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      • Aceito-te como és… mas…
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      • Queres uma relação estável mas foges a sete pés?
      • Cada um tem de mim exatamente aquilo que Sou…
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      • A Voz da Consciência…
      • Sopra para longe o que te aperta o coração...
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      • Como nos podemos sentir mais fortes e em Paz?
      • Culpa! Culpa! Culpa! Ahhhhhhhhhhh!
      • O que queres Hoje?
      • A importância dos Amigos e da Amizade…
      • Já sentiste solidão? (e sufoco?)
      • E que tal sermos honestos?
      • Tentei sair da zona de conforto! Sabes o que aconteceu?
      • Queremos alguém compatível ou alguém “forçado”?
      • Quanto mais corres menos me apanhas? A fila Anda...
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      • Os homens são todos uns......!!!
      • Haja paciência para te encontrar!
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O Caminho para Confiar

1/5/2022

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Confiar ou ter fé é um ato que parte de um estado interno de relaxamento e de entrega. É acreditar que o Universo vai zelar para que tudo corra sempre bem no final. Abrir o coração é necessário para essa jornada de desapego... Por Martine Rato

in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2022

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Confiar ou ter fé é um ato que parte de um estado interno de relaxamento e de entrega.

É acreditar que o Universo vai zelar para que tudo corra bem no final e por conseguinte é uma postura que impacta várias áreas da nossa vida.

Muitos provérbios reforçam até esse sentimento de confiança, como aquele que tanto ouvimos, afirmando que depois da tempestade o sol volta sempre a brilhar.
 
Confiar requer que dentro de nós tenhamos fé, acreditando, que nada nem ninguém nos vai ou pode ferir.

O problema é que temos, geralmente, uma ferida que nos relembra o que pode acontecer se relaxarmos e se confiarmos.

Na verdade, todas estes “medos” existem porque existem memórias de dor, desilusões, que nos fazem ficar presos a lembranças e nos fazem ter dificuldade de olhar em frente. O medo de que tudo volte a acontecer da mesma forma…
 
Quando nos libertamos da emoção do medo, quando alteramos as nossas perceções do passado onde nos sentimos inseguros, permitimo-nos viver com mais confiança na vida. Assim o fazem os “bem-aventurados” que não pensam muito nessa possibilidade de sofrimento. Que fazem as coisas sem pôr em causa, que vivem sem medo, com a certeza de saber que depois dos momentos felizes virão muitos outros...
 
Será que a lei da atração e a energia que de nós emana determinam essas experiências? Como se o Universo sentisse o nosso medo tal como um cão sente a apreensão nas pessoas?

O importante é saber como alcançar essa serenidade, como chegar a esse ponto de quietude. E evitar um julgamento prévio, um prevalecer do ego, que nos limita e cria um primeiro obstáculo, dizendo que já sabia, validando a crença de “não confiar” …
 
Como lá chegar?
 
É fundamental um olhar atento para as nossas próprias reações, para os nossos desconfortos. Tal, vai-nos explicar exatamente onde estão as nossas dores e feridas a curar.

Se passamos pela vida sem essa sensibilidade, sem este novo olhar, então vivemos em modo automático. Sem nenhuma ambição de evolução. E dificilmente chegaremos a um estado em que controlamos o que se passa connosco, o nosso comportamento e as nossas relações com os outros.

No entanto, se queremos atravessar a existência com um propósito de progresso e impacto positivo, tudo pode ser diferente, pois o estado de consciência amplia-se.
​
É essa consciência essencial que nos leva a esse ponto de cura e ao ponto de quietude final, de fé em nós, nos outros e na vida.
 
Quando desenvolvemos esta consciência, libertamo-nos da sensação de controlo do outro, da vida, deixamos de lado as expetativas, a responsabilidade do outro suprir as nossas necessidades, aceitamos o passado, perdoamos o outro e a nós mesmos, e aceitamos o que está no nosso caminho. Esta é a consciência do desapego. Deixar ir o que não faz parte, o que não controlo, o que não preciso mais, para que seja possível confiar na vida e em tudo aquilo que eu preciso para o meu crescimento.
 
O importante é o caminho que se vai fazendo. Passo após passo.
O importante é a amorosidade do olhar sobre nós.
O importante, é a compaixão e a compreensão de que somos um ser em construção e que os outros ao nosso lado também o são.
O importante, é acreditar, em mim, no outro, e na consciência que temos.
O importante, é CONFIAR.
 
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MARTINE RATO
HIPNOTERAPEUTA
Instagram: @martine.rato

​in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Conflito

1/4/2022

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Os conflitos fazem parte da natureza do ser humano, de acordo com o dicionário Aulete, o conceito de conflito é “oposição de ideias, sentimentos ou interesses”, estes podem ser de personalidade ou valores, muitas vezes podem estar ligados a confrontos.
​Por Ana Paula Rodrigues

​
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2022

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

As situações de conflito nem sempre são prejudiciais, quando geridos de forma correta, um conflito pode ser uma força propulsora de mudanças positivas, ou seja, nem sempre os conflitos são negativos, podem até ser construtivos, porque abrem podem surgir a novas ideias e perspetivas e criar oportunidades para procurar soluções novas e únicas para os desafios, sendo o conflito é o choque entre forças contrárias ou opiniões divergentes, há conflitos, mas também grandes oportunidades de mudança.

Em todos conflitos há pessoas envolvidas e onde há pessoas, há emoções.

Tipos de conflitos:

PESSOAIS
Este tipo de conflito surge dos próprios pensamentos, emoções, ideias e valores. É uma luta interna e envolve o próprio indivíduo, pode ocorrer quando estamos em conflito entre o que “queremos fazer” e o que “devemos fazer” e podem surgir todos os dias, aprender a gerir estes conflitos ajuda a desenvolver o pensamento crítico e a capacidade de tomada decisão. Como gerir estes conflitos?

Avalie como este afeta os seus valores fundamentais e o que é importante para a sua vida nesse momento. Considere apenas soluções que se alinhem com as suas crenças e motivações.
Siga os seus valores.

Escreva: Reveja os prós e os contras relacionados com o seu conflito e antecipe os resultados das várias decisões que poderá tomar. Fixe um prazo para assegurar que o conflito seja resolvido rapidamente.

Seja gentil consigo mesmo – perdoe-se, não se coloque sob pressão, descanse um pouco. O ritmo e a firmeza ganham uma corrida!

Celebre todas as suas vitórias – aprecie todas as suas vitórias, incluindo as mais pequenas. Vai ajudá-lo a perceber que a sua vida não tem sido apenas uma série conflitos e necessidades. Isso vai dar-lhe esperança quando passar por outros momentos difíceis.

INTERPESSOAL - Este conflito entre duas ou mais pessoas. Pode resultar do choque de personalidades ou perspetivas diferentes sobre como atingir objetivos.

INTRAGRUPAL - Este nível de conflito ocorre entre membros de uma única equipa quando há várias pessoas com opiniões, antecedentes e experiências diferentes a trabalhar para um objetivo comum.

INTERGRUPAL - Este nível de conflito ocorre entre diferentes equipas dentro de uma organização maior ou entre aqueles que não têm os mesmos objetivos comuns.
 
COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Face à crescente importância das competências transversais que ajudam a diferenciar um estilo de liderança inclusivo, há que considerar a capacidade de identificar os conflitos para os gerir com sucesso, deverá estar disponível para:
  1. Agendar uma hora e local apropriados para reunir – Pedir a todos os envolvidos que reservem tempo para resolver o conflito. Encontre um lugar calmo e confortável onde possa falar abertamente sem interrupções;
  2. Permanecer calmo e ser objetivo – Manter a calma durante toda a reunião e concentrar-se em resultados tangíveis. Discutir os detalhes específicos de um conflito para que possam ser abordados abertamente; sem julgamentos pessoais, seja objetivo.
  3. Usar escuta ativa e empatia – Considere parafrasear a perspetiva da outra parte para mostrar compreensão quanto às suas preocupações e necessidades. Se estamos a mediar o conflito, este passo pode ajudara compreender o conflito;
  4. Celebrar o progresso e os sucessos – Reconhecer os esforços dos membros da equipa para mudar o comportamento ou a estratégia. Quando a equipa atingir objetivos, reconheça essas vitórias e celebre-as!
 
Conflitos, desafios, sonhos e conquistas fazem parte do nosso percurso de vida, como seres humanos, tanto a nível pessoal, sociais e profissionais, para compreender este caminho Maslow desenvolveu uma teoria e representou-a num esquema, bastante simples. 
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Abraham Maslow nasceu no Brooklyn, nos Estados Unidos. Licenciou-se em Direito no City College of New York (CCNY), mas interessou-se pela psicologia, curso que faria mais tarde na Universidade de Wisconsin, onde também fez mestrado e doutoramento. Estudou diversas correntes da psicologia como a psicanálise, Gestalt e humanista. Trabalhou em pesquisas sobre sexualidade humana com o psicólogo E. L. Thorndike na Universidade de Columbia. Também coordenou o curso de psicologia em Brandeis.


A hierarquia de necessidades (desejos) de Maslow baseia-se na ideia de que cada ser humano esforça-se muito para satisfazer as suas necessidades pessoais e profissionais, organizadas numa divisão hierárquica em que as necessidades de nível mais baixo devem estar satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto.

Segundo esta teoria, cada indivíduo tende a realizar uma “subida” hierárquica suprimindo as suas necessidades para atingir a sua autorrealização, como definiu, nas cinco necessidades do ser humano, dispostas numa pirâmide.

Esta teoria ajuda-nos a compreender o nível onde se encontra, e o que realmente é importante para aquela pessoa, nos momentos de conflito.

Necessidades podem ser geradoras de conflitos: (quando são negadas ou não estão a ser reconhecidas, ou supridas)

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS - São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc. No trabalho: necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho etc.

NECESSIDADES DE SEGURANÇA - Sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, etc. No trabalho: emprego estável, assistência à saúde, seguro de vida, remuneração justa, condições seguras de trabalho etc.

NECESSIDADES SOCIAIS -   Manter relações humanas com harmonia: sentir-se parte de um grupo, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas. No trabalho: necessidade de conquistar amizades, manter boas relações, ter superiores gentis etc.

NECESSIDADES DE ESTIMA - Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas próprias capacidades e o reconhecimento dos outros. É a necessidade de sentir- se digno, respeitado, ter reconhecimento, poder, orgulho e autoestima. No trabalho: Responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por todos, promoções ao longo da carreira, feedback etc.

NECESSIDADES DE AUTO REALIZAÇÃO - Crescimento pessoal, realização, utilizar todo o potencial, ser aquilo que se pode ser, fazer o que gosta. Necessidade de contribuição, autonomia, independência e autocontrole. No trabalho: desafios no trabalho, necessidade de influenciar nas decisões, autonomia.

Quando uma etapa está satisfeita ela deixa de ser o elemento motivador do comportamento do ser, fazendo com que a próxima necessidade tenha destaque como motivação. Compreender as necessidades e motivações é fundamental para que compreendamos atitudes e sentimentos – tanto as nossas e como as dos outros – durante um conflito. No entanto, na maioria das vezes, essas necessidades e sentimentos estão ocultos e é preciso utilizar técnicas para trazê-las à tona e caminharmos em conjunto para a resolução dos conflitos.

Deixo-vos com uma pequena história

Certa vez, dois irmãos moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, partilhando ferramentas e cuidando um do outro.

Durante anos percorreram uma estreita e comprida estrada ao longo do rio para, no final de cada dia, poderem desfrutarem da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, amavam-se.

Mas agora tudo estava mudado. O que começara com um pequeno mal-entendido, explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Ao abri-la, viu um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão, que lhe disse:
- Estou à procura de trabalho, talvez tenha um pequeno serviço aqui e ali. Posso ajudá-lo?
- Sim! - disse o fazendeiro. - Claro que tenho trabalho para si!
Vê aquela fazenda além depois do riacho?  - É do meu vizinho, na realidade, meu irmão mais novo. Estamos zangados e cortamos relações e não consigo suportá-lo.
Consegue ver aquela pilha de madeira perto do celeiro? - Quero que me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise de voltar a vê-lo.
- Acho que entendo a situação, respondeu o carpinteiro… mostre-me onde estão o martelo e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.
Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia.
Já anoitecia quando terminou a sua obra, entretanto o fazendeiro voltava da cidade. Os seus olhos não podiam acreditar no que viam! Não havia nenhuma cerca!
No seu lugar estava uma ponte que ligava um lado ao outro do riacho. Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
- Que falta de Respeito! como foi capaz de construir esta ponte depois tudo que lhe contei!!!
E as surpresas ainda não tinham terminado… Ao erguer os olhos para a ponte mais uma vez, viu o seu irmão na outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram na direção um do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte.
Emocionados, viram o carpinteiro a arrumar as suas ferramentas e a partir.
- Não, espere! - disse o mais velho. Fique connosco mais alguns dias, tenho muitos outros projetos para si.
O carpinteiro respondeu: - Adoraria ficar. Mas, tenho muitas outras pontes para construir!
Na resolução de conflitos, sejam quais forem, construa pontes.
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ANA PAULA RODRIGUES
YBICOACH - SUCCESS CAREER & LIFE STRATEGY COACH
www.ybicoach.pt
info@ybicoach.pt

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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Valorizar o Associativismo

1/3/2022

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Uma reflexão sobre a ideia do associativismo, como forma de mobilizar indivíduos, que em conjunto possam criar propósitos e lutar pelos interesses de um determinado grupo. A construção de uma Associação de Psicólogos em Portugal, que se beneficia da força do coletivo e utiliza o associativismo como ferramenta para a valorização da profissão, também é tema deste artigo.
Por Carolina Fermino da Silva


in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2022

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Quando pensamos em associativismo logo conectamos com a ideia de organizar / criar uma associação ou tornar-se um associado. O associativismo diz respeito a um fenómeno grupal; uma prática social de construir / organizar associações. É uma forma de mobilizar indivíduos e acreditar que em conjunto é possível criar propósitos e lutar pelos interesses de um determinado grupo.

Este conceito remete-nos a pensar em união, partilha, objetivos comuns, somar, co-construir relações. A psicologia relacional sistémica, como abordagem teórica e prática, despertou em mim o interesse pelos diferentes sistemas de relações humanas e os fenómenos grupais.

Viver em sociedade implica transitar por diferentes grupos relacionais. Permito-me descrever um pouco da minha experiência como profissional imigrante em Portugal, para ilustrar a importância dos grupos (com propósitos definidos) como força / impulso para a valorização da profissão.

Atualmente considero-me inserida no grupo dos imigrantes em Portugal, dos profissionais psicólogos, dos trabalhadores independentes, entre outros. Esta trajetória teve início em 2017, quando passei a residir em Portugal. Vim acompanhada de alguns sonhos, expectativas, curiosidade, além do medo e receio do que iria encontrar pela frente. Nos primeiros anos foi necessária muita resiliência, força de vontade e persistência para alcançar os objetivos traçados.

A participação num grupo virtual de psicólogos imigrantes foi fundamental na adaptação a uma nova realidade. O grupo tornou-se um espaço de partilha, ajuda mútua e força para seguir adiante.

