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Um Olhar sobre o Ciúme

1/2/2017

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Neste artigo sobre o ciúme, saiba como esta emoção, tão caraterística da natureza biológica pode, em função do seu grau e intensidade, deixar de ter uma função benéfica para se tornar altamente destrutiva.
Por Joana Simão Valério


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

O ciúme é um sentimento intrínseco à natureza humana e que é experienciado desde logo, numa fase precoce do desenvolvimento. Pode ser entendido como uma manifestação de emoções desencadeadas pela perceção da falta de exclusividade afetiva por parte da pessoa amada e pela sensação de se estar a dividir, ou mesmo a disputar a atenção, intimidade, dedicação, cumplicidade e afeto com outros, quer estes sejam os irmãos, os primos ou os amigos.

Este sentimento de exclusão está presente, prematuramente, no desenvolvimento com a entrada em cena do terceiro elemento que vai gerar sentimentos ambivalentes na criança: por um lado, o desejo de aceder a uma relação ampliada com o mundo, mas por outro, o temor de perder a sensação de amor incondicional e a segurança afetiva que a relação simbiótica com a mãe lhe transmite.

A resolução eficiente da triangulação implica que a figura materna e paterna estabeleçam uma aliança coesa no modo como lidam com a frustração da criança, garantindo-lhe simultâneamente o amor e a segurança afetiva necessárias.

No entanto, a má resolução da triangulação, poderá comprometer a socialização da criança e os seus futuros relacionamentos amorosos, dando lugar mais tarde ao ciúme patológico. Nestes casos, as relações amorosas adultas, reativam o conflito infantil não resolvido e são vividas com uma sensação de medo e ameaça constante pelo surgimento de um rival (terceiro elemento) capaz de roubar a figura amada. Há uma expetativa permanente e infundada de ameaça na relação, ela própria idealizada e com aspectos infantis relacionados com a ilusão de amor e dedicação exclusivos e incondicionais.

Nos casos de ciúme patológico, verifica-se uma permanente desconfiança e um estado de tensão, angústia e insegurança pelo temor de se ser traído, conduzindo a uma constante monotorização das ações do parceiro, mesmo que este não tenha dado razões para tal. As reacções são desproporcionais e podem mesmo ser agressivas do ponto de vista físico e psicológico, gerando sofrimento para ambas as partes.

Estas pessoas normalmente revelam uma elevada centração nelas próprias e na satisfação das suas necessidades (egocentrismo), sendo muito possessivas, controladoras e levando em pouca consideração a individualidade do outro. Pode igualmente estar presente uma auto-estima deficiente que se traduz no medo em se ser trocado por outra pessoa percecionada como mais interessante e com mais valor.

A reação face à ameaça da perda e abandono poderá traduzir-se num conjunto de emoções que vão desde o pânico à raiva descontrolada, na medida em que a ausência do outro se traduz numa perceção da perda da própria identidade pessoal. O ciúme aqui descrito não mede a intensidade do amor mas acima de tudo o grau de dependência e a imaturidade emocional.

A intervenção psicoterapêutica nestes casos revela-se fundamental, já que o grau de sofrimento é elevado, podendo haver prejuízo nas esferas profissional, familiar e social.
​
Sendo uma emoção intrínseca à natureza humana, o ciúme, relacionado com o desejo de exclusividade afetiva, não pode ser simplesmente eliminado, mas importa saber geri-lo, controlá-lo, aprender a lidar com ele e minimizar os seus malefícios.

A comunicação entre o casal é fundamental e é legítimo que aquele que sente ciúmes possa informar o seu parceiro que esse sentimento o está a incomodar, mas sem limitar a sua ação, na medida em que essa vivência emocional não lhe dá o direito de agir agressiva e autoritariamente sobre o outro.
Quando é experienciado de forma positiva, o ciúme associa-se a uma conduta de zelo e de motivação para investir no próprio, no outro e na relação.
​
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JOANA SIMÃO VALÉRIO
PSICÓLOGA CLÍNICA DA EQUIPA CLARAMENTE ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE E ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
www.claramente.pt
jvalerio@netcabo.pt

​in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Fundamentos do ciúme

1/2/2017

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Oriundos da mesma fonte, nós humanos, dançamos nas mesmas águas da verdade. Cada sentir, cada expressão, cada ação, revela exatamente o quanto nos lembramos dessa origem e o quanto ainda estamos disponíveis para nos tornarmos no grande oceano original da existência, onde cada movimento é livre e autêntico.
Por Joaquim Caeiro


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Somos de alguma forma, vítimas de nós próprios. Contribuímos com o que acreditamos para a continuidade do que já não faz sentido. Adiamos decisões, programamo-nos para um estilo de vida ideal, e na verdade acabamos por não viver o principal da essência da vida – ser inteiro e livre a cada instante.

Criados numa sociedade materialista, fruto de tantos anos de carências, conseguimos construir riquezas e palacetes, mas o mais importante acabámos por esquecer – a construção de condições para viver o ‘agora’ fluído. Procuramos preencher lacunas que os nossos antepassados não identificaram, e sem sabermos em vez de nos relacionarmos, cobramos expressões existenciais que nos lembram o pai ou a mãe.

Felizmente, os tempos são outros, e começamos a entender um pouco mais da essência da vida. Começamos a perceber que de nada adianta correr ‘atrás’ ou viver uma realidade ilusória e de ‘fachada’.
Os dias de hoje

O mundo, nos dias de hoje, depara-se com uma grande transformação. Já não queremos mais viver do ‘faz de conta’, e a verdade lentamente está a vir ao de cima - a mulher, trilha a passos largos a sua afirmação e estrutura-modelo, enquanto o homem, lentamente começa a abrir o coração à possibilidade de ser mais sensível e ‘feminino’.

Antes, existiam relacionamentos baseados no preenchimento de lacunas, produzidas por transferências inconscientes, hoje, apesar de ainda existirem, começamos a observar mais relacionamentos baseados em ideais de consciência e ‘estilo de vida’, implicando a transformação dos envolvidos e a ascensão à lembrança de que somos únicos e por isso valiosos.

Apesar de tudo, e de existir de alguma forma uma abertura diferente e uma busca pelo entendimento do relacionamento, ainda nos confrontamos com uma espécie de ‘praga’ que, de tempos-em-tempos nos recorda o quanto ainda somos primitivos e arcaicos, no que toca ao sentir e ao ser – o ciúme.

A origem e o fundamento do ciúme

Natural e mais frequente no ser humano, o ciúme é um estado alterado da essência original, no que toca à forma de nos relacionarmos. A sua origem, basicamente vem do esquecimento de quem somos e do que somos. Se nos lembrássemos que somos a fonte, a criação e a origem de todas as coisas na nossa vida, então aí, saberíamos que nada é nosso, e que tudo é impermanente e temporário. A única condição que nos preenche e faz verdadeiramente felizes é lembrar que o maior (e único) relacionamento verdadeiro é o que estabelecemos connosco próprios – porque só isso é real.

O ciúme pode manifestar-se de várias formas. O homem, como perito em inventar rótulos e criar mecanismos para se esconder de si mesmo, vai divagando na sua existência, arranjando milhentas explicações e nomes para os vários estados que manifesta. Quando na verdade, tudo se resume à necessidade de ser amado e visto!

Desde a sua expressão mais simples, à expressão mais complexa, o ciúme é um grande aliado da nossa amiga ‘inveja’. A diferença entre eles é que, inveja não implica pertença. O ciúme envolve a ilusão da posse.

Emoções, pensamentos, reações físicas e comportamentos esquizoides, revelam o quanto o ser humano ainda acontece e se expressa no esquecimento da sua própria verdade interior. É devido a esse esquecimento que, o ser humano conhece e experimenta emoções e pensamentos como a raiva, a tristeza, humilhação, medo e depressão, ressentimento, culpa, necessidade de comparação. A nível de comportamento e reação física, pode experimentar a falta de ar, taquicardia, aperto no peito, questionar constantemente o comportamento do outro, entre muitas outras reações naturais do corpo ao afastamento da verdade.

Ao aprofundar cada vez mais o ciúme, podemos até chegar à conclusão que, este se encontra na origem de quase todos os comportamentos que envolvem manipulação e procura pelo poder.
​
O ciúme tem cura?
O ciúme não existe – tal como a ilusão de pertença que o origina. Tudo não passa de um conceito, aparte da verdade mais pura interna da existência humana. Ou seja, se entendermos que a verdade humana se expressa pela realidade do que somos – luz, perfeição, fonte, criação, deus - qualquer tipo de comportamento além disso é puro jogo e entretenimento do ego.

Para tratarmos o ciúme em nós, precisamos pacificar-nos com tudo o que somos, sentimos e expressamos. E sim tem cura – pois até o próprio ciúme é um ato de amor, nascido da mesma fonte que deu origem à liberdade de ser ou ao próprio conceito. Sim, pode curar o ciúme, a partir do momento em que amar verdadeiramente e incondicionalmente, tudo à sua volta… a partir do momento em que se lembrar que tudo é uma extensão de si mesmo. E como pode amar tudo? Vivendo da lembrança de que tudo na vida é impermanente e efémero.

Amar verdadeiramente é ‘permitir’ que o outro seja o que tiver de ser.

Lembremo-nos de que nós, humanos, somos como a areia, quando mais se aperta mais se perde!

Ame e será livre! <3
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JOAQUIM CAEIRO
PSICOTERAPEUTA DA ALMA & LIFE COACH
www.jcaeiro.blogspot.com

​in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
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O Ciúme como Caminho para a Plenitude

1/2/2017

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Vive-se numa era profissionalmente competitiva, inundada por uma imensidão de informação ao alcance de a grande maioria, o que provoca uma demanda competitiva quase que frenética, por parte das empresas, na força trabalhadora, para garantir-se no mercado.
​Por Mónica Viana


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Esta realidade, este ritmo exigente de trabalho, para uns é prazeroso e para outros nem tanto. Há ainda outra parcela significativa da população cujo trabalho é composto por uma rotina sistemática que apenas garante o ganha pão de cada dia e o vencimento no fim do mês.

