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O poder da ilusão, ou a ilusão do poder

1/4/2013

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Urge o amor à realidade (e convocar a mudança em si) em substituição da ilusão da intriga, do equívoco, ou de prémios de futuros radiosos, sem trabalho, sem duro trabalho.
Por Carlos Lourenço Fernandes


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

A ilusão, um erro de perceção causado por falsas aparências, uma interpretação errada da perceção sensorial da realidade, a interpretação de factos (ou de versões de factos) que não correspondem à realidade. – a realidade é um serviço de dívida esmagador, a versão da realidade é a germanofobia em curso – ou, nós não temos responsabilidade. Ela, isso, ela, é que é a culpada. Entre Merkel e a esplanada, escolhemos (é útil) a esplanada e a irresponsabilidade continuada. E, claro, exigimos solidariedade europeia para a contínua irresponsabilidade. Mas, ilusão, também é engano dos sentidos ou do entendimento que consiste em tomar uma coisa por outra, a aparência pela realidade (a confrontação com a realidade real obriga a esforço, a trabalho, a exigência cerebral). Ilusão, também a crença errónea, a falsa ideia, a opinião errada que se impõe ao espírito pelo seu carácter lisonjeiro, pelo seu carácter facilitista (é fácil ter ilusões, é duro construir, passo a passo, o progresso sustentável – pessoal e do país.)

Ilusão também ocorre por via de efeitos artísticos (circo, os espetáculos de magia) e que visa dar a impressão da realidade. A ilusão é a realidade – e o pessoal aplaude: isto é, a propensão humana para a diversão, o entretenimento, embora em logro ou fraude. Há por aì quem elabore exercícios de magia e prometa futuro radioso (a condição é só “que se lixe a Troika”; isto é, que se lixem os que, na enrascadela, nos emprestaram dinheiro). E, por poder de ilusão persistem em garantir subsídios de pontualidade para chegar a “horas” ao emprego. E, por ilusão de poder, garantem, em magia continuada, o próximo estoiro da economia portuguesa. E das relações entre portugueses. Falta, à festa, a pontualidade das forças armadas que, sem guerras, se entretêm na guerra dos subsídios. Mas, ilusionismo é a arte de criar ilusões através de truques, habilidades, de prestidigitação. E nessa matéria, sendo ilusionistas as pessoas que se dedicam ao ilusionismo, à arte de criar ilusões através de habilidades, a habilidade recente é o exercício de grandolar (cantar Grândola/Vila Morena, sem respeito pelos motivos do autor ou pelo povo de Grândola). E, o país preenche-se de ilusos (os que vivem iludidos).

Mas, nas relações pessoais, nas relações afetivas (de amizade ou amor) também há quem prefira a ilusão do equívoco, da intriga – alavanca da injúria e da ignomínia – ao invés de preferir a confiança estável, a confrontação duradoura, séria e de honestidade emocional. A desconfiança, a intriga, são territórios favoráveis aos equívocos, à falsidade, à vivência de ilusão persistente. E há muitos (e muitas) que à seriedade consigo próprios, fugindo à confrontação com o seu próprio carácter – as suas verdadeiras opções e escolhas – preferem iludir-se na busca da responsabilidade nos outros, desconfiando – ou estruturando desconfianças – acerca dos outros (do outro). Vivem o ilusório, o diferente do que é, o enganoso e falso, o quimérico e o ilusório. E alimentam-se disso, construindo realidades virtuais porque, em boa verdade, reconhecem a dureza em que consiste a confrontação com a verdadeira realidade. Relações que afinal sendo logro e fraude pessoais, acabam por não serem relações. São outra coisa. E, a ilusão do poder (desconfiar do outro) e o poder da ilusão (viver em logro) são fatores incontornáveis de perda. Perda múltipla.

Os organismos vivos especializaram-se a solucionar problemas. São vivos e, portanto, a cada instante, solucionam problemas. Por isso, se ainda não foram invadidos pela morte de consciência, se ainda não foram invadidos pela inação face aos problemas, é possível a renúncia à ilusão, é possível o regresso á realidade, á mudança em si, operacionalizando o treino para a realidade, a confrontação com a realidade e obter, em reflexão e partilha, as soluções possíveis, o encontro desejável com humanidade.
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Carlos Lourenço Fernandes
Professor, Escritor, Conferencista 
clfurban@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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A ilusão do sonho eterno

1/4/2013

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O Cancro impõe ao sonho, o medo da perda e a constante vontade de lutar, para ficar. Mesmo com o caos instalado, podemos sempre escolher ser felizes.
Por Marine Antunes


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Todos os dias, em criança, mudamos os nossos sonhos. Sem que seja preciso perguntam-nos “o que queres ser quando fores grande?”, definimos e defendemos uma profissão diferente, todas as manhãs e em todas elas, temos a certeza absoluta que seremos sempre muito felizes. Como se fosse tão fácil viver. De olhos aumentados, do tamanho do nosso entusiasmo, a nossa tenra idade não impõe dúvidas ou medos porque só nos é exigido que sonhemos. Quando se carrega o mundo nas mãos, com a facilidade com que se pega numa bola futebol não se imagina outra coisa que não uma imensa facilidade em fazer tudo a que nos propomos e a morte, um conceito ainda tão abstracto para nós, não significa mais do que um outro lugar, para onde vão os outros, os outros que não souberam fugir dela - porque em nós só cabem sonhos.