Nas reuniões discutia-se de que maneira podíamos ampliar o trabalho do psicólogo em Portugal, considerando o baixo índice de empregabilidade da categoria e a necessidade de acesso da população aos serviços prestados pelos psicólogos. E aqui aparece a ideia dos movimentos de grupo que são impulsionados por demandas desta natureza.

Seguindo com as trocas no grupo de psicólogos, surge a possibilidade de se criar uma associação com o objetivo de ajudar os colegas imigrantes, neste caso, brasileiros, que ainda não tinham a inscrição na ordem e também pensar em serviços como atendimento social, grupos terapêuticos, acolhimento dos imigrantes, workshops, entre outras atividades, através de uma associação legalizada.

Após um ano de reuniões, conseguimos um grupo de quinze pessoas dispostas a formar e assumir cargos na nossa futura associação. Em seguida elaboramos o estatuto, o regulamento interno e demais documentos necessários para o registo formal.

Com tudo preparado, realizamos a tomada de posse dos membros em setembro de 2021 e concretizamos o registo legal. A associação foi criada e recebeu o nome de Associação de Psicólogos Brasileiros em Portugal.

Enfrentamos uma pandemia e outros desafios juntos, sem perder o foco no nosso objetivo principal: se beneficiar da força do coletivo para criar rede de apoio a todos os que precisam. Esta filosofia sempre esteve pautada na ética, no profissionalismo, na igualdade de direitos e na resiliência.

E assim seguimos fortes para comprovar que o associativismo pode ser uma ferramenta para a valorização da profissão.  
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CAROLINA FERMINO DA SILVA
PSICÓLOGA CLÍNICA
carolfermino@yahoo.com.br

​in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

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O Que Mais Importa na Vida

1/2/2022

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Aquilo que expande e aquece o coração, são reconhecidamente os aspectos centrais na forma de vida de cada pessoa, o que necessita ter ao seu redor para prosperar. A Justiça pode bem ser aquilo que semeamos e queremos colher de volta. Por Cândida Rato

in REVISTA PROGREDIR |FEVEREIRO 2022

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Vive-se atualmente na história do planeta e da humanidade uma mudança marcante de era, de década, de século, de ano, que convidam a novas posturas e ações, a reanimar princípios e valores.

A responsabilidade e experiência de estar aqui e agora é de uma oportunidade única de contribuir para que esta mudança tenha um cunho pessoal e colectivo, como cocriadores: em que a cada pessoa e a própria humanidade, se revejam. Acompanhar esta mudança é simplesmente estar vivo e viva, agora. E ao existir, cada pessoa é única… e possui um sentido de justiça próprio.

Pelas vivências e sensibilidade individual, há um conjunto de crenças, valores, princípios e perspectivas que se desenvolvem, no respectivo contexto cultural, familiar, social, … Que guiam, conduzem, aquilo que é manifesto e expresso - o que penso, digo, sinto ou faço - e influenciam desde dentro e na rede de interacções, que reverberam bem mais além do que possa parecer.

A responsabilidade da justiça recai sobre quem? Quem a aplica, garante, gere?

A justiça é primeiramente algo que parte do discernimento e escolha individual uma vez que aí tudo tem a sua energia e início. No contexto colectivo, o que é justo, recto, seguro, desejado, aquilo em que se acredita, deseja e quer manifestar, cabe a cada um expressar. Existe um ajuste e regular colectivo também, uma vez que há uma consciência e cultura colectivas onde estamos inseridos que acolhe as situações que decorrem, deliberando sobre as mesmas. A diversidade de culturas permite lidar com as situações de formas diversificadas, cujo tempo e experiência mostram os respectivos resultados e a própria história da humanidade está repleta de exemplos. Em pleno séc. XXI o acesso global à informação e inovação pode certamente contribuir para abrir horizontes do sentido atual de justiça, de princípios, seja a nível individual, de comunidade, de um país, abrindo a mente a mais possibilidades. Por definição a justiça é como um valor fundamental e básico dos direitos humanos, construída e co criada em sociedade – a soma das individualidades. E isso permite mais opções de escolha que se alinhem com o momento e com quem somos.

A nível legal, na estrutura de justiça da sociedade, as situações novas têm espaço para soluções novas e vão criando a chamada jurisprudência, o caminho de lidar e aprender com essa tipologia de situações, que fica em memória. Existem possibilidades adequadas localmente e outras globalmente.

A Justiça pode bem ser aquilo que semeamos e queremos colher de volta. Se queremos harmonia, respeito, saúde, há que semear e cuidar disso mesmo.

A consciência permite-nos progredir, nas evoluções e revoluções humanas, e a noção de justiça é um mote forte que guia, conduz e delimita a presença de cada ser humano, na forma como se move, age e lida com as situações. Assim, o autoconhecimento é essencial neste percurso e a maior aventura na qual se pode embarcar sem ter ir a algum outro lugar.

Na prática, tomar momentos para colocar as questões:
  • Quais os valores que me movem?
  • Em que situações se manifestaram?
  • Como isso implicou nos acontecimentos e relacionamentos que me envolvem?
  • Onde gostaria de aplicar/ver/viver estes valores com frequência?

Vida e mudança, no sentido dinâmico e evolutivo que ambas implicam, são praticamente sinónimos. Então à medida que se integra, aceita, convive com a mudança inerente, será que mudamos também, nestes aspectos? Daí este exercício ser um medidor que permita actualizar-nos da ideia de nós mesmos!

Há justiça quando assumimos, como forma de estar, o respeito pela vida individual, colectiva e do planeta. Trata-se de reciprocidade.

É na interação que a vida se suporta, manifesta, nutre e progride. Uma orquestra só o é pois cada elemento conhece o seu papel, prática dedicada e frequentemente a sua arte, gera e cria desde o seu lugar a sua vibração, presença, ritmo, únicos, que compõem o conjunto final. Espera-se, que o seja em harmonia: a harmonia de cada participante conhecer o seu potencial, praticar consistentemente, partilhar aquilo que produz, trazer o seu som/voz.

A qualidade da justiça, é como um fio de prumo na consciência, na retidão no caminho que é indicado desde dentro e reverbera e se espelha ao redor, na sociedade e comunidades onde cada pessoa está inserida. Os valores assim como as crenças são muito poderosos energética e materialmente pois manifestam-se.

O segredo de vibrar no melhor de cada pessoa, é entender quais são as crenças e princípios expansivos ou contrativos, no percurso de autoconhecimento e prosperidade, individual e global. A justiça é algo que nasce dentro e se manifesta fora, se cria em conjunto e pode ela própria ter as características daquilo que escolhemos viver.
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CÂNDIDA RATO
ENGENHEIRA DO SER, MENTORA FEMININO CONSCIENTE - PROGRAMA A PRIORIDADE ÉS TU, FACILITADORA CÍRCULOS WAY OF COUNCIL
www.femininoconsciente.pt
eu@femininoconsciente.pt

in REVISTA PROGREDIR |FEVEREIRO 2022
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O Poder da Responsabilidade Consciente

1/1/2022

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Quanto maior for a nossa presença de espírito em cada processo de tomada de decisão, maior será a nossa responsabilidade por manifestar a vida que nos faz bem.
​Por Carina Serra


in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2022

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Desde tenra idade, somos ensinados para o senso de responsabilidade, no sentido em que somos responsáveis pela ações que empreendemos ao longo da nossa vida, independentemente de estas terem sido ou não intencionada por si ou por terceiros. Poderemos desta forma inferir que poucos terão consciência do quão importante é sermos responsáveis não só pelas nossas ações mas também pelo poder das nossas intenções, por darmos forma, materializarmos aquilo que move o nosso coração, o nosso espírito, em detrimento de manifestos condicionalismos externos de quem inconscientemente, delega fora o poder e a responsabilidade de algo tão importante como é o de comandar a nossa vida que deve vir de dentro de nós, da nossa essência, da nossa consciência ativa e presente.

