Somos normais? Sim… E depois? |
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Hoje em dia (de uma forma geral na “nossa” sociedade) as expectativas nos relacionamentos estão possivelmente no nível mais alto de sempre. Somos bombardeados por filmes com homens e mulheres “perfeitos”...
Assim muitas mulheres querem o “homem” que viram no filme ou na série… Querem um homem romântico, lindo de morrer, com um corpo fantástico, divertido, rico (ou lá perto), que sabe sempre o que ela quer, inteligente, que pense como uma mulher (mas também como um homem quando é necessário), que é um amante fantástico, um “chef gourmet”, um pai fantástico… Um homem daqueles que… só existe nos filmes, na nossa imaginação… ou… já tem namorada… Já ele habitua-se a ver nos mesmos filmes, em revistas ou na televisão mulheres lindas, com corpos fantásticos, e com tantas outras qualidades que lhe enchem as medidas (ou as vistas). Na realidade essas mulheres, além de serem escolhidas entre milhares, são maquilhadas profissionalmente e ainda vêm as suas imagens manipuladas e retocadas para eliminar algum “defeito” visível e invisível… Estas ilusões que nos “vendem” são benéficas para nós? (se não soubermos separar ficção da realidade?) Será que fazem com que a nossa exigência aumente para níveis exagerados e muitas vezes difíceis de atingir? Existirá alguém perfeito? Somos perfeitos? A pressão que por vezes colocamos em nós para sermos perfeitos (ou para encontrarmos alguém perfeito) ajuda-nos a sermos mais felizes? Não somos na realidade humanos? Com muitas virtudes e alguns “defeitos”? O belo não estará em aceitarmos o que somos? Procurando melhorar e crescer claro, mas aceitando, abraçando e agradecendo o ponto em que estamos? O belo não será aceitar o outro como ser humano que também é? Com o que gostamos mais e com o que gostamos menos? Na realidade não somos atores, não temos um “take” 2 para retirar o que dissemos e voltar a dizer de outra maneira, não temos um poeta ou um argumentista a escrever o que vamos dizer a seguir, nem efeitos especiais que melhorem o cenário por onde passamos. Não nos podemos retocar com o Photoshop no dia-a-dia e por vezes, quando acordamos, não estamos na nossa melhor forma… Pois não… na realidade somos humanos… com tudo o de único e extraordinário que temos… Somos normais? Sim… e depois? Queremos ser “perfeitos” infelizes? Ou “simplesmente” felizes? Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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