuidade e estabilidade dos processos. Tentará também garantir a permanência da noção de realidade enquanto experiência percebida pelos órgãos dos sentidos, inconsciente de que essa realidade não é, de facto, a Realidade, mas uma representação interna, condicionada pelas vivências experimentadas pela personalidade e, como tal, necessariamente diferenciadas de pessoa para pessoa. Tal irá contrariar o Princípio da Unidade e despoletar o sentimento de separação que irá reforçar novamente o medo, reiniciando o ciclo.

Ao considerarmos a impermanência, transitoriedade e inconstância das formas ficaremos livres para viver o presente, único ponto no tempo em que a vida acontece, e convidados a exercitar caraterísticas como a entrega, a concentração, a alegria, a generosidade, a compaixão, a aceitação, o desapego, o contentamento. Poderemos vê-la também como um estímulo para sairmos da zona nossa de conforto e experimentarmo-nos em outras formas de expressão, mais criativas e conscientes.

Refletir sobre a impermanência é também refletir sobre a efemeridade das situações e a necessidade de relativizar a importância das condições que se apresentam na nossa vida – prosperidade e declínio, desgraça e fama, elogio e censura, sofrimento e alegria.

Todas as grandes correntes de pensamento, religiosas ou não, valorizam a importância do desapego e da consciência da inevitabilidade da mudança. O Budismo considera a impermanência (anicca) como a primeira qualidade caraterística do Universo.

Na Bíblia encontramos referência ao mesmo conceito quando lemos, p. ex., que existe um tempo para semear e um tempo para colher, um tempo para nascer e um tempo para morrer (Eclesiastes 3). O Hinduísmo considera que o ser humano possui aspetos permanentes e impermanentes e que, enquanto estiver preso aos fenómenos impermanentes, está sujeito ao sofrimento e ao renascimento. No entanto, quando voltar a sua atenção para a face permanente de si mesmo, será capaz de superar a impermanência e alcançar a libertação.

Lavoisier, considerado o pai da química moderna, no séc. XVIII, afirmou que na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Mas talvez seja a simples e direta observação da Natureza que, com mais facilidade, nos mostra este conceito a desenrolar-se a cada dia que passa.
​
Também a Astrologia, enquanto linguagem simbólica, nos ajuda a refletir sobre este princípio. Temos assim as propostas trazidas por Úrano, com as suas mudanças libertadoras e repentinas, mas também com o espírito de unidade e fraternidade; Neptuno com a dissolução dos limites e o desejo de fusão coletivo; Plutão enquanto princípio regenerador e a percepção de que nada na vida pode permanecer sempre igual, que a vida dá lugar a morte e que a própria morte é o húmus que alimenta a nova vida, seja ela entendida como ideia, circunstância, entidade, consciência ou Universo.

Imagem
SÃO LUZ
COACHING, DESENVOLVIMENTO PESSOAL E ASTROLOGIA
www.podeestrelas.pt
saoluz@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

0 Comments

Impermanência, o fluir da Vida

1/3/2018

0 Comments

 
Imagem
​Por mais estática e fixa que queiramos que a Vida seja, a fluidez natural e necessária ao funcionamento do Universo não deixa. Por isso é vital aceitar a impermanência da Vida.
Por Carmen Krystal


in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Todos os dias, a cada hora, minuto e segundo, há mudanças a ocorrer, há imprevistos, há novos desafios que levam ao movimento da vida e que, o próprio movimento da vida também faz ocorrer. No entanto, na mente do Ser Humano, continua a existir a ilusão de que tudo deveria ser estático, parado, constante e sem mudanças. Nada deveria fazer-nos sair da nossa zona de conforto nem provocar desequilíbrios no nosso estado emocional, pois tudo deveria ser sempre a favor do conforto emocional que procuramos sentir constantemente.

Acontece que vivemos integrados num Universo que de estático nada tem e onde todos os corpos se movem a um ritmo próprio. Todas as galáxias sabem para onde vão e como vão, todo o movimento das estrelas, dos planetas, asteróides e tudo o que compõe o cosmos, por muito que aparentem estar parados, seguem um fluxo de movimento organizado e constante, e cuja fluidez é deveras importante que seja mantida para que tudo esteja em equilíbrio.
 
