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Um novo desafio ao estilo de vida

1/1/2021

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Se as dificuldades semeiam um clima de decadência e revolta, abrem caminho para a reflexão. Tempos difíceis sempre existirão. Desenvolva os seus resultados. Por Lina Veira

in REVISTA PROGREDIR |JANEIRO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

O eixo principal da vida é como um amigo que precisamos conhecer melhor, necessário para nos alegrar e precioso no crescimento da busca  dos verdadeiros valores.

A cada dia que passa o ser humano se depara com notícias e imagens que o dececiona, bombardeado com múltiplas formas de agressões e ameaças contra melhores condições de vida e os seus valores, conteúdos que refletem uma sociedade sem ética, sem princípios e respeito pela verdade, gerando sentimentos de desanimo, vergonha e revolta.

O que fazer?

Culpa de quem?

O tempo que devora o nosso corpo, a nossa vida, o nosso tempo, nos desgasta a cada ano, a cada dia, a cada hora com as mesmas promessas de sempre: trabalhar mais, emagrecer, guardar dinheiro, estudar, ler livros, aproveitar o tempo, viajar…

Em 2020 o homem percebeu que tudo pode acontecer de forma diferente, quando não seguimos a regra normal do jogo da vida. Criar no novo tempo, um novo estilo de vida, uma nova ética diante de novas regras de disciplina e de submissão. Foi preciso diante de um tempo livre que nunca tivemos, diante de uma sociedade na contra mão de valores humanísticos, espirituais, morais e culturais, diante de um ambiente vazio de referências positivas e humanas, sem uma visão segura, assumindo o “salve–se quem puder”. E quem não se sentiu assim, que atire a primeira pedra.

Se a pobreza é o rastilho da violência, as dificuldades e perdas semeiam um clima de deceção e revolta entre nós, cegando visões e mentes rumo ao precipício, ocupadas de impressões negativas acerca do sentido da vida, da contribuição que cada um deveria dar em prol do bem comum e do seu semelhante, para renovar e curar a nossa sociedade e não faz.  Há quem diga que no planeta tem muito mais “mortos” do que se imagina, pessoas sem   consciência da co responsabilidade pessoal e social, sem competência para eliminar a dinâmica suicida das suas mentes. Na época do regime militar, existiu uma música que fez referência a responsabilidade independente do seu estilo de vida  Lembrou da ética e do respeito na construção de uma sociedade e questionou: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Quem sabe faz na hora, dá o melhor de si, não espera acontecer, sabe que todo beneficio tem um fruto que vem da luta, das asas da esperança, da Fé que impulsiona a vida e ensina a voar.

Por mais que tudo pareça perdido e sem luz, no meio do vale tenebroso, da dor e do medo, sem eixo; nada se compara ao valor da vida humana. Respire fundo, você esta vivo! O que falamos o que dissemos, o que pensamos, pode abençoar ou amaldiçoar a nossa vida.

Tempos difíceis sempre existirão e todos passam, mas somente pessoas fortes resistem.  Seja.

Crie novas situações para que tudo seja diferente e melhor! Pare de reclamar, de acusar o outro, de viver pelo outro, de vigiar a vida do outro. E construa um ano bom, ótimo ou excelente, depende de si.

O primeiro passo é assumir novos movimentos, “FAÇA VOCÊ MESMO”, “NÃO ESPERE POR NINGUÉM” crie um novo estilo de vida, com novos hábitos, com responsabilidade nos resultados de toda a ação e omissão sem mais culpar ninguém, sem mais ser chato (a), sem mais participar do grupo “maria vai com outras”. Exerça a sua liberdade.

Preste atenção na frase tão conhecida entre nós: “Fazei que eu procure mais”. Ela convida a agir mais; Fazer mais; Ser mais; Diferente de toda contra mão suicida que se ergue no nosso meio e condiciona o homem a agir menos; Fazer menos; Ser menos.

A vida sem desafios é monótona. Porque a vida é movimento.  Olhe para uma árvore, ela avança para o alto, ela sai de toda a mediocridade imposta, contempla a capacidade da sua existência, cria, raízes profundas, realiza e acolhe mais, desenvolve uma imensa sombra como resultado  Seja árvore! Olhe para o alto  Desenvolva os seus resultados. Enfrente as suas próprias criações. Todo processo humano ou aperfeiçoamento se produz na linha do tempo da vida, mas a vida não é linear, são direções diferente  com  os galhos de uma árvore qualquer, não existe reta nem nada  é igual. Mas exige esforço e luta pela existência e resultados.

2021 pede isso – Existência e resultados - Lute pela sua existência e resultados.
 
Confira as sete dicas que deixo para um novo estilo de vida:
1.  Não se vitimize em situação alguma. Quando sentimos pena da nós, não constróimos nada.
2. Não conte história se rebaixando, se excluindo, sendo o (a) coitadinho (a). Você tem as suas conquistas.
3. Não culpe terceiros. Assuma-as. Você é o responsável pelos resultados positivos e negativos na sua vida.
4. Honre a sua história. Verá que as coisas boas foram muitas. Acredite sempre no melhor.
5. Não se apegue a conceitos e ideologias que não combinam consigo. Pessoas são contraditórias e inconstantes, nem sempre é possível agradar.
6. Fuja de pessoas negativas, de conversas apreensivas. Muitos gostam de espalhar más noticias, falar mal dos outros.
7. Ao levantar-se de manhã diga sempre: hoje será um dia glorioso. Peça licença aos chatos e negativos e seja feliz.

Depois dessas reflexões, não esqueça, um longo percurso se apresenta a sua frente. E cada passo é uma vitória. Não existe tempo suficiente, existe tempo merecido. Olhe para frente, sussurre ao seu ouvido que pode. Aprenda a amar a luminosidade, contemple a sua existência e deixe os seus galhos alcançarem o céu – seja árvore.
 
Está nas suas mãos o seu novo estilo de vida na contra mão de tudo.
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LINA VEIRA
PENSADORA, ROMANCISTA, POETISA AUTORA: UM DE MEUS OLHARES
Instagram:@linaveira
linaveira09@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR |JANEIRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Independência(s), os mapas internos e externos

1/12/2020

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Neste artigo pretende-se efetuar uma viagem que demonstre a importância da nossa independência interna e da construção dos nossos valores nesse processo contínuo. Por Ana Monteiro

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2020

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

“Independência ou morte!” estas foram as palavras proferidas por D. Pedro, nas margens do Rio Ipiranga em 1822. A multidão presente deverá, decerto, ter sentido arrepios enquanto se escrevia o primeiro capítulo da independência do Brasil.
 
Será este o mesmo sentimento de dar os primeiros passos, de preparar a mochila para o primeiro dia de escola, de apanhar a primeira onda, de entrar na faculdade, de receber o primeiro salário ou de comprar o primeiro carro e a casa. Os sinais de independência externa são entusiasmantes e constituem marcos importantes na nossa vida.
 
Mas, tão ou mais relevante, são os processos de independência interna, a nível emocional e psicológico. 
 
Tal como nos países nos quais a independência é sempre um processo extraordinário de esforço, o mesmo acontece nos nossos territórios interiores. 
 
A primeira independência começa na infância e é confusa, ainda estamos a tentar perceber as nossas emoções. Quando olhamos para uma birra da criança ou para um momento de tristeza que se iniciou sem grande drama, podemos quase imaginar o seu cérebro com os vários avatares do filme “Divertidamente” (Inside Out em inglês). São ainda poucos e básicos: tristeza, nojo, alegria, raiva e medo e, de vez em quando, esbarram entre eles quando operam o painel de controlo do cérebro da pequena Riley.
 