Esta ilusão infantil do tempo eterno pode desaparecer com a mesma facilidade em que se acredita nele. O rotineiro beijo de boa noite e todas as nossas comuns normalidades trazem-nos a tranquilidade e o engano de que o tempo passa em compassos longos quando, na verdade, deparados com a realidade mais cruel, percebemos que o tempo segue mais rápido do que um piscar de olhos.

E de repente temos treze anos e começamos a ter medo. Ao descobrirmos que temos cancro, todas as certezas construídas e profissões do futuro decididas, estremecem. De início, achamos uma tolice tanto sonho, depois percebemos que nunca fez tanto sentido desejar o que quer que fosse. Mesmo com o caos instalado e estando, frente a frente, “com o inimigo”, percebemos que os sonhos continuam a depender apenas de nós. Sem estarmos suficientemente prontos (nunca se está preparado para a guerra mesmo que a armadura seja refinada) aceitamos o desafio que a vida nos propõe – descobrir, por nós próprios, que não somos eternos, que é tão fácil desaparecer.

Tantas vezes, ouvimos dos mais escandalizados, esta comum exclamação: “Eu não seria capaz de passar por isso!” Automaticamente, ao ouvir esta certeza ilusória, só nos ocorre perguntar: Amas alguém?

E é aqui que se entende que o “eu não sou capaz” não faz sentido. Mesmo com muito medo da luta, o medo de não voltar a ver quem amamos é tão superior que, confrontados com o cancro ou outro qualquer obstáculo, não duvidamos que queremos e que temos de tentar. Por nós mas sobretudo pelos nossos amores.

Depois do susto, depois do medo de não voltar a ter o nosso beijo de boa noite, depois de percebermos que nem tudo se dispõe porque o desejámos ou planeámos, passamos, inevitavelmente, a admirar o não tangível da nossa vida. O sorriso que o nosso irmão gentilmente nos cedeu, a piada que saiu e que animou as nossas visitas, o dia que está bonito, o beijo de boa noite que nos recorda o outro, que já não está connosco.

Que privilégio é ver a vida escassear e ter vontade de a agarrar com a mesma firmeza antiga, aquela em que acreditámos ser possível ter todas as profissões do mundo.

Menos prepotentes, menos amargos, menos agarrados racionais, podem ainda ser mais bem-dispostos e felizes. Perder tempo com tudo aquilo que não nos faça sorrir ou que não nos provoque uma sensação cheia de vontade de viver, passa a fazer tão pouco sentido como desistir, por isso, depois do sobressalto torna-se tão mais fácil cumprir a velha promessa: decidimos ser felizes.

Mesmo que o sono traga com ele os pesadelos do costume, podemos sempre substituir a revolta por um pensamento que, decerto, nos tranquilizará: “O que posso tirar daqui?”

E é nesta interrogação que descobrimos que, em qualquer adversidade, passamos a conhecermo-nos melhor, a tratar o medo por tu, a virar a cara ao pessimismo, a fazer do tempo um tesouro raro, a gostar da nossa companhia e a desfrutar, o melhor possível da companhia dos outros.

“O que posso tirar daqui?”, Posso sempre tirar o cancro de mim e se eu quiser, tirar o melhor dele.
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Marine Antunes
Do Projeto Cancro com Humor
cancrocomhumor.blogs.sapo.pt
cancrocomhumor@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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Desiluda-se! Simplicidade ou saúde, na alimentação também!

1/4/2013

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Desiluda-se! Crie mesas cheias de saúde que o vão ajudar a expandir toda a essência do seu “eu” em momentos de partilha. 
Por Teresa Mizon

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Assim como em todas as vertentes da nossa vida, o reflexo da industrialização e da globalização nos nossos hábitos alimentares também levou a pensar que o mais fácil, barato e atraente iria tornar os nossos dias mais simples. Ilusão. Desiluda-se. Tornou-os fáceis mas não simples. Assim como quase todo o resto, a alimentação instalou-se nas gavetas do prazer, longe das preocupações pelo seu valor nutritivo e o resultado é visível no número crescente de doenças e consequentes complicações. Aquilo de que nos alimentamos exerce influências marcantes na nossa sobrevivência, no nosso desempenho e na conservação da nossa espécie. A ilusão do fácil veio trazer mais mal-estar e mais doenças, muitas delas evitáveis com regimes alimentares mais simples. Os hábitos alimentares tradicionais apoiados na Natureza e não na facilidade do consumo de substâncias pseudo-alimentares criadas em laboratórios e fábricas por cientistas da nutrição são os que nos podem levar de regresso à nossa saúde. Citando o psicólogo, sociólogo e físico francês Gustave LeBon, “Todas essas ilusões fazem viver e aformoseiam a estrada que conduz ao eterno abismo”. Iludimo-nos e criámos uma confusão dos sentidos com a inevitável distorção de perceção.

