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A circularidade do dar e receber

1/12/2021

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Gostava que refletíssemos um pouco sobre o que é o dinheiro, qual a nossa relação com ele, como o tratamos, o que sentimos que ele nos permite ter ou fazer e quais as nossas escolhas na hora de o usar, de o trocar por algo. Por Nuria Sciaccaluga Lourenço Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

 A questão do dinheiro remete-me sempre para a temática da valorização pessoal. Com isto não me refiro apenas à componente monetária, mas também ao respeito que temos por nós, pelos nossos sonhos, pelo nosso tempo. No fundo, o valor que damos à nossa Vida, sabendo que ela tem um início, um meio e um fim. E aqui nasce a dualidade deste tema sensível que gera frequentemente desconforto quando discutido, vivido e sentido. Não só pelo seu valor absoluto, como pela forma como o usamos no nosso dia-a-dia e, sobretudo, o que fazemos para o obter a par com o que isso nos faz sentir.
 
Primeiramente, importa começar a olhar para o dinheiro como energia e parte de um ciclo infinito e circular de dar e receber. Não podemos fugir ao facto de sermos parte integrante de um ecossistema onde um dos veículos de troca que suporta o nosso estar nesse mesmo ecossistema é o dinheiro. Então encaremos esta moeda como isso mesmo. Um veículo de troca que nos permite vivenciar determinadas experiências. Um dos meios de expressão do que somos e que nos permite experienciar o que os outros são. Nesta perspetiva, interessa explorarmos a origem da nossa relação com o dinheiro, colocando-nos algumas perguntas:
  • Qual era a relação da minha mãe e do meu pai com o dinheiro?
  • Quais as crenças que existiam no meio seio familiar relativamente à forma de obter o dinheiro?
  • Como era visto o equilíbrio entre a vida familiar e profissional?
  • De que forma e onde era utilizado o dinheiro?
 
Depois, seria interessante olharmos para a nossa própria situação atual e responder às seguintes questões:
  • O que dou de mim para receber o meu dinheiro?
  • Porquê o faço?
  • Estou feliz, de uma forma geral, com essa troca?
  • Quais os aspetos positivos e menos positivos dessa troca? Quais se sobrepõem?
  • Sinto que é justo o que recebo? Monetária e emocionalmente?
  • De que forma e com que responsabilidade dou uso ao meu dinheiro? (“porque, onde e a quem escolho comprar”)
 
São tudo questões que nos podem ajudar a perceber a forma como olhamos, interpretamos e estamos ou não abertas ao dinheiro que chega a nós e que reflete (também) o valor que damos ao nosso tempo, e a abundância que temos ou teremos na nossa vida. A todos os níveis. Porque o dinheiro é só mais uma das energias que compõem o Todo.
 
Porque é que dou importância ao olhar para este lugar originário? Porque acreditando que o dinheiro é energia, partilhada e trocada com os outros, é muito diferente quando o obtemos de um lugar sereno e amoroso ou de um lugar pouco prazeroso. O dinheiro, quando olhado e vivido com consciência, traz harmonia e equidade. Quanto mais dou de forma alinhada e dedicada, mais valorizo não só o meu tempo e a minha verdade, como o dinheiro que recebo em troca. Quanto mais me respeito no conteúdo e forma do que dou, mas respeito o outro e a sua escolha de me retribuir.
 
Importa então escolhermos e aceitarmos com consciência aquilo que fazemos, e percebermos essa escolha como um gesto de amorosidade para connosco, que nos trará um impacto positivo no que respeita a autoestima e amor próprio.
 
Principalmente, quando existe uma pressão quase constante no fazer, na produção, na competitividade. Parece que quanto mais fazemos, mais somos. Quanto mais fazemos, mais recebemos, mais poder temos. Quanto mais fazemos, mais somos reconhecidas(os), mais fazemos parte. Quando há desequilíbrio entre o fazer e o ser, despertamos uma das crenças limitantes há muito enraizadas na nossa cultura do espírito de sacrifício ligado ao nosso trabalho. Sentimos uma necessidade e um prazer desmedido em mostrar aos outros a quantidade de horas que trabalhamos, porque isso mostra que somos dedicados, válidos, incrivelmente participativos da economia do país. Depois, em jeito de compensação, temos um padrão de consumo pouco consciente onde nos convencemos que precisamos de coisas para sermos felizes.    
 
Tendencialmente colocamos a origem dessa pressão no outro, seja individuo ou coletivo. Quase como se não tivéssemos escapatória possível. É assim que funciona e, portanto, vamo-nos adaptando ao ritmo, à exigência, ao que é suposto. Com isto, não nos apercebemos que estamos a entregar o nosso poder pessoal ao outro, esquecendo-nos que a escolha primordial está em nós. Reforço então a minha proposta de começarmos a trazer essa responsabilidade para dentro, com consciência e com carinho.
 
Trazer a responsabilidade da escolha para nós é solo fértil para o sucesso, que se traduzirá em empoderamento, abundância e alegria nas relações, no sentido de propósito e de pertença e na riqueza do que somos e do que temos, fazendo.
 
O fazer e o ter são o oposto, mas também o complemento do sentir e do ser. E o tempo, esse mestre, serve para ser gasto e não para nos gastar. É como o dinheiro, no fundo. Uma troca infinita que nos deveria acrescentar e não reduzir. Uma troca que nos deveria ensinar sobre a vontade e a concretização e também sobre a contemplação e a partilha.
 
