Quem sou Eu afinal
Nos últimos anos interessei-me pelo estudo da mente humana numa tentativa de me conhecer melhor. As aprendizagens começaram pelo Ego, passando por ensinamentos não-dualísticos, neurociência, onde percebi que a nossa realidade subjetiva é isso mesmo, subjetiva.
Outra grande descoberta foi a de que todo o meu condicionamento se instalou sem eu me aperceber, uma acumulação de conhecimento resultante de todas as minhas experiências ao longo dos anos, criando a perceção do Eu, da minha vida. A linguagem também foi parte integrante desse condicionamento forçando a existência de um sujeito em tudo o que dizemos e/ou pensamos. É sempre tudo sobre Mim!
As descobertas eram cada vez mais impressionantes, parece mesmo que criei todas estas ideias, imagens e conceitos acerca de mim próprio. Percebi finalmente que o Eu era uma ilusão, era e é! Sim isso mesmo, uma ilusão! Fiquei com esta sensação por uns dias, meio anestesiado, ainda a digerir toda aquela nova perspetiva sobre mim próprio. Depois a realidade tomou conta e voltei para a história do Eu e da sua vida. Quanto mais eu me focava na natureza desta ilusão, menos sentido fazia a história do Eu e todas as suas narrativas. O conflito instalou-se, um grande conflito. Toda a minha existência a ser questionada assim sem mais nem menos. Um lado a puxar-me para a praticalidade da vida e outro a levar-me bem para dentro de mim, para uma exploração impessoal, à procura da fonte das experiencias sem ter de existir um dono, uma identidade.
Se eu fosse o único ser humano na Terra não havia problema nenhum uma vez que tinha tempo ilimitado para absorver toda esta novidade, mas neste caso sempre que me afastava da ilusão, a minha mulher, os meus pais, os meus amigos, a sociedade, continuavam a querer convencer-me que “Eu” existia. Já tinha ouvido falar de personalidade dupla ou até múltipla, mas isto é algo bem diferente. Personalidades múltiplas significa, que somos várias identidades e alternamos entre elas acreditando em todas as histórias pessoais. O que eu me refiro aqui é de algo parecido com a sensação de estar acordado e de estar a dormir. Sabemos que quando estamos a dormir experienciamos coisas que parecem reais mas que sabemos se tratarem de sonhos. Aqui é o mesmo, mas a diferença é que o sonho vive-se acordado, no sonho existe uma personagem, o Eu, e quando acordamos do sonho, já não está lá, o Eu não existe.
A alternância entre estes dois estados é algo de difícil assimilação, mas que pode ser mantido em suspenso sem ter que haver uma decisão sobre qual é que é verdadeiro. A experiência de estar vivo pode e deve ser explorada de forma a se conhecer o máximo possível sem esquecer da subjetividade daquilo que é criado. À medida que exploro mais sobre este novo Mundo interior, reparo que a Vida simplesmente acontece, não importa a Quem, mas que apenas acontece, e acontece de uma forma muito inteligente.
O “Eu” ora existe ora não existe e nesta dualidade incessante vou encontrando um movimento coerente com a inteligência que me rodeia.
Outra grande descoberta foi a de que todo o meu condicionamento se instalou sem eu me aperceber, uma acumulação de conhecimento resultante de todas as minhas experiências ao longo dos anos, criando a perceção do Eu, da minha vida. A linguagem também foi parte integrante desse condicionamento forçando a existência de um sujeito em tudo o que dizemos e/ou pensamos. É sempre tudo sobre Mim!
As descobertas eram cada vez mais impressionantes, parece mesmo que criei todas estas ideias, imagens e conceitos acerca de mim próprio. Percebi finalmente que o Eu era uma ilusão, era e é! Sim isso mesmo, uma ilusão! Fiquei com esta sensação por uns dias, meio anestesiado, ainda a digerir toda aquela nova perspetiva sobre mim próprio. Depois a realidade tomou conta e voltei para a história do Eu e da sua vida. Quanto mais eu me focava na natureza desta ilusão, menos sentido fazia a história do Eu e todas as suas narrativas. O conflito instalou-se, um grande conflito. Toda a minha existência a ser questionada assim sem mais nem menos. Um lado a puxar-me para a praticalidade da vida e outro a levar-me bem para dentro de mim, para uma exploração impessoal, à procura da fonte das experiencias sem ter de existir um dono, uma identidade.
Se eu fosse o único ser humano na Terra não havia problema nenhum uma vez que tinha tempo ilimitado para absorver toda esta novidade, mas neste caso sempre que me afastava da ilusão, a minha mulher, os meus pais, os meus amigos, a sociedade, continuavam a querer convencer-me que “Eu” existia. Já tinha ouvido falar de personalidade dupla ou até múltipla, mas isto é algo bem diferente. Personalidades múltiplas significa, que somos várias identidades e alternamos entre elas acreditando em todas as histórias pessoais. O que eu me refiro aqui é de algo parecido com a sensação de estar acordado e de estar a dormir. Sabemos que quando estamos a dormir experienciamos coisas que parecem reais mas que sabemos se tratarem de sonhos. Aqui é o mesmo, mas a diferença é que o sonho vive-se acordado, no sonho existe uma personagem, o Eu, e quando acordamos do sonho, já não está lá, o Eu não existe.
A alternância entre estes dois estados é algo de difícil assimilação, mas que pode ser mantido em suspenso sem ter que haver uma decisão sobre qual é que é verdadeiro. A experiência de estar vivo pode e deve ser explorada de forma a se conhecer o máximo possível sem esquecer da subjetividade daquilo que é criado. À medida que exploro mais sobre este novo Mundo interior, reparo que a Vida simplesmente acontece, não importa a Quem, mas que apenas acontece, e acontece de uma forma muito inteligente.
O “Eu” ora existe ora não existe e nesta dualidade incessante vou encontrando um movimento coerente com a inteligência que me rodeia.