
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Observo de fora com frequência, nas milhares de “lives” que proliferam nas diversas plataformas digitais, uma tendência que dá que pensar: será que não estamos a aprender nada com este momento e simplesmente passamos os nossos pensamentos e comportamentos, do físico para o digital?
Este momento, que parece não dar trégua em todo o mundo, talvez nos esteja a mostrar um caminho, talvez nos esteja a apresentar uma escolha.
Quando um dia Winston Churchill disse “Nunca desperdice uma crise”, estaria longe de imaginar a importância que em pleno ano de 2020, esta frase teria.
Mudanças que já estavam a acontecer um pouco por todo o mundo, como a preocupação com as alterações climáticas o e-commerce, o home office, ou o b-learning, ou são hoje uma realidade inevitável, ainda que de forma coerciva.
Além disso, temas como a sustentabilidade, ou a obrigação para que as empresas procurem um equilíbrio entre vida pessoal e profissional para os seus colaboradores, ganharam rapidamente um espaço maior na agenda mundial.
Não será o momento de confrontarmos estruturas mentais antigas, quebrarmos paradigmas e reavaliarmos os nossos valores, de forma a fazermos mudanças significativas no nosso estilo de vida futuro? Ou vamos lutar para recuperar o estilo de vida anterior, sem aprender nada com esta crise?
Como podemos aproveitar esta pandemia de forma positiva?
O Covid-19 convida-nos a olhar para dentro; para dentro de nós, para dentro das nossas relações, familiares e profissionais. Convida-nos a olhar para o nosso estilo de vida, para os nossos comportamentos, para os nossos valores e crenças sobre o que realmente importa nesta vida.
Fundamentalmente temos que olhar para dentro, para podermos olhar para fora com outros olhos.
Podemos olhar para esta pandemia, como uma oportunidade para fazermos o que nos faz feliz, para aproveitar a vida, com quem mais importa!
O que as empresas podem fazer por elas e pela vida das pessoas?
Uma empresa sem clientes não existe. Mesmo a mais automatizada das empresas, sem pessoas também não existe. Felizmente!
Hoje, mais que nunca, as empresas podem assumir um papel importante nas sociedades, olhando e valorizando o capital mais importante numa organização: o humano.
É uma inevitabilidade dar autonomia e confiança aos colaboradores para que eles possam entregar os resultados de que a organização necessita, mas no seu tempo, com flexibilidade e responsabilidade de ambas as partes. As empresas que invistam mais nos seus colaboradores e nas ferramentas necessárias para lidar com a pandemia e o pós-pandemia de forma saudável, irão criar estruturas mais sustentáveis para o futuro.
Para aumentar o desempenho das equipas não serão os mecanismos de controlo que irão prevalecer, mas sim os da contribuição, transparência e confiança que serão valores chaves no novo mundo.
O que as empresas podem fazer para maximizar a sua produtividade e a felicidade dos seus colaboradores?
Muito provavelmente, hoje o espaço-casa ainda não está preparado para home office, mas essa é uma realidade que as empresas amanhã irão (ou deverão) aproveitar. Porque é mais seguro, mais económico e melhor, não só para a empresa, mas também para o colaborador.
Os mega-escritórios que existem nas grandes cidades, hoje, já fazem menos sentido do que fizeram no passado. Como o contato humano é fundamental para construir relações de confiança, podemos inverter o jogo: a norma passar a ser trabalhar em casa, e o escritório passar a ser o espaço onde as equipas se encontram algumas vezes por mês para fortalecerem os seus laços.
No entanto, é necessário para as famílias, encontrarem o espaço individual para cada membro ter as suas atividades (escolares e profissionais), e, ao mesmo tempo, manter o espaço partilhado da família (sala, quarto, etc). Hoje será de extrema importância o serviço de arquitetura para adequar o espaço à nova realidade.
Depois da pandemia e da recuperação da economia, voltaremos a nossa atenção para o bem-estar, físico, mental e emocional, individual e coletivo.
E neste período de transição, o que pode fazer por si?
Após uma reflexão sobre o seu espaço e o seu momento, existem alguns comportamentos e hábitos saudáveis que pode começar a pôr em prática:
1) Encontre um espaço na sua casa que possa definir e respeitar como sendo o seu home office.
2) Defina os horários e as novas regras em família. Um bom planeamento diário pode evitar desgaste desnecessário.
3) Exercite o seu corpo e a sua mente. Procure manter-se saudável física e mentalmente.
4) Cuide da sua relação. Se não cuidar dela agora, quando o irá fazer?
5) Reforce as relações com os amigos. Aproveite que tem mais tempo e recupere o tempo perdido a cuidar das suas relações, sem exagero!
6) Menos é mais. Evite querer ver todos os diretos nas redes sociais. Nem todos são interessantes para o que deseja para a sua vida pessoal e profissional. Aprenda com propósito.
7) Contribua. Se tem algo que possa fazer pela comunidade, faça. Não tenha medo!
8) Leia pelo menos um capítulo de um livro interessante.
9) Aproveite a vida e planeie como vai fazer quando puder usufruir da liberdade de apreciar as coisas boas da vida.
10) Viva a vida!

LICENCIADO EM GESTÃO DE EMPRESAS PELA UNIVERSIDADE DE COIMBRA MASTER COACH, HIPNOTERAPEUTA E TRAINER NO ICL – INSTITUTO DE COACHING E LINGUISTICA
ag12.arturgomes@gmail.com
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