Então escolhamos sempre pelo equilíbrio, com respeito por nós e pelos outros, aceitando as dualidades inerentes a esta dança do dar e do receber. Porque um dia a música acaba, a pista encerra, e ao sair da sala percebemos... de que me serviu apenas ter, se não fui?
 
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NURIA SCIACCALUGA LOURENÇO FERNANDES
CONSTELADORA DOULA NA PRÉ-CONCEPÇÃO CONSCIENTE, GRAVIDEZ E PARTO (EM FORMAÇÃO)
Instagram: trocar.de.pele
trocardepele@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Dualidade na carreira

1/12/2021

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A dualidade faz parte da nossa condição humana. Se a ignorarmos, poderemos incorrer em certos riscos desnecessários. Por outro lado, a ideia de que a dualidade é algo que nos une como seres humanos, potenciará perspectivas alternativas e possibilitadoras.
Por Lourdes Monteiro


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Quando penso em dualidade, ocorrem-me naturalmente binómios compostos de pólos aparentemente opostos como sejam:
- Sentir-se confiante numa dada situação e inseguro(a)noutra situação. Por exemplo: sentir-se muito confiante ao participar da resolução de um problema e sentir-se inseguro(a) ao propor uma ideia nova.
- Verbalizar a sua opinião / Silenciar a sua opinião.
- Colocar-se em “bicos de pés” / “encolher-se”perante uma oportunidade.

Tudo isto acontece com cada um de nós. Muitas vezes dependendo da forma como estamos a percepcionar a situação com a qual estamos a lidar.

Se consideramos que o evento em causa, coloca em risco algo importante que queremos salvaguardar, seremos mais cautelosos. Nestas circunstâncias poderemos optar pelo silêncio perante uma decisão que se sabe à partida não ser eficaz. Não abordamos a nossa chefia sobre algo que acreditamos ser relevante para a organização, com medo do que esta possa pensar sobre as nossas intenções.

Se olharmos para a situação como algo alinhado com o que ambicionamos e acreditamos, poderemos ser mais expansivos. Nestas circunstâncias, acontecem verbalizações surpreendentes até para nós próprios. Arriscamos a candidatar-nos àquela oportunidade que há muito desejamos ou àquele projecto que queremos muito realizar.

O que é importante termos presente, é que a dualidade faz parte da nossa condição humana. Os tais binómios referidos e mais alguns como a alegria e a tristeza, a turbulência e a tranquilidade, o medo e o entusiasmo, entre outros está em cada um de nós. Tudo está presente. Ter essa noção é fundamental para uma vida sã. Se assim não for podemos ficar susceptíveis a determinados riscos, dos quais me apercebo através das partilhas dos profissionais que acompanho. Nomeadamente,
- O perigo das expectativas irrealistas ou de ilusões.

Uma das expectativas tendência é a felicidade no trabalho. Sendo que para alguns esta felicidade laboral pode corresponder a uma ideia de se estar sempre entusiasmado(a) em relação ao que se faz, ter sempre domínio e competência no que se executa, estar sempre a ter desafios externos. Ou seja, algumas pessoas alimentam a expectativa de estar sempre no lado solar desta equação. Se assim não for, então não se é feliz na carreira. A meu ver, isto não é de todo realista. Segundo as leis da natureza, tudo o que começa acaba. Tudo o que expande, contrai. Então é natural que depois do entusiasmo inicial de um novo desafio, a relação profissional se torne mais amena. Por outro lado,fazer apenas o que se domina leva à monotonia e à estagnação. Então será preciso entrar no desconhecido para se poder aprender mais e aumentar o âmbito de competência. Então a dualidade fará parte de uma relação feliz com o trabalho.

Umas vezes estamos entusiasmados com um projecto, outras podemos estar desmotivados com o que estamos a fazer. Tal ajuda-nos a distinguir o que nos serve e estimula e o que nos esmorece. Tudo é informação que podemos gerir.  Umas vezes sabemos fazer muito bem o que nos pedem, outras nem tanto e também esse desafio nos permite aprender sobre nós, como encaramos o desconhecido e até que ponto temos confiança em nós próprios. Allan de Button, fundador da The School of Life advoga que:
“Para sermos felizes no trabalho, não precisamos de alcançar tudo. Só precisamos alcançar aquilo de que nos sentimos capazes.”

Dentro das expectativas irrealistas destaco ainda a ideia de que a falha se deve evitar a todo o custo. E por isso só pode haver sucesso. A falha e o sucesso andam de mãos dadas. São dois lados de um binómio que nos leva ao caminho do autoconhecimento e crescimento pessoal. Pois é muitas vezes por algo não ter corrido bem à primeira que se aprende quais os caminhos que podem levar ao destino aspirado.

- O perigo dos julgamentos sobre nós e sobre os outros.

Tantas vezes dizemos ‘eu sou isto’, ‘eu não sou aquilo’. Quando na verdade somos isto e somos aquilo. Exemplo: No outro dia alguém me dizia ‘eu não sou agressivo e, no entanto, dei por mim numa reunião a passar-me e a levantar a voz’. Fê-lo com grande pesar e sentimento de culpa. Na verdade, a agressividade é uma manifestação da emoção raiva. Uma das mais fundamentais que temos. As emoções contêm informação que podemos acolher e gerir. A autocensura por ter deixado a raiva tomar conta de si é pouco produtiva, se não der atenção à informação que a raiva pode conter.