Facilmente, tendemos a esquecermos ou nem chegamos a realizar em nós que, e com a ajuda das demandas frenéticas do nosso quotidiano, accionamos o “piloto automático” e Voilá... Perdemo-nos nesses automatismos que nos ausentam da consciência de quem efetivamente deu voz de comando sobre o rumo a tomar e que, não sendo esse assumidamente nosso, pode desviar-nos da nossa verdade interior. Desta forma, torna-se claro que todo este processo tende a induzir-nos em erro, no sentido em que por conta desses automatismos, que servem o propósito biológico de poupar os nossos processos mentais, de um maior investimento energético, que poderá em alguns casos causar desconforto interno, como é o caso dos processos reflexivos e quem exigem uma tomada de decisão ativa, é desencadeado um leque de experiências indesejáveis e que são frutos de escolhas desprovidas de uma responsabilidade pessoal consciencializada.

Pé ante pé, vamos nos desviando do caminho apontado pela nossa bússola interior, reduzindo a intensidade do nosso impulso vital que permite que, tudo o que vivemos e experienciamos esteja munido de significado. O livro da nossa vida é preenchido por uma sucessão de acontecimentos que se articulam entre si, de forma complexa e muitas vezes imprevisível aos nossos olhos e se isso por si só, constitui um desafio, a experiência dessa imprevisibilidade que exige de nós uma maior capacidade de resposta e de adaptabilidade, que nos iniba de um prejuízo anímico dos recursos internos que nos dão estrutura e que, nos ajudam a transcender e a integrar de uma forma profícua todas as nossas experiências, que preço iremos então pagar por vivermos as consequências das ações desprovidas de uma intenção responsável e elaboração consciente? Basta olharmos à nossa volta para percebermos que, mais cedo ou mais tarde, esse preço será demasiado caro já, não há nada que pague a liberdade de podermos ser responsáveis pelas nossas próprias escolhas, nem mesmo quando estas possam estar em rota de colisão com expectativas alheias de quem nos ama e acredita saber, mais do que nós, o que é melhor para nós mesmos. Cada um sabe de si e isso já representa, por si um verdadeiro desafio que nos deixa pano para mangas.

Diz-se que a vida (tal como a conhecemos agora) é um sopro, mais ou menos fugaz. Perante isso, é fundamental que possamos ganhar, tão cedo quanto nos é possível, esse olhar consciente e desperto de quem não deseja passar dormente ou adormecido de onde se torna mero espetador, evadido de uma responsabilidade ativa que deve pautar a história da sua vida.  E como deixamos essa passividade existencial para trás? Ganhando consciência disso mesmo? Vivendo cada dia que nos é oferecido com a intenção clara de sabermos reconhecer a importância de estarmos atentos, conscientes do que nos é proposto a cada momento, para que possamos realizar as nossas escolhas, assumir os nossos compromissos que são responsáveis pelo nosso bem-estar, sucesso, equilíbrio ou o que quer que desejemos manifestar na nossa realidade. Só assim conseguiremos perceber o quão poderosos somos no processo de cocriar a vida que melhor reflete a nossa individualidade e unicidade, contribuindo para que o mundo possa receber e aceitar o melhor que temos para oferecer-lhe, sem, contudo esquecer que quanto maior for o nosso poder de realização pessoal, maior também será a nossa responsabilidade nesse processo de realização. Se nos abstivermos desse nosso poder e delegarmos ao Outro, estaremos em certa medida a abstermo-nos da responsabilidade de vivermos a Vida que desejamos, para vivermos uma que não nos serve, que não nos preenche .

O Outro só nos define e condiciona, a nós, ao nosso mundo e à nossa vida, na medida em que o permitirmos. O resto é paisagem, ou quem sabe, vitimização de quem se descarta das suas responsabilidades.

Assim sendo, que possamos seguir em frente com toda a clareza de espírito e a convicção de que, somos o artista que pinta a tela da sua própria vida, por isso mesmo, não deveremos entregar a mais ninguém, o pincel que nos é devido e que é detentor do nosso poder criador.
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CARINA SERRA
PSICÓLOGA HOLÍSTICA
www.apsicologaholistica.pt
carinaserra.psicologa@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2022
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O Equilíbrio na dança da Dualidade:É possível?

1/12/2021

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Num universo onde tudo se rege por forças opostas, como podemos viver em equilíbrio, sem estarmos constantemente sujeitos a este jogo externo que, muitas vezes, nos desvia de nós próprios?
Por Martine Rato


in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021

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Tudo se rege no Universo por forças aparentemente polarizadas. Na verdade, essas forças opostas são idênticas na sua natureza, apenas diferem no que refere à intensidade. São extremos numa mesma escala. Elas dançam e complementam-se constantemente e existem dentro e fora de nós, no micro e no macrocosmos.

Encontramos a dualidade no próprio núcleo da matéria, o átomo que é formado por protões e eletrões.
 
Toda a ordem no Universo reflete o equilíbrio de forças opostas.
 
A nossa primeira experiência neste planeta, como ser encarnado, é a noção do “Eu” e não “Eu”. Um ser pequeno e indefeso, mas com uma clara noção dessa dualidade.
 
Tudo será experienciado através dela, permitindo-nos formar a perceção do que nos rodeia e construirmos a nossa personalidade.
 
Apreciamos tudo por contraste: o frio e o quente, como quando nascemos e nos encontramos fora do ventre materno; o agradável e o desagradável, o salgado e o doce e assim por diante… E será assim, uma sucessão de sensações e emoções constantes, atordoantes e profundas ao longo desta nossa aventura.
 
Existe um contraste que nos sensibiliza mais do que todos os outros: o prazer e o sofrimento. Porquê? Porque, fora os casos de desvios psicológicos que levam à apreciação do sofrimento, todos nós procuramos o prazer, ou, na verdade, o evitar do sofrimento. Isto constitui, na realidade, o âmago das nossas ações.
 
É um contraste experienciado não só pelo ser humano, mas por todos os seres vivos sencientes.
 
Para nós humanos, dotados de uma consciência aparentemente mais desenvolvida, o alcançar desse estado evolutivo, de não sofrimento, só poderá acontecer quando encontrarmos dentro de nós a capacidade de não nos identificarmos com todas essas forças e de não estarmos sujeitos às circunstâncias que nos rodeiam: um estado de equilíbrio interno. Caso contrário, iremos deambular por esta existência, tal como uma pluma que rodopia ao sabor do vento, e cair facilmente nos meandros do sofrimento.
 
Um mestre Zen dizia que a vida é como um rio, com uma forte corrente, que o homem tem de atravessar. Ora esse equilíbrio interno é como se fosse uma ponte que nos permitisse passar por cima desse rio, apreciando tudo, mas sem cair ou nas suas águas, ou ser levado pelas correntes.

Chamado caminho do meio por alguns sábios, esse ponto elevado permite-nos olhar para o que nos rodeia sem perder o controlo de si próprio, sem, como vulgarmente se diz, “perder a cabeça”.
 
Essa harmonização de opostos também é referida como a lei de neutralização no livro filosófico Caibalion. Refere-se à capacidade de sair do movimento constante dessas forças, sem deixar de sermos sensíveis e agir conforme a nossa Verdade.
 
Um ponto de equilíbrio estabelecido fora do pequeno ego cheio de caprichos e contradições que é formado de experiências ilusórias e pequenas. Essa harmonia interna é baseada num ponto mais alto permitindo ter um olhar mais amplo, a partir do nosso Self, também conhecido como o nosso Eu Espiritual ou Eu Superior. É a partir desse lugar que emanam valores de fraternidade e princípios amorosos.
 
