O “Um Curso em Milagres” como uma via de transformação pessoal
O “Um Curso em Milagres” (Curso) tem como base um livro com o mesmo título, o qual está a impactar de forma crescente a vida de muitas pessoas em todo o planeta.
O livro foi recebido por um processo de ditado interior por uma psicóloga da Universidade de Columbia - Nova Iorque, de 1965 a 1972. Começou a ser publicado em 1976 e já foram vendidos cerca de 3 milhões de exemplares, cujas traduções em várias línguas cobrem atualmente 90% da população mundial, unindo pessoas de todos os credos e fés ou mesmo a ausência destas.
O Curso tem uma parte inicial que é o suporte teórico do sistema de pensamento em que se baseia, seguem-se 365 lições para apoio prático ao treino da mente e um manual de professores que visa esclarecer os principais temas e termos do Curso. Dada a sua aparente complexidade inicial, a sua compreensão é cada vez mais facilitada através de grupos de estudo que se têm vindo a multiplicar em todo o mundo, o que também está a acontecer em Portugal.
A linguagem do Curso é extremamente rica e profunda, contendo bastantes partes muito poéticas, escritas em verso branco (possui métrica mas não utiliza rimas) o que o levou a ser comparado com as grandes obras de literatura mundial. Não está apresentado de forma linear (com principio, meio e fim temporais) mas sim holográfica, isto é, cada tema tem a ver consigo mesmo e com todos eles, e o seu todo está implicado com cada parte, numa integração perfeita e absolutamente coerente.
O sistema de pensamento do Curso, apesar da sua simplicidade, é intelectualmente sofisticado e combina inspiração espiritual com a compreensão profunda dos fenómenos psicológicos, tais como crenças e sistemas de defesa, perceção e identidade. Contudo, o Curso é também muito prático e as 365 lições do livro de exercícios diários fornecem os passos para a aplicação prática dos seus princípios no dia-a-dia. As lições não requerem muito tempo nem longas ou exigentes práticas mas necessitam da vontade dos alunos em questionarem cada valor que possuam relativamente a este mundo e uma firme vontade de o ver de forma diferente.
O Curso ensina-nos que só há dois sistemas basilares de pensamento:
- perceção, sendo inerentemente ilusória por se basear na interpretação e na crença de que estamos separados (do que designa concretamente) de Deus e de todos os outros (que refere textualmente) irmãos. Daqui nasce a crença no mal, na culpa, no medo, no pecado e na escassez. É um mundo de aparências, de dualidade, de nascimento e morte, de tempo e de constante mudança, sendo este sistema de pensamento designado por ego, o qual radica num conjunto de crenças que orbitam à volta do corpo.
- conhecimento, o mundo real, da verdade, unidade, amor, impecabilidade e abundância e só pode ser visto através da visão espiritual e não através dos olhos do corpo. O Curso vê a realidade como composta apenas pelos pensamentos da Fonte, os quais são amorosos, constantes, eternos e infinitos. O mal, a culpa e o pecado são considerados equívocos, sendo este entendido como falta de amor ou como um apelo à correção do erro e não ligado a culpa ou punição.
Como estamos presos ao mundo da perceção, ou ao sistema de pensamento do ego, é como se estivéssemos viciados num sonho. Para despertar para a realidade é necessário reverter o nosso pensamento e corrigir os nossos erros. Para despertarmos do sonho precisamos de ajuda porque os nossos sentidos físicos apenas aceitam as informações que reforçam a nossa crença na realidade do sonho e assim formamos um sistema circular do qual é muito difícil sair.
O Curso mostra-nos que a nossa perceção e o que achamos ser a nossa identidade estão distorcidos e oferece-nos um caminho para despertar e uma forma de corrigir essas distorções para que possamos ver o mundo de forma mais clara. Essa alteração da perceção é o que significa “milagre”.
Ao contrário de outros sistemas de pensamento, o Curso não sugere que abandonemos este mundo mas sim que aproveitemos todas as oportunidades para aprendermos a despertar e oferece-nos uma variedade de abordagens para curarmos os nossos relacionamentos, os quais são baseados no medo e na culpa, indicando-nos que o perdão a nós mesmos e aos outros fornece-nos os meios pelos quais podemos usar esses relacionamentos para deixarmos de ir ao passado (no qual está a carga da culpa, da mágoa e do ressentimento).
No contexto do Curso, perdão significa reconhecer que o que pensámos que o outro nos fez não ocorreu. O perdão mostra-nos apenas, ou extensões de amor, ou pedidos de amor e não ataque e ódio. Quando alteramos a nossa perceção desta forma, podemos remover os bloqueios à consciência do amor, o que o Curso diz ser esta a nossa herança natural.
O Curso tem como meta o treino para ouvirmos o nosso Guia Interior, sendo este entendido como a extensão da mente do Criador, que dirige os nossos pensamentos, o que devemos exatamente fazer e que orienta todos os nossos esforços. Para ser realmente eficaz, aprendemos a confiar neste nosso professor interno em vez de procurarmos ajuda fora de nós.
À medida que vamos do mundo do ego para o mundo do amor, a nossa perceção equivocada de estarmos separados da nossa Fonte é corrigida e relembramos o nosso verdadeiro Eu, reconhecemos que somos todos um, sendo capazes de, finalmente, “ensinar só o amor”, a nossa verdadeira função como filhos do Criador.