Comer, para além de ser um ato vital, estimula os sentidos e nenhuma atividade será tão permanente na história da Humanidade como a alimentação. Quem achar que comer é também uma das grandes fontes de prazer do Homem que ponha o braço no ar. A nossa saúde mental, emocional e física está a um palmo do nosso nariz cada vez que nos sentamos à mesa. Os hábitos alimentares são objeto de estudo de investigação há muito, tanto na área da sociologia da alimentação como, e cada vez mais na área da saúde. Já não é novidade que os hábitos alimentares de hoje no Ocidente (também a transbordar para o Oriente) são a causa de inúmeras doenças incluindo o cancro e outras, degenerativas. A alimentação na atualidade sofreu uma homogeneização pelas grandes cadeias de “comida rápida” e pela industrialização da comida, que mudou totalmente o conceito de alimentação, o mesmo é dizer da refeição.

A globalização é certeira na indústria da alimentação, no sector agropecuário e na rede de distribuição visível em grandes superfícies e em cadeias de restaurantes de comida fácil, rápida e atraente. Grande parte dos supermercados dispõe nas suas prateleiras, acima dos 15.000 tipos de produtos alimentícios catalogados. Se por um lado temos esta super abundância de alimentos, por outro temos menos tempo para a hora das refeições. Todo este “fenómeno” vem "ajudar" numa era marcada pela velocidade, pela urbanização, pela elevação do nível de vida e de educação, pela entrada da mulher no mercado de trabalho.

Desligarmo-nos de um hábito alimentar é pois muito fácil mediante também um universo de informação que nos leva a tomadas de decisão. Consumir produtos artificiais em detrimento de produtos regionais com tradição cultural é por isso fácil e humano. O Homem integrado numa massa social não reflete. Parte para a ação. Assim, também na forma como se alimenta. A saúde tornou-se secundária em relação ao aspecto práctico das coisas. Hoje é tempo de grandes transformações (a que a maioria dá o nome de crise), aquilo que consumimos e que na realidade é o nosso pilar de sustentação, terá de voltar a ser olhado de forma profunda. São os alimentos que determinam a qualidade do nosso sangue. É o nosso sangue que determina a qualidade do nosso Ser.  Para além das nutricionais, todos os alimentos têm qualidades, energéticas, emocionais e até espirituais. Carne oriunda de um animal sujeito a atos violentos vai com o tempo fazer de nós pessoas violentas. Açúcar desnutrido de todos os seus ingredientes naturais vai sugar todos nossos minerais seduzindo-nos através de uma energia efémera, com consequências desastrosas para a saúde, para não falar de comportamentos como a hiperatividade. Estes são só dois exemplos. O significado do alimento ultrapassa também a mera necessidade fisiológica e remete para as relações entre as pessoas envolvidas. Estes encontros não precisam de ser precedidos de sentimentos de culpa por se ter comido demais, por se ter abusado de doces e gorduras.

Convida-mo-lo a fazer de cada refeição uma festa para a saúde. Como? Com mais cereais integrais (arroz, centeio, cevada, trigo, etc.), com mais leguminosas (feijões, grão, lentilhas), com mais legumes, com menos carne e produtos de origem animal, com menos açúcares refinados e mais doces naturais. E sim, com estes alimentos podem-se confeccionar pratos de “comer e chorar por mais”. Atreva-se! Eles podem-lhe trazer um admirável mundo novo.

Para esta nova Primavera, em vez de promessas de “dietas” para perder peso, porque não selar um compromisso com uma alimentação que possa proporcionar dias futuros de saúde, paz e concórdia?

E já agora… que a culinária possa ser uma “arte para o desenvolvimento da consciencia” seguindo o exemplo de culturas antigas, ou mesmo o dos monges nos templos Zen do Japão e da China.
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Teresa Mizon
“Atelier Macrobiótico”
Consultora de Alimentação e Estilo de Vida
macrosabores@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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A Ilusão da Segurança

1/4/2013

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Em tempos que desafiam a noção de emprego seguro, ainda subsistem mitos que o alimentam. “Questionar para melhorar”, rumo a mais verdade e com isso mais sustentabilidade nas nossas vidas. 
Por Júlio Barroco

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Embora cada vez mais seja aceite que “não há empregos para a vida”, noção reforçada pelos tempos de transformação e incerteza que vivemos, ainda subsistem ideias enraizadas em muitos de nós sobre as condicionantes inerentes às escolhas que temos disponíveis ou a que podemos aceder para “ganhar a vida”. Essas ideias são determinantes para a forma como encaramos as diversas possibilidades e, naturalmente, para o tipo de decisões que tomamos.

Cada uma das frases seguintes encerra um mito que iremos desafiar ao longo deste artigo.

Mito nº 1
“Ter um emprego é mais seguro do que ter uma empresa.”

Imagine que tem de fazer uma viagem de médio-longo curso, imaginemos Lisboa-Barcelona. Prefere ir de carro ou de avião?