Nestas alturas o apoio que podemos dar relaciona-se com o saber ouvir a criança e dar-lhe o espaço e a estrutura para entender, ela própria, o seu processo. Mostrando que é incondicionalmente amada e aceite, vamos também ajudando a que construa ela própria os limites do seu território interno, tal como um país o faz com as fronteiras da sua terra e mar.
 
O processo continua a ser o mesmo em adulto, mas aí geralmente contamos apenas connosco. O máximo que podemos ter é um apoio de outros significativos ou, até mesmo, de um terapeuta seja um coach, psicólogo, psicoterapeuta. 
 
Aí opera a nossa vontade de ir desconstruindo os vários véus que fomos tecendo em nosso redor conforme as expetativas do ambiente e pessoas com quem nos cruzámos. É, geralmente, uma crise que despoleta esta vontade, mas o ideal seria que aproveitássemos todas as oportunidades sem que estas advenham de um acontecimento negativo.
 
O desenvolvimento pessoal é uma das ferramentas neste caminho e pode, e deve ser, usada de forma consciente, respeitando a assunção da humildade e da vontade de crescer. Viajar no nosso território interno é, por vezes, uma experiência tão (ou mais) desafiadora e rica do que as viagens por outros países. Ao contrário de uma bússola normal que é comprada numa loja, a nossa bússola interna tem de ser construída por nós e, de tempos a tempos, reajustada e reciclada.
 
E, tal como numa viagem externa, também na nossa viagem interna haverá contratempos, desafios, placas com direções erradas, mas também excitantes companheiros de aventura e paisagens magníficas.
 
Que possamos, então, trabalhar a nossa independência interna com o mesmo (ou maior) empenho com que tratamos a nossa independência externa. Que sejamos sempre fiéis a nós próprios, orbitando em redor de uma estrutura criteriosamente esculpida nos valores que fazem ressonância no nosso mapa mundo.
 
Algo que carateriza a independência é uma tensão, um conflito. Um desejo de se ser diferente do que já se é. Um grito do Ipiranga que agita a nossa multidão de assunções e emoções e que tem de ter um desfecho. Desse desfecho depende apenas a nossa vontade de continuar este processo de melhoramento. Que este kaizen (palavra japonesa para evolução constante) possa sempre depender mais da nossa estrutura interna do que das condições à nossa volta.
 
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ANA MONTEIRO
CONSULTORA

​in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Renovar como um sentido de vida

1/11/2020

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Renovar liga-nos à esperança e a um caminho pleno em novas possibilidades. Contudo, renovar implica mudar e a mudança confronta-nos muitas vezes com o facto de não nos conseguirmos superar, acrescentar ou melhorar.
Por Sílvia Coutinho

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2020

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Quando pensamos em renovar, pensamos em tornar algo novo, em melhorar, em consertar, em recomeçar ou em fazer desabrochar de novo. A palavra renovar parece suscitar em nós sentimentos positivos, recordando-nos de novas possibilidades e recomeços. Esperança. Porém, noutras palavras, quando falamos em renovar poderemos referir-nos também em promover mudanças. Contudo, mudar poderá tantas vezes suscitar em nós emoções básicas como medo, podendo por isso mesmo fazer-nos bloquear ou paralisar determinada ação ou intenção, fugindo do compromisso, da relação, do outro, de nós.

Quantas pessoas conhecemos que vivem agarradas a objetos antigos, a roupas com as quais não se revêem, a amizades vãs, a empregos que não acrescentam mais, a relações amorosas tóxicas pelo medo da mudança? Quantas relações amorosas e familiares não mudam porque o medo da mudança as consome no sentimento de impotência e pequenez para as explorar, renovar e reaprender a geri-las e a recriá-las de parte a parte com um maior sentimento de valorização do outro, de escuta ou de conexão? Quantas relações não se transformam por se permitirem ficar no pavor da mudança, gerando bloqueios relacionais sem fim? Quantas vezes impossibilita a sua mudança pelo medo de falhar?

Não vivemos sozinhos. Somos seres relacionais. Necessitamos da existência dos outros para a nossa sobrevivência. Contudo, tal não implica que tenha de se anular e acorrentar em relacionamentos vazios e abusivos ou impedir e sabotar o seu próprio desenvolvimento e percurso pessoal ou profissional. Poderá aprender a assumir a responsabilidade na sua vida, fazer escolhas que não o limitem, mas sim questionar, colocar em causa, rever o que de novo gostaria de semear e construir na sua vida.

1) Renovar Mindset:
Já se deu conta de como tantas vezes é o seu próprio pensamento que o limita? O ser humano é excelente em construir os piores cenários de horror (dentro da sua própria cabeça). Estas ideias e pensamentos intrusivos começam devagarinho a apropriar-se da sua vida, requerendo a sua atenção constante. Vão tornando-se em crenças - ideias ou pensamentos nos quais acredita e por as sentir como verdades absolutas, deixa de as questionar ou colocar em causa. Estas crenças passam a dominar a sua vida, muitas vezes fragilizando-o face às tuas próprias competências pessoais, apavorando-o face ao julgamento dos outros e à sua própria insuficiência (tão temida por si).

Reaprenda a conhecer-se. Não se muda apenas e só porque é possível mudar. Muda-se porque se escolhe mudar, assumindo esse compromisso diário, com os desafios, as dificuldades e obstáculos inerentes. Não se muda apenas com as intenções de mudança. Muda-se com ações concretas e intensa resiliência. Muda-se, pensando no que poderá promover uma mudança efectiva, com conhecimento de causa e não simplesmente ao acaso. Muda-se porque quando se muda quer ser-se melhor. Acrescentar valor.

2) Renovar Emoções:
Reaprenda a aceitar-se. A ser compassivo consigo. Como se sente agora? Não existem emoções positivas ou negativas. Abraçar e escutar as suas emoções, pode ser um excelente ponto de partida para a mudança. Estar com as suas emoções, permitirá descobri-las e descobrir-se a si por de trás delas. As emoções são excelentes bandeirolas que o poderão alertar para as coisas que estão bem ou para as coisas que estão mal e geri-las com mais consciência de si próprio. Ao escutar as suas emoções, conseguirá regulá-las de forma mais saudável. Reaprender a observar com curiosidade as suas emoções e os seus pensamentos poderá ajudar a torná-los os melhores aliados para o seu caminho, o novo caminho que deseja construir.

3) Renovar Caminhos:
Não está nada de errado em por vezes sentir-se insatisfeito ou desmotivado. Mas o que tem feito por si ultimamente? De que modo tem procurado acrescentar valor pessoal nas suas escolhas? De que forma tem acrescentado equilíbrio, saúde e bem-estar na sua vida?

A insatisfação poderá ser o motor de arranque para conduzir a sua vida no sentido que mais deseja e que o concretize. Não existirá nada mais salutar do que nos potenciarmos diariamente. Não há problema em sentir medo. Todos os seres humanos sentem medo quando estão diante de algo que percepcionam como desconhecido ou fora do seu controlo. O medo que sente poderá ressignificar que está a fazer algo desafiante. Necessitamos do medo para nos mantermos focados e é esse mesmo medo que poderá conduzir, em conjunto com a coragem, à construção de novos caminhos, de novos sentidos e à sua superação.