Curiosamente fazemos o mesmo com os outros. Julgamos o todo por uma reação ou algumas reações. Esquecendo que nos relacionamos a cada momento com o estado emocional de cada um. Se a pessoa revela comportamentos agressivos, partimos da premissa que a pessoa é agressiva. O que pressupõe que não tem boa intenção e não é compassiva. Em virtude disso, não nos relacionamos com o outro em toda a sua amplitude. Colocamos-lhe um rótulo e é em relação a este que actuamos. O que acaba por gerar autocondicionamentos em nós pouco assertivos.

A dualidade faz parte do que nos une como seres humanos. Aquilo que existe dentro de si, existe dentro de cada um de nós também. Experimente ter esta ideia presenteada próxima vez que se deparar com um desafio na sua carreira.Acredito que influenciará a que tenha uma perspectiva nova e lhe surjam novas possibilidades de actuação.

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LOURDES MONTEIRO
ASSOCIATE CERTIFIED COACH (ACC) PELA INTERNATIONAL COACHING FEDERATION, CAREER REDESIGNER E AUTORA DO LIVRO E PODCAST “QUERO, POSSO E MUDO DE CARREIRA”
www.lourdesmonteiro.com
info@lourdesmonteiro.com

​in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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O Estilo Emocional

1/12/2021

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Ao longo do dia desempenhamos várias personagens na nossa história de vida. Integramos uma máscara que nem sempre é a real, mas aquilo que achamos que os outros querem de nós.
Por Susana Dâmaso


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Agradar. Criar uma persona para ir de encontro às expectativas dos outros.

É preciso trazer à consciência o que estamos a ser. Que peça estamos a representar? Não nos esqueçamos que somos a personagem principal na história da nossa vida.

Se tivesse que escrever a sua história até agora, como seria?

É a personagem que sonhamos em criança que teima em assumir o palco? Ou a que se esconde atrás do pano com medo do que os outros possam pensar, ou com pânico das críticas? São as emoções que ficaram marcadas na infância que sobrevivem connosco e que teimamos em camuflar.

O processo tem sempre de começar com um input, infelizmente, a maioria das vezes é externo e ocorre através de uma perda, por uma mudança inesperada ou pelo processo de dor.

A saída da zona de conforto, requer empoderamento, despir a capa, dar o corpo às balas e o coração às emoções.
É necessário parar um pouco e refletir sobre algumas questões:
1. A quem quero agradar?
2. O que isso me faz sentir?
3. Qual o meu objetivo?
4. O que tenho medo de perder?
 
É necessário entender que somos um ser único, com sonhos, medos, desejos, fobias e é necessário integrar todas essas emoções num corpo físico.

A dualidade de ser! Corpo e sentimento. Físico e coração. Razão e emoção.

Agradar a si em primeiro lugar. Reconhecer o seu valor. Valorizar-se. Conhecer o seu corpo. Identificar os seus pontos fortes. Abraçar a criança ferida com medo da rejeição, de não ser aceite na sociedade. Despir-se de julgamentos e de crenças. Deixar para trás padrões que fazem parte do passado.

Trilhe o seu próprio caminho, siga algumas indicações para facilitar o processo e desfrute da vida.

1. Tome consciência e defina objetivos: perceba qual o seu ponto de partida e onde quer chegar;
2. Perceba quais são os seus pensamentos sobre si: a maioria das vezes, somos o ser mais critico sobre nós próprios;
3. Aceitar: integrar o seu corpo e compreender que existe um corpo físico que é nutrido por emoções;
4. Identificar os seus pontos fortes (físicos e emocionais);
5. Quais os estilos que mais se identifica? Pesquise em revistas e imagens;
6. Passe uma tarde com o seu roupeiro e identifique peças que adora e as que já não se identifica;
7. Ouse brincar com as peças, com as cores, com a conjugação dos acessórios. Brinque. Expanda as suas emoções.

É fundamental criar um estilo pessoal com base nos gostos e no seu estilo de vida, através da tomada de consciência do que é real, dos seus objetivos profissionais e pessoais, integrando a multidisciplinaridade das várias personagens que desempenhamos ao longo do dia.

Na tomada de consciência, é importante refletir que menos é mais. A aceitação está dentro da sua cabeça, o que significa que não precisa ter para ser! Isso indica que precisa de largar velhas estruturas que não lhe assentam mais, roupas cansadas que não brilham em si. Desapegar, destralhar. Dar lugar ao novo!

Haverá momentos em que lhe apetecerá desistir, onde nada fará sentido: confie! Confie que está no caminho certo e abra-se ao desconhecido.

“Vai. E, se der medo, vai com medo mesmo!”

Só tem um corpo nesta vida, use-o a seu favor, vista-se como se todos os dias fossem um presente!

Em questões mais concretas, lembre-se que as emoções comandam o seu corpo e tem o livre arbítrio de escolher como quer viver.