O livro foi recebido por um processo de ditado interior por uma psicóloga da Universidade de Columbia - Nova Iorque, de 1965 a 1972. Começou a ser publicado em 1976 e já foram vendidos cerca de 3 milhões de exemplares, cujas traduções em várias línguas cobrem atualmente 90% da população mundial, unindo pessoas de todos os credos e fés ou mesmo a ausência destas.
O Curso tem uma parte inicial que é o suporte teórico do sistema de pensamento em que se baseia, seguem-se 365 lições para apoio prático ao treino da mente e um manual de professores que visa esclarecer os principais temas e termos do Curso. Dada a sua aparente complexidade inicial, a sua compreensão é cada vez mais facilitada através de grupos de estudo que se têm vindo a multiplicar em todo o mundo, o que também está a acontecer em Portugal.
A linguagem do Curso é extremamente rica e profunda, contendo bastantes partes muito poéticas, escritas em verso branco (possui métrica mas não utiliza rimas) o que o levou a ser comparado com as grandes obras de literatura mundial. Não está apresentado de forma linear (com principio, meio e fim temporais) mas sim holográfica, isto é, cada tema tem a ver consigo mesmo e com todos eles, e o seu todo está implicado com cada parte, numa integração perfeita e absolutamente coerente.
O sistema de pensamento do Curso, apesar da sua simplicidade, é intelectualmente sofisticado e combina inspiração espiritual com a compreensão profunda dos fenómenos psicológicos, tais como crenças e sistemas de defesa, perceção e identidade. Contudo, o Curso é também muito prático e as 365 lições do livro de exercícios diários fornecem os passos para a aplicação prática dos seus princípios no dia-a-dia. As lições não requerem muito tempo nem longas ou exigentes práticas mas necessitam da vontade dos alunos em questionarem cada valor que possuam relativamente a este mundo e uma firme vontade de o ver de forma diferente.
O Curso ensina-nos que só há dois sistemas basilares de pensamento:
- perceção, sendo inerentemente ilusória por se basear na interpretação e na crença de que estamos separados (do que designa concretamente) de Deus e de todos os outros (que refere textualmente) irmãos. Daqui nasce a crença no mal, na culpa, no medo, no pecado e na escassez. É um mundo de aparências, de dualidade, de nascimento e morte, de tempo e de constante mudança, sendo este sistema de pensamento designado por ego, o qual radica num conjunto de crenças que orbitam à volta do corpo.
- conhecimento, o mundo real, da verdade, unidade, amor, impecabilidade e abundância e só pode ser visto através da visão espiritual e não através dos olhos do corpo. O Curso vê a realidade como composta apenas pelos pensamentos da Fonte, os quais são amorosos, constantes, eternos e infinitos. O mal, a culpa e o pecado são considerados equívocos, sendo este entendido como falta de amor ou como um apelo à correção do erro e não ligado a culpa ou punição.
Como estamos presos ao mundo da perceção, ou ao sistema de pensamento do ego, é como se estivéssemos viciados num sonho. Para despertar para a realidade é necessário reverter o nosso pensamento e corrigir os nossos erros. Para despertarmos do sonho precisamos de ajuda porque os nossos sentidos físicos apenas aceitam as informações que reforçam a nossa crença na realidade do sonho e assim formamos um sistema circular do qual é muito difícil sair.
O Curso mostra-nos que a nossa perceção e o que achamos ser a nossa identidade estão distorcidos e oferece-nos um caminho para despertar e uma forma de corrigir essas distorções para que possamos ver o mundo de forma mais clara. Essa alteração da perceção é o que significa “milagre”.
Ao contrário de outros sistemas de pensamento, o Curso não sugere que abandonemos este mundo mas sim que aproveitemos todas as oportunidades para aprendermos a despertar e oferece-nos uma variedade de abordagens para curarmos os nossos relacionamentos, os quais são baseados no medo e na culpa, indicando-nos que o perdão a nós mesmos e aos outros fornece-nos os meios pelos quais podemos usar esses relacionamentos para deixarmos de ir ao passado (no qual está a carga da culpa, da mágoa e do ressentimento).
No contexto do Curso, perdão significa reconhecer que o que pensámos que o outro nos fez não ocorreu. O perdão mostra-nos apenas, ou extensões de amor, ou pedidos de amor e não ataque e ódio. Quando alteramos a nossa perceção desta forma, podemos remover os bloqueios à consciência do amor, o que o Curso diz ser esta a nossa herança natural.
O Curso tem como meta o treino para ouvirmos o nosso Guia Interior, sendo este entendido como a extensão da mente do Criador, que dirige os nossos pensamentos, o que devemos exatamente fazer e que orienta todos os nossos esforços. Para ser realmente eficaz, aprendemos a confiar neste nosso professor interno em vez de procurarmos ajuda fora de nós.
À medida que vamos do mundo do ego para o mundo do amor, a nossa perceção equivocada de estarmos separados da nossa Fonte é corrigida e relembramos o nosso verdadeiro Eu, reconhecemos que somos todos um, sendo capazes de, finalmente, “ensinar só o amor”, a nossa verdadeira função como filhos do Criador.
ANTÓNIO CORDEIRO
COACH [email protected] in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2014 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |