Entrevista a Vera Faria Leal
"Viver manifestando o nosso potencial e os desejos do coração"
Vera Faria Leal formadora na área
do desenvolvimento pessoal, desde 1999 conta aos leitores da Revista Progredir
como a abertura do coração lhe trás a sabedoria da alma.
Progredir: Com raízes em África até às terras do norte de Portugal, fale-nos da sua história?
Vera Faria Leal: Nasci em Luanda e viajei para Portugal em 1972, de onde não mais saí. A minha mãe é Angolana e o meu pai é Transmontano. Conheceram-se devido à guerra colonial, ela era madrinha de guerra dele. De África de onde vim criança, recordo cheiros intensos de frutas, praias de sonho, lagostas a cozer em panelas enormes, pores-do-sol mágicos, trovoadas estarrecedoras, e uma força que ainda não tinha capacidade de compreender, apenas sentir. África para mim é o espirito encarnado, luz na matéria, depois da fisicalidade consagrada, taça do graal que integra corpo e alma, pelo dançar e cantar dos ritmos da terra e da lua e dos instintos. Sou descendente de famílias africanas nobres, que se cruzaram com goeses, e na minha genealogia há escravos e esclavagistas. Daí que em mim, a integração dos paradoxos se faz tão vital como a Vida, se quer tão inteira como a Verdade, se manifeste destilada de tudo o que me habita. África quente casa com a neve agreste das montanhas do norte português, e mais uma vez, sou o casamento entre polaridades, complementares que tecem no meu corpo alma, o bordado do meu Destino.
Progredir: Depois de tantos ofícios como nasce o interesse pela área do desenvolvimento pessoal?
Vera Faria Leal: Sou aquariana típica, buscadora e artesã da vida. Encontro-me caminhando os ciclos que, em cada espiral, nos oferecem novas possibilidades para explorarmos. Jamais me reduziria numa única expressão de quem sou e para viver preciso reconhecer, praticar e manifestar o meu potencial e os desejos do meu coração. Assim, vou seguindo o que me faz sentido, fazendo planos para honrar os meus dons, e recebendo com gratidão os planos que a Vida também tem para mim. Sempre me interessei por espiritualidades e esoterismo. Aos 18 anos já era batizada e/ou iniciada em 4 orientações religiosas diversas. Em 1995, com o início do meu estudo da Astrologia, Taoísmo e com a minha certificação como Facilitadora do Método Louise Hay, abriu-se um mundo extraordinário de conhecimentos/sabedorias, que me revelou um novo caminho vocacional, acendendo a chama no meu Ser. Fiz formação com aqueles que na altura, considerei os melhores do mundo, em Portugal e no estrangeiro. A área do desenvolvimento integral do potencial humano era, decididamente, o meu novo espaço de pesquisa e trabalho. Até hoje, embora já me encontre embarcada em nova aventura…
Progredir: Como abraçou o método Louise Hay
Vera Faria Leal: Em 1997, fruto de uma crise pessoal, um daqueles momentos de morte e renascimento que a vida nos concede como graça, cheguei ao livro da querida Louise: Pode Curar a Sua Vida. Encontrei nele, numa simplicidade sábia, ensinamentos espirituais profundos que tocaram o meu coração e assim despertou o meu interesse pelo trabalho da autora. Daí que em 1999 tenha feito o primeiro curso de Facilitadores do Método Louise Hay na Irlanda. Fui da última turma a receber o Certificado assinado pela própria Louise Hay. Em Novembro de 1999 despedi-me da instituição onde estava para praticar profissionalmente a Astrologia e ser facilitadora deste método de desenvolvimento pessoal. Em 2004 sou convidada pela representante da Louise Hay, para ser a Certificadora de Facilitadores em Portugal e desde 2010 no Brasil. Faço-o com devoção, prazer e deslumbre, face às alquimias que sempre acontecem!
Progredir: Com raízes em África até às terras do norte de Portugal, fale-nos da sua história?
Vera Faria Leal: Nasci em Luanda e viajei para Portugal em 1972, de onde não mais saí. A minha mãe é Angolana e o meu pai é Transmontano. Conheceram-se devido à guerra colonial, ela era madrinha de guerra dele. De África de onde vim criança, recordo cheiros intensos de frutas, praias de sonho, lagostas a cozer em panelas enormes, pores-do-sol mágicos, trovoadas estarrecedoras, e uma força que ainda não tinha capacidade de compreender, apenas sentir. África para mim é o espirito encarnado, luz na matéria, depois da fisicalidade consagrada, taça do graal que integra corpo e alma, pelo dançar e cantar dos ritmos da terra e da lua e dos instintos. Sou descendente de famílias africanas nobres, que se cruzaram com goeses, e na minha genealogia há escravos e esclavagistas. Daí que em mim, a integração dos paradoxos se faz tão vital como a Vida, se quer tão inteira como a Verdade, se manifeste destilada de tudo o que me habita. África quente casa com a neve agreste das montanhas do norte português, e mais uma vez, sou o casamento entre polaridades, complementares que tecem no meu corpo alma, o bordado do meu Destino.