Se estamos integrados neste Universo, nada em nós pode ser permanente, nem estar parado. Basta pensar no funcionamento do nosso organismo. O nosso coração bate sem o mandarmos, a respiração flui sem pensarmos que precisamos de respirar, o liquido cefalorraquidiano segue o seu ritmo próprio para alimentar e equilibrar o nosso sistema nervoso. O sangue circula, os órgãos trabalham cada um na sua função como uma equipa para que a máquina orgânica esteja sustentada e operacional. Tudo seguindo uma fluidez natural.
 
Quando pensamos no conceito de fluir, regra geral a imagem que nos ocorre é a água a correr. Um rio a correr para o mar, contornando todas as barreiras e obstáculos é o maior exemplo de fluidez. A força e ao mesmo a tranquilidade são caraterísticas dessa fluidez. A excelência da vida está em aprender a viver de acordo com este fluir natural que ocorre em qualquer circunstância, assim estejamos nós focados naquilo que é realmente importante.
 
Marco Meireles partilha como conseguir esta maravilha no seu livro o Plano A de uma forma simples e muito objetiva, de acordo com o estudo do investigador e professor de psicologia e gestão, Mihaly Csikszentmihalyi. “Na experiência de fluxo as pessoas vivem o momento de forma tão profunda e sentem-se tão completamente em controlo, que o seu sentido de tempo, de lugar e até de «eu» se dissipam.”
 
Grandes empresas como a Microsoft e a Toyota compreenderam que criar ambientes propícios à criação de fluxo, ajuda as pessoas a alcançar a mestria, aumenta a produtividade e a satisfação do trabalho. Ajuda, mas não faz tudo. A experiência do fluxo em si depende de cada um dos trabalhadores assumir a responsabilidade de se permitirem fluir na onda. Assim é também na nossa vida pessoal e com tudo o que nos acontece: assumir a responsabilidade do nosso caminho, usar a força para avançar, mas manter a tranquilidade para o fazer de forma serena e de acordo com os objetivos pretendidos é tudo uma questão de escolha. É desta forma que, mesmo quando há obstáculos, conseguimos aceitá-los e lidar com eles como apenas algo a contornar e não como entraves, porque acabam por fazer parte do percorrer do caminho e trazer aprendizagem, naturalmente.
 
Quando não se aceita a fluidez da Vida, acontece a frustração.
Filosofia de vida é a expressão que serve para descrever um conjunto de ideias ou atitudes que fazem parte da vida de um indivíduo ou grupo. Se a impermanência é o que mais existe na vida, porquê escolher filosofias de vida que vão contra a natureza do Universo? Não faz sentido! O respeito pelo funcionamento natural das coisas é a base para que a vida corra como tem de correr, de acordo com todas as leis do Universo e todas as regras da existência em equilíbrio.
Viver em sintonia com o Fluxo, é viver o presente e deixar a vida acontecer de acordo com o que é importante em cada momento. Manter o foco no caminho a construir e nos objetivos a alcançar é deveras importante. Na natureza temos um excelente exemplo: os Pinguins. Quando sentem o gelo a partir por baixo das patas, sabem que têm de partir rumo a mais um ciclo de procriação e busca de alimento.
 
Não é preciso obsessão nem excesso de preocupações e exigências pois com stress efetivamente é mais provável que a sincronização desapareça e não se faça as escolhas certas nos momentos certos para alcançar as metas certas. Porque quando algo falta no presente há um bocado de futuro que não acontece. Mas é muito mais saudável viver numa filosofia de vida onde o erro também é aceite, onde o imprevisto também tem lugar e a vida gera tudo o que é preciso para lidar com todas as situações do que estagnar ao mínimo pormenor de dificuldade.
 