Podemos chamar-lhe a Verdade, que em nada se identifica com a verdade do pequeno ego.
 
Em Kundalini Yôga repete-se o mantra “Sat Nam”. Ele relembra-nos que a Verdade é a nossa Identidade. A que advém da consciência espiritual, conectada a algo ilimitado e poderoso e que traz essa Verdade maior. Uma lembrança da Unidade da qual fazemos parte.
 
Só a partir desse estado de consciência seremos capazes de impactar no mundo e trabalhar para causas maiores que farão realmente a diferença.
 
É no nosso interior que resgatamos atributos mais nobres que nos trazem a capacidade de permanecermos centrados e em nós.
 
Uma conexão com a nossa parte espiritual.
 
Mas será que o homem de hoje, nesta sociedade materialista e cartesiana, se conecta ao seu lado espiritual? Ou apenas o lado material é relevante?
Este balanço é importante. É, na verdade fundamental, pois sem ele nunca seremos capazes de alcançar a alquimia de reunir os opostos e de harmonizá-los.
 
Viver nos extremos leva à destruição do Ser ou ao seu adoecimento.
 
O tempo que despendemos no nosso dia a dia deve ser doseado com medida e peso. A nossa natureza espiritual deve ser abraçada e não negada para podermos viver plenamente e com leveza.
 
Com a evolução da ciência verificou-se que a nossa realidade é moldada por nós. Desta forma, é em nós que devemos resolver os conflitos e os desequilíbrios para encontrarmos harmonia e beleza no exterior. Só assim, a humanidade poderá caminhar para a sua evolução e sair das repetições dos ciclos de sofrimento.
 
O Amor, que tanto procuramos nas ações dos homens, só poderá verdadeiramente surgir de alguém que trabalha internamente o seu EU, tal como Gandhi idealizava, ao afirmar que “se queremos ver uma mudança no mundo, teremos de fazê-la primeiro dentro de nós”.
 
Não estar presente somente no exterior, mas também no interior. Este, é o lugar certo de harmonia e da nossa existência!
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MARTINE RATO
HIPNOTERAPEUTA NA AKADEMIA DO SER
Instagram: @martine.rato_hipnoterapeuta

in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2021
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Essência!

1/11/2021

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Todos falamos de Essência, mas será que dedicamos o tempo e presença necessários para Viver respirando, sentindo, experienciando e tomando a Vida em sintonia e coerência com ela?
Por Maria Gorjão Henrique
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in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2021
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Quantos de nós vivemos a falar de Essência como algo externo e que não passa de um conceito filosófico separado do nosso corpo, do nosso sentir e da nossa Alma?

Essência no dicionário significa “o que constitui o ser e a natureza das coisas”.

A minha pergunta é: o que constitui o Ser? O que constitui a natureza das coisas?

A primeira resposta que nasce espontaneamente através do meu coração é: consciência e Amor. Mas sei, que para lá dessa Consciência e desse Amor (que é a proposta de experiência que temos para resgatar aqui na terra) o Universo é MENTAL. Por isso, tudo o que pensamos no plano consciente e, muito mais importante, tudo o que pensamos no plano inconsciente se materializa para aprendermos a lidar com o que é verdadeiramente essencial para a reconciliação e reintegração do nosso SER.

Assim, nasce dentro de mim, um novo conceito de Essência. O Sopro da Vida que anima os nossos corpos e nos faz ter o privilégio de estar vivos, de experienciar a beleza de toda a natureza que também vibra através do mesmo Sopro Divino.

O que aconteceu ao Ser Humano para se perder e viver no seu dia-a-dia totalmente dissociado da gratidão e da conexão que lhe oferece o MILAGRE da VIDA, que lhe ANIMA O CORPO, que lhe proporciona a possibilidade de estar aqui e agora na Terra?

Como é possível respirarmos segundo após segundo esquecendo que a Fonte de tudo o que respiramos tem origem no SOPRO DIVINO?

Somos todos responsáveis pela alienação em que vivemos e que resulta de um corte BRUTAL com a FONTE DA VIDA, com a ESSÊNCIA.

Para termos um corpo precisamos de nos submeter a uma grande queda energética, de forma a conseguir entrar em sintonia com a vibração da matéria. Por isso, escolher ter um corpo físico e ter uma experiência na Terra é um desafio que vai implicar uma grande viagem de descensão e fracionamento.

Assim acontece a perda da consciência ou amnésia cósmica. Dissociamo-nos no nível da aparência física com a FONTE, embora ela permaneça sempre PURA em nós. Ela é interpretada e vivida a partir da dualidade e da polaridade, de forma partida e fracionada em milhares de realidades que alimentam pontos de vistas diferentes uns dos outros. E, assim, o Ser humano cria a sua fonte de dor quando entra em contacto com a realidade e projeta para ela as suas expectativas. Essa dor é muitas vezes empolada por nós quando criamos apego e a transformamos em sofrimento. Nessa altura já não estamos sequer a viver na realidade objetiva, já estamos a viver o nosso “sonho” ou neste caso o nosso “pesadelo”.

Assim, nasce a CRUZ da MATÉRIA. Somos corpos que vivem horizontalmente porque dissociado do SOPRO DIVINO e identificados com a matéria, com o Ter em vez do Ser, com o Fazer em vez do Ser.

Temos em simultâneo a proposta de viver verticalmente, de nos ligarmos ao Céu, para recordar e reaprender a Viver em sintonia e coerência com a Essência, com a nossa natureza divina.

Nós somos a CRUZ.

Na Cruz do nosso corpo, temos no centro o nosso coração, o ponto de interceção onde mora a grande proposta divina desta encarnação. A emanação do Amor, em sabedoria.

A queda na matéria levou-nos a viver num mundo materialista onde perdemos a vivência do eterno.

Deixamos de acreditar nele porque não o vemos, mas vivemos como se fôssemos eternos, com um profundo desrespeito pela Natureza e as suas Leis Divinas. Então a Terra é por nós, usada sem quaisquer escrúpulos e apresentamo-nos como o único animal que não respeita as Leis que nos dão e mantêm a Vida.

O Ser Humano precisa de viver com propósito. O contacto com a essência é um dos grandes caminhos de aprendizagem que todos somos chamados a fazer durante a Vida ou no momento de passagem para o regresso a casa, o regresso à Essência de onde brota a nascente de toda a Vida.

Como viver na dualidade e manter a experiência vivida ao nível do corpo, da unidade e a força da essência?

Sabemos o quanto os momentos de quietude, de silêncio, de oração purificam a nossa mente e nos devolvem à nossa Essência, ao AMOR.

Precisamos de deixar de querer dominar o mundo exterior para aprendermos a dominar o nosso mundo interior, bem como todas as forças e desafios que cocriamos com o único fim de voltar a amar partes de nós que deixamos de Amar no passado. Estes deixaram em nós vazios existenciais que se manifestam sobre a forma de sombra e densidade e que ficam guardados e armazenados no nosso corpo físico — a nossa mente inconsciente.

Precisamos de aprender a nos desidentificar com o exterior e deixar de alimentar a cegueira, a avidez e a repulsa que o mundo material nos convida e nos seduz a querer usufruir a cada momento. São níveis de identificação superficiais que moram nos níveis da aparência física, criados pela nossa mente mais primária, ao qual estamos presos e que nos dissociam da nossa verdadeira natureza divina, da nossa Essência.

A pergunta que lhe faço agora, a si que esta a ler este texto é:
A forma como está a viver é adequada para a sua Alma? Quais são os seus objetivos de Vida? Materiais ou de desenvolvimento espiritual?