Estima-se que o medo de andar de avião é bastante superior ao medo de andar de carro. No entanto, estatisticamente o risco de acidentes e a taxa de mortalidade é muito superior nas viagens de carro.

Intrinsecamente, e em termos gerais, não é mais ou menos segura uma forma ou outra de desempenhar atividades e obter rendimentos. Uma das falácias comuns que conduz ao tipo de raciocínio da frase passa por confundir previsibilidade (conhecimento das dinâmicas e rotinas inerentes a uma função) com segurança (satisfação da necessidade primordial de sobrevivência física, relacionada com a função cerebral reptiliana, “o que conheço não me pode fazer mal”).

Escolhas relevantes passam por identificar esta dinâmica interna de busca de segurança, que se manifesta de forma individual e específica, de forma consciente rumo aquilo que faz sentido para cada um de nós. Isso passa por decidir primeiro o que se faz e só depois a melhor forma de o fazer (num emprego fixo, criando uma empresa, etc.). Qual é o melhor veículo para o que nos propomos fazer? Decidimos os equipamentos de segurança à partida ou primeiro escolhemos o carro?

Mito nº 2
“Estou seguro/a, tenho um contrato efetivo.”

Seriam incontáveis os exemplos de pessoas com contratos de efetividade que perderam os seus empregos, no entanto este é outro dos mitos mais comuns. Mais uma vez assentes na forma e nos privilégios que pode trazer, muitas das vezes em comparação com outras formas classificadas como de precariedade, como os vínculos a termo e as prestações de serviços como trabalhador independente a uma só entidade.

A segurança, ou a sustentabilidade daquilo que fazemos e dos resultados que obtemos, é proporcional à capacidade materializada de ajudarmos os outros a obterem o que necessitam e/ou desejam satisfazendo-nos nesse processo, nas diversas áreas de atividade humana. Do simpático carteiro que para além da correspondência entrega simpatia e conexão, ao CEO que se preocupa genuinamente com os colaboradores e com os clientes, conciliando a busca dos lucros com humanidade, é essa entrega, nas suas múltiplas profissões e formas de qualidade, que gera reciprocidade, que conduz à retribuição sustentada.

Mito nº 3
“Não se deve arriscar em tempos de crise.”

Alguns dos maiores sucessos são conseguidos em tempos de crise, alturas de transformação em que inevitavelmente surgem novas necessidades, ou alterações daquelas já existentes, com as consequentes oportunidades para aqueles que estão atentos e têm algo a dar na sua satisfação.

A conhecida frase “há aqueles que choram e os que vendem lenços” sintetiza uma perspetiva de que muitas das melhores possibilidades são materializadas em tempos difíceis. As decisões que procuram deliberadamente melhorar as situações de partida, não apenas de quem as toma como da comunidade, em prol de um bem maior, ajudam a criar novos ciclos de expansão e progresso e iluminam o caminho não apenas daqueles que delas diretamente beneficiam como de toda a sociedade, através de inúmeros mecanismos de difusão desse bem-estar, desde a geração de riqueza que o impulsiona até ao exemplo positivo que inspira outros a fazerem o seu melhor.

Mito nº 4
“O risco é demasiado alto para o fazer [viver sem um emprego] - não sou capaz.”

É inevitável uma análise individual e específica das circunstâncias inerentes a cada um de nós.

Conhecermo-nos passa por termos consciência das nossas melhores qualidades, desejos, e também limitações, juntamente com o que preferíamos que não fizesse parte de nós e do nosso caminho, tanto a nível interno como externo.

Vivemos num novo mundo. Um mundo em que a capacidade de agir sobre a mudança, que sempre esteve presente, se torna cada vez mais evidente com o aumento da complexidade e dos desafios. As formas de participarmos na construção da nossa sociedade pelas ações de todos os dias, tendem a requerer formas cada vez mais criativas e simultaneamente integradas de desempenharmos as nossas atividades.

Colocarmos uma atenção deliberada em manifestarmo-nos de forma plena em contexto profissional, pode conhecer um novo fôlego em momentos difíceis, e não raras vezes, são esses mesmos momentos que trazem à tona o melhor que existe em cada um de nós. A individualidade inerente em cada um de nós pode escolher novos caminhos que antes estavam congelados. E quando menos esperamos surge uma nova primavera nas nossas vidas.
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Júlio Barroco
Coach, Consultor, Formador, Autor
“Sonhar sem Agir é como Amar sem Cuidar”
http://www.juliobarroco.com 
welcome@juliobarroco.com 
https://www.facebook.com/pages/Júlio-Barroco-Dreamer-Changer/310682895641197 

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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A ilusão do dinheiro

1/4/2013

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O uso do dinheiro deve apelar ao nosso pragmatismo e sentido crítico para que dele não fiquemos prisioneiros nem escravos.
Por Nelson S. Lima


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

O mundo do homem é sobretudo mental. Nada do que fazemos escapa ao que se passa na mente pois é dela que tudo deriva: um gesto, um pensamento, uma escolha.