Um ritmo que para uns satisfaz e para outros nem tanto. Em ambos os cenários há satisfação e insatisfação profissional. O denominador comum a ambos é a maneira como percecionam o seu trabalho, e o seu papel no mesmo. Mas o que é certo, é que, para todos, é uma oportunidade de crescimento, profissional, claro, mas também pessoal. Pois uma não esta separada da outra.

Para exemplificar este ponto, confira a tabela A, que ilustra como cada ser humano trilha uma jornada evolutiva composta por três estágios de desenvolvimento:
1) Estágio Pré-pessoal (ou egocêntrico) referente a formação do self com o objetivo de proteger o próprio mundo interior e operar no mundo exterior;
2) Estágio Pessoal (ou etnocêntrico) referente a capacidade de equilibrar os papeis sociais e ponderar sobre si mesmo;
3) Estágio Transpessoal (ou kosmocêntrico) que se refere a transcendência dos paradoxos existênciais individuais.

Cada um dos estágios de desenvolvimento, em si, contém desafios nos contextos pessoais, interior, relacionais (cultural) e sociais. Os desafios pessoais referem-se as conquistas e realizações do cotidiano. Os desafios interior referem-se ao autoconhecimento e maturidade. Os desafios relacionais (cultural) dizem respeito à capacidade de pertencer e relacionar-se. E, os desafios sociais referem-se à capacidade de integrar-se a sociedade e influenciá-la.

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Em todos os casos, a tabela ilustra o que se passa, consciente ou inconscientemente, dentro de cada um de nós, simultaneamente, a todo momento.

O ambiente profissional, por vezes, hierárquico, percecionado como satisfatório, insatisfatório, ou neutro, é solo fértil para as emoções que desafiam o desenvolvimento pessoal, através da interação com os pares e colegas, fazendo surgir a comparação, o julgamento, o ciúme.

O ciúme é caraterizado pelo desejo de possuir algo ou alguém com exclusividade, e a incapacidade de suportar ou lidar com a boa fortuna de terceiros. O ciúme profissional revela-se por sentimentos de ressentimento e rivalidade, em casos pontuais, até agressivos. Por exempo, o ciúme pode surgir quando, se, no trabalho, há atribuição de bonus mensais, e, um ou uns colegas recebem bonificações superiores a si. Se um colega recebe uma promoção, ou reconhecimento, por um trabalho, ao qual também concorria. Ou somente pelo facto de o outro receber algo, ter algum atributo, ou possuir algum bem, por exemplo, pode gerar o ciúme.

O ciúme é uma emoção natural, e está relacionado com o estágio de desenvolvimento Pré-Pessoal, egocêntrico, a formação do ego, ou self, é primário e instintivo, e, como dito antes, tem o objetivo de proteger o mundo interior.

O ciúme, ao contrário da inveja, é acompanhado por um sentimento de perda.  Por apego, á sua identidade (self), perceciona o seu cargo, o seu trabalho, ou objeto de desejo, como uma extensão de si, e faz surgir o sentimento de perda - de si próprio. O ciúme, assim, revela baixa auto estima e falta de autoconfiança, sendo um indicador, um sinal, de não estar integrado em si próprio, ou Self, e por isso busca preencher esse vazio com algo externo. Ou seja, a incapacidade de regozijo pelo sucesso alheio, na verdade, reflete a incapacidade de sentir regozijo e reconhecer a abundância dentro de si.

É importante frisar que, apesar de ser uma emoção instintiva, reativa, defensiva do self, deve ser transposta, através do reconhecimento, da aceitação, para o seu desenvolvimento pessoal, e para aproximar-lho da sua maestria inerente. Seja qual for o seu trabalho, independentemente se o satisfaz ou não, é aí onde está, neste momento, que surgem os desafios emocionais, o ciúme sendo um deles, que deve enfrentar para progredir. Ninguém é melhor ou pior que ninguém, estamos nesta jornada de vida para ser feliz e partilhar o melhor de nós com alegria e gratidão no coração.
​
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MÓNICA VIANA
PSICÓLOGA. MESTRE EM STRESS, CULTURA, MUDANÇA E ADAPTAÇÃO.
FACILITADORA DO JOGO DO HERÓI
www.facebook.com/OJogodoHeroiPortugal

in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
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Monstro de Olhos Verdes

1/2/2017

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O ciúme pode existir entre irmãos, colegas, amigos e amantes. Para Descartes há ciúme bom e ciúme mau. Espinosa vê-o como negativo, podendo chegar ao ódio. O ciúme relaciona-se com o sentimento de posse, pois o amor quer-se livre. O ciúme pode ser patológico. O ciúme nunca é prova de amor, apenas de medo desesperante.
Por Cristina Marreiros da Cunha


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

​“ - Senhor, cuidado com o Ciúme. É um monstro de olhos verdes, que escarnece da carne de que se alimenta.”
William Shakespeare (in Othello, 3º acto; Iago dirigindo-se a Otelo)
 
Ao longo da história da humanidade são múltiplos os exemplos de ciúme. Na literatura também não faltam exemplos deste sentimento humano tão bem sintetizado na fala do personagem de Shakespeare que citámos acima.
Quando falamos de ciúme, ocorre-nos provavelmente, em primeiro lugar, a sua expressão nas relações amorosas, mas podemos encontra-lo em relações fraternais face ao amor/atenção dos pais/cuidadores, entre amigos face a um outro amigo, tido, por qualquer razão, como especial, ou entre colegas em relação a professores, chefias, etc.