4) Renovar Relacionamentos:
Queremos ser amados. Queremos ser cuidados. Queremos ser estimados, abraçados e acolhidos nas nossas necessidades mais profundas. Queremos pertencer e sentir que nos pertencem. Queremos tanto ser amados que às vezes nos encolhemos para caber no mundo do outro, criando dependências e doença. Ou nos esticamos de mais, sem conseguir acolher o outro em nós, como também merece. Não vale tudo para sermos amados.

As relações são como as plantas. Necessitam de ser nutridas com afeto, com intimidade, com empatia, com confiança, com responsividade e presença emocional para florescerem. A reciprocidade emocional é o que marca os compassos da dança nas relações. Reaprender a valorizar o outro, a escutá-lo, em colocar-se empaticamente no seu lugar, em fazer com que o outro o sinta lá ao seu lado (inteiro),  quebra a possibilidade dos bloqueios relacionais se tornarem activos e presentes no relacionamento.

As relações para sobreviverem e se construírem de forma saudável, necessitam de cuidado, de sermos atenciosos para com elas. Que nos liguemos emocionalmente ao outro de forma profunda, mesmo e apesar das vulnerabilidades que fazem de nós quem de verdade somos ou do outro quem é. Necessitam que nos liguemos de forma diferente. Mais conectados. Mais compassivos connosco e com o outro.

É possível assim repensar o amor. Em como pretende amar e como gostaria de ser amado.

Renove os seus laços. Os seus gestos. Os seus pensamentos. Acolha as suas emoções, o que sente. Diariamente. Permita-se dar nova vida à esperança, no sentido de se ligar aquilo que mais o conecta à sua verdade. Necessitará na mala flexibilidade bastante para o fazer acreditar que, recomeçar e fazer(-se) desabrochar, é possível a quantidade de vezes que forem necessárias.

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SÍLVIA COUTINHO
PSICÓLOGA TERAPEUTA FAMILIAR E DE CASAL CLÍNICA DA AUTOESTIMA
www.clinicadaautoestima.pt
silviajesuscoutinho@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Mudança

1/10/2020

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A segurança e certeza que se procuram em simples decisões (in)conscientes no nosso dia-a-dia é muitas vezes justificada pelo facto do conhecido gerar segurança. Uma mudança implica sempre um certo grau de insegurança e o medo de mudar, de dar um passo no desconhecido, leva a que se mantenha com aquilo que dá confiança, segurança e tranquilidade, não arriscando na mudança, ainda que a perspetiva de mudar, e as suas consequências, sejam eventualmente positivas. Por Elisabete de Paiva Monteiro

​in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Tomar o café sempre no mesmo sítio, fazer as compras sempre no mesmo supermercado, ter sempre o mesmo destino de férias.“Sempre” e “mesmo” — duas palavras que estes três exemplos têm em comum.

​Refletem monotonia e previsibilidade, ambas características de uma vida segura e vincadamente rotineira, onde se quer, muitas das vezes, um mínimo de mudança possível. Ao referir mudança, refiro-me à alteração, à modificação ou à transformação ocorrida em alguém, ou nalguma coisa por meio da mesma.

A segurança e certeza que se procuram nestas simples decisões (in)conscientes é muitas vezes justificada pelo facto do conhecido gerar segurança e, por oposição, o desconhecido gerar insegurança. Uma mudança implica sempre um certo grau de insegurança e o medo de mudar, de dar um passo no desconhecido, leva a que se se mantenha com aquilo que dá confiança, segurança e tranquilidade, não arriscando na mudança, ainda que a perspetiva de mudar, e as suas consequências, sejam eventualmente positivas.

A mudança poderá ocorrer de duas formas: involuntária ou voluntária. De forma involuntária, por exemplo, serão aquelas mudanças inerentes ao próprio desenvolvimento do Ser Humano, verificável nas várias fases da vida (latência, infância, adolescência, idade adulta e na velhice), provocando alterações a nível psicológico e físico.

De forma voluntária, poderá ser uma mudança de país, de residência, de emprego, de escola, de parceiro, de aspeto visual, de rotinas, etc.

Quanto à questão temporal, a mudança pode dar-se de forma repentina ou planeada.

Sabe-se que o Ser Humano é naturalmente avesso à mudança. Tal poderá ser explicado pelos sentimentos e emoções que não só estão implicados para que se dê a mudança, como as consequências que a própria mudança acarreta: medo, insegurança, ansiedade, desconfiança, incerteza, entre outros.

Ora, estes sentimentos e emoções tendem a ser sentidos de forma desagradável, fazendo com que as pessoas, evitando senti-los, não concretizem uma mudança. Desta forma, naquilo que a mudança poder-se-ia tornar numa mais-valia na vida da pessoa, deixa de acontecer por que a pessoa prefere evitar sentimentos e emoções que lhes são emocionalmente difíceis de gerir.

Mas as mudanças são inevitáveis e, por vezes, para mudar é necessária coragem. Coragem para largar o passado e o conhecido, e coragem para abraçar um futuro novo e desconhecido.

A mudança pode ser transformadora, encorajadora, e motivadora de ainda mais mudanças!

Proponho-lhe um desafio: da próxima vez que for tomar um café ao sítio do costume, experimente sentar-se num lugar que nunca antes tenha ocupado. Fique desperto para o que o rodeia. Seguramente terá uma perspetiva diferente da habitual e verá um ou outro pormenor que ainda não tinha reparado, ainda que o local seja o mesmo, só pelo simples facto de mudar de lugar.

coragem para fazer uma grande mudança de uma só vez, vá fazendo pequenas mudanças, dentro dos seus limites de segurança e confiança. De mudança em mudança, vão-se mudando, e expandido, os limites de segurança e de confiança no que se poderá traduzir em mais felicidade e bem-estar!

Desafie-se a mudar!

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ELISABETE DE PAIVA MONTEIRO
PSICÓLOGA CLÍNICA
CÉDULA PROFISSIONAL NR. 22877, DA ORDEM DOS PSICÓLOGOS PORTUGUESES
www.akademiadoser.com
elisabete.monteiro@gmail.com

​​in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Paixão em tempos de Cólera

1/9/2020

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“Hope is something we do rather than have.” JM
Quando nos refugiamos de alguma forma, forçado ou não, em circunstâncias favoráveis conseguimos ganhar perspetiva. Prioridades. Onde estávamos, de onde viemos e o que é comum. Este período, fez-me fazer uma viagem, cartografar e contemplar momentos semelhantes. Nunca nós vivemos algo assim, tão virtual, invisível e global. Por Carolina Almeida Cruz


in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2020

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Há 19 anos, estávamos a viver o inesperado.
Duas torres caíram.
 
A televisão e a internet permitiram que mesmo em locais muitíssimo remotos tivéssemos acesso ao impossível. O aço não foi suficientemente forte. O coração de uma cidade que nunca dorme, efetivamente não iria dormir tão cedo.
 
O físico tem este efeito.
 
Torna-se real.
 
Quando algo que tomamos como inabalável, começa a ruir, entramos em pânico.
 
Lemos vezes sem conta, que somos cíclicos. Que a história e nós — os humanos, somos feitos de cadências.
 
Assumimos que estaríamos preparados. Também nós humanos temos essa necessidade, de ter tudo sobre controlo.
 
Repetimos agora. Estamos a repetir com o invisível. É pior. Não podemos culpar ninguém, o ónus de controle externo é um dos nossos mecanismos de defesa, mas neste momento não funciona.
 