O nosso mundo é pois feito também de símbolos, crenças, saberes, emoções, fantasias e ilusões. Nada do que fazemos escapa a essa riqueza de entidades mentais sem as quais ficaríamos cativos de comportamentos absolutamente racionais e mecanizados. É aqui que entra o tema deste artigo: a ilusão do dinheiro.

A importância que ele adquiriu nas sociedades modernas - servindo como meio de troca para todas as atividades transacionadas - fez com que assumisse também um valor psicológico que ultrapassa em muito o seu valor real.

Na verdade o dinheiro, mesmo sob a forma de moeda, é uma abstração completa. Veja-se como o valor daquilo que se transaciona varia fortemente conforme o ambiente económico, as decisões políticas, as incertezas relativas ao futuro, etc.

O dinheiro traduz-se em números. Transacionam-se números que expressam quantidades: muito, razoável, pouco ou nada. O valor das coisas - dos objectos aos serviços - é assim substituído por um número que tem como referência uma moeda (dólares, euros, rublos, etc.).

Dizia há tempos uma senhora - que ganhara largas dezenas de milhões de euros - que não tinha a percepção do verdadeiro valor do prémio obtido no jogo Euromilhões. Para ela, pessoa que sempre vivera pobre e desafortunada, custava-lhe apreender a quantia que tinha agora depositada na sua conta. De um dia para outro saiu da pobreza para uma vida milionária. Aquilo que mais impressiona foi o facto dela ter começado imediatamente a gastar dinheiro numa série de bens típicos daqueles a que costumamos chamar de "novos ricos" (automóveis topo de gama, vivendas, viagens, etc.). Mais curioso foi ela ter dito aos jornais que não queria que os seus filhos, ainda adolescentes, trabalhassem mais! Ora a sua fortuna era grande, de facto, mas depressa ia começar a diminuir se mantivesse esse deslumbramento perante um número que não era capaz de compreender. Não obstante ter ficado milionária ela pouco mais ganhara do que aquilo que os melhores jogadores de futebol usufruem anualmente.

E aqui reside uma das formas de ilusão do dinheiro: o deslumbramento e a perda de sentido crítico. No caso em apreço, podemos ver as diferenças: um grande jogador de futebol ou um grande artista de cinema pode ganhar muito dinheiro ao longo de vários anos; aquela senhora apenas teve a sorte de ganhar um jogo. Ou seja, ela não recebeu o dinheiro em troca de trabalho feito. Ora, se não souber investir e não se proteger, dentro de pouco tempo estará de regresso à miséria. O deslumbramento é perigoso porque nos faz perder a noção da realidade e dos limites em que agimos.

Na atual crise económico-financeira que a Europa atravessa, o dinheiro (e o que ele representa) é a grande preocupação dos governos e das populações. É que, por natureza, o dinheiro é um bem escasso. Fabricar mais notas e moedas faz enfraquecer o valor do dinheiro. Não obstante, muitas pessoas acreditam que para resolver uma crise como a que a Europa vive bastaria fazer mais dinheiro e fazê-lo chegar ao mercado.

A PSICOLOGIA DO DINHEIRO

Quando a psicologia começou a interessar-se pelo tema "dinheiro" descobriu que o seu valor percebido variava de pessoa para pessoa, independentemente das quantias envolvidas. Para um milionário, perder 1 milhão de euros pode ser insignificante. Para um pobre, perder 1 só euro pode ser tudo o que ele tem para comer.

Também se descobriu que ele está ligado ao estatuto social. Ter ou não ter dinheiro leva muitas pessoas a adotarem atitudes diferentes não em função da riqueza adquirida mas do seu significado social. Isso leva a que muitas pessoas se entreguem à compra de bens de valor elevado para poderem afirmar-se perante os outros através do puro exibicionismo. A discreção dá lugar à ostentação. É o dinheiro-estatuto em ação.

Assim, a psicologia criou várias medidas relativas ao significado do dinheiro para as pessoas. Vejamos:

O Diferencial Semântico Modificado (DSM), apresentado em 1972, revela a importância que as pessoas atribuem ao dinheiro. Envolve fatores como segurança, fracasso e até pecado.