Mas então donde surge este ciúme e o que é?
O Filósofo francês René Descartes (1596-1650), no seu tratado “As paixões das Almas”, diz-nos o seguinte:
Artº167
O ciúme é uma espécie de temor que se relaciona com o desejo de conservarmos a posse de algum bem; (…)
Artº169
Rimos de um avarento quando ele é ciumento de seu tesouro, (…).E desprezamos um homem que é ciumento de sua mulher, pois isso é uma prova de que não a ama da maneira certa e tem má opinião de si ou sobre ela. Digo que ele não a ama da maneira certa porque se lhe tivesse um amor verdadeiro não teria a menor inclinação para desconfiar dela. Mas não é à mulher propriamente que ama: é somente ao bem que ele imagina consistir em ser o único a ter posse dela; e não temeria perder esse bem se não julgasse que é indigno dele, ou então que sua mulher é infiel. (…)
 
Podemos ver que Descartes, distingue entre “ciúme bom” -cuidador, protetor- e “ciúme mau” – amor errado, má opinião de si ou do outro.

Permito-me agarrar naquilo a que Descartes chama “ciúme bom”, e considera-lo uma parte do amor que cuida e protege o ser amado. Essa parte é de facto amor, quando adaptada à situação e à idade (não se protege e cuida da mesma forma um bebé, uma criança, um adolescente ou um adulto, nem se cuida ou protege nenhum deles sempre da mesma forma), porém, quando se protege e cuida duma forma desadequada, (uma forma que não tem a ver com as necessidades do outro, mas com as do próprio) aí encontramos o “não amar da maneira certa”. Vejo-me por isso a avançar para a posição de Spinoza (1632-1677) que viu o ciúme apenas como negativo decorrente da ameaça de uma perda, um sentimento que passa a ódio sempre que a relação amorosa parece ameaçada.

Mas voltemos ao “ciúme mau” cartesiano, enquanto fruto de um “não amar da maneira certa” e de uma “má opinião de si” (ou do outro). Vejo o “não amar da maneira certa”, como o sentimento de posse do outro (tal como o autor refere) e a “má opinião de si” como a “ferida narcísica” de que nos fala Freud, ou, se preferirmos, como um processo de vinculação que não foi suficientemente segura e que conduziu a uma baixa autoestima, contribuindo para as dificuldades ao nível da maturação emocional e da conceção de si como ser autónomo e “amável” (passível de ser amado).

Olhemos para o ciúme como uma reação complexa a uma ameaça (real ou imaginada) a uma relação de apego diádica que se valoriza. A ameaça é vista como algo ou alguém (rival) que interfere nessa relação.
A reação que o ciúme gera, envolve emoções complexas, de frustração (um misto de tristeza, zanga e medo) que pode levar à angústia, à raiva e à vergonha por se antever ou imaginar que se perde a “relação de primazia” com o ser (objetificado, porque não livre) que se deseja seu.

Percebemos assim que o ciúme se relaciona sobretudo com o sentimento de posse de alguém de quem o ciumento necessita para ser preferido, para ser amado (já que o próprio não consegue fazê-lo), e não com o amor ao outro ou do outro enquanto livre escolha (já que o próprio receia que ele/ela não o faça, se não for preso/controlado).  
​
Podemos dizer que quanto menos segura foi a vinculação parental na infância, mais o ciúme pode ter tendência a ser patológico, procurando obsessivamente certificar-se de um apego que paranoicamente vigia, podendo acabar por destrui-lo.

Retomando a citação de Shakespeare, diria que todos nós podemos conviver facilmente com um sorriso de olhos verdes que nos pisca o olho, de vez em quando, de dentro do nosso bolso, alertando-nos para a nossa vulnerabilidade, receios, desejos, ilusões e mágoas, a que talvez devêssemos prestar mais atenção para melhor nos conhecermos. O problema surge quando o sorriso se fecha, nos escapa do bolso e começa a degradar a nossa relação. E pior será, quando o monstro, que se alimenta de quem o alimenta, crescer e atingir proporções que poderão ter terríveis consequências. (Otelo mata a sua mulher, Desdémona)

Quando o ciúme se torna monstro chamamos-lhe patológico, há desconfiança constante, agressão verbal e compulsão a verificar as ações do/a parceiro/a (escutar conversas, ver mensagens e e-mails, ou mesmo segui-lo/la). Curiosamente, estas tentativas de aliviar o desconforto, não só não resultam porque não são duráveis, como têm tendência a agravar-se podendo desembocar em situações de delírio, em que a interpretação da realidade é feita através dos receios do próprio e de imagens que fantasia e projeta, antecipando-as ou vivendo-as como reais. Estas interpretações delirantes podem levar a conclusões erradas e a ações desastrosas, uma vez que as crenças sobre o que se está a passar não são permeáveis à testagem da realidade. Estes casos, para além de intervenção psicoterapêutica, necessitam de intervenção psiquiátrica, em muitas situações com carácter urgente.
 