É por isto que a Fé é importante na vida e está de mãos dadas com a Impermanência. Ter fé não é acreditar que vai acontecer o que nós queremos, mas sim, confiar que vai acontecer o melhor para nós, seja isso o que for. Confiar no fluxo da Vida e aceitar a impermanência do Universo é exercer a Fé ao mais alto nível. E viver numa filosofia de vida onde a fé impera trará sempre bem-estar e satisfação ao Ser Humano. 
​
Imagem
CARMEN KRYSTAL
TERAPEUTA DE REFLEXOLOGIA, MASSAGEM, DRENAGEM LINFÁTICA, REIKI, TERAPIA ENERGÉTICA INTEGRADA E ASTROLOGIA
www.terapiadaluz.com
terapias.carmenkrystal@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

0 Comments

E se não houvesse amanhã?

1/3/2018

0 Comments

 
Imagem
Apesar de procurarmos constância, estabilidade e controle, o segredo do bem-estar é exatamente o contrário. Aceitar e integrar a impermanência que vive dentro e fora de nós.
Por Sílvia Coelho


in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

 “Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”. Este é um dos meus ditados populares preferidos. Aliás, sou completamente fã de ditados populares. Personificam a ciência do bom-senso, a sabedoria do povo, onde anos de tradição e de observação traçam regras, linhas mestras e princípios de vida. Todos com as suas honrosas exceções, como é evidente. Não há regra sem exceção. No caso deste ditado popular, se olharmos para ele numa perspetiva construtiva, podemos encontrar algumas pistas para reflexão. Mais do que isso: encontramos material suficiente para alicerçamos uma mudança de vida. Ou pelo menos uma mudança na forma como encaramos e enfrentamos o nosso quotidiano.

Esta frase tão simples encerra em si uma sabedoria extraordinária. Eu diria que tudo o que contém um contributo para o alcançar um bem-estar generalizado, já é extraordinário. De uma forma muito direta e autêntica, este ditado popular mostra-nos que nada é eterno. Que nada é para sempre. Que nada permanece. Que nada dura. Nem a dor nem a felicidade. Nem a alegria nem a tristeza. Nada dura para sempre. Ou se quisermos de outra forma, tudo é eterno enquanto dura.

Se conseguirmos ter esta noção verdadeiramente entranhada, enraizada, no pensamento e no coração, a vida torna-se muito mais fácil e muito mais alegre. Garanto! Reparem, se conseguirmos de facto integrar que nada, mesmo nada, é permanente, constante ou estável, vivemos muito mais aliviados. Passamos a viver os momentos presentes. A retirar e absorver tudo o que o aqui e o agora nos vai oferecendo.

Deixamos de estar tão colados ao passado, de repetidamente sentir as suas dores, frustrações, perdas, tristezas e etc.  Deixamos de deprimir. Quando nos focamos muito no passado podemos desenvolver alguma tendência para a depressão. Se continuamente nos focamos no futuro e nos “ses” e “quandos” e no amanhã, podemos dar asas à ansiedade. E, navegando entre o passado e do futuro, gastamos uma energia que não é recuperável nem produtiva. esquecemo-nos de nos focar no momento. No presente. Naquela centelha de tempo onde efetivamente podemos fazer alguma coisa por nós próprios. O aqui e o agora é, na verdade, a única coisa que possuímos. Não somos “donos” nem detentores de absolutamente mais nada. Apenas de cada um dos momentos que por nós passa.

Se soubermos aceitar esta evidência, saberemos desapegar muito melhor. Saberemos tirar da vida todo o substrato que ela tem para nos dar. Podemos centrarmo-nos naquilo que verdadeiramente importa. E não é assim tão difícil compreender a impermanência de tudo o que nos rodeia. Tudo tem um início e um fim. Comecemos por nós próprios. O nosso corpo. Nascemos e morremos. Temos principio e fim. Todo o nosso mundo psicológico vai mudando ao longo da vida. O nosso mundo emocional vai tendo as suas alterações. Aquele amor que quase nos levou à loucura, agora só nos arranca umas boas gargalhadas. Tudo se transforma. Nada permanece. Se formos capazes de entender este princípio universal, a nossa vida torna-se muito mais fácil. Percebemos a incoerência que existe em nos restringirmos, em não expressarmos as nossas emoções, em não vivemos com a maior plenitude possível. Percebemos a inutilidade do controle que exercemos sobre nós e sobre os outros. Não controlamos absolutamente nada. Nada permanece para ser controlado. E, mais uma vez, é apenas energia mal gasta.
 