Deixo agora um pequeno exercício que poderá proporcionar a experiência de, por momentos, sentir a Essência da Vida.

Exercício prático para sentir a Essência e tomar consciência da sua Natureza Divina:
Experimente por momentos entrar em quietude, em meditação, num lugar de presença em si mesmo.

Procure estar sentado numa posição confortável e respire profundamente 3 vezes até sentir que larga as tenções musculares do seu corpo.

Peça à sua mente para libertar mais e mais todas as tensões dos seus músculos.

Sinta o seu corpo em contacto com a cadeira, sinta o peso de todo o corpo apoiado na cadeira e nos pés bem assentes no chão.

Observe a sua respiração e comece a notar a vibração e a fonte de vida que percorre todo o seu corpo e todo o espaço à sua volta.

Sinta essa fonte de Vida e observe…

Observe e peça à sua mente para observar a sua respiração natural.

Sinta a fonte de Vida percorrer o seu corpo e observe…

Ela anima o seu corpo e toda a natureza Viva que está à sua volta.

Deixe-se ficar nesse lugar sagrado onde a Vida acontece e sinta a alegria de estar Vivo…

Sinta a gratidão da Vida percorrer todo o seu corpo e emanar do seu coração.

Após alguns minutos… permita-se fazer algumas respirações mais profundas para voltar à realidade objetiva.

Faça este exercício durante 21 dias e torne-se um observador ativo e testemunho Vivo da sua própria Vida, voltando à sua verticalidade e aproximando-se da sua Essência.

Bem-haja à Vida!

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MARIA GORJÃO HENRIQUES
PSICÓLOGA, TERAPEUTA, PROFESSORA, FORMADORA E FACILITADORA DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES, CEO E FUNDADORA DO ESPAÇO AMAR, FUNDADORA DO MOVIMENTO DE CONSCIÊNCIA SISTÉMICA EM PORTUGAL, MENTORA E ORGANIZADORA DO I E II CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONSCIÊNCIA SISTÉMICA
www.conscienciasistemica.pt
maria@conscienciasistemica.pt

​in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2021
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Integridade

1/10/2021

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“A chegada deles não perturbou Maíra, que os esperava tranquilamente. Com as palmas das mãos unidas junto ao peito, pronunciou baixinho uma saudação. Eles retribuíram o gesto de cortesia e de respeito na entrada daquele ermo lugar, perdido no nada.” Por Irene Silva

in REVISTA PROGREDIR |OUTUBRO 2021

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 Augusto quase tropeçou no carrinho de mão vermelho que dificultava a passagem. Vociferou uns sons num galego perfeito, mas baixou os olhos de seguida. Ela esboçou um sorriso por ele continuar igual. A experiência levou-o a desviar o olhar ao ver as gotículas de sangue seco numa das pegas,  e reparou na moldura partida segura por um atacador desfiado amarelo fluorescente na entrada em forma de coração. Ela ainda guardava o seu primeiro presente, pensou ele. 
 
 Maíra renunciara a todos os luxos da vida para iniciar uma nova etapa da existência. Ninguém compreendera aquela escolha de despreendimento, que muitos, incrédulos, apelidavam de loucura. Os sulcos profundos no rosto mostravam a passagem dolorosa dos anos. O choro aflitivo que antecedeu a aceitação de uma realidade que não julgara sua, dera lugar à serenidade que apenas a sabedoria do tempo encontra. E a certeza de querer estar ali depois de abdicar do profundo amor que sentira por Augusto. Passados quase cinco décadas, o reencontro entre os dois era (in)esperado. 
 
Augusto organizara aquele encontro de 3 dias para alguns dos seus amigos. Não lhes explicou quem os esperaria. Seria um afastamento da vida apressada e sem tempo que todos viviam na falsa ilusão da felicidade para um recolhimento na procura do sentido da paz interior. Nada preenchia aquele vazio insuportável que arrastava consigo há muito tempo, fingindo viver uma vida rodeada de todos os luxos.   
 
Como parte do retiro, Maíra entregou a cada um deles uma pequena caixa contendo 3 pequenas pedras raras que só existiam naquele lugar. O desafio era um: duplicar o número de pedras durante aqueles dias. Augusto riu. Parecia-lhe demasiado fácil. O dia começaria cedo, às 4h30 da manhã, com as primeiras práticas meditativas. Seguir-se-iam as tarefas diárias dentro de casa e no exterior. E a colheita dos legumes e das frutas para a preparação das refeições. Antes que escurecesse, Maíra mostrou-lhes o chão onde iriam dormir e todos se recolheram.  
 
Sozinho, Augusto não resistiu e espreitou a caixa que continha as pedras. Os seus olhos arregalaram-se ao ver que a sua caixa continha 6 pedras.  Com a testa franzida, os seus lábios curvaram-se num sorriso torto e o corpo relaxou perante uma sensação que já lhe era familiar. Não precisava de fazer mais nada. Mais uma vez, como tantas vezes na sua vida, sentia-se bafejado pela sorte.  A oportunidade para ganhar vantagem sobre os outros, mesmo que isso fosse uma ilusão. Como era característica sua, não contou a ninguém o que lhe sucedera e nos 3 dias seguintes, depois de concluídas todas as tarefas, percorreu lentamente aquele ecossistema à procura do melhor lugar onde descansar, sem se preocupar com a derradeira tarefa que Maíra lhes incutira.  
 
O silêncio absoluto fê-lo adormecer e foram contínuas as imagens de todas as suas vivências passadas. Uma vida construída em falsos alicerces, de ambição desmedida e sem respeito pelos outros. Apenas centrado em si e nos seus interesses. Mas isso já não chegava, sentia um vazio que crescia a cada instante. Sentado debaixo de um carvalho com 300 anos, Augusto limpava o rosto do suor misturado com a vegetação daquele solo molhado. Não precisava mais disfarçar aquele sabor a fel com que viveu grande parte da sua vida. A sensação de náusea perturbou-lhe os sentidos ao sentir novamente o cheiro do corpo de Maíra, como aconteceu em todos os seus encontros de um passado longínquo. Chorou compulsivamente, contorcendo-se numa angústia asfixiante, percebendo finalmente tudo o que ela procurou transmitir-lhe no tempo em que estiveram juntos. Vivera como um impostor e agora tinha a oportunidade de recomeçar, de libertar-se da clausura das aparências.   
 
Foram 3 dias de uma profunda transformação pessoal, feita no seu tempo.   
 
O dia da despedida chegou e os quatro reuniram-se na entrada daquele lugar. Os olhos de Augusto reconheceram aquelas duas gotículas de sangue, que Maíra eternizara e recordou, com as lágrimas a cair pela sua face, o pacto que os dois fizeram naquela tarde de verão à beira rio de que a vida ainda os iria juntar para sempre.     
 
Maíra chegou-se à frente e pediu que mostrassem as pedras que traziam consigo. Orgulhosos, um a um, todos os amigos de Augusto mostraram as 6 pedras que tinham encontrado. Ele era o último. Augusto detestava perder. Os erros do passado não tinham servido de nada. Sempre procurara os atalhos mais fáceis para atingir todos os seus objetivos, o que lhe custara a felicidade. Quando estava prestes a mostrar as 6 pedras que tinha na caixa e mais aquela que tinha encontrado, provando uma vez mais que conseguia mais do que os outros, sentiu um arrepio a percorrer todo o seu corpo e arrependeu-se. Petrificado, num esforço sobre-humano, conseguiu dolorosamente abrir a mão direita e mostrou apenas 1 pedra, a única que tinha conseguido encontrar. Caiu por terra e chorou de alegria, pedindo perdão a Maíra por ter demorado tanto tempo a compreender o que ela tentara ensinar-lhe tantas e tantas vezes no passado. Experimentava agora o que significava ser uma pessoa íntegra. Os amigos ficaram estupefactos com a sua inesperada atitude e Maíra sorriu, olhando-o de forma ternurenta. Valera a pena.”
 