A terminar, direi que jamais o ciúme poderá ser prova ou resultado de muito amar. É sim, o medo desesperante de abandono, de vazio, de impossibilidade de ser, perante a perda da posse, da exclusividade ou da primazia de quem queremos que nos ame.
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CRISTINA MARREIROS DA CUNHA
PSICÓLOGA E PSICOTERAPEUTA
www.espsial.com

​in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
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A sombra dos ciúmes nos relacionamentos

1/2/2017

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Como te relacionas contigo mesmo? O que projetas nos teus relacionamentos? Amor ou ciúmes? Ama-te. Permite-te vivenciar um relacionamento com espaço para a individualidade e integração em amor.
​Por Yolanda Castillo


in REVISTA PROGREDIR | FEVREIRO 2017

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Os seres humanos são animais sociais por natureza. Está no nosso instinto criar relações. Se pararmos uns instantes para analisarmos um dia das nossas vidas, comprovaremos a quantidade de vezes que nos relacionamos. Desde o padeiro, passando pelo vizinho ou companheiro de trabalho, até à natureza, à nossa casa, às tecnologias e claro com nós mesmos.

Esta é uma grande questão: Como nos relacionamos com nós mesmos? Amamo-nos? Respeitamo-nos? Aceitamo-nos assim como somos? Tratamo-nos com honestidade?
A base de toda a relação fundamenta-se em como nos relacionamos com nós mesmos. Em muitos casos, esta relação com o nosso “Eu”, passa despercebida e tentamos construir as relações com base em estereótipos criados socialmente. E aqui, sobre este fio tão fino e delicado, que iniciamos as bases das relações. Mas esquecemo-nos que antes de tudo temos que aprender a relacionarmo-nos com nós mesmos sem julgamentos mas sim amando-nos e estando presentes.

Porque é tão importante o modo como nos relacionamos com nós mesmos?
Quando de forma instintiva procuramos uma relação, seja ela amorosa, laboral ou de amizade, fazemo-lo com base naquilo que somos e de como nos sentimos. Assim, o “outro” converte-se no nosso espelho, no qual depositamos umas expectativas.

Se nos relacionamos de forma saudável, este “espelho”, nos mostrará uma aprendizagem e uma relação positiva e construtiva para ambos.

Em contrapartida, quando a relação com nós mesmos está construída sem equilíbrio e é carente de respeito, confiança e comunicação, relacionamo-nos com os outros duma forma desequilibrada e no espelho surgem emoções prejudiciais como o medo, a necessidade de controlo ou os ciúmes.

Quase sempre, quando ouvimos alguém falar sobre relações, surgem expressões do género: “eu sou ciumento, não há nada a fazer” ou “se há ciúmes é sinal que me quer”. Resumidamente, parece que na atualidade quando ouvimos falar sobre algum tipo de relação, os ciúmes se convertem numa figura com um brilho presente e temido.
​
Mas na realidade o que são os ciúmes?
São uma emoção, que surge como resposta psico emocional que se ativa quando percebemos uma ameaça face a algo que achamos que é nosso, que achamos que o podemos perder.

Os seres humanos são almas livres, não pertencemos a ninguém, senão a nós mesmos. Somos o que somos com base na personalidade, princípios e crenças que adquirimos ou nas quais acreditamos, porque de algum modo nos proporcionam segurança ou conforto. Quando iniciamos uma relação com alguém, não se baseia num contrato de propriedade ou pertença, mas sim numa interação entre duas pessoas, que antes de tudo existem na sua individualidade, e que quando estão numa relação se complementam, não se anulam.
​
Quando os ciúmes aparecem, a pessoa que os manifesta reflete na outra pessoa, como que se de um espelho se tratasse, o seu medo, insegurança e falta de confiança, surgindo o impulso visceral de dominar e possuir a outra pessoa, porque acha que é ela quem lhe fornece essa segurança da qual necessita.

Os ciúmes são o resultado da insegurança e falta de autoconfiança. Por isso tentamos construir uma relação com base no nosso companheiro/a, tentando que preencha esse espaço daquilo que sentimos que nos falta e que ao mesmo tempo nos faz falta. A pessoa ciumenta sente dependência do outro, parece que o seu mundo, sem a presença dessa pessoa não tem sentido. A outra pessoa converte-se no seu pilar, em quem deposita as expetativas da sua felicidade e realização, porque acredita que sem ele não poderá alcança-las. A dependência e insegurança chega a ser tanta que aparece o medo. Medo de perder a outra pessoa, medo de ficar sozinho, medo de não ser capaz de viver sem ela.

Surge assim uma enorme necessidade de controlo e ciúmes. A necessidade de saber o que faz e com quem está o seu parceiro a cada instante, quem são as pessoas com as quais se relaciona (“não vá aparecer alguém melhor, e este vínculo interpessoal que existe entre nós se rompa” – este é o pensamento de muitos). Os ciúmes são descarregados na outra pessoa como uma amostra da nossa frustração por não podermos ser felizes.

