Tens medo da intimidade? Eu também! |
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É fácil abrirmos a nossa porta?
Expormos o nosso interior? Partilharmos a nossa intimidade?
Normalmente não nos é fácil… E porque? Somos ensinados a mostrar as nossas virtudes, o que temos de “bom”, o que é socialmente aceite. Somos ensinados a esconder o que é considerado “mau”, a sentirmos culpa por determinados pensamentos ou sentimentos. Sermos íntimos de alguém significa abrirmos a porta do nosso Ser ao outro, mostrar o nosso interior. Mas… como vamos fazer isso se por vezes nem nós nos conhecemos? Ou… Como vamos mostrar que temos pensamentos que consideramos menos “próprios”? Como vamos mostrar o que nos envergonha? Para o outro nos julgar? Para o outro nos poder atacar? Para o outro se aproveitar das nossas fragilidades? Escolhemos assim, muitas vezes, manter uma barreira, mesmo que ligeira, entre nós e o outro… com medo da intimidade… da invasão… do ataque… O problema é que a nossa Alma pede intimidade… Quer intimidade… Quer partilhar alegrias mas também as suas feridas… Pois de outro modo estaremos sozinhos, sem um ombro amigo, sem um amante, sem ninguém com quem partilhar e confiar… O que podemos fazer? Podemos começar por sermos íntimos de nós próprios e aceitarmo-nos na totalidade. Quando nos aceitamos como somos o medo da intimidade perde força. Quando nos aceitamos como somos impedimos que repressões se transformem em perversões, podemos curar, podemos crescer, podemos amadurecer… Por vezes olhar para o interior dói, mexer nas nossas feridas pode doer, mas a partilha fortalece as relações, cura-nos, facilita o crescimento mútuo, pacifica-nos, aumenta-nos… Quando nos tornamos íntimos deixamos de ser estranhos, ligamo-nos ao outro, sintonizamo-nos, percebemos que temos “fraquezas”, mas que também o outro as tem, percebemos que, na realidade, não somos muito diferentes… e que talvez todos tenham as suas fraquezas, os seus sofrimentos, as suas feridas… O medo leva-nos a permanecer na zona de conforto, a partilhar pouco, a arriscar pouco, a crescer pouco. Talvez evite sofrimentos mais intensos, que podem ocorrer ocasionalmente, mas sofrer não fará também parte? Por outro lado o medo evita que experimentemos momentos de felicidade mais intensa, mantém-nos ausentes da vida, de vibrarmos na frequência que a alma pede. Com Intimidade cresce em nós Compaixão, cresce em nós Humanidade, cresce em nós Amor… Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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