Já alguma vez se deparou com uma situação semelhante à do Augusto?
 
O nosso comportamento é o mesmo perante uma multidão ou quando estamos sozinhos, sem ninguém a observar-nos? Procuramos ganhar vantagem sobre os outros, se tivermos oportunidade para isso?   
 
No tempo desafiante em que vivemos, quantas vezes nos questionamos se as nossas atitudes pessoais e profissionais são dignas de uma pessoa íntegra? Estaremos a viver uma perigosa crise de valores?  Ou os exemplos que nos chegam todos os dias, muitas vezes dos lugares mais inusitados e das circunstâncias mais adversas, mostram que ainda há esperança na humanidade?   
 
Paremos um pouco para refletir sobre o modo como temos vivido as nossas vidas e os valores que têm norteado as escolhas e as decisões que temos tomado.  Bem sabemos que não é fácil no tempo vertiginoso em que vivemos, mas é possível. 
 
Diariamente deparamo-nos com situações de egoísmo, desrespeito, intolerância, extremismo, violência, corrupção e morte,  anti valores que afetam cada vez mais a interação entre as pessoas. Que papel individual assumimos nesta tarefa que é de todos? Meros observadores que se demitem da sua responsabilidade ou participantes ativos e empenhados em contribuir para a mudança efetiva da realidade que partilhamos?  
 
Os valores humanos, que nos chegam primeiro pelo contexto familiar e social em que estamos inseridos, regulam as nossas interações e constituem um sistema de orientação interior que norteia o nosso percurso individual. A integridade é um desses valores fundamentais de vida em sociedade que nos permite permanecer inteiros e firmes na verdade, abraçando quem realmente se é, dando-nos a chave para discernir o caminho a trilhar rumo à profunda paz interior.  
 
Sentimos alegria por fazer a coisa certa, mesmo que isso nos prejudique, ou procuramos continuamente ter vantagem perante os outros, se tivermos oportunidade de o fazer? Honramos quem somos, nesse respeito por nós e pelos outros, muitos deles desconhecidos que cruzam o nosso caminho? Ou o favorecimento pessoal dá-nos permissão para abrir exceções aos valores?  
 
Uma pessoa verdadeiramente íntegra tem ações condizentes com o seu discurso e não se comporta de forma oportunista e egoísta. Inspira confiança nos outros. Somos todos seres vulneráveis, que tendemos muitas vezes a seguir o que a maioria faz, estando continuamente a ser postos à prova perante as influências externas. Manter essa postura vertical, de respeito pela dignidade humana, mesmo quando tudo está a desfavor, é um desafio diário.   
 
A integridade é um dos valores humanos mais importantes, que nos permite construir relacionamentos saudáveis, caracterizados por estabilidade, confiança e durabilidade. Podermos expressar todo o nosso sentir, todas as nossas angústias e tristezas, sem vergonha de sermos humilhados, desvalorizados ou criticados, é possível se assim o quisermos.   
 
Nos contextos profissionais, tantas vezes desprovidos de valores humanos, pautar o comportamento por respeito, honestidade e integridade potencia a produtividade, a criatividade, a motivação e cria relações inspiradoras e harmoniosas entre as pessoas.  
  
Não é difícil identificar uma pessoa íntegra e com um carácter inabalável. São várias as características que nos permitem identificar e reconhecer alguém assim. Agir de acordo com o seu discurso; honrar os seus compromissos; demonstrar empatia e preocupar-se com os outros; comportar-se da mesma forma independentemente da situação financeira da outra pessoa; ser humilde e não usar em benefício próprio o que os outros fazem; pedir desculpa quando se erra; respeitar a dignidade dos outros qualquer que seja a sua circunstância de vida. Partindo daqui podemos refletir profundamente acerca de nós próprios, questionando-nos e repensando as nossas atitudes individuais.   
  
Manter uma conduta caracterizada por retidão, honestidade e irrepreensibilidade, mesmo em circunstâncias adversas e desfavoráveis, assume-se como um compromisso e uma responsabilidade individuais. Que importa preservar num momento da humanidade tão desprovido de valores, tantas vezes assente nas aparências ilusórias. Independentemente do contexto de vida de cada um, todos nós, em cada dia, podemos assumir essa tarefa de sermos inteiros connosco próprios e na interação com os outros. Sem que isso seja apenas uma utopia.
​
IRENE SILVA
PSICÓLOGA CLÍNICA
ireneramossilva@hotmail.com

in REVISTA PROGREDIR |OUTUBRO 2021
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Superar; duas vias, um só caminho

1/9/2021

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Nenhuma infância é só boa. Nenhuma infância é só má. Também é verdade que um mesmo acontecimento pode ser percepcionado por duas pessoas de forma distinta e como tal ter impactos diferentes na vida de cada uma. Por Marlene Bastos.

in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Diferentes sensibilidades podem pesar ou até a capacidade de se refazerem dos acontecimentos pode variar e como tal de ressignificarem a experiência vivida. Mas também é verdade que certas infâncias são particularmente exigentes impondo grandes desafios a pequenos seres desde a mais tenra idade.

Quando os acontecimentos são marcadamente difíceis, seja pela magnitude que assumiram ou pela forma reiterada como se foram repetindo no tempo, é especialmente desafiador superá-los. São muitas as pessoas que se questionam se alguma vez aquilo irá passar, se estão condenadas a viver e sofrer com resquícios daquela realidade ou então vê-la manifestar-se nas suas vidas, nos seus relacionamentos, uma e outra vez à revelia da sua vontade, já que a queriam deixar bem arrumada no passado e não sofrer mais consequências danosas.

Medos que voltam uma e outra vez, atitudes involuntárias, que tomaram vida própria, e afastam pessoas, distanciamento de pessoas ou o evitar de situações para autoproteção… Ou então o movimento pode ser contrário, excessiva socialização, estar sempre em movimento, sempre em ação para em momento algum se confrontar com o próprio desconforto e dor.
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Às vezes a vontade é voltar costas a tudo isto para que deixe de acontecer, fechar esta realidade numa sala a, sete chaves para que dali não possa sair, mas estas coisas só oferecem a possibilidade de cura quando nos dispomos a entrar em contacto com elas. Sim revisitá-las. O caminho não pode ser outro…

Estreitar Conhecimento com a História Pessoal
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Pode levar algum tempo até que aflore a consciência de que é preciso entrar em contacto com aquilo que se passou, por desconfortável, triste ou assustador que seja. Mas esse movimento, que deve ocorrer em tempo próprio, quando a pessoa se sente preparada, é importante. Sempre que estreitamos contacto com a nossa história pessoal, damo-nos oportunidade de nos conhecermos um pouco mais e uma consequência natural do autoconhecimento é a sensação de pacificação – em relação a pessoas ou situações.

Não é um evento. É um processo. A nossa história pessoal é como um novelo que vamos desenrolando e nesse movimento vamos desenlaçando os possíveis nós que surgem. Faz-se com o tempo e o desejável é que se faça também com gentileza e profundo respeito pelo principal protagonista dessa história — que somos nós. Este processo pode ser feito pela própria pessoa que busca ferramentas de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento, ou então pode buscar a ajuda externa de uma coach que a acompanha em todo este processo de descoberta e clareza pessoal.