Os ciúmes são uma emoção que perturba e atemoriza a pessoa que deles padece e sente que não se pode controlar, que não pode mudar e aceita que é assim e que os ciúmes formam parte da sua vida.

Os ciúmes não são um estado permanente, são uma emoção, e como toda a emoção, se realmente o desejamos, pode-se mudar e transformar, reeducando-nos e realizando trabalho emocional em nós mesmos. Compreendendo que a nossa felicidade somos nós que a criamos, relacionando-nos de forma saudável com nós mesmos, sem apegarmo-nos aos outros, mas sim construindo-nos com emoções positivas, tais como o amor-próprio, a autoestima, a segurança, a confiança e a comunicação.

Comunica-te mais contigo mesmo, ouve-te para saberes como te sentes, porque sentes ciúmes de pessoas que te rodeiam ou porque és ciumento com o teu parceiro.

As relações constroem-se com uma base de amor, regam-se com confiança, liberdade, comunicação e honestidade, sem deixar espaço para emoções tóxicas como os ciúmes, que apenas são um sinal de que algo está em desequilíbrio em nós mesmos. Permite que nas relações que manténs exista um espaço individual para cada um de nós, que nos permita “ser e estar” e que seja outro elemento que rege de forma positiva a vossa relação.

Os ciúmes não são uma forma de demonstrar que amamos a outra pessoa, mas sim um sinal de falta de amor-próprio.
​
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YOLANDA CASTILLO
TERAPEUTA HOLÍSTICA, NATUROPATA, DOULA, EDUCADORA PERINATAL, CAM
www.centro-medicina-holistica.comunidades.net
centro.medicina.holistica2013@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
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O Ciúme

1/2/2017

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Sentir ciúme pode ser aproveitado como um semáforo para que possamos parar, aceitar, cuidar, Amar e dar a atenção necessária para recuperar a nossa estabilidade interna e acima de tudo, o nosso Amor próprio sem depender do exterior.
Por Maria Gorjão Henriques


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

O estilo de vida que a maioria das pessoas é convidada a viver é tão acelerado, desprovido de profundidade e intimidade que convida a uma superficialidade que todos os dias vemos manifestar-se nas redes sociais e na forma como as pessoas comunicam e se relacionam de uma maneira geral.

Essa forma de estar é catalisadora da emergência de sentimentos de insegurança e falta de auto conhecimento e consciência que invadem as pessoas devido ao excesso de solicitação e atenção que dedicam fora de si mesmas.

A maioria das pessoas vive hoje à procura de passar uma imagem idílica de si aos outros. Esse lyfe style está a instalar-se principalmente na geração dos atuais adolescentes ou pré-adolescentes, mas também vemos os adultos aderirem a essa nova forma de estar e comunicar.

Essa necessidade de testemunhar perante os outros e o mundo uma vida ideal e cheia de bons momentos criados para alimentar “o estilo de vida” e a “máquina” da imagem em que a pessoa se colocou, gera um vazio e uma solidão cada vez maiores. Não temos como ir buscar fora o que precisamos alimentar dentro e a certa altura começamos mesmo a acreditar que somos o que idealizamos.

A própria sociedade de consumo é tão agressiva e erotizada, que bombardeia as pessoas milhares de vezes por dia com imagens de arquétipos femininos e masculinos que geram nas pessoas um desejo de perfeição física, ou de arquétipos de estilos de vida que fazem as pessoas ficaram presas e acreditarem que a felicidade é encontrada nessas formas de vida, ao invés de ser vivida dentro de nós e através da manifestação dos nossos talentos naturais.

Todo este vazio e ausência de presença e consciência de si mesmo são propícios ao aparecimento de sentimos como o ciúme.

O ciúme é um sentimento que todos os seres humanos experimentam nem que seja num determinado momento da vida. Ele é produzido pela percepção que a pessoa tem ou cria acerca da falta de exclusividade, dedicação, atenção ou cuidado de quem se gosta ou precisa.  

Na sua génese está um vazio de Amor que sentimos por nós próprios e que tentamos compensar com o Amor do outro, razão pela qual a sua manifestação dá origem ao medo de perder o outro ou de não ter a atenção e exclusividade dele.

Esse vazio de amor também gera a dúvida de que o outro possa na verdade nos Amar por inteiro. Como vivemos algum vazio de Amor por nós, é fácil duvidar e criar a realidade que o outro não nos Ama o suficiente. Na verdade só estamos a espelhar no outro o que fazemos connosco. Não existe confiança em nós e não será possível sentir confiança no outro, porque o outro é sempre um espelho perfeito do nosso mundo interior.

O ciúme também pode manifestar-se de uma forma mais indireta, não sendo nessa altura associado a pessoas, mas sim produzido pelo apego exagerado a algum bem material ou objetos. Também é possível se sentir ciúmes de objetos, hobbies, animais, entre outros, quando a pessoa de quem se precisa de atenção está dedicada a outras causas colocando-nos em segundo ou terceiro plano.

O ciúme está intimamente ligado à inveja no momento que produz desgosto ou tormento a um indivíduo, por ele não possuir algo que pertence a outra pessoa ou não ter um atributo que a outra pessoa tem.