Há um exercício muito simples que proponho. Pode ser um bocadinho desafiador, mas é verdadeiramente simples. Faço-o muitas vezes. No final do dia, com a cabeça na almofada, em relaxamento, vale a pena pensar o seguinte: “E se eu não acordasse amanhã? Se morresse durante o sono? Teria valido a pena? O que devia ter feito e não fiz? O que deveria ter dito e não disse? O que perdi por medo? O que não experimentei por vergonha de errar? Se formos honestos connosco próprios nas respostas que encontramos, verificamos que na maior parte das vezes, encaramos a vida como se ela fosse eterna. Ou melhor, como se fossemos eternos e como se houvesse sempre um amanhã. Parece-me que vale a pena pensar neste assunto. Nada permanece. Nem nós nem aqueles a quem amamos.
​
A eternidade, a constância, a estabilidade, é verdadeiramente resumida a um momento. Cabe tudo num segundo. Num pequeno instante. Eu diria que vale muito a pena vivermos o dia a dia como se não houvesse amanhã. Isto não quer dizer em euforia ou êxtase. Mas em profunda apreciação do que está ao nosso alcance. Em profunda gratidão com tudo o que por nós passa. Podemos escolher entre ficar agradecidos com o que temos ou ficar frustrado com o que nos falta. Também nesta dimensão da nossa vida, a escolha é nossa. Parece que quanto mais escolhermos viver o momento, mais leve a vida se torna. Não carregamos o peso do passado nem temos medo do futuro.

A esperança também faz sempre parte destes processos de leveza. Se tivermos a esperança de que tudo se transforma, de que tudo é volátil e inconstante, deixamos de gastar energia com o que nos aborrece, zanga ou entristece. Tudo isso vai passar. E quando passa, dá lugar a coisas muito boas. Enche-nos de vida. Peito cheio. Ao termos a consciência plena da impermanência que existe dentro e fora de nós, somos muito mais felizes. Vivemos em vez de sobrevivermos. E esta é a magia que uma gotinha de sabedoria do povo nos pode oferecer. 
​
Imagem
SÍLVIA COELHO
PSICÓLOGA
www.magdalagabriel.blogspot.pt
silviafbcoelho@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

0 Comments

Impermanência na profissão

1/3/2018

0 Comments

 
Imagem
O que de mais permanente existe na vida é a mudança, a impermanência. Um paradoxo que cada vez mais, se faz sentir na vida profissional de muitas pessoas. Saiba neste artigo, como fluir na impermanência, viver pessoalmente e profissionalmente feliz com isso. Por Diana Pinheiro

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Impermanência em mandarim 暫時  zàn shí significa, temporário, estação do ano, período de tempo, associado a “mudança” e “desapego”.
 
Em pleno século XXI, na “Era da Informação” em que vivemos, onde tudo, ou quase tudo, acontece e muda a um ritmo alucinante, surge muitas vezes a necessidade de mudar de trabalho, de emprego, de funções.

  • A notícia da mudança:
Receber a notícia de que é necessário sair, mudar, desistir do que fazemos, nem sempre é simples, o mais fisiológico e automático de acontecer é existir no momento da notícia uma “tempestade emocional”, ao qual se segue um “apagão cognitivo”, de onde podem emergir segundos depois, as perguntas e afirmações:
 
E agora o que vou fazer?
Tenho contas para pagar, como me vou governar?
Isto não é justo, porquê a mim?
Não me imagino a fazer outra coisa!
What’s next?
 
Se a forma de como muitas vezes o desafio de mudar se nos é apresentado não é simples de prever, ou de controlar, apesar de em muitos casos existirem sinais, pistas de que algo mais dia, menos dia vai mudar, já a forma como se encara, gere e transforma, é uma escolha pessoal que podemos ter.
 
Há um proverbio chinês que diz, “Não é o que acontece na vida que importa, o que importa é a forma como vemos e gerimos o que acontece na vida”.
 
Na linha de pensamento deste provérbio, podemos sempre optar por três formas de olhar e experienciar emocionalmente uma mudança na vida profissional.
 