A Escala de Atitudes quanto ao Dinheiro (MAS), de 1982, envolve 60 itens de acordo com a teoria psicanalítica. O prestígio, a avareza e o pessimismo estão entre os que mais se destacam.   Já a Escala de Significado do Dinheiro (ESD), de 2000, apresenta duas dimensões: as positivas (que incluem o prazer e o prestígio) e as negativas (a preocupação, a dominação, etc.)   Finalmente, a Escala Ética do Dinheiro (EAD), de 1992, procura medir as atitudes das pessoas face ao dinheiro numa perspetiva de trabalho e negócio.   EVITAR A ILUSÃO O papel que a ilusão desempenha na nossa relação com o dinheiro é pois muito variável e depende de fatores como a educação, o estatuto social e o perfil psicológico. Para muitas pessoas o dinheiro é desprezível e causador de todos os males. Para outras o dinheiro é uma entidade mágica e adorada e pela qual estão dispostas a tudo fazer para o alcançarem (trabalhando duro, jogando nas lotarias ou seguir outros caminhos menos éticos como a corrupção e o roubo).   Gerador de múltiplos efeitos psicológicos e comportamentais, o dinheiro merece que sobre o mesmo se faça uma verdadeira aprendizagem: a de saber geri-lo. É pois hoje tema de educação (a educação financeira) junto das crianças para que não se deixem envolver por ilusões e fantasias que conduzam a tentações destruidoras e enganadoras (dinheiro fácil, jogo ilícito, roubos, avareza, etc.).   O dinheiro vale o que vale. Sim, é um bem escasso. Mas, por isso mesmo, não merece mais do que uma atitude realista da nossa parte para que tenhamos acesso a ele graças ao um contributo moralmente justo como o trabalho.
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Nelson S. Lima
Presidente Executivo (CEO) do EUROPEAN INTELLIGENCE INSTITUTE
Marca registada internacional que aglutina o Grupo Instituto da Inteligência em Portugal, Brasil, Colômbia e também em outros países através de delegações (Inglaterra, Angola, Venezuela, Equador, Peru, Chile e Argentina). 
Diretor Geral e Coordenador Nacional do Grupo INSTITUTO DA INTELIGÊNCIA PORTUGAL
Diretor na Europa do CINEAC Centro de Inovação Educacional Augusto Cury (Brasil)
Professor de Neurociência, Coordenador e Orientador na Universidade do Futuro (Brasil)
Diretor da Divisão de Investigação da EURADEC (Associação Europeia para o Desenvolvimento da Educação e da Cidadania, ALEMANHA) e da WEA - World Education Association for Sustainable Development and Global Citizenship, SUIÇA)
Representante da ZIGMA CONSULTING (América Latina), em Portugal.

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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Amor ou Ilusão?!

1/4/2013

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O amor “é cego”, é menos intenso mas mais duradouro do que a paixão, é a origem de muitos desencantos e sofrimentos. Pelo menos, tem sido assim definido por poetas e estudiosos. Mas será que aquilo a que chamamos “amor” o é mesmo? E se “amor” for mais simples e menos idealizado do que se faz crer?
Por Sofia Frazoa


in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Definir o amor é, talvez, um dos pedidos mais ingratos que se pode fazer a uma pessoa. Primeiro, porque há vários tipos de amor; segundo, porque cada pessoa o sente e transmite à sua maneira; em terceiro lugar porque dessa definição não podemos afastar as questões químicas, biológicas, culturais e sociais. O neurocientista António Damásio refere-se ao amor como um “conjunto complicado de estados e comportamentos mentais”, ou seja, noções que o cérebro cria sobre o estado do corpo. E quanto mais o nosso corpo, por um instinto de sobrevivência, sentir prazer, bem-estar e conforto, mais perto estamos de transmitir ao nosso cérebro a noção de que estamos a amar.
            
Ao que parece, tudo se gera primeiro no corpo e não na mente e começamos a amar o outro porque houve algo nele que fez o nosso corpo reagir e sucumbir ao mecanismo de bem-estar e necessidade de equilíbrio para sobreviver/viver bem e evoluir. Então, eu não amo o outro pelas suas qualidades intrínsecas, mas por aquilo que ele causa em mim (ainda que inconscientemente). Mesmo que não percebamos nem controlemos o mecanismo, o outro é um espelho das nossas projeções de desejo e de amor. Seja porque nos transmite a sensação de segurança, tranquilidade, pareça um bom homem ou mulher para garantir a nossa reprodução, entre muitas outras razões.
            
Se é difícil definir o amor - mesmo que digamos que vem depois da paixão e que é mais tranquilo e duradouro -, então só cada pessoa está apta a concluir, individualmente, se aquilo que está a viver é ou não amor. Já não pode haver modelos a castrar-nos nem imagens exteriores que nos condicionem, como tem acontecido ao longo dos séculos. Tem, isso sim, de haver uma total honestidade e tomada de consciência por parte de cada um de nós.

E se é tudo ilusão?

Uma das preocupações do ser humano é a busca da verdade, até nas questões do amor. Mas verdade e realidade são conceitos que, apesar de parecidos, não devem ser confundidos. Imaginemos o seguinte: estamos num relacionamento em que dizemos amar a outra pessoa e ela diz que nos ama. A nossa realidade é a de que estamos num relacionamento em que ambas as partes dizem amar-se. Se o outro ou nós estamos a ser verdadeiros, se mais tarde vamos ter outra verdade, se é verdade que isto é mesmo amor… não sabemos nem controlamos. E talvez não seja assim tão importante.
            
Uma das formas de sermos mais conscientes e de nos aproximarmos da “nossa verdade”, que é sempre relativa, é através da autoanálise e da tomada de consciência. Perante um relacionamento, podemos perguntar-nos:

- Que necessidades pessoais vem o outro preencher-me?
- O que me atrai no outro relaciona-se com questões minhas (necessidade de subsistência, proteção, procriação)?
- Estou sempre à espera que o outro corresponda ao que espero dele ou aceito-o sem esperar que mude?
- Qual é a parte de mim que foi ferida no amor e que precisa de cura? Procuro que alguém me venha curar a dor?