É um processo fascinante, que se chama vida, que requer os dois pés assentes na terra, um coração repleto de amor e um roupeiro com o essencial para espalhar magia.
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SUSANA DÂMASO
ESPECIALISTA EM MARCA PESSOAL®
www.susanadamaso.com
susana.damaso@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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O Equilíbrio na dança da Dualidade:É possível?

1/12/2021

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Num universo onde tudo se rege por forças opostas, como podemos viver em equilíbrio, sem estarmos constantemente sujeitos a este jogo externo que, muitas vezes, nos desvia de nós próprios?
Por Martine Rato


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Tudo se rege no Universo por forças aparentemente polarizadas. Na verdade, essas forças opostas são idênticas na sua natureza, apenas diferem no que refere à intensidade. São extremos numa mesma escala. Elas dançam e complementam-se constantemente e existem dentro e fora de nós, no micro e no macrocosmos.

Encontramos a dualidade no próprio núcleo da matéria, o átomo que é formado por protões e eletrões.
 
Toda a ordem no Universo reflete o equilíbrio de forças opostas.
 
A nossa primeira experiência neste planeta, como ser encarnado, é a noção do “Eu” e não “Eu”. Um ser pequeno e indefeso, mas com uma clara noção dessa dualidade.
 
Tudo será experienciado através dela, permitindo-nos formar a perceção do que nos rodeia e construirmos a nossa personalidade.
 
Apreciamos tudo por contraste: o frio e o quente, como quando nascemos e nos encontramos fora do ventre materno; o agradável e o desagradável, o salgado e o doce e assim por diante… E será assim, uma sucessão de sensações e emoções constantes, atordoantes e profundas ao longo desta nossa aventura.
 
Existe um contraste que nos sensibiliza mais do que todos os outros: o prazer e o sofrimento. Porquê? Porque, fora os casos de desvios psicológicos que levam à apreciação do sofrimento, todos nós procuramos o prazer, ou, na verdade, o evitar do sofrimento. Isto constitui, na realidade, o âmago das nossas ações.
 
É um contraste experienciado não só pelo ser humano, mas por todos os seres vivos sencientes.
 
Para nós humanos, dotados de uma consciência aparentemente mais desenvolvida, o alcançar desse estado evolutivo, de não sofrimento, só poderá acontecer quando encontrarmos dentro de nós a capacidade de não nos identificarmos com todas essas forças e de não estarmos sujeitos às circunstâncias que nos rodeiam: um estado de equilíbrio interno. Caso contrário, iremos deambular por esta existência, tal como uma pluma que rodopia ao sabor do vento, e cair facilmente nos meandros do sofrimento.
 
Um mestre Zen dizia que a vida é como um rio, com uma forte corrente, que o homem tem de atravessar. Ora esse equilíbrio interno é como se fosse uma ponte que nos permitisse passar por cima desse rio, apreciando tudo, mas sem cair ou nas suas águas, ou ser levado pelas correntes.

Chamado caminho do meio por alguns sábios, esse ponto elevado permite-nos olhar para o que nos rodeia sem perder o controlo de si próprio, sem, como vulgarmente se diz, “perder a cabeça”.
 
Essa harmonização de opostos também é referida como a lei de neutralização no livro filosófico Caibalion. Refere-se à capacidade de sair do movimento constante dessas forças, sem deixar de sermos sensíveis e agir conforme a nossa Verdade.
 
Um ponto de equilíbrio estabelecido fora do pequeno ego cheio de caprichos e contradições que é formado de experiências ilusórias e pequenas. Essa harmonia interna é baseada num ponto mais alto permitindo ter um olhar mais amplo, a partir do nosso Self, também conhecido como o nosso Eu Espiritual ou Eu Superior. É a partir desse lugar que emanam valores de fraternidade e princípios amorosos.
 
Podemos chamar-lhe a Verdade, que em nada se identifica com a verdade do pequeno ego.
 
Em Kundalini Yôga repete-se o mantra “Sat Nam”. Ele relembra-nos que a Verdade é a nossa Identidade. A que advém da consciência espiritual, conectada a algo ilimitado e poderoso e que traz essa Verdade maior. Uma lembrança da Unidade da qual fazemos parte.
 
Só a partir desse estado de consciência seremos capazes de impactar no mundo e trabalhar para causas maiores que farão realmente a diferença.
 
É no nosso interior que resgatamos atributos mais nobres que nos trazem a capacidade de permanecermos centrados e em nós.
 
Uma conexão com a nossa parte espiritual.
 
Mas será que o homem de hoje, nesta sociedade materialista e cartesiana, se conecta ao seu lado espiritual? Ou apenas o lado material é relevante?
Este balanço é importante. É, na verdade fundamental, pois sem ele nunca seremos capazes de alcançar a alquimia de reunir os opostos e de harmonizá-los.
 
Viver nos extremos leva à destruição do Ser ou ao seu adoecimento.
 
O tempo que despendemos no nosso dia a dia deve ser doseado com medida e peso. A nossa natureza espiritual deve ser abraçada e não negada para podermos viver plenamente e com leveza.
 
Com a evolução da ciência verificou-se que a nossa realidade é moldada por nós. Desta forma, é em nós que devemos resolver os conflitos e os desequilíbrios para encontrarmos harmonia e beleza no exterior. Só assim, a humanidade poderá caminhar para a sua evolução e sair das repetições dos ciclos de sofrimento.
 