Estamos a ruir, dizem.
 
Beirute, este tio “Covid” que nos atormenta e nos coloca a palavra medo nos nossos centros de mesa, a prisão sem grades, aquela que não nos permite os abraços e afetos.
 
E como é que o humano, na sua essência, se comporta? O amor ganha? Ou o medo?
 
Um médico, no nosso Beirute, porque o mundo é nosso, se sentirmos que aquelas pessoas são fraternas. É a única forma de sentir, não será?
 
Esse mesmo médico disse-nos que sim. Refletia como é que era possível acolher, tratar e cuidar se não conseguíssemos tocar. Se ele continuasse com medo? Não poderia. E todos os que lhe foram encaminhados, ele tirou a máscara, as luvas e humanizou.
 
Quando estamos em tempos de “cólera”, quando o óbvio deixa de ser óbvio, despertamos o nosso melhor. O que as máquinas não substituem. A capacidade que o humano tem de cuidar, e de se mover por um mesmo sentimento inabalável, o amor. O criar e retomar os afetos.
 
A nossa saúde passa a ser secundária, não porque não tenhamos medo que ela nos falte, porque a ideia de que falte ao “outro”, ao tal irmão, é demasiado doloroso.
 
E como é que nos mantemos sãos?
 
Como é que nestes momentos conseguimos falar de paixão e de amor?
 
Nos corredores da minha faculdade de psicologia, um autor, comparava a paixão à cocaína e o amor à heroína. Como se independentemente do sentimento que estivéssemos a abordar, se tratasse sempre de uma adição. Esta reflexão não foi feita sobre nada material, meramente o intangível. Aquilo que aos nossos olhos não é visível, mas que nos desmorona como se de duas torres se tratasse. Então como decidimos continuar? Porque talvez, ao lado do amor edificado, estejam as fundações da esperança. Conseguimos ter esperança no inferno. Somos aditos a essa esperança, à criação do imaginário, de arco-íris no inferno.
 
Uma das minhas professoras, Joanna Macy, uma mulher que esteve muitos anos nos Peace Corps dizia que nos momentos mais tenebrosos, onde viu o ser humano a ser humilhado por uma doença, alguém ou por circunstâncias, que surgiam sempre anónimos que tornavam a palavra humano um superlativo. Ou melhor, poucochinho. Humano era chamar-lhes pouco.
 
Não fazia jus.
 
Se o ser humano cuida, cuida porque acredita que vai conseguir ser útil e salvar.
 
Por isso mesmo quando os edifícios, o inabalável, o invisível nos abala, não nos consegue ruir. Porque somos muito mais do que o físico.
 
Somos as memórias que imprimimos nos outros. Os outros, os nossos, nós, portanto.

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​CAROLINA ALMEIDA CRUZ
APAIXONADA PELA RAÇA HUMANA, LICENCIADA EM PSICOLOGIA, VIAJOU O MUNDO, CO-FUNDOU E GERIU A SAPANA ATÉ DEZEMBRO DE 2018,  TRABALHOU NUMA DAS AGÊNCIAS DA ONU, A FUNDAR A SUA FUTURA B CORP, LECIONA/PARTILHA CONHECIMENTO NA CATÓLICA
 www.sapana.org
www.linkedin.com/in/carolinamalmeidacruz
carolina@sapana.org​
in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2020
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Somos todos Humanos

1/8/2020

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A esperança do que podemos ser e viver conscientemente está nas escolhas que fazemos todos os dias. Por Zacky Santos

in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2020

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#somostodoshumanos representa a consciente esperança desta Humanidade.

É a marca que devia estar tatuada na nossa pele para nos lembrar que somos gente que sabe pensar, sentir e amar, que consegue rir e sonhar, fazer viver ou matar, o que existe em nós e nos dá voz, com um simples olhar, para dentro, onde vive a esperança de sermos a herança de quem viveu e já não está, de quem vive agora ao Deus dará, de quem vai nascer e chegará, e que depende de mim e de ti para poder ter Mundo onde possa viver, evoluir e crescer, ser tudo o que sempre quis, simplesmente existir… com direito ao que merece ter e pode atingir, simplesmente ser humano e poder aspirar a ser feliz.

A esperança não se perde jamais nas piores situações que se possam viver, quando tudo parece perdido e não sabemos o que fazer. Ela está sempre lá ao lado da decisão, na mesma fila onde outros sentimentos também estão. Impaciente, raramente fica sossegada, envia mensagens e procura ser notada porque só assim sabe existir, foi assim que foi criada, pensada e desenhada, para dar alento, para dar caminho, renovar as escolhas e não te deixar sozinho.

Às vezes de tão distraídos que estamos esquecemos que ela existe. Entramos na espiral negativa e tudo o que sabemos fazer é reclamar, dizer mal de tudo. Não queremos saber e deixamo-nos ir, porque a vida é injusta e não temos sorte nenhuma, questionamos quem se aproxima e até nos quer ajudar, mandamos todos embora e ficamos sós a chorar.

Chorar até faz bem e deve acontecer, mas viver em drama e angústia constante não é bom para ninguém. São sempre escolhas que fazemos todos os dias. É a liberdade que temos e devemos usar, para dar oportunidade à esperança, de tomar novas decisões, aceitar as feridas e os arranhões, receber desculpas e perdões, rever o que aconteceu com outra atitude e perceber que a cura começa quando encaramos a doença. É a ciência da vida que a todo o tempo se manifesta e nos ensina que tudo é cíclico, tudo é renovação, tudo são experiências, e que nada é para sempre Sim ou jamais Não.

#somostodoshumanos é a esperança que cimenta a nossa consciência como pilar do que somos e podemos ser perante o Mundo que nos rodeia.

#somostodoshumanos é esperança de acreditar que na imensidão do Universo, onde há tanto para viver e experimentar, uma vida só não chega, e na tarefa de procurar a felicidade em cada renascimento, tem de caber a tristeza e a saudade, para dar se valor à alegria e à amizade, à união e à solidariedade, e a tudo o que nos traz um sorriso e alenta o coração, quando até passamos a gostar e a apreciar alguns momentos de solidão.

Dentro de mim pode sempre crescer o que eu quiser se eu souber plantar o que me convêm.Na minha cabeça podem estar as ideias que eu deixar ficar se eu entender que acontece o que tem de acontecer e que depois há sempre um novo dia, com vida própria e energia, diz o ditado que chega a bonança e claro está a boa esperança.

Um ombro amigo sabe bem, um colo, um afago no cabelo, um abraço e tudo o que a amizade, o respeito e a compaixão têm. Mas na vida o meu caminho não é o teu, somos diferentes como pessoa e cada um tem de fazer o seu. De passos atribulados, saltitantes ou compassados, o importante é andar em frente porque tudo é estrada e só assim se consegue ensinar e aprender. Ficar parado, atónito e sem vontade de viver não é boa escolha e não honra a tua essência e a existência do teu Ser.

Estas palavras são bonitas e podem fazer sorrir, porque rimam, porque até nos lembram coisas boas, e quem lê verdadeiramente não sente que elas possam estar a mentir. Mas mentem, mentem muito e quase sempre, se as lermos com desdém, como quem não quer a coisa, como se não fosse para nós um problema saber que há gente que vive amargurada, miserável e maltratada, que se sente aprisionada, porque perdeu a esperança, porque não a consegue ver ou encontrar.