Respondendo honestamente a estas perguntas pode-nos ajudar a perceber se estamos a viver uma projeção daquilo que desejávamos para nós e a que resolvemos chamar amor.

Chaucer dizia que “o amor é cego”, mas vários estudos demonstram que há razões que nos levam a sentir atração por uma pessoa e não por outra. Essa preferência começa a formar-se entre os 5 e os 8 anos, por exemplo, em resposta ao ambiente em que vivemos ou à forma como os nossos cuidadores interagem connosco e entre si. Podemos, também, procurar no outro o amor que não tivemos do pai ou da mãe, ou a repetição de um relacionamento que considerámos ser marcante para nós.

Queiramos ou não admitir, há uma construção social e cultural importante que determina quem amamos, quando amamos e onde amamos. Por isso, há também toda a possibilidade de reconhecer, trabalhar e alterar o que está na origem de tantos dos nossos sofrimentos nos relacionamentos. E tirar o véu da ilusão.
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Sofia Frazoa
Terapeuta
www.caminhosdaalma.com
caminhosalma@gmail.com
Facebook: Caminhos da Alma

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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Quando a doença é uma ilusão

1/4/2013

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A nossa mente é a grande criadora de ilusões que muitas vezes o nosso corpo integra manifestando determinados sintomas e doenças. Perceber quem somos e o que sentimos é o caminho para viver a realidade, controlar a ilusão e assim poder controlar a doença. 
Por Ricardo Fonseca

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

“Há ilusões que se parecem com a luz do dia: quando acabam, tudo com elas desapareceu.” Marguerite Duras

Nesta edição da Revista Progredir o tema central é a ilusão, ou seja, uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da perceção.

Todos nós vivemos ilusões, consciente ou inconscientemente associadas ao nobre papel da nossa mente. A doença pode ser uma dessas distorções da realidade que apesar de se poder manifestar fisicamente, muitas vezes não passa de uma representação mental.

Quando se fala em doenças há que diferenciar entre as doenças clinicamente comprovadas, com sintomatologia clinicamente testável e com hipóteses de tratamento, das doenças que mesmo que se manifestem exteriormente têm o seu cerne na nossa mente.

A mente vai criando artifícios que moldam o discernimento do individuo levando-o a acreditar numa realidade, na maioria das vezes não existente e a integrá-la na sua vida quotidiana. Há um compromisso mente-corpo indissociável e que vai envolvendo o indivíduo numa rede ilusória de angústia, queixas e incertezas.

Alguns médicos e investigadores ao longo dos tempos foram tentando encontrar respostas para a questão da ilusão de se ter uma doença, explicando as suas teorias na base das áreas da psicossomatização e da hipocondria.

No processo da psicossomatização da doença há uma grande interferência dos fatores emocionais, visto que todos os processos do corpo estão ligados a uma via nervosa e humoral. Há um desequilíbrio entre a nossa mente e o nosso corpo, entre as nossas emoções e a vivência e representação das mesmas.

Os sintomas psicossomáticos são de grande importância para o indivíduo que se sente doente e que tenta tudo o que está ao seu alcance para aliviar os sintomas e obter a cura. Durante este percurso de cura, muitos sintomas podem ser de fato aliviados pela eficácia das terapêuticas prescritas, porém a causa dos mesmos fica quase sempre subentendida pela sua similaridade com outras doenças que se manifestam do mesmo modo.

Já William Motsly escrevera um dia que "Quando o sofrimento não pode se expressar através do pranto, ele faz chorar outros órgãos".  

Na hipocondria há uma crença infundada da existência de uma doença grave e uma procura incessante de respostas que confirmem a existência da mesma. Muitos indivíduos hipocondríacos automedicam-se e assim consideram-se livres da doença que os domina. Como é uma criação da mente, é deduzida pelo cérebro havendo assim uma reprodução, ou seja, na hipocondria ao deduzir que algo irá melhorar ou agravar o seu estado de saúde, geralmente ocorre, porque a própria doença é criação da cabeça do indivíduo.

Segundo outros investigadores, a doença surge da relação espírito-corpo onde cada sintoma é um sinal de que o espírito está doente e a prova de que existe um desequilíbrio das nossas energias. A cura baseia-se no equilíbrio energético e em muitos casos sugestiona a criação mental de determinados sintomas.

A nossa mente tem um grande poder de sugestão através da criação de pensamentos e a exaltação das suas emoções. É esta atividade constante da mente que faz com que ocorra uma deturpação dos nossos sentidos que ficam baralhados com a receção dos sinais mentais e dos impulsos exteriores.

O corpo e a mente falam de formas diferentes, pois a mente vive e constrói o mundo da ilusão enquanto o corpo está ligado à nossa realidade. Assim a causa e a cura da doença, são vividas em bases irreais sendo necessário compreender a forma de pensar, agir, sentir para se realizar o processo de cura.