O Amor, que tanto procuramos nas ações dos homens, só poderá verdadeiramente surgir de alguém que trabalha internamente o seu EU, tal como Gandhi idealizava, ao afirmar que “se queremos ver uma mudança no mundo, teremos de fazê-la primeiro dentro de nós”.
 
Não estar presente somente no exterior, mas também no interior. Este, é o lugar certo de harmonia e da nossa existência!
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MARTINE RATO
HIPNOTERAPEUTA NA AKADEMIA DO SER
Instagram: @martine.rato_hipnoterapeuta

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
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A Dualidade do Ser Humano

1/12/2021

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Porque queremos e não queremos, gostamos e não gostamos, sentimos e não sentimos, somos e não somos, tantas vezes de formas diferentes e até em simultâneo? Por Susana Amaral

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
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Segundo a Psicanálise, a dualidade é a construção ideológica de que existem forças opostas a agir num mesmo objeto, contribuindo para uma inerente batalha interna que faz parte da existência.

Sentimos alegria e tristeza, ilusão e desilusão, felicidade e dor, coragem mas também medo. Somos emoção e razão, fortes e fracos. Rimos e choramos ao mesmo tempo. Gostamos de luz e sol, mas há momentos em que queremos escuro e solidão. Podemos sentir-nos felizes e desesperados no mesmo dia. Apercebemo-nos com tendo uma série de traços muito específicos, decisivos e absolutos, mas, na realidade, quem somos, o que gostamos, o que queremos verdadeiramente?

Muitas vezes a nossa visão pessoal limita-se a ver tudo o que nos rodeia e a nós próprios, em termos absolutos e dicotómicos. As pessoas são boas ou más, racionais ou emocionais, felizes ou infelizes, inteligentes ou ignorantes, verdadeiras ou falsas... A Sociedade, a cultura, a educação, a família, impõem comportamentos apropriados e relegam comportamentos fora dos padrões estipulados. Há um padrão de normalidade que nos é imposto, de acordo com uma média que não se ajusta à diversidade e complexidade do Ser Humano. Medida essa que não serve para todos e que deixa muitos a crer que não podem ser ou sentir-se diferentes. 

Felizmente não somos todos iguais e é a diferença que torna o Ser Humano mais interessante, especial e único.

Embora todos cheguemos completos a este mundo, a nossa educação, experiências, o contexto e nós mesmos, escolhemos e decidimos, consciente e inconscientemente, o que queremos mostrar, desenvolver, ocultar ou rejeitar. Reunimos qualidades, capacidades e características que, por si só, constituem uma diversidade rica e às vezes até contraditória. 

Vivemos a vida à procura de coerência, quando é de incoerências que é feita a própria existência. E talvez uma das maiores missões de vida, seja aprender a viver no equilíbrio das dualidades.

É na liberdade de poder ser, estar, pensar e sentir diferente, que se dão as maiores expressões de criatividade, de conhecimento, de crescimento e desenvolvimento humano. E quando negamos os nossos defeitos, medos e erros, negamos a nossa essência, que é feita de perfeição e imperfeição, de bom e mau, de certo e errado. Não existimos como seres completos, sem os nossos comportamentos, sentimentos ou emoções ‘inaceitáveis’. Eis a dualidade.

O que não aceitamos, evitamos reconhecer ou melhorar em nós, é relegado à ‘sombra’. O ato de esconder o que não se quer assumir, gera sofrimento e contradição. 
(Carl Jung)

Compreender a dualidade do Ser humano é acolher que somos feitos de contradições, de amor e ódio, de felicidade e tristeza, de abundância e escassez, de corpo e mente, de crescimento e regressão, de matéria e energia, enfim, de tantas dualidades que influenciam o nosso viver!  É da conjugação das dualidades que se forma a unicidade de cada um.

Procurar o autoconhecimento, o amor, a cura. Viver cada emoção no seu tempo, no aqui e no agora, aprendendo a encontrar a luz e acolher a sombra, a crescer e renovar, num movimento cíclico de metamorfose constante. Escolher viver, ao invés de fugir do que se sente. Não se pode escolher sentir ou viver pela metade. Fugir da sombra, da dor, do medo, não se permitindo sentir, é perder a luz, alegria e bem-estar que se pode ter. Não haveria consciência de um, se não fosse pelo outro. Precisamos Ser em plenitude, com o que magoa, amedronta e faz sofrer, mas também com tudo o que nos traz êxtase, alegria, felicidade, amor, compreensão, aprendizagem e tantas emoções e sentimentos positivos, que dão sentido ao nosso viver. Não há felicidade sem dor, alegria sem tristeza, luz sem sombra. Ser feliz exige esforço e dedicação.

Importa reforçar que a ideia não é deixar que o lado negativo, da dor, sofrimento, medo, sombra se apodere de nós sem nada fazer, mas sim reconhecer e acolher, para que possa ser trabalhado positivamente.

A vida não é absoluta e dicotómica, não é preto ou branco, certo ou errado... No ser humano, assim como na própria vida, tudo é relativo e pode mudar num dado momento. 

O autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, não é sobre tornar-se algo ou alguém, mas sobre ser honesto consigo mesmo e (re)conhecer as suas ‘imperfeições’, aceitá-las primeiro, para que possa ajustá-las, experimentando a liberdade de Ser, num equilíbrio possível entre mente e coração, razão e emoção, pensamento e ação. Tornar coerente a incoerência da dualidade, tomando as ‘rédeas’ da sua vida e fazendo as suas escolhas e decisões com consciência.

Este (re)conhecimento e (re)conciliação pode ser feito no campo terapêutico, permitindo conhecer de forma consciente, pensamentos, emoções, sentimentos, memórias, experiências que sustentam a verdadeira essência e identidade. Questionar possíveis crenças, regras, tradições, convidando a libertar-se do conhecido e abraçando a busca de um possível desconhecido, saindo da zona de conforto na expectativa de alcançar algo maior que traga liberdade e tranquilidade. 
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Há uma tendência para negar um dos lados da dualidade para evitar o sofrimento. Mas, o que é a realidade? O certo? O errado? O melhor e o pior? Haverá uma só realidade ou conjugação de diferentes perspetivas para cada um? Viver é aceitar cada uma das possibilidades e encontrar um equilíbrio personalizado para os seus polos. É permitir-se viver nesta realidade dual, encontrar equilíbrio neste desequilibro e coerência nas incoerências. Aceitar o bom e o menos bom do que é, afinal, Viver!
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SUSANA AMARAL
PSICÓLOGA CLÍNICA, FORMADORA E COACH
www.SusanaAmaral.pt
www.ClinicadasEmocoes.pt
www.akademiadoser.com/susanaamaral 
SusanaAmaralPsicologia@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
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O Amor é a resposta

1/12/2021

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O Mundo do Pensamento é o Mundo da Dualidade. Perante a separação que esta pode originar, só o Amor é o Caminho de Superação dos desafios que enfrentamos nesta altura da História da Humanidade. Por Inês Souto Gonçalves

in REVISTA PROGREDIR |DEZEMBRO 2021

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O Mundo da mente e do pensamento é o Mundo da dualidade, sem a qual o ser humano não seria capaz de entender ou lidar com a realidade do Universo.

De facto, a nível intelectual, a compreensão conceptual da vida requer a existência de opostos: calor e frio, dia e noite, feminino e masculino, grande e pequeno, paz e guerra, lua e sol, luz e escuridão, “eu” e o “resto do Mundo”, vida e morte.

Para além dos opostos criados pelo intelecto humano, existe a Unidade da Vida, a União com Tudo o que É. Esta Verdade, muitas vezes descrita através da máxima Somos Todos Um, precede todos os conceitos criados pelo pensamento, razão pela qual dificilmente pode ser explicada profundamente através de palavras. Apesar das limitações da linguagem, experienciar o Ser nesta União poderá ser descrito e sentido como:
O regresso a casa.
Estar presente inteiramente aqui e agora.
Despertar para a Verdade da realidade.
O fim da ilusão da separação.
Ser inteiro e completo.
Amor para além de todas as palavras.
De vez em vez, é-nos possível atingir este estado de Consciência, seja através da meditação, a oração, exercícios de respiração e outras práticas mas também de forma espontânea num processo de despertar espiritual. Na visão de alguns, incluindo mestres, este é o estado eterno de Consciência que se atinge na Iluminação.
 
A experiência humana terrena neste Planeta é, por natureza, bastante complexa. Na vida do dia-a-dia, enquanto não atingimos o patamar de Consciência Iluminado, embora possamos experienciar estados elevados de Ser, somos frequentemente confrontados com contrastes. Dependendo da rigidez ou flexibilidade dos nossos conceitos e crenças, tanto a nível individual como a nível coletivo, estes contrastes podem originar conflitos interiores e também exteriores.
 
Por vezes, para muitos, torna-se humanamente difícil de entender ou aceitar certas circunstâncias, sobretudo quando as mesmas são tão radicalmente diferentes e opostas a tudo em que acreditamos. Perante a resistência, podemos ter a tendência para, em maior ou menor grau, consoante a altura e as circunstâncias, julgar, criticar, polarizar e, no extremo, radicalizar a separação. O Mundo da dualidade pode ser neutro em si mesmo, mas raramente o é quando os opostos se tornam fonte de fracturação ou exclusão entre o “eu” e o “outro”. Neste momento da História da Humanidade, talvez mais do que nunca, estamos a sentir esta divisão de forma globalizada.

Nesta altura de transição e evolução da nossa Civilização, o desafio do nosso Mundo dual convida-nos à superação, à evolução do nosso Ser rumo ao Amor que desejamos ver concretizado no Planeta. Para que tal seja possível, necessitamos de Corações Corajosos, sem medo de se importarem profundamente com os outros e com o Mundo, independentemente de tudo o resto. Necessitamos de Corações Compassivos capazes de se abrirem ao Mundo sem divisões e muros.
 
Nos momentos mais desafiantes da realidade terrena, cheia de contrastes, injustiças, incertezas e dores, cultivar Compaixão, seja por nós próprios, pelos outros ou por todos os seres que habitam neste Planeta, pode parecer utópico. Porém, possuímos sempre o livre-arbítrio de escolha. Perante a perda, o desafio ou a dificuldade podemos fechar-nos ao Mundo ou deixarmos que o Coração ilumine o nosso Caminho.
 