Já se disse onde ela está dentro de nós, ao lado da decisão, na mesma fila onde está o medo e a coragem, a maldade e a compaixão, o ódio e o perdão, e todos os sentimentos que existem e que posso escolher ter.

#somostodoshumanos relembra a esperança de que podemos fazer sempre diferente e as que as nossas escolhas afetam tudo e toda a gente. Porque se é verdade que estamos todos ligados pela essência da Humanidade, é também verdade que em nós reside a esperança de sermos responsáveis pelo amor, pela justiça, pelo respeito e pela igualdade.

Acredita quem quer acreditar e evolui quem quer evoluir, mas o certo é que a esperança está permanentemente lá no seu lugar, e de lá não sai nem vai fugir…

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ZACKY SANTOS
COMUNICADOR, ESCRITOR, ARTISTA, PAI
www.zackysantos.pt
zackysantos@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2020
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Liberdade

1/7/2020

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Quem vive amarrado à espera que a Liberdade se mostre para se sentir livre e feliz, será um eterno refém nas suas próprias cordas. Viver em Liberdade é viver em amor, sem cordas e diretamente do coração. Só quem vive assim prova o verdadeiro sabor da vida.
Por Raquel Fonseca


in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2020
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Fala-se muito da vontade de ser livre. Livre nas escolhas, livre no que se quer dizer, livre no que se quer ou não fazer. Uma procura esgotante por uma conquista de algo que, no fundo, já existe cá dentro. Falo na liberdade interior. Aquela que toda a gente transporta na sua essência, mas que por distração dos estímulos externos, desconhece e busca.

Colado desde que nasce a um padrão social, cedo o Ser Humano se faz escravo de uma mente coletiva. Possuidor de uma mente que tudo vê e ouve, este cérebro pensante, subtilmente é comandado por 95% de informações gravadas e acumuladas no subconsciente, que lhe permitem tudo menos ser livre.

Até haver um despertar de Consciência, somos (nas nossas ações) produto de escolhas não genuinamente as nossas. Escolhas induzidas. Publicidades atrás de publicidades que discretamente ’gritam’ em looping que nada chega, incutindo e enraizando uma insatisfação patológica, fazendo crer que a liberdade que procuramos sentir, está sempre na Viagem que ainda não fizemos, na casa que ainda não temos e em todo o resto que ainda não conquistámos externamente. Sem se dar conta, o Ser humano afasta-se cada vez mais de si próprio, da sua essência e transforma-se gradualmente num reservatório ansioso. Uma esponja alimentada pelos estímulos do exterior, num ciclo crescente e vicioso.
A verdadeira Liberdade já é intrínseca a cada Ser humano. Não se tem por isso que aprender a Ser livre, mas sim saber romper todas as cordas com as quais inconscientemente a pessoa se amarra a si própria.
Ser livre implica render-se ao desconhecido, sem padrões e crenças que prendem em dogmas, criando a sensação ilusória de separação e limitação.

A coisa mais difícil, por incrível que pareça, é conseguir lidar com a profunda liberdade que em essência já se É, por isso, o Ser Humano tem quase sempre tendência a boicotar-se neste processo. “Pássaros que são criados em gaiolas desconhecem o poder das suas asas e acreditam que voar é uma doença”.

Na sociedade mundana onde se (sobre)vive, programa-se o inconsciente, para que a viver numa imensa prisão quotidiana, as pessoas acreditem que são livres. Assim, quem vive para um mundo externo, vive programado pelos estímulos que subtilmente tudo decidem. Não é por acaso que tudo o que corre num ecrã — seja da TV,  seja dos computadores — se chamam 'programas'. Programas que decidem pela pessoa: o que é melhor, o que é o certo e o errado, o que é o bom e o mau, o que se deve fazer e comprar. O programa que faz esta “lavagem cerebral” está em tudo o que a mente perceciona. Nas cores, nas músicas utilizadas, na forma como as notícias são dadas, na sequência de imagens, nas palavras utilizadas e na forma como são ditas, nas horas a que dão e no número de vezes que são postas a rodar. Tudo isto é feito por forma a ser bem gravado pela mente que, consoante o que vai absorvendo vai comandar a forma de pensar e consequentemente formatar a pessoa a agir em comportamentos esperados pelo sistema e induzidos.

Só através de uma auto-observação consciente é possível perceber e detetar tudo isto. E, quando esta consciência acontece, eis que se mostra finalmente o portal para a verdadeira Liberdade. Até lá, todos os Seres humanos são reféns em si mesmos, por camadas condicionantes em cima de camadas.

A Liberdade não se vê, sente-se. E é preciso parar sair da dormência e Sentir.

Viver em Liberdade? É viver na coragem de se manter fiel a si mesmo, assumindo também a sua fragilidade e vulnerabilidade como condições humanas sagradas. É possível Sentir absolutamente TUDO aquilo que a vida convida a experienciar, sem nunca se deixar para trás a Consciência da liberdade que significamos e somos.

Viver em Liberdade não é viver fora de uma prisão ou estar fora de um sítio fechado. É muito mais do que isso. É morar num corpo consciente de tudo o que acontece em si e através de si, em atenção plena e amor. É estabelecer interação com o meio e simplesmente ser aquilo que na essência se É. Não se limitar. Somos a única espécie de Seres Vivos no planeta dotada da capacidade de fazer escolhas. Eis a maior prova da Liberdade que Somos. E é precisamente aqui que reside a beleza de viver neste mundo dual.

Ser livre?
É ser autêntico.
na forma como se vive,
na forma como se sente.
Assim é respirar...leveza.
Assim é… viver em amor.
Liberdade não é fazer tudo o que se quer, mas sim atrever-nos a Ser simplesmente quem somos.

Como ir ao encontro desta Liberdade interior?

Não forçar nem fazer nada em esforço. Parar. Sentir tudo, sem bloquear nada, sem fugas, mesmo que o que vier se mostre difícil.

É nesta aceitação e na não rejeição do que surge, que todo o desbloqueio começa. De repente, neste processo, a busca cessa e já é a própria Liberdade que se quer tornar consciente em nós.

É um encontro maravilhoso de auto descoberta. Uma fusão perfeita entre o simplesmente ser do Ser Humano, com o fluxo de energia que tudo É, tudo move e tudo torna possível.

Quem vive amarrado à espera que a Liberdade se mostre para se sentir livre e feliz, será um eterno refém nas suas próprias cordas. Viver em Liberdade é viver em amor, sem cordas e diretamente do coração. Só quem vive assim prova o verdadeiro sabor da vida.

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RAQUEL FONSECA
TERAPEUTA
www.akademiadoser.com/raquelfonseca
Facebook: Raquel Fonseca - Simplesmente Ser
Instagram: raquel_fonseca_ser
info.raquelfonseca@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2020
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Regresse a Si!

1/6/2020

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Quando Regressa a si, dá-se o verdadeiro reencontro consigo e com os outros! Assim se iniciam Relacionamentos Extraordinários!
​​​Por Ana Pedroso


in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2020

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Aprender e aceitar que a consciência é a base para uma vida extraordinária, é a proposta que lhe trago a si, que me lê.
 
O REGRESSO a si, inicia quando a mudança se dá em si, dentro e fora de si próprio, através do autoconhecimento.

E assim REGRESSA a si!

Olhe o mundo e reflita para si o que vê, o que sente e reconhecerá quem É, através daquilo que os outros refletem nos seus pensamentos! E mais uma vez, Regressa a si!
 