Criar uma vida de comparação com o outro é uma grande fonte de sofrimentos que origina ciúme e inveja de forma espontânea e permanente.

O ciúme também pode ter um caráter positivo ou negativo. Quando o seu sentido é manifestado através do cuidado ou zelo por alguém, pode ser um sentimento positivo e onde é possível desenvolver qualidades internas. Mas se existe apego, necessidade de controlo excessivo, desejo que a pessoa amada não se relacione com outras pessoas, suspeitas constante de infidelidade, entre outros, o ciúme pode transformar-se em paranóia ou até em traços de personalidade border line.

Ciúme envolve um largo conjunto de emoções designadamente raiva, tristeza, inveja, medo, depressão e humilhação. Também é responsável pela criação de pensamentos de ressentimento, culpa, vitimização, comparação e autocomiseração. Todos estes sentimentos e pensamentos vão gerar reações físicas que podem manifestar-se em taquicardia, boca seca, aperto no peito, dores físicas, falta de ar, entre muitas outras formas de somatização.
​
Sentir ciúme é uma das melhores formas de aprendermos a conhecer os nossos vazios de Amor. Aproveitar para mergulhar na origem do sentimento é a opção certa, para voltar a Amar a parte de nós que não cuidamos e amamos o suficiente e que estamos de forma cega a projetar no outro.
​
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​MARIA GORJÃO HENRIQUES
PSICÓLOGA, ASTRÓLOGA, FACILITADORA E PROFESSORA DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES
​FUNDADORA DO ESPAÇO AMAR
www.espacoamar.com
maria@espacoamar.com

in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017

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Liberta a liberdade

1/2/2017

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Ciúme é a necessidade de ter o que nunca se poderá possuir!
Por Paulo Marques


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017

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No nosso dia a dia vemos pessoas com muito e outras sem nada. Umas ostentam joias, enquanto outras mostram sorriso brilhantes. Na verdade, a vida baseia-se em escolhas e somos nós quem as faz. Sim, podem ser influenciadas por inúmeros motivos, mas a decisão, essa é sempre nossa. O mesmo sucede com as relações que temos. Estas podem ser leves, fluir tranquilamente e sem pressões, ou seja, serem livres, ou no inverso, serem uma prisão. Uma prisão não com grades e muros, mas com correntes emocionais, onde energeticamente diminuímos e manipulamos o outro para o conseguir controlar.

Não queremos que a outra pessoa saia com amigos, não gostamos que pessoas do “género oposto” olhem para ela(e), não gostamos que vista isto, ou aquilo. Enfim, tomamos algo ou alguém como sendo nossa propriedade. E porquê? Porque temos medo de perder, porque somos inseguros, resumidamente, porque ainda não reconhecemos o que é o amor verdadeiro, ainda não parámos para nos sentirmos e observarmos…

Quando se ama realmente algo, ou alguém, evidentemente que gostamos de estar perto, de cuidar, de dar tudo o que de bom há em nós em prol dessa pessoa e de a ver sorrir e feliz. Mas também quando amamos, a entrega é total, a liberdade é plena. Amar é libertar e ser livre. Livre para sentir, para viver, para ser. Se eu amo, não vou diminuir, limitar e muito menos maltratar o foco do meu amor. Vou antes, exaltar, enaltecer, cuidar… não para manter próximo, como dependência, mas sim porque sou feliz ao fazê-lo e porque sei que se esse Ser ou situação partir, irá voltar de alguma forma. Ninguém depende de ninguém, ninguém é feliz por causa disto ou daquilo, por ter isto ou aquele outro. Somos felizes porque sim, porque o coração se abre à vida e sente essa mesma vida em nós, no nosso âmago.

Quando sentimos a vida em nós, percebemos que nós somos a própria vida em manifestação e dessa forma, vemos o mesmo nos outros que nos rodeia. Na mulher ou no homem que partilha a vida connosco. Também essa pessoa é uma manifestação do divino, uma pérola na nossa vida e que por isso, por ser tão única, merece tudo o que há de bom. E não, a felicidade dessa pessoa não depende de nós, mas depende de nós se lhe causamos lágrimas ou sorrisos. Se a aconchegamos e abraçamos nos momentos difíceis e se nos divertimos e festejamos nos momentos de maior alegria.

Deixa a vida fluir em ti, deixa as pessoas livres para optar qual o melhor caminho para si. Tudo são ciclos, vão e vêm… se prendes e tens medo que algo parta, estarás automaticamente a fechar-te a algo novo que está para surgir. É isso que pretendes, estagnação?