O Coração Corajoso e Compassivo é sábio. É autêntico: Não diz Sim só para agradar aos outros. Com a mesma pureza, a partir do cuidado, nunca do ódio, é poderoso: Diz Não a todos os atos de abuso.
 
Cultivemos, portanto os nossos Corações Compassivos, mesmo com e apesar das “artimanhas” da dualidade do nosso intelecto humano. O Amor é a resposta.

Qualquer acto de amor, por menor que seja, é um trabalho de paz.
Madre Teresa de Calcutá

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INÊS SOUTO GONÇALVES
COACH DA ALMA
www.inessg.com/pt
info@inessg.com

​in REVISTA PROGREDIR |DEZEMBRO 2021
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A Clínica do Trauma

1/12/2021

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A clínica do trauma transmite-nos as rupturas da fronteira entre o humano e o inumano. Será através do encontro, localizado entre a ciência e a arte, que novas fronteiras poderão ser desenhadas.
Por Daniel Matias


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Ao falarmos de dualidades, importa referir o deus Janus, divindade romana das transformações. Guardador dos caminhos dos soldados, Janus apresentava duas faces, uma voltada para a frente, o futuro, outra para trás, o passado. Janus aparece assim como uma figura fortuita na consideração de como, ao longo da nossa vida, é necessário exercer uma visão dupla, que permita contemplar e considerar o passado e o futuro, construindo-se assim o caminho que é o presente.

Por vezes, contudo, esta dualidade necessária à vida é interrompida, de forma momentânea ou constante. Falamos assim de uma clínica do trauma. Para Freud, o trauma caracterizava-se pelo seu excesso, isto é, algo seria traumático para o psiquismo na medida em que excedia as capacidades de contenção deste. Esta é uma compreensão não aplicável apenas à clínica mas também ao social. Vivemos tempos agrestes, de profunda mudança de paradigmas, que assim como poderão potenciar mudanças benéficas, são igualmente tempos potenciadores de trauma. Vivemos de forma mais óbvia num tempo de fronteiras, da exploração e reconsideração destas, dos termos através dos quais nos endereçamos na mutualidade da comunicação.

Seria o psicanalista húngaro Sándor Ferenczi, discípulo de Freud, quem melhor entenderia as dinâmicas do trauma psíquico. Para Ferenczi, quando o trauma excedia as capacidades da mente, esta sofria um colapso e a pessoa perderia as noções concretas de tempo e espaço. Para se preservar, a pessoa sai da lógica humana, fica além do tempo e espaço. Procura o estatuto do divino: como Janus, observa de fora a actividade dos comuns mortais, ficando toldada, contudo, na possibilidade de exercer a dupla visão sobre a sua própria vida.

Desta forma, a pessoa habita o limbo, o espaço e tempo indeterminados. Para sobreviver à dor, a pessoa cria a dualidade humano-inumano. É esta, aliás, a resposta à dor que a literatura soube compreender: Jekyll e Hyde, assim como Frankenstein e o seu monstro, entre tantos outros exemplos. A dualidade espelha a barreira maciça entre aspectos da personalidade. Imaginemos ilhas que progressivamente vão deixando de ser arquipélago, as suas pontes erodindo-se, perdendo as ligações entre si. A deriva implica a radicalidade do desamparo: a energia, que antes poderia ser empregue para construir algo – uma profissão, uma relação – fica a comando da estagnação, de uma paralisia do sentido. O tempo é agora só presente, um presente que subsiste sem se transformar em história. Assim, Janus encontra-se vendado.

Como desvendar o tempo do humano? Recordemo-nos que o monstro de Frankenstein almejava a convivência, a comunhão com outros. O inumano, por mais hediondo que se apresente, tem a sua parcela de humano. Se o monstro na sua superfície implica o asco, muitas vezes encontramos no seu cerne uma capacidade criativa sem paralelo. A arte revela-nos que é no encontro, ou reencontro, do humano com o inumano que uma experiência mais plena de vivência será possível.

É esse encontro que se verifica numa psicoterapia centrada no trauma. As experiências do paciente que não alcançaram a representação, que não foram passíveis de serem entendidas e integradas numa lógica do tempo humano são compreendidas na sua sensorialidade pelo psicoterapeuta. É construído um caminho, com o seu tempo próprio, em que através do encontro se começam a construir novas pontes entre as ilhas que formam a mente, para que se verifique mais arquipélago.

É esta, aliás, a dualidade da psicoterapia: enquanto uma das suas faces olha para a ciência a outra olha para a arte. E será no momento de encontro que poderá surgir a surpresa, alimento de vida.

DANIEL MATIAS
PSICÓLOGO CLÍNICO DOUTORADO PELA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
dmatiaspt@gmail.com
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in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
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Afinal numa relação quanto é 1+1?

1/12/2021

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Quando em nome do Amor se põe em causa o respeito pela dualidade, podemos estar perante uma situação de abuso ou agressão psicológica. Por Marina Baptista

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Pensar em casal, é pensar em dois elementos, duas pessoas. Contudo, é usual falar-se de unidade. Esta díade tem sido expressa como algo indissociável, em que 1+1 deixa de ser 2 para passar a ser apenas 1. Dois que se transformam num só. A crença de um amor em equilíbrio perfeito. Um único projeto de vida, os mesmos valores, a mesma forma de pensar, de sentir e de agir. Este amor que transforma a dualidade em unidade parece, à primeira vista, uma ideia romântica de felicidade. E, sob esta crença, há quem viva uma vida inteira à procura da sua metade, da sua “meia laranja”, do “testo da sua panela”.