Deixamos aqui o convite para, connosco, fazer este exercício de se imaginar em cada um destes três cenários mentais:
 
1 – A impermanência como um choque ou trauma emocional associado ao trabalho:

  • Ansiedade
  • Medo
  • Preocupação
 
Onde a mente se desloca e viaja para o futuro desconhecido, onde não se tem referências e onde não se sabe o que esperar.
 
Aqui o sentimento é de desconforto, de saída da zona de conforto, e muitas vezes de paralisação, e em alguns casos de desespero.
 
É uma reação possível, mas pouco evolutiva, funcional e restruturadora.
 
Outra forma de olhar e de viver a impermanência na profissão é:
 
2 – A impermanência como um excelente convite para um desafio interessante ou para uma oportunidade inspiradora na sua vida profissional.
 
Pode considerar a impermanência como:

  • Um desafio e não como um problema.
  • Algo que se está a acontecer terá certamente um propósito.
  • Uma oportunidade para fazer algo diferente.
  • Uma oportunidade para fazer algo parecido com a possibilidade de com a experiência adquirida poder melhorar e elevar o que é possível reajustar e otimizar.
 
Aqui as emoções e sensações que acompanham estas atitudes mentais são de:

  • Inspiração
  • Energia
  • Motivação
 
Que levará, mais dia menos dias, a comportamentos que resultarão com grande probabilidade a encontrar ou criar uma nova solução profissional, mais em linha com a sua missão de vida, com os seus valores e objectivos globais de vida e específicos relativos ao trabalho e funções que um dia, sempre sonhou em assumir.
 
3 – A impermanência como uma oportunidade para parar, recolher, redefinir o caminho
 
A impermanência na vida profissional, nos momentos de “turning point” em que a mudança acontece, pode ser vista, sentida ou experienciada também como uma janela de oportunidade para recolher, abrandar, redefinir objetivos e caminhos de vida.
 
Neste cenário ou contexto existe espaço e tempo para:

  • Sentir e refletir sobre as aprendizagens conseguidas
  • Identificar o que fluiu menos bem e gostaríamos de mudar ou transformar a curto, médio ou longo prazo
  • Focar no presente o que gostaríamos de passo a passo, alterar para construir um futuro diferente.
 
 Aqui as emoções e sensações que acompanham estas atitudes mentais são de:

  • Alívio
  • Leveza
  • Esperança
 
Postos estes três cenários e porque o Presente é o Passado do Futuro, deixo os melhores votos para que, no Presente, possa escolher o que de mais alinhado estiver com a sua verdade e motivação interiores, com vista a construir dia a dia, uma ou mais experiências profissionais, gratificantes, inspiradoras e impulsionadoras, para si e para os que estão á sua volta. 
​
Imagem
DIANA PINHEIRO
ESPECIALISTA DE MEDICINA TRADICIONAL – ACUPUNCTORA
dianapinheiro.saude@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

0 Comments

A impermanência e as transições económicas

1/3/2018

0 Comments

 
Imagem
A economia é um complexo sistema que nos enquadra no nosso dia a dia como uma engrenagem. A impermanência é o maior fator de sucesso para desenvolvermos transições saudáveis na nossa vida. ​Por Pedro Melo

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​Viver transições é quase sinónimo de respirar. Quando respiramos, é o oxigénio que nos alimenta e quando passamos por processos de transição é a impermanência que nos alimenta.

O ciclo de vida é impermanência. Nunca somos iguais a cada segundo da nossa vida, ora por razões naturais (da própria vida), porque crescemos, socializamos com pessoas diferentes, partilhamos afetos de forma diferente, ora por razões acidentais (que não teriam necessariamente de acontecer e por isso imprevisíveis), porque mudamos de ambiente, perdemos ou ganhamos empregos, mudamos a disponibilidade dos nossos recursos, fazemos lutos inesperados, temos ganhos inesperados. A todos estes fenómenos podemos dar o nome de transições.