Reeducar-se é a semente para uma vida feliz consigo e com todos aqueles que o rodeiam. Por isso, esteja atento às novidades em relação às relações atuais porque temos muito para partilhar!
 
Bem Vindos! Bem Vindos à vida em que lhe proponho olhar para a sua Vida Hoje, e Regressar à sua casa interior, REGRESSAR a si!
 
Relação é entre outras definições, o conceito para designar o vínculo, a ligação entre duas pessoas e entre a pessoa mais importante da sua vida: VOCÊ. Como pode sentir-se conectado, vinculado com relacionamentos extraordinários sejam eles pessoais ou profissionais, se o vínculo número um que deve ser cuidado, aceite e tratado com muita amorosidade, aguarda que sejam os outros a ter essa ação? Hoje a minha proposta é que se reencontre a si, através dos outros com quem vive e convive!
 
Acredito que através das relações é possível abrir um novo espaço de entendimento e de autoconhecimento. O “outro”, “os outros” são partes de si mesmo e são um espelho que permitem refletir, (re)conhecer e recordar partes agradáveis ou desagradáveis que tem em si, mas que ainda não tem consciência que lhe pertencem.
 
Sinta mais uma vez e agora escreva no seu Bloco de apoio, o que vê e sente nos outros que ama e aquilo que o incomoda.
 
Quando falamos de relações, falamos em Reencontros e o Regressar a si! Criar e viver práticas saudáveis para um Novo Estilo de Vida!
 
Mas como podemos na prática viver uma vida épica?
 
Olhemo-nos, escutemo-nos. Recordemo-nos que tudo começa em nós e o Regresso a si, começa Agora.
 
Cada um de nós é o ponto de partida e o ponto de chegada. Então antes de iniciar a dissertação sobre os tipos de relacionamentos que tem, comece por compreender que tipo de relação tem consigo mesmo, que tipo de diálogo interior e comunicação tem para consigo?
 
Permita-se elogiar, permita-se reconhecer alegremente o ser maravilhoso que é, E REGRESSE A SI!
 
Medite sobre si mesmo, reconheça se já faz consigo tudo o que deseja receber.
 
Enquanto seres em evolução sabemos que em cada fase, em cada momento, em cada relação, podemos crescer e evoluir, e naturalmente, evoluímos nas relações que são menos harmoniosas. A perspetiva que se coloca é a perspetiva de Evolução, ou seja, questione-se, escreva, partilhe e interiorize este pensamento ao relembrar as relações mais desarmoniosas.
 
Questionário de ampliação de consciência para este mês para a construção de uma vida extraordinária:
 
Antes de questionar os outros questione-se a si mesmo, REGRESSE a si.
  • “Que lição é que eu tenho de aprender com esta(s) pessoa(s) ou relação(ões)?”
  • “O que o(s) outro(s) me está(ão) a espelhar e que eu ainda não reconheço em mim?”
  • “Que pensamentos é que tenho e que me fizeram atrair esta(s) pessoa(s) e situação(ões)?”
  • “Onde é que eu ainda não me respeito e não me aceito exatamente como sou”? 
 
Talvez, um dos principais objetivos comuns a todas as pessoas é o de serem cada vez mais e melhores pessoas, mais e melhores maridos ou esposas, mais e melhores mães ou pais, mais e melhores profissionais, leais amantes de tudo o que fazemos, e lá na essência de tudo o que é, talvez a única coisa que cada um de nós deseja e pretende na vida é amar e ser amado.
 
Que este verdadeiro amor inicie consigo mesmo e com toda a certeza que as relações que atrair vão espelhar aquilo que
é! Assim se constrói uma vida épica assente em relacionamentos extraordinários, onde todos podemos Ser livres, mas que a maior parte de nós, como não se sente Comprometido, deixa cair as suas relações num desgaste e aprisionamento constantes.
 
Recorde que aquelas relações que são mais desafiantes serão como novas portas para resgatar o melhor de si. Assim é e assim será ao longo da nossa vida. E na escada do autoconhecimento (e aprofundamento) a aprendizagem é uma constante, então tudo serve, cada experiência, cada vivência e cada relação. Mas a construção dos relacionamentos extraordinários começa aqui e agora basta querer muito, muito, muito!
 
“Os nossos relacionamentos são nossos mestres e podem guiar-nos ao longo da nossa vida se soubermos como os utilizar nesse sentido”.
Shakti Gawain
 
Assim, de uma forma sábia, saudável e harmoniosa retiramos novas aprendizagens sobre nós próprios, e sim, quando reconhecemos e aceitamos todas as partes de nós próprios em especial as partes que rejeitamos, mudamos a nossa vibração, mudamos o nosso foco, a nossa energia, o nosso Mundo interior e consequentemente o nosso mundo exterior também muda.
 
Recorde sempre que a relação mais importante é a que tem consigo mesmo. E relembre-se sempre que os outros dão-lhe a oportunidade de crescer, de se conhecer e de se aceitar ainda mais, pois tem um potencial imenso ainda para resgatar, ainda para conhecer. O outro é o seu mestre, o educador. Permita que ele lhe mostre e que o guie para o melhor que tem dentro de si. REGRESSE A SI HOJE E CRIE UMA VIDA ÉPICA!
 
Liberte a crença de que tem sempre de ter razão e de que somente a sua verdade é a melhor!
 
Aprenda como ser mais feliz e a resgatar o melhor de si mesmo, isto é, tornar-se cada dia mais consciente. E a consciência é a base da nova humanidade.
 
Reconheça o seu valor nas simples ações que faz, que constrói e os novos hábitos que está disponível a promover para o seu software se reprogramar e ressignificar.
 
EXERCÍCIOS para a CONSTRUÇÃO de REENCONTROS FELIZES
 
1)  Escreva uma lista com 10 qualidades, dons, características que reconhece em si. Quando terminar escreva ao lado o oposto dessa característica que identificou na primeira parte do exercício.

Ao observar e refletir sobre estes opostos, reconhece nas suas relações, alguém com estas características?

Reflita, pois estas partes estão em si e necessitam de ser reconhecidas e iluminadas.

Compreenda que ao analisar cada uma das partes que rejeita tem uma grande oportunidade para crescer e resgatar o Melhor de si.

2)  Quando acorda de Manhã, antes de cumprimentar qualquer pessoa, abrace-se profundamente, diga um Bom dia Interior a si mesmo e, dê um beijo no primeiro espelho que encontrar.

Palavras-chaves: Ame-se, Aceite-se e Nutra-se!

3)  Uma vez por semana permita-se realizar uma atividade prazerosa para si. Dance, tome um banho relaxado com pétalas de rosa, vá ao cinema, faça uma caminhada na Natureza, leia um livro que o inspire ...

A palavra-chave é: Abra o seu coração e deixe que ele o guie.

4)  Faça uma carta de gratidão para si mesmo. Depois de a realizar, se sentir que sim, escreva uma carta de gratidão à(s) pessoa(s) que lhe é (são) especial(is). Esta carta pode ser ou não entregue.

Palavra-chave: Faça o que sente. Nem tudo tem que ter lógica, mas tem que ter “sentir”.
​
5)  Recorde-se de algo super especial que realizou ou planeou para alguém… sinta esse entusiasmo… receba a vibração dos seus desejos e sonhos… o que pode fazer para dar um passo na sua concretização?

Palavra-chave: Ação. Movimente-se por si.

6)  Escreva afirmações positivas e repletas de Amor e Alegria sobre si mesmo. Leia diariamente, cante e medite com elas.

