Os homens são todos uns......!!! (ou mulheres...) |
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Leonor estava nas nuvens… conheceu o João. Desde então começou a trocar mensagens de texto com ele. O sorriso dela era aberto, o olhar apaixonado, o coração pulava e as borboletas esvoaçavam pela barriga. As mensagens sucediam-se, umas atrás de outras, num ritmo alucinante. Marcaram o primeiro jantar, com direito a velas, música e a uma conversa entusiasmante.
Ele era perfeito! Finalmente tinha encontrado o seu príncipe encantado! Passados poucos dias o namoro era anunciado. O andar dela era leve. Recordava com felicidade tudo o que de bom ele tinha e, embora exigente, não encontrava defeitos no seu amado. Agora é que era! Bem… seria… se ele não tivesse acabado rapidamente o que rapidamente se tinha iniciado… Leonor sofria, estava na fossa e agora gritava para quem estivesse a ouvir: OS HOMENS SÃO TODOS UNS……! (o caso pode ser tanto com homens como com mulheres) Após uma (des)ilusão amorosa, quando nos sentimos magoados. Depois de entregarmos o coração e sentirmos que o mesmo não foi acarinhado ou que foi maltratado. Quando sentimos que nos tiraram o chão, ou que nos atiraram ao chão, que fomos enganados e traídos. Que nos mentiram, ou que não fizeram o que esperávamos, podemos sentir raiva ou ódio pelo outro e considerar que os homens (ou mulheres) são todo(a)s uns C@#%&#$... Pergunta: Serão mesmo? Não conhecemos nenhum homem (ou mulher) nas nossas vidas que respeitamos? Generalizar servirá os nossos propósitos e objetivos? Quando me passa pela cabeça responsabilizar alguém visualizo-me a apontar-lhe o dedo, como se lhe estivesse a apontar uma pistola, onde: O dedo indicador, com que apontamos, significará a “quota-parte” de responsabilidade que o outro terá. O polegar a apontar para cima poderá significar a existência de uma força superior, de um “destino”, de uma experiência que nos é apresentada, para podermos fazer as nossas aprendizagens. Mas… sobram ainda três dedos e… se virmos bem, estão todos a apontar para… nós… Como vamos aprender, crescer e sermos mais felizes? Apontando o dedo ao outro e desresponsabilizando-nos sobre o que nos vai sucedendo? Ou percebendo qual foi o nosso contributo para determinada situação? A nossa perceção é a realidade? Por vezes não estaremos tão sedentos de viver uma história de amor, desejando tanto ser amados que podemos criar uma ilusão? Queremos tanto que seja aquela “A” pessoa que ignoramos os comportamentos, não ouvimos algumas palavras, não fazemos as perguntas que talvez esclarecessem algumas das nossas dúvidas, não observamos como tratam os outros, fingimos que não sabemos o que sabemos ou que intuímos, escolhemos ver apenas o que se enquadra dentro do filme que projetamos na nossa cabeça e que queremos tanto viver. Até nos podemos precipitar numa relação, antes de tentar perceber um pouco mais do outro, porque o romance está a ser tão bom! Como poderemos evitar essa ilusão? Fazendo, de certa forma, o oposto do descrito anteriormente… Observando os comportamentos do outro, ouvindo todas as palavras (em vez de ignorar algumas), fazendo as perguntas cujas respostas por vezes temos medo de ouvir, observando o tratamento que é dado a outras pessoas (e se o mesmo é congruente com o tratamento que nos é dado), percebendo se a forma como somos tratados é a forma como queremos ser tratados, interiorizando o que sabemos e o que intuímos e agirmos de acordo com esse conhecimento… No fundo conhecer a pessoa antes de nos precipitarmos. Mas, se por ventura nos precipitarmos, vivermos a história de “amor” sem culpa e sem ressentimento, pois mesmo que comece e acabe rápido terão ficado bons momentos na nossa memória e azedá-los com pensamentos negativos não me parece que nos vá beneficiar. Aprender com as experiências? Sim… Culpabilização ou recriminação em demasia… Será útil? Poderemos viver, com algumas pessoas, histórias que consideramos menos positivas. No entanto acredito que há, tanto homens como mulheres, com quem poderemos viver histórias bonitas, momentos inesquecíveis e fazer aprendizagens conjuntas. Acredito… acima de tudo… na nossa capacidade para amar… Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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