Deixo a sugestão, primeiramente, sê tu mesmo(a) uma pessoa livre, desprende-te aos poucos dos medos, das inseguranças, das dúvidas. Sente quem és, tudo quanto és, as tuas dores e alegrias, sente tudo até ao fim. Depois dessa etapa, entrega, a ti mesmo(a) e tudo o que te rodeia, deixa-te ir, fica leve, torna-te o ar que respiras. Por fim, sente apenas a gratidão, aquele sentimento de quem não tem nada, mas se tornou tudo. E aí, vais saber e sentir que de nada precisas, que nada tens, mas que és tudo e tudo reverbera dentro de ti de forma síncrona e perfeita.
​
Nesse momento, já amas, és feliz e já não vives, por tu mesmo(a) tomaste consciência de que és a própria vida em manifestação plena.
Sê tu, sê feliz*
​
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PAULO MARQUES
MILITAR, FACILITADOR E AUTOR
www.facebook.com/despertardaalma
www.healingsoul333.wix.com/cura

​in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
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Possessão financeira ou a paixão pela dívida

1/2/2017

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Em tempos onde a exaustiva gestão de recursos se apresenta como vital à sobrevivência do nosso planeta e espécie, urge optar por uma consciencialização financeira baseada na partilha e transparência.
Por Emídio Ferra


in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017

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É-nos difícil aceitar que o [nosso] dinheiro não seja um objeto de posse e de desejo [ilegítimo] pelo outro. Também é-nos inimaginável guardar o [nosso] dinheiro num lugar aberto e público à mão de semear de qualquer um, sem cofres, chaves, grades, segredos, armadilhas …  
 
Por sua vez, o Criador ofereceu-nos todos os seus recursos, disponíveis e acessíveis, de tal forma inteligente, que, para cada necessidade que sintamos, a Natureza cuida de a suprir com a sua sabedoria e subtileza, mas com desafios inerentes, próprios à cumplicidade cósmica para a construção de uma aprendizagem sábia e duradoura [sustentável]: para a comunhão dos seres e do ecossistema. 
 
O que na origem, quando as sociedades procuraram suprir a complexidade das trocas, pôde ser um verdadeiro milagre, a que chamamos dinheiro, na era contemporânea é seguramente o canal para a ação do eixo do mal, a Dívida. 
 
A musa Dívida seduziu os humanos, suas famílias, aldeias, cidades, sociedades e organizações, que com os seus tentáculos hipnotizadores envolveu-os em ciclos de paixão, ambição e de possessão por todos os sonhos que a fantasia pode imaginar, recriando-os em processos económicos e ambientais autodestrutivos. 
 
 A dívida, tal como hoje a conhecemos, é consequência da liberação e virtualização da moeda, em ciclos financeiros de 0 e 1, que tornaram ilimitados os recursos financeiros (virtuais) em contraciclo com a realidade (economia real) e com a comunhão cósmica e espiritual. 
 
Essa rutura chama-nos agora, após as suas evidentes consequências maléficas e destrutivas a que temos assistido abertamente nos últimos 20 anos, a uma religação de valores e conceitos no sentido de redescobrir processos de partilha, de coesão e bem-estar, para o qual o mundo financeiro, na sua génese, foi engendrado. 
 
Podemos em breve, muito provavelmente vir a assistir a uma mudança inesperada nas sociedades e organizações, na qual seremos os principais atores, onde as práticas de entreajuda, a partilha das dificuldades e dos excedentes, sejam o modelo da relação económica de proximidade e do desenvolvimento local. 
 
A economia das pessoas em detrimento dos mercados especulativos, poderão reencaminhar as civilizações e comunidades em geral, à redescoberta de meios de vida e de relações conciliadoras, saudáveis e ambientalmente sustentáveis. 
 
Gestos simples, como o reaproveitamento e a reciclagem, o uso consciente e moderado dos recursos disponíveis, o respeito pelo valor do trabalho, o reconhecimento da criação de valor, a afetividade desinteressada, a disponibilidade para ouvir e entender o próximo, a superação de nossas frustrações, receios e medos em prol do bem-estar, da verdade e do fim da solidão, são em si suportes em consonância com a existência, o criador e a natureza. 
 
Nesse momento, a musa Dívida será asfixiada pela sua possessividade, ganância e vazio de contextualização sendo então evidenciado o Deus Dádiva, num mundo de seres harmoniosos, felizes, saudáveis, alegres e responsáveis. 
 
É então que a realidade financeira será sustentada pelos mecanismos do financiamento social, das moedas locais, dos bancos éticos e todos os processos financeiros e económicos que se ajustem à realidade humanizada e ambiental, consubstanciada em valores de transparência, equidade, proximidade e ética. 
 
A agulheta do tempo esgota-se rapidamente. Só com uma mudança drástica da atitude eco sistémica, essencialmente nas grandes organizações económicas e financeiras e nos atores governamentais, poder-se-á inverter este ciclo de destruição massiva e de desolação da humanidade. 
 
Terão estes de, em detrimento do lucro rápido, egoísta e desajustado social e ambientalmente, mudar de paradigma a 180º, ajustando-se a novos valores e metas, através da consciencialização global. 
 
É preocupante, porque como sabemos a resistência à mudança nesses ambientes hostis é mais poderosa que o próprio ciúme, inveja ou qualquer outro sentimento de posse ou de frustração. E então? Como fazer? 
 
Proponho que cada um de nós seja essa mesma mudança necessária, encontrando em si e nas suas maiores preocupações, as melhores soluções em busca da harmonia, paz, partilha e florescimento humano. 
​
Imagem
EMÍDIO FERRA
CONSULTOR EM EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
www.empowertolive.pt
geral@empowertolive.pt

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