Palavra-chave: Investa em si e regresse a ser quem é. Você tem tudo o que necessita para começar. Só tem de começar, HOJE, SÓ POR AGORA!

7)  Pare, Respire e Medite – Estudos e pesquisas comprovam que dedicar-se à Meditação, mesmo que por poucos minutos por dia, promove e REGRESSO A SI, proporcionando efeitos benéficos, a nível físico, mental, emocional e espiritual.

Através do Regresso a si, do Autoconhecimento, dê-se a Oportunidade este mês de investir em si mesmo, onde terá um efeito psicológico positivo e um aumento da sua qualidade de vida.

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ANA PEDROSO
TRANSFORMANDO VIDAS PELO MUNDO
www.anapedroso.pt

​in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2020
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Crise ou oportunidade?

1/5/2020

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Estamos no epicentro de uma crise. Uma crise à escala global e sem precedentes na nossa História, com o surto mundial do corona vírus, iniciado na China em dezembro de 2019 e espalhado um pouco por todo o mundo. Já vivemos muitas crises antes, mas esta é diferente. Por Fátima Lopes

in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2020

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​A pergunta que se coloca no momento é: como será o mundo depois desta crise passar? Teremos a capacidade, individual e coletiva, para reformular o nosso mundo à luz das novas premissas, lições e necessidades? Ou continuaremos a tentar salvar o velho e moribundo paradigma político, social, económico e cientifico, teimosamente, contraventos e marés?
 
O carácter chinês para crise tem um duplo significado encerrando em si também o conceito de oportunidade. Significa isto que, como, aliás sabemos intuitivamente, cada crise oferece também várias oportunidades. Resta saber se as saberemos identificar e aproveitar para a mudança de paradigma que se impõe a todos os níveis.
 
Há vislumbres de coisas que estão a mudar. Por exemplo, na área da saúde, que por esta altura fervilha de atividade, temos algumas situações em andamento que podem resultar em mudanças significativas, a saber:

- Vários países, nomeadamente, a China, EUA e Canadá, estão já a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina a ser testada o mais rapidamente possível. Mas cada um destes países está a trabalhar a seu modo, o que pode potenciar resultados diferentes. Por exemplo, o Canadá está a trabalhar numa vacina que não contem o vírus vivo, mas sim o material genético do vírus combinado com o recurso a uma planta, a qual poderá produzir uma proteína eficaz no combate ao vírus. Esta pode vir a ser uma solução inovadora e talvez com menos efeitos secundários. Qual das soluções finais será adotada é a dúvida que permanece, mas está em aberto a possibilidade de fazermos, coletivamente, a melhor escolha possível. 

- A China está também a fazer estudos clínicos, no sentido de testar a eficácia de altas doses de vitamina c administrada por via intravenosa, no tratamento da doença. Há registos de vários casos de cura quer na China, quer na Coreia do Sul, com recurso a vitamina c. Se estes estudos provarem a eficácia da vitamina c terá a comunidade cientifica capacidade para abdicar de preconceitos contra o recurso a soluções empíricas, mas que funcionam? Escolheremos continuar com uma medicina baseada em químicos com efeitos adversos ou teremos a capacidade de procurar alternativas eficazes e sem efeitos secundários para os pacientes?  

Finalmente refiro aqui uma situação que pode parecer insignificante, mas que tem implicações a vários níveis. No sábado dia 14/03 o Ministro da Saúde francês, que também é médico, publicou no Twitter um alerta relativamente ao uso do Ibuprofeno, dizendo que os anti-inflamatórios poderiam agravar a doença. No domingo a Diretora Geral da Saúde em Portugal desmentiu esta informação dizendo não existir qualquer evidência cientifica que indique existir uma relação entre o Ibuprofeno e o agravamento das infeções. Mais tarde o Infarmed reiterou esta posição. Contudo, no dia 17/03 a Organização Mundial de Saúde recomendou precisamente a não utilização do Ibuprofeno dizendo que especialistas das Nações Unidas estão a analisar o assunto. Resultados destes estudos estão previstos para maio e até lá o Ibuprofeno é desaconselhado. Há aqui várias situações em causa:

1 – Um alerta de um médico e Ministro da Saúde, baseado num estudo cientifico   publicado no “The Lancet”, é descredibilizado e não é tido em conta. Porquê? Por que  razão não devem ser considerados estudos científicos existentes apenas porque contradizem aquilo em que se acreditava? Terá a comunidade cientifica capacidade para rever a sua posição cristalizada e de quebrar a sua “dissonância cognitiva” face novas descobertas que venham a pôr em causa entendimentos e procedimentos tidos até ali como inquestionáveis?

2 – Terá a comunidade cientifica a capacidade de aceitar que de facto sabemos muito pouco sobre a interação, quer entre vários medicamentos, quer entre medicamentos e        patologias existentes? Será capaz de se questionar a este respeito e de investir mais no          desenvolvimento de estudos científicos que avaliem a segurança destas interações?

3 – O alerta do Ministro da Saúde francês foi, possivelmente na altura, considerado como “Fake      News”, mas a OMS acabou por dar-lhe razão, pelo menos    temporariamente até    resultados em contrário. Isto prova que teremos muito rapidamente de conseguir discernir o que são notícias e informações importantes e fundamentadas das verdadeiras “Fake News”. Atualmente não há critério para o que  são “Fake News” e os cidadãos, através dos algoritmos das redes sociais, estão a ser privados de informação pertinente e verdadeira simplesmente porque se coloca tudo no mesmo saco.

No que diz respeito à economia estamos no limiar de uma crise global muito pior do que a crise do subprime de 2008. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, alegou como argumento para não impor medidas de isolamento social, que o Brasil tem muitas pessoas a viverem de biscates e que se deixarem de trabalhar estas pessoas enfrentarão muitas dificuldades financeiras. Este é um problema real e preocupante, não só no Brasil, mas em muitos países da Ásia, de África e da América Latina. Como irão os líderes mundiais responder a este desafio? Será que face a uma crise económica devastadora como esta adotarão as mesmas medidas e soluções do costume, com a criação de mais empréstimos e de mais dívida a caírem sempre sobre os mais fracos? Ou será que nestas circunstâncias, soluções criativas como o Rendimento Básico Incondicional (RBI) e outras, podem ser trazidas para a mesa das negociações e discutidas com seriedade e com coragem para enfrentar as mudanças estruturais que tais soluções implicariam? Uma coisa é certa, como nos avisou Einstein “Nenhum problema pode ser resolvido a partir do mesmo nível de consciência que o criou”, contudo é isso o que temos estado a fazer desde que há memória. Terá chegado a hora para invertermos esta tendência?

Já a nível social que repercussões terão as medidas agora tomadas um pouco por todo o mundo? Será mesmo necessário estarmos todos os dias no escritório? Ou o teletrabalho será a tendência do futuro? Precisaremos mesmo de viajar assim tanto para fazer reuniões? Ou as tecnologias que já temos à nossa disposição conseguem juntar pessoas em sítios distantes de forma eficaz?

Está provado que esta paragem forçada acabou por ter um efeito inesperado, mas muito positivo, na diminuição da poluição atmosférica em várias partes do mundo. Poderá isto significar que uma reestruturação da nossa forma de nos organizarmos e de vivermos em sociedade venha a ser tida em consideração como medida de proteção do meio ambiente? Ou pelo contrário iremos refugiar-nos nos hábitos do passado sem dedicar um segundo pensamento a novas possibilidades?