Quando falamos de transições, uma teoria muito interessante que nos ajuda a compreender este(s) processo(s) é a Teoria das Transições (Chick e Meleis, 1986). A partir desta teoria entendemos que, quando falamos de impermanência no contexto económico e em específico no financeiro, estamos a falar de transições situacionais, processos que, de forma inesperada, vão surgindo e obrigando a que cada pessoa se adapte e se transforme em resposta às mudanças e às diferenças que possam ocorrer. Diria mesmo, que inevitavelmente ocorrem.

A impermanência exige, então, uma constante vigília da alma, para entender que estamos em impermanência e, portanto, que temos necessidade de desenvolver uma importante propriedade para passarmos saudavelmente por uma transição: a consciencialização. Esta propriedade tão importante para o desenvolvimento de uma transição exige um grande desenvolvimento do sentido de ser e estar na impermanência: exige conhecimento, exige aceitação, exige atitude.

A transição económica, que é mais do que uma adaptação a uma impermanência financeira, exige a passagem por diferentes pontes, até chegar à meta da sua concretização:

A Consciencialização e o envolvimento no contexto da Família
É na interação com as pessoas que vivem connosco o quotidiano que as questões da impermanência nas finanças são primordialmente construídas para possibilitar a consciencialização de impermanência. Analisar, por exemplo, a impermanência financeira, exige uma análise conjunta do agora, do como estamos na nossa casa, para entender que recursos não temos mais e que mudanças devemos procurar para responder à diferença, para que o rendimento familiar não seja insuficiente (Figueiredo, 2012). Depois do conhecimento conjunto deste caminho de impermanência, vem a atitude: o incentivo mútuo de que vamos ser capazes de superar a impermanência, juntos e identificando os recursos que já temos e os que precisamos procurar.

A Ação Social, no contexto comunitário
Porque além das 4 paredes que nos unem como família há toda uma comunidade plena de impermanências, é certo, mas plena igualmente de recursos. A impermanência financeira, neste contexto, está claramente ligada a outras impermanências económicas: a impermanência no exercício da cidadania para a procura e o desenvolvimento de recursos na nossa comunidade, a liderança na melhoria das condições económicas de todos os membros da comunidade e por vezes crenças dificultadoras das próprias transições (quer individuais, quer familiares, quer comunitárias), por exemplo: a crença de que “como somos um bairro social é normal não termos emprego nem outros recursos”. Neste contexto, a permanência da impermanência pode ser destruidora, se não houver um diálogo coletivo de construção de uma comunidade mais participativa, mais inovadora e com maior sentido de suporte mútuo, com uma conduta altruísta de apoio a todos os que procuram sucesso nas inevitáveis transições da impermanência. É preciso promover uma Gestão Comunitária eficaz, na construção de melhor liderança, de melhor comunicação comunitária e de maior participação de todos (Melo, 2012).

A Ação Política
Esta ação é resultado do conjunto das ações que indiquei anteriormente. Chegamos a esta etapa de transição face à impermanência económica, quando as famílias se auto-organizarem para melhorar os seus recursos e quando as comunidades estiverem empoderadas para melhorar as suas respostas às problemáticas sociais que decorrem das transições. Conseguimos esta ação com um exercício forte de cidadania que exija a qualificação das pessoas (só com conhecimento se tem consciencialização e adequado envolvimento nas respostas às impermanências), a gestão inteligente dos recursos das comunidades (que promovam a equidade no acesso ao emprego, à educação) e, portanto, um contexto comunitário facilitador das transições económicas, que incluem os desafios financeiros, os desafios sociais e os desafios pessoais.

Entre a transição individual, familiar e coletiva está uma certeza: a solução da impermanência gera impermanência e é esse o sentido de existirmos: os desafios de responder ao desconhecido com os recursos do conhecido.