Sabemos que, na realidade, quase nunca é assim. A busca por esta conexão quase celestial ao longo do tempo pode trazer isolamento, frustração e sofrimento, porque 1+1 nunca é apenas 1. A aceitação da dualidade numa relação requer a capacidade de aliar e integrar estas duas pessoas num projeto de vida que contenha duas formas de pensar, sentir e agir, que até podem ser idênticas e ainda assim, o processo não será fácil. Dir-se-ia que na maioria das vezes pode trazer conflito, cedência e perda.

Esta dualidade pressupõe duas entidades, que se podem complementar ou polarizar. Complementam-se quando comunicam, respeitam e aceitam pontos de vista diferentes e sobre eles constroem algo em comum. Polarizam, quando se afastam e se tornam antagónicos, dando lugar, por vezes, à necessidade de criar supremacia de um em relação ao outro. Pressupõe que alguém se sente e age como sendo melhor do que outro, criticando e menosprezando, numa atitude constante de avaliação e controlo das suas ações. É o reforço de que 1+1 tem de ser igual a 1, com a ideia subjacente de que “temos que ser UM só. E esse UM tem de ser como EU”.

O egocentrismo desse EU, a dependência emocional, a obsessão, são comportamentos presentes nestes relacionamentos. Para que esse EU se sinta objeto de amor, tem de ser único e para ser único, o outro tem de perder a voz e a sua existência. É o amor que oprime, que não engrandece. E, enquanto se fragiliza, ganha-se poder. Assim, quase sem se dar por isso, vamos entrando no campo da violência psicológica  Através de agressões muito ténues, que por vezes ninguém se apercebe, nem mesmo a própria vítima, estes comportamentos surgem mascarados sob o selo de proteção, de segurança  A vítima tende a sentir-se confusa e ambivalente, e nem sempre se apercebe que está perante uma situação de vitimização, a tendência é de se culpabilizar por não ser grata pelos “cuidados” de quem agride. São vários os casos de Violência Doméstica no seio de relações de conjugalidade que aparecem na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que começam desta forma. A violência Doméstica entre casais não é só física, é acima de tudo psicológica. A violência psicológica e emocional não deixa marcas visíveis, mas é também considerada um crime à luz do artigo 152º do Código Penal.
​
Desprezar, menosprezar, injuriar, criticar negativamente todas as ações, características de personalidade ou atributos físicos, insultar, humilhar em privado ou em público, gritar para atemorizar, destruir bens pessoais, perseguir, reduzir os contactos sociais, acusar de ser infiel, ameaçar contra a integridade física, são comportamentos criminosos e que são perpetrados por quem muitas vezes, em nome do tal “amor único e eterno”, se vai empoderando.

Encontramos nos gabinetes da APAV, vítimas isoladas da sua rede social de suporte, porque o agressor criou a crença de que seriam mais felizes nessa unidade de casal. Neste caso o “elemento agressor”, controla e manipula sem interferência de terceiros, aumentando a vulnerabilidade da vítima. Também encontramos vítimas dependentes economicamente, porque não lhes é permitido trabalhar ou gerir os seus rendimentos, tudo sob a égide do tal amor, cuja finalidade é criar uma profunda vulnerabilidade sócio económica facilitadora de abusos psicológicos e emocionais.

No início, é comum a vítima negar esta violência, demonstrando alguma apatia face à situação. A negação é reforçada pela ilusão de proteção que a relação lhe transmite. O ciclo de violência promove sentimentos de confusão e incredulidade. Independentemente da sua duração e intensidade, este ciclo com três fases distintas segue um padrão que se inicia com um momento de tensão, seguido de uma agressão, para logo depois se entrar num terceiro momento designado de “lua de mel”, com pedidos de desculpa, manifestações de carinho e arrependimento que, mesmo assim, por vezes, podem vir carregados de culpabilização, com frases como “Eu amo-te. Porque me obrigas a dizer-te isso?”, “Tu és tudo para mim, não vês que quando fazes isso eu não me consigo controlar, desculpa!”.

À medida que o tempo passa, os impactos desta violência são brutais na autoestima e na autodeterminação destas vítimas. São comuns sentimentos de vergonha, confusão, perda de confiança, sentimentos de incompetência, ansiedade generalizada, depressão e ideação suicida. São várias as referências que indicam que os abusos emocionais ou psicológicos podem preceder os abusos físicos, mas também pode ser este o único abuso presente numa relação.

Um casal, um relacionamento deve então, sim, revestir-se de dualidade, permitindo a complementaridade, o respeito pelas diferentes formas de sentir. Então 1+1 deverá ser = 3, numa expressão em que coexistem o Eu, o Tu e o Nós. E cada um de nós é também essa dualidade do Eu e do Nós, sem que o Eu se oprima, mas que engrandeça à medida que o Nós também prospera.

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MARINA BAPTISTA
PSICÓLOGA CLÍNICA
Consultas em www.akademiadoser.com
www.akademiadoser.com/marinabaptista
psi.marina.baptista@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
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