E quanto aos valores dos indivíduos e a sua relação uns com os outros? Depois de vermos as nossas liberdades restringidas como nunca antes, seremos capazes de abdicar do “principio do prazer” — apontado por Freud como a nossa principal motivação — em prol de valores mais elevados e do bem comum? Ou voltaremos ao modo de vida hedonista da sociedade moderna, sem o mínimo respeito ou consideração pelos nossos semelhantes, exceto por aqueles que nos são muito próximos?

O nosso mundo precisa com urgência de um novo paradigma e de uma nova mundivisão que responda aos problemas globais de uma forma global e que nos impulsione na direção de maior igualdade, justiça, paz e realização para todos os indivíduos deste planeta. Enquanto continuarmos a acreditar que “o mal dos outros não é da minha responsabilidade” estamos apenas a demonstrar o quão pouco evoluídos ainda somos enquanto espécie. Precisamos sair desta armadilha da mente que nos leva a acreditar que estamos todos separados. Na verdade, estamos nisto todos juntos e a prova disso é que neste momento, atos isolados de desobediência às autoridades podem pôr em risco muitas pessoas, incluindo o próprio.

Depois desta crise passar (e vai passar), a forma como nos organizaremos em termos políticos, económicos, sociais, científicos e tecnológicos pode vir a ser radicalmente diferente, para melhor ou para pior. Tudo depende da nossa capacidade individual e da dos nossos líderes para escolhermos o que funciona em vez do que dá lucro ou do que “sempre foi feito assim”. Tudo depende de sabermos encontrar e aproveitar da melhor maneira as oportunidades escondidas na crise. Está nas nossas mãos. É uma escolha que estamos a ser chamados para fazer, em nome de um futuro desejado, mas que vem sendo sistematicamente adiado. Talvez esta crise seja um grande “empurrão” do Universo para que, finalmente, tenhamos a coragem e a determinação necessária para fazermos as escolhas certas.
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FÁTIMA LOPES
TERAPEUTA TRANSPESSOAL
fatima-lopes.weebly.com
fatima.m.lopes72@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2020
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O Luto como Renascimento

1/4/2020

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O Luto é um processo de transformação necessário para renascer. Não é o fim da vida, mas o princípio da mesma. É o princípio dum novo ciclo onde saímos mais conscientes de nós e da nossa existência. Por Anita D ’Ambrosio

​in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Quando pensamos no luto, normalmente associamo-lo com a morte de uma pessoa próxima de nós, como um familiar, um amigo ou um colega.

Na realidade existem vários tipos de Luto, pois o mesmo termo está associado também “à perda” de um objeto de valor, à rotura de uma relação, à perda de saúde, de trabalho…

O luto representa várias “mortes” ao longo da vida, que são experiências onde aprendermos uma determinada lição e fechamos um ciclo pelo qual tínhamos que passar. Ao fechar cada ciclo, começamos também o ciclo seguinte, renascendo assim novamente.

A vida são ciclos contínuos, porque a própria Natureza também o é. Não podemos falar de um início (Vida) e de um fim (Morte), porque não existe algo na Natureza que seja tão linear, tão rígido. Os ciclos, de facto, são um movimento circular que se repete e nunca termina. A nossa existência é isso mesmo.

O que é que realmente está por detrás do medo à morte? O Desconhecido.

Se seguirmos nesta direção, também não sabemos o que há antes do nascimento de qualquer ser, antes da criação do Universo, mas isso não nos dá medo.

Então se o facto de não sabermos o que há antes do nascimento, criação do Universo, não nos dá medo, o que está associado à perda que deriva do luto está relacionado com uma visão materialista do assunto.

Temos medo de perder, de nos desapegarmos, de soltar algo.

Temos medo de abandonar o corpo, a matéria. Nada no Universo desaparece totalmente. Nós somos energia, tudo é energia, e a energia não morre nunca, transforma-se. É só a nossa perceção que nos leva a ver o luto, a perda, como algo que desaparece para sempre.  

Qual é então o papel do Luto na nossa vida?

A palavra “Luto” vem do latim “Luctus” e significa “chorar”. O choro é a limpeza da alma. Quando choramos eliminamos do corpo as emoções negativas e dolorosas, e, portanto as toxinas que se derivam da negatividade, e damos espaço à nova energia, a energia positiva que é a que nos faz renascer.

A dualidade está sempre presente na Natureza, e o Luto não fica isento. Sem Luto não há Vida e vice-versa. São um só.

O Luto serve para renascermos, com uma nova consciência de nós e da existência, aceitando a condição de mortalidade do corpo físico. Toda esta nova consciência faz com que apreciemos o que temos, valorizando o momento presente, aproveitando as oportunidades que a vida nos oferece para experienciar com os nossos sentidos.

O que podemos fazer para conviver e superar o Luto?
  1. ACEITAR: A aceitação é fundamental neste processo de transformação. Em todo processo de cura, a aceitação é o primeiro passo. Quanto mais opomos resistência a algo que nos incomoda ou cria dor, mais sofrimento nos traz e durante um período de tempo mais prolongado.
  2. LIBERTAR-SE DE AUTO-CRÍTICAS: O sentimento de culpa e outros pensamentos negativos que aparecem na mente são apenas estados temporários. Observa-os e deixa-os passar como nuvens. Os teus pensamentos não te definem. O sentimento de culpa é algo que nós criamos. Fazemos o melhor que podemos fazer a cada momento e temos que assumir a nossa responsabilidade.
  3. DESAPEGAR-SE: Aprender a soltar. Deixar ir não significa que não tem importância, mas simplesmente que tomámos consciência que nada físico, material, é para sempre, nem pertence a ninguém. Como dizia Osho “Amar não é Possessão. Amar é Apreciação”.
  4. TOMAR TEMPO: Como dizem “O tempo cura tudo”. Numa sociedade marcada por ritmos acelerados e intolerância à paciência, impõe-se como necessário encontrar momentos para parar e estar com a própria dor, senti-la. Só quando aprendemos a estar com a dor e as emoções que se originam a partir dela, conseguimos digeri-la e superá-la.
  5. CONECTAR COM A NATUREZA: Passeios numa floresta, praia, montanha, campo faz-nos conhecer melhor as próprias leis da Natureza e ajudam a compreender mais profundamente a nossa natureza e a viver em paz e em harmonia com ela.
  6. SENTIR O VAZIO: A sensação de perda está associada a um vazio dentro de nós, sentimos desorientação, tentamos procurar a lógica detrás do que aconteceu e possíveis respostas. Nada melhor como silenciar a mente e estar presente no vazio interior. É um vazio “cósmico, existencial”, um espaço sem tempo.
  7. FAZER O QUE AMAS: Numa fase de transformação como a do Luto, pela qual passamos pelo sofrimento, é imprescindível dedicarmos às atividades que nos nutrem a alma. Na situação de desorientação, que o sentimento de perda nos traz, fazer o que nos preenche o coração, ajuda-nos a curar, a apreciar os momentos e as pequenas coisas da vida que realmente importam e a reencontrar a alegria de viver.
 
É assim como finalmente renascemos como pessoas renovadas, mais fortes, mais sábias e preparadas para aceitar novos desafios! 
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ANITA D’AMBROSIO
HEALTH COACH HOLÍSTICA E MEMBRO DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA NATURAL
www.anitadambrosio.com
anita@anitadambrosio.com

​in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2020
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