Referências:
Chick, N & Meleis, A (1986). Transitions: a Nursing Concern. Nursing Research Methodology. University of Pensylvania.1986: 237-257
Figueiredo, MH (2012). Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar- uma ação colaborativa em enfermagem de família. Lusoditata: Loures.
Melo, P. (2017). Modelo de Avaliação, intervenção e Empoderamento Comunitário- Manual do utilizador. Edição de autor: Porto. ISBN: 978-989-97154-1-7
​
Imagem
PEDRO MELO
PROFESSOR NA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA (ICS – PORTO); ESCRITOR
www.facebook.com/escritorpedromello

in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

0 Comments

    Voltar ao Início


    Autor

    Revista Progredir, o desenvolvimento pessoal ao seu alcance

    Categorias

    Tudo
    Desafios Do Feminino
    Espiritualidade
    Filosofia De Vida
    Finanças
    Life Style
    Mudança Tranquila
    Philosofias
    Relacionamentos
    Saúde
    Vida Profissional

    Arquivos

    Março 2023
    Fevereiro 2023
    Janeiro 2023
    Dezembro 2022
    Novembro 2022
    Outubro 2022
    Setembro 2022
    Agosto 2022
    Julho 2022
    Junho 2022
    Maio 2022
    Abril 2022
    Março 2022
    Fevereiro 2022
    Janeiro 2022
    Dezembro 2021
    Novembro 2021
    Outubro 2021
    Setembro 2021
    Agosto 2021
    Julho 2021
    Junho 2021
    Maio 2021
    Abril 2021
    Março 2021
    Fevereiro 2021
    Janeiro 2021
    Dezembro 2020
    Novembro 2020
    Outubro 2020
    Setembro 2020
    Agosto 2020
    Julho 2020
    Junho 2020
    Maio 2020
    Abril 2020
    Março 2020
    Fevereiro 2020
    Janeiro 2020
    Dezembro 2019
    Novembro 2019
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Agosto 2019
    Julho 2019
    Junho 2019
    Maio 2019
    Abril 2019
    Março 2019
    Fevereiro 2019
    Janeiro 2019
    Dezembro 2018
    Novembro 2018
    Outubro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Julho 2018
    Junho 2018
    Maio 2018
    Abril 2018
    Março 2018
    Fevereiro 2018
    Janeiro 2018
    Dezembro 2017
    Novembro 2017
    Outubro 2017
    Setembro 2017
    Agosto 2017
    Julho 2017
    Junho 2017
    Maio 2017
    Abril 2017
    Março 2017
    Fevereiro 2017
    Janeiro 2017
    Dezembro 2016
    Novembro 2016
    Outubro 2016
    Setembro 2016
    Agosto 2016
    Julho 2016
    Junho 2016
    Maio 2016
    Abril 2016
    Março 2016
    Fevereiro 2016
    Janeiro 2016
    Dezembro 2015
    Novembro 2015
    Outubro 2015
    Setembro 2015
    Agosto 2015
    Julho 2015
    Junho 2015
    Maio 2015
    Abril 2015
    Março 2015
    Fevereiro 2015
    Janeiro 2015
    Dezembro 2014
    Novembro 2014
    Outubro 2014
    Setembro 2014
    Agosto 2014
    Julho 2014
    Junho 2014
    Maio 2014
    Abril 2014
    Março 2014
    Fevereiro 2014
    Janeiro 2014
    Dezembro 2013
    Novembro 2013
    Outubro 2013
    Setembro 2013
    Agosto 2013
    Julho 2013
    Junho 2013
    Maio 2013
    Abril 2013
    Março 2013
    Fevereiro 2013
    Janeiro 2013
    Dezembro 2012
    Novembro 2012
    Outubro 2012
    Setembro 2012
    Agosto 2012
    Julho 2012
    Junho 2012
    Maio 2012
    Abril 2012
    Março 2012
    Fevereiro 2012

    Feed RSS

cONTEÚDOS

Entrevistas
Artigos por Pedro Sciaccaluga
Glossário
Polaroids & Slides
Artigos
Blog Artigos Revista Progredir
Partilhas do Leitor
Vídeos

Sobre nós

Estatuto Editorial
Visão, Missão, Valores
Equipa
Participe
Eventos
Contactos
Ideias e Harmonia


Publicações

Agenda

Quer ganhar?

parceiros

Publicidade

Loja

© Copyright 2012 - Revista Progredir | Rua Lino de Assunção nº 24, Paço de Arcos 2770 - 109 (Oeiras) | 21 443 83 05 | geral@revistaprogredir.com