Desenvolver Trabalho com a Criança Interior

Se aprofundar a história pessoal é importante, é igualmente benéfico o trabalho com a criança interior ou abordagens de self parenting como alguns chamam. Na prática traduz-se num movimento de aproximação à criança que fomos, atentos ao que sentiu e vivenciou. Ter a coragem de compreender o que faltou, o que possa ter experienciado como inadequado, negativo ou até injusto, e procurar devolver-lhe (à criança) essas dimensões em nós (já em idade adulta).

Assim, se a criança não teve atenção, nós dispomo-nos a dar essa atenção a ela (e a nós), se não teve oportunidade de brincar podemos explorar essa dimensão dentro de nós, livre de todo e qualquer julgamento, se faltou afeto é altura de estendermos a mão a ela (e a nós mesmos) na certeza de que somos o seu (e nosso) maior amigo. O movimento é para dentro mas também para fora. O desejável é que se mostre para fora com novas dinâmicas e atitudes espontâneas que emergem (para quem se disponha com compromisso trabalhar este exercício é esse o resultado).

Tal como o trabalho acima descrito com a nossa história pessoal, exige gentileza mas também uma dose extra de paciência. Mas este facto não deve surpreender, pois todo o trabalho com crianças convida à paciência e amorosidade e a sabermos respeitar o seu ritmo. Aliás, é frequente neste trabalho precisarmos de reforçar a confiança da nossa criança interior em nós e isso só se faz com o tempo e ações boas e consistentes. Não há outra forma. Sim vamo-nos relacionar com a nossa criança a partir do nosso próprio exemplo — percebem agora porque muitos chamam esta abordagem de self parenting?

Aos que sintam que há aspetos a superar na sua infância, aconselho este caminho feito de duas vias: por um lado estreitar conhecimento com a sua história pessoal com espírito de curiosidade e munidos de uma boa dose de coragem; por outro, desenvolver trabalho com a vossa criança interior, no tempo e ritmo que ela determinar, dispondo-vos a aprender com ela. Porque lembrem-se ela faz parte de vocês e quando mais unos estiverem com a vossa identidade, e os diversos aspetos da mesma, maior a vossa capacidade de se sentirem felizes.

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 MARLENE BASTOS 
COACH DE RELACIONAMENTOS & AUTOESTIMA
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​in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2021
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Ser corajosamente Feliz

1/8/2021

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Felicidade, companheira incondicional em pequenas partículas nos meios por onde navegamos. Onde a podemos encontrar? Onde a podemos alavancar? Sem comparações, nem definições, porque afinal somos todos merecedores. Por Nuria Sciaccaluga L.  Fernandes

in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2021

(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Quando recebi o convite para escrever sobre a Felicidade confesso que inicialmente tremi por dentro. Tem sempre muito de subjetivo, é companheira incondicional de uma vastidão de definições, conceitos e ideias e muitas vezes enraizada apenas no conceito da posse e usufruto de coisas e/ou desempenho de determinados papéis. Depois refleti, respirei e pensei no último ano e meio, em que todos, de uma forma ou de outra, lidámos tanto com o fim de vida, com a incerteza, com a mudança e com o desconhecido. Foi-nos pedido para desacelerar e a palavra “morte” marcou presença. Fomos obrigados a redefinir-nos, a repensar a forma como vivemos e como nos relacionamos. As estruturas alteraram-se pondo a descoberto a nossa vulnerabilidade e a do próximo. No meio destas águas movimentadas foi necessário confiarmos no nosso centro para voltarmos a emergir com uma outra perspetiva sobre nós, a vida e os outros.

Para continuar, foi necessário encontrarmos as partículas de felicidade no meio do caos, interno e externo, em que navegámos.
 
Com base nas minhas vivências deste período em particular que a nível pessoal se revelou desafiante e intenso, percebi que a felicidade pode surgir de um simples facto: aceitar a vida tal como ela se apresenta. Passar de um lugar de rejeição pela vida tal como ela é, para um lugar em que escolhemos viver, da melhor forma possível, o que a vida nos traz, caminhando em paz com as nossas escolhas e circunstâncias. É nesse lugar minúsculo, em que definimos a forma como cumprimos a vida na sua forma crua e real, que encontramos o caminho para a felicidade. Focando-nos na abundância do que já temos e naquela que é a nossa verdadeira essência, ao invés de nos cingirmos ao que é suposto e esperado de nós e/ou ao que não temos e gostaríamos de ter. Esta lealdade para connosco torna-se urgente e acompanha a noção clara e cada vez mais presente de que o tempo não tem tempo. Eu pessoalmente tenho uma capacidade extraordinária para o daydreaming, para a cobrança do que queria ter feito e não fiz, a frustração de querer fazer e, seja porque motivo, não conseguir. Às vezes são escolhas minhas, falta de organização, de foco, etc. mas às vezes é apenas a vida a acontecer. E é no deixar cair desta ilusão do controlo e perfeccionismo que reside a serenidade de aceitar as coisas como são, alavanca essencial para integrar a felicidade em nós.
 
Por outro lado, percebi o quanto me nutre o amor e cuidado que tenho pelo outro, e vice-versa. A meu ver, as relações humanas são de facto condição para sermos felizes, para nos sentirmos inteiros e parte integrante de um ecossistema que tem tanto de complexo e caótico como de simples e bonito. A essência da partilha e comunidade acrescenta-nos, e é neste balanço do dar e receber com o outro que percebemos que alguém nos importa e que nós importamos a alguém. Somos inspiração uns dos outros e a felicidade anda de mão dada com a escolha daqueles que queremos por perto, nutrindo as relações em que somos vistos, respeitados e aceites.
 
Não posso também deixar de escrever sobre os opostos, acreditando que tudo é dual e que a felicidade está sempre conectada com o seu oposto, a tristeza, por exemplo. Impossível sentir e ser uma coisa, sem sentir e ser a outra. Tudo faz parte e a recusa de algo tão natural conduzirá certamente ao vazio. Acreditar que vivemos sempre num dos extremos desta linha é ilusório e acolher todas as faces que nos compõem afirma-se como uma abertura para a vida plena e inteira.
 
Quase em jeito de conclusão, importa perceber a felicidade como algo simples, natural, que não deve ser comparado com os níveis de felicidade do outro, nem definido, nem pensado. Tendemos a ser muito exigentes nesta matéria, querendo sempre mais e/ou diferente, e achando sempre insuficiente o que temos hoje. Se por um lado esta aspiração à evolução nos faculta o fogo do início e da renovação, importa que sejamos mais brandos connosco e com o nosso processo e encaremos a felicidade com a leveza e ritmo que ela própria representa. É importante sermos meigos e procurar esse equilíbrio na forma como nos tratamos e como comunicamos connosco (e com os outros). Agradecer de onde viemos, quem somos, quem temos à nossa volta e onde estamos. E agir com coragem em direção à mudança, responsabilizando-nos por essa escolha, sempre que sentirmos que o lugar onde estamos não serve a nossa alma.
 
E termino com uma palavra: permissão. Permitam-se ser felizes com o que têm hoje. Não é preciso mais nada porque o instante seguinte não é garantido. Somos todos merecedores, guardiões e facilitadores da felicidade que tanto almejamos. Fechem os olhos e lembrem-se daqueles momentos em que algo vos fez sorrir ou chorar. Sim, a felicidade também faz chorar. Ela tem diversas formas, sons, aromas, sentires e sabores. Permitam-se perceber que o poder e a força de a descobrir está em vocês, no vosso centro, no vosso peito. É o que faz bater mais rápido o vosso coração, e também o que acalma esse pulsar. Lá está, os opostos fechando o ciclo. Sejam corajosamente felizes. 
​
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NURIA SCIACCALUGA L. FERNANDES
CONSTELADORA
Instagram: trocar.de.pele
trocardepele@gmail.com

​in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2021
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