Progredir: Depois de tantos ofícios como nasce o interesse pela área do desenvolvimento pessoal?
Vera Faria Leal: Sou aquariana típica, buscadora e artesã da vida. Encontro-me caminhando os ciclos que, em cada espiral, nos oferecem novas possibilidades para explorarmos. Jamais me reduziria numa única expressão de quem sou e para viver preciso reconhecer, praticar e manifestar o meu potencial e os desejos do meu coração. Assim, vou seguindo o que me faz sentido, fazendo planos para honrar os meus dons, e recebendo com gratidão os planos que a Vida também tem para mim. Sempre me interessei por espiritualidades e esoterismo. Aos 18 anos já era batizada e/ou iniciada em 4 orientações religiosas diversas. Em 1995, com o início do meu estudo da Astrologia, Taoísmo e com a minha certificação como Facilitadora do Método Louise Hay, abriu-se um mundo extraordinário de conhecimentos/sabedorias, que me revelou um novo caminho vocacional, acendendo a chama no meu Ser. Fiz formação com aqueles que na altura, considerei os melhores do mundo, em Portugal e no estrangeiro. A área do desenvolvimento integral do potencial humano era, decididamente, o meu novo espaço de pesquisa e trabalho. Até hoje, embora já me encontre embarcada em nova aventura…
Progredir: Como abraçou o método Louise Hay
Vera Faria Leal: Em 1997, fruto de uma crise pessoal, um daqueles momentos de morte e renascimento que a vida nos concede como graça, cheguei ao livro da querida Louise: Pode Curar a Sua Vida. Encontrei nele, numa simplicidade sábia, ensinamentos espirituais profundos que tocaram o meu coração e assim despertou o meu interesse pelo trabalho da autora. Daí que em 1999 tenha feito o primeiro curso de Facilitadores do Método Louise Hay na Irlanda. Fui da última turma a receber o Certificado assinado pela própria Louise Hay. Em Novembro de 1999 despedi-me da instituição onde estava para praticar profissionalmente a Astrologia e ser facilitadora deste método de desenvolvimento pessoal. Em 2004 sou convidada pela representante da Louise Hay, para ser a Certificadora de Facilitadores em Portugal e desde 2010 no Brasil. Faço-o com devoção, prazer e deslumbre, face às alquimias que sempre acontecem!
Progredir: Fale-nos do seu método pessoal o WISDOM COACHING INTEGRAL®
Vera Faria Leal: O WCI integra uma metodologia de aprendizagem com princípios da neurolinguística (PNL), Psicologia Arquetípica, psicanálise dos mitos e contos de fadas, potenciando as inteligências espiritual e emocional, entre outros ensinamentos. Atingir objetivos é fundamental, sobretudo no contexto de uma vida plena de sentido onde a expansão da consciência e o processo de individuação são os verdadeiros aliados da completude que todos podemos alcançar. É preciso ligar os objetivos a um autoconhecimento mais profundo, para que as nossas escolhas sejam mais sábias e, logo, mais geradoras de felicidade e realização autênticas. O WCI prepara durante nove meses os potenciais Wisdom Life Coaches, e os que querem fazer a viagem apenas para seu desenvolvimento, e estimula-os a viver uma vida enraizada nos seus verdadeiros valores. Esta é a alquimia da transformação que o WCI propõe, visando o crescimento integral do ser. O caminho da evolução é um processo de integração de todo o potencial humano, que envolve a ligação ao centro: a essência do nosso ser, onde o todo da realidade universal habita e que é a fonte do Amor, da paz interior, da plenitude, da graça e da verdadeira liberdade. Este modelo é inspirado na estrutura universal dos cinco elementos (água, terra, fogo, ar e éter ou espírito) para integrar todas as dimensões da vida: corpo-mente-emoções-alma-espírito.
Progredir: Como surge a escrita na sua vida?
Vera Faria Leal: Desde sempre que amo escrever, desde prosa a poesia. É uma das formas em que melhor expresso o sentir da Alma. Escrever é destilar o coração para o papel. É também uma forma de me cumprir, honrando os ensinamentos que me foram passados pelos meus mestres. Em 2000 publico alguns poemas sobre o Amor numa Antologia, POIESIS, e em 2004 edito, com a Pergaminho, o meu primeiro livro: Descubra a Sua Criança Interior. Desde então publiquei mais três livros, um DVD e um Cd.
Progredir: Fundadora em Portugal desde 2004 do movimento espiritual internacional: “Humanity`s Team – Juntos pela Humanidade”, criado nos EUA por Neale Donald Walsch, fale-nos desse projeto?
Vera Faria Leal: A famosa série de livros “Conversas com Deus” deste consagrado autor, motivaram-me a conhecer melhor a sua obra. Em 2003 decido juntar-me ao lançamento deste projeto mundial e viajo para o Oregon, EUA, onde junto com milhares de pessoas de todo o mundo, assisto a um evento espiritual memorável, repleto de grandes pensadores, escritores e ativistas nesta área. Decido ser a representante portuguesa do movimento, em prol dos “direitos civis da Alma”. Viajo com o Neale e as equipas internacionais preparando esta estrutura e dando forma à sua visão. Este projeto, do qual me desvinculei há uns anos, tem várias vertentes, desde a Inteligência emocional/espiritual, na intervenção prática com vários públicos, para a expansão das consciências e a evolução consciente. Há programas para jovens, adultos, crianças; há um trabalho que pretende fomentar novas formas de “ser sociedade”, baseadas em conhecimentos ancestrais, passando pelo estimular de comunidades humanas sustentadas, respeitadoras da mãe terra e da integralidade do ser humano.
Vera Faria Leal: O WCI integra uma metodologia de aprendizagem com princípios da neurolinguística (PNL), Psicologia Arquetípica, psicanálise dos mitos e contos de fadas, potenciando as inteligências espiritual e emocional, entre outros ensinamentos. Atingir objetivos é fundamental, sobretudo no contexto de uma vida plena de sentido onde a expansão da consciência e o processo de individuação são os verdadeiros aliados da completude que todos podemos alcançar. É preciso ligar os objetivos a um autoconhecimento mais profundo, para que as nossas escolhas sejam mais sábias e, logo, mais geradoras de felicidade e realização autênticas. O WCI prepara durante nove meses os potenciais Wisdom Life Coaches, e os que querem fazer a viagem apenas para seu desenvolvimento, e estimula-os a viver uma vida enraizada nos seus verdadeiros valores. Esta é a alquimia da transformação que o WCI propõe, visando o crescimento integral do ser. O caminho da evolução é um processo de integração de todo o potencial humano, que envolve a ligação ao centro: a essência do nosso ser, onde o todo da realidade universal habita e que é a fonte do Amor, da paz interior, da plenitude, da graça e da verdadeira liberdade. Este modelo é inspirado na estrutura universal dos cinco elementos (água, terra, fogo, ar e éter ou espírito) para integrar todas as dimensões da vida: corpo-mente-emoções-alma-espírito.
Progredir: Como surge a escrita na sua vida?
Vera Faria Leal: Desde sempre que amo escrever, desde prosa a poesia. É uma das formas em que melhor expresso o sentir da Alma. Escrever é destilar o coração para o papel. É também uma forma de me cumprir, honrando os ensinamentos que me foram passados pelos meus mestres. Em 2000 publico alguns poemas sobre o Amor numa Antologia, POIESIS, e em 2004 edito, com a Pergaminho, o meu primeiro livro: Descubra a Sua Criança Interior. Desde então publiquei mais três livros, um DVD e um Cd.
Progredir: Fundadora em Portugal desde 2004 do movimento espiritual internacional: “Humanity`s Team – Juntos pela Humanidade”, criado nos EUA por Neale Donald Walsch, fale-nos desse projeto?
Vera Faria Leal: A famosa série de livros “Conversas com Deus” deste consagrado autor, motivaram-me a conhecer melhor a sua obra. Em 2003 decido juntar-me ao lançamento deste projeto mundial e viajo para o Oregon, EUA, onde junto com milhares de pessoas de todo o mundo, assisto a um evento espiritual memorável, repleto de grandes pensadores, escritores e ativistas nesta área. Decido ser a representante portuguesa do movimento, em prol dos “direitos civis da Alma”. Viajo com o Neale e as equipas internacionais preparando esta estrutura e dando forma à sua visão. Este projeto, do qual me desvinculei há uns anos, tem várias vertentes, desde a Inteligência emocional/espiritual, na intervenção prática com vários públicos, para a expansão das consciências e a evolução consciente. Há programas para jovens, adultos, crianças; há um trabalho que pretende fomentar novas formas de “ser sociedade”, baseadas em conhecimentos ancestrais, passando pelo estimular de comunidades humanas sustentadas, respeitadoras da mãe terra e da integralidade do ser humano.
Progredir: O tema deste mês da Revista Progredir é “Ser
Mãe”, como mulher e mãe, à luz do desenvolvimento pessoal como vê este acontecimento
na vida de uma mulher?
Vera Faria Leal: Ter filhos é um imenso privilégio, uma oportunidade ímpar de aprender o Amor. Os meus filhos são a minha maior obra, o maior presente que a Vida me ofereceu. Quanto mais vivo, mais apaixonada por eles fico, se tal é possível; são os melhores espelhos da minha luz e da minha sombra. Este espelhamento, precisa ser tornado consciente, para que à dor que tantas vezes provoca seja dado sentido e possa resultar em expansão de consciência e maturidade. A Vida dá-nos as oportunidades de amarmos sempre e cada vez mais os outros, de os respeitar por quem são, ajudando-os a ser quem nasceram para ser.
Os cursos e as terapias ajudam-nos imenso, e é na prática com os nossos filhos, que a integração dos ensinamentos se testa e valida. A mais que milenar ferida do feminino, em mulheres, homens e cultura, expressa-se naturalmente, na nossa sociedade ainda patriarcal (mas cada vez menos) na forma como somos mães e filhas. Muito trabalho há a fazer para curar a cisão do feminino-masculino, coração-mente, matéria-espirito, que deixou marcas horrendas na história humana. Uma mulher sem poder (como é habitual) tenta manipular os filhos, seja pela agressão, seja pela co dependência (que também é agressiva). Uma mãe inconsciente, tenta projetar a sua vida não vivida para cima deles, oferecendo-lhes um presente envenenado do qual podem nunca se libertar.
Uma mãe ensinada que “deve ser perfeita” mata a vida nos seus filhos, procurando que neles, essa “perfeição” que os impede de sentirem, se expressarem e aprenderem com os erros, é a tirana nazi que os mantem mental e emocionalmente num campo de concentração psíquico.
A melhor mãe é aquela que aceita as suas imperfeições, única forma de honrar a sua condição humana e o melhor caminho para construir o verdadeiro poder, que é interno e que deriva de encontrar a verdade de quem É e afirmá-la corajosamente no mundo. É aquela que procura ser honesta consigo mesma, aceitando-se como é, que nunca desiste de se amar cada vez mais, integrando nesse processo, a sua totalidade. É aquela que é uma expressão viva, ao melhor da sua capacidade, do que é ser fêmea-mulher e divina. É aquela que procura curar as suas feridas, vivendo cada vez mais no presente, abraçando o processo da vida, onde continuamente estamos a chegar a algum lugar, em vez de estar focada no produto, na chegada, que na verdade, não existe. É aquela que se sabe paradoxo vivo e que o honra na sua singularidade e ciclicidade, nos ritmos do seu corpo alma, e se enraíza no seu corpo de mulher, que ama e respeita.
A criança cuja mãe não habita o seu corpo feminino (somos cabeças ambulantes) também não se vai poder ligar à sua matéria-mater-mãe, que é o seu corpo e vai certamente entrar em adições, vícios, compulsões. A mãe, precisa ver-se a si mesma em primeiro lugar, para poder ver e reconhecer o filho; o filho que não é visto, jamais sentirá o amor da Vida na sua plenitude; pode ser, tristemente, um aleijado emocional. Uma mãe curada, em vez de projetar para cima dos filhos o que ela quer que eles sejam – muitas vezes como compensação da sua vida não vivida – diz, através do seu comportamento: ensina-me a ser para ti, aquela que te educa para seres quem nasceste para ser. É aquela é o espelho mais cristalino que puder ser, para que o filho se reflita nela e cresça sendo cada vez mais ele mesmo. Estamos todos neste caminho de Amor. Abençoados sejam os nossos pais e os nossos filhos!
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Vera Faria Leal: Palavras de esperança: que agradeçam diariamente a dádiva da vida; que se lembrem de que tudo passa e nos deixa a sabedoria das aprendizagens conscientizadas e que as qualidades espirituais são forjadas ao desenvolvermos plenamente a nossa condição humana. Que se responsabilizem pelo seu processo de individuação e pela manifestação dos seus dons e talentos. Que saibam que têm em si mesmos todas as respostas e recursos para se realizarem integralmente; que se amem incondicionalmente exatamente como são, e que contribuam, assim, para uma nova ecologia social, onde o respeito pelo ser humano, natureza e toda a vida seja consagrado como forma de partilha nesta nossa amada Mãe Terra!