Quando a doença provém de uma ilusão o passo fundamental é encontrarmos o doente dentro de nós, aceitarmos e amarmos a nossa realidade, tendo coragem para seguir a Vida e abandonarmos as nossas ilusões.

A ilusão de que temos uma doença só esvanece na sua totalidade quando nos focamos em conhecermos quem somos, o que sentimos. Se curarmos apenas as manifestações exteriores, a ilusão associada pode desaparecer, porém outras tantas aparecerão.

Compete a cada um de nós ser o dono de si mesmo, o mestre e o aprendiz com a capacidade de distinguir a ilusão da realidade, para que sejamos nós a controlar a doença e não a doença a ser dona de nós.

“A nossa maior ilusão é pensarmos que somos o que pensamos ser!”  Henri Amiel
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Ricardo Fonseca
Enfermeiro / Escritor
http://escritadoautoconhecimento.webnode.pt
percursosdevida@gmail.com

REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

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O véu da ilusão

1/4/2013

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Se é tão fácil, ter sucesso, porque é que a maioria não o tem, se é tão fácil ser feliz, porque será que a maioria não o é. Se afinal todas as receitas estão escritas nos livros de auto ajuda e no caminho do desenvolvimento pessoal, o que cobre o véu da ilusão? 
Por Maria Melo

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Cada vez é mais frequente ouvir falar em auto ajuda, espiritualidade, New Age. Entramos numa livraria e deparamo-nos com uma secção de livros que nos falam de poder interior, energia, de uma variedade de disciplinas que contribuem para o sucesso, bem-estar e felicidade do ser humano nos tempos atuais. Esta nova onda chamada de Nova Era (New Age) tem feito sentir os seus efeitos de alguma forma no nosso quotidiano, nas nossas vidas.

Mas então o que é isto da Nova Era?

Há cerca de trinta anos, formou-se um movimento cultural/filosófico/religioso, que pretende reagir contra o presente estado da humanidade, tentando criar o despertar da consciência através da transformação espiritual. Segundo o autor Nevil Drury, as origens do movimento podem ser encontradas nos séculos 18 e 19, através das obras de Emanuel Swedenborg, Franz Mesmer, Helena Blavatsky e George Gurdjieff, que lançou alguns dos princípios básicos filosóficos que mais tarde vieram a influenciar o movimento. Ganharia um novo impulso na década de 1960, tendo influência da metafísica, autoajuda da psicologia, e dos vários gurus indianos que visitaram o Ocidente durante essa década.

Desta forma, as ideias e objetivos deste movimento parecem recolher elementos orientais, das terapias alternativas, da psicologia transpessoal, a ecologia profunda e outras correntes.

 A comercialização e a mistura de todos estes conceitos, na possível tentativa de proclamação de uma nova época para a humanidade, faz nos pensar se não estaremos perante a verdadeira ilusão de que a salvação pessoal passa pelo outro e não pela responsabilização do próprio, pelas suas escolhas, atitudes e ações.

Em quase todas as épocas o homem sentiu a necessidade de evoluir, de se auto descobrir, de tornar mais presente a sua presença neste mundo, de se reconhecer e de encontrar respostas a questões como, quem sou eu? e para onde caminho?

O caminho do desenvolvimento pessoal quase sempre esteve presente nas várias culturas, através de várias ciências como a psicologia, a filosofia ou mesmo a teologia, com maior referencia ou menor protagonismo, não serão novas estas questões nem certamente as respostas de hoje serão tão diferentes das de outras épocas, se tivermos em conta o enquadramento e a evolução social do ser humano.

Assim, na busca desse desenvolvimento poderá ser preciso reconhecer a possibilidade da existência da ilusão na sociedade em geral. A ilusão associada a variadas circunstancias como o dinheiro, o poder, o controle do outro, os relacionamentos, as expectativas. Desviando-nos da capacidade de compreensão que possivelmente o único responsável pela felicidade, evolução e crescimento, somos nós próprios, na medida que cada um escolhe e se disponibiliza à mudança.

Esta mudança para uma maior responsabilização do outro pela sua vida, através de uma abordagem mais positiva poderá sublinhar a autonomia e potencializar o individuo, assumindo a sua responsabilidade pessoal e social, promovendo a evolução a nível comunicacional, emocional e relacional, não descorando a realidade dos obstáculos da vida mas tornando-os talvez comparativamente com as potencialidades desta, menos relevantes.

Mas para isso será preciso estar informado de uma forma construtiva e não de uma forma ilusória, onde a mensagem que é passada em que a vida se tornará simplesmente fácil e cor-de-rosa como nos contos de fadas. Informação que nos permita realmente poder saber o que escolher para as nossas vidas, com otimismo e esperança, criando a possibilidade de vivermos vidas refletidas, informadas e com experiencias emocionais positivas saudáveis (alegria, amor…), conscientes das nossas potencialidades e dedicadas ao bem comum.

“Quando sucumbimos à ilusão ficamos como se fôssemos viajantes do deserto que acreditam ser real uma miragem”
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Maria Melo
Life coach e co-fundadora da Akademia do Ser 
www.akademiadoser.com 
mariamelo@akademiadoser.com 

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