Vera Faria Leal
www.verafarialeal.com.pt
Vera Faria Leal: Ter filhos é um imenso privilégio, uma oportunidade ímpar de aprender o Amor. Os meus filhos são a minha maior obra, o maior presente que a Vida me ofereceu. Quanto mais vivo, mais apaixonada por eles fico, se tal é possível; são os melhores espelhos da minha luz e da minha sombra. Este espelhamento, precisa ser tornado consciente, para que à dor que tantas vezes provoca seja dado sentido e possa resultar em expansão de consciência e maturidade. A Vida dá-nos as oportunidades de amarmos sempre e cada vez mais os outros, de os respeitar por quem são, ajudando-os a ser quem nasceram para ser.
Os cursos e as terapias ajudam-nos imenso, e é na prática com os nossos filhos, que a integração dos ensinamentos se testa e valida. A mais que milenar ferida do feminino, em mulheres, homens e cultura, expressa-se naturalmente, na nossa sociedade ainda patriarcal (mas cada vez menos) na forma como somos mães e filhas. Muito trabalho há a fazer para curar a cisão do feminino-masculino, coração-mente, matéria-espirito, que deixou marcas horrendas na história humana. Uma mulher sem poder (como é habitual) tenta manipular os filhos, seja pela agressão, seja pela co dependência (que também é agressiva). Uma mãe inconsciente, tenta projetar a sua vida não vivida para cima deles, oferecendo-lhes um presente envenenado do qual podem nunca se libertar.
Uma mãe ensinada que “deve ser perfeita” mata a vida nos seus filhos, procurando que neles, essa “perfeição” que os impede de sentirem, se expressarem e aprenderem com os erros, é a tirana nazi que os mantem mental e emocionalmente num campo de concentração psíquico.
A melhor mãe é aquela que aceita as suas imperfeições, única forma de honrar a sua condição humana e o melhor caminho para construir o verdadeiro poder, que é interno e que deriva de encontrar a verdade de quem É e afirmá-la corajosamente no mundo. É aquela que procura ser honesta consigo mesma, aceitando-se como é, que nunca desiste de se amar cada vez mais, integrando nesse processo, a sua totalidade. É aquela que é uma expressão viva, ao melhor da sua capacidade, do que é ser fêmea-mulher e divina. É aquela que procura curar as suas feridas, vivendo cada vez mais no presente, abraçando o processo da vida, onde continuamente estamos a chegar a algum lugar, em vez de estar focada no produto, na chegada, que na verdade, não existe. É aquela que se sabe paradoxo vivo e que o honra na sua singularidade e ciclicidade, nos ritmos do seu corpo alma, e se enraíza no seu corpo de mulher, que ama e respeita.
A criança cuja mãe não habita o seu corpo feminino (somos cabeças ambulantes) também não se vai poder ligar à sua matéria-mater-mãe, que é o seu corpo e vai certamente entrar em adições, vícios, compulsões. A mãe, precisa ver-se a si mesma em primeiro lugar, para poder ver e reconhecer o filho; o filho que não é visto, jamais sentirá o amor da Vida na sua plenitude; pode ser, tristemente, um aleijado emocional. Uma mãe curada, em vez de projetar para cima dos filhos o que ela quer que eles sejam – muitas vezes como compensação da sua vida não vivida – diz, através do seu comportamento: ensina-me a ser para ti, aquela que te educa para seres quem nasceste para ser. É aquela é o espelho mais cristalino que puder ser, para que o filho se reflita nela e cresça sendo cada vez mais ele mesmo. Estamos todos neste caminho de Amor. Abençoados sejam os nossos pais e os nossos filhos!
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Vera Faria Leal: Palavras de esperança: que agradeçam diariamente a dádiva da vida; que se lembrem de que tudo passa e nos deixa a sabedoria das aprendizagens conscientizadas e que as qualidades espirituais são forjadas ao desenvolvermos plenamente a nossa condição humana. Que se responsabilizem pelo seu processo de individuação e pela manifestação dos seus dons e talentos. Que saibam que têm em si mesmos todas as respostas e recursos para se realizarem integralmente; que se amem incondicionalmente exatamente como são, e que contribuam, assim, para uma nova ecologia social, onde o respeito pelo ser humano, natureza e toda a vida seja consagrado como forma de partilha nesta nossa amada Mãe Terra!
Vera Faria Leal
www.verafarialeal.com.pt
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