Será que gosta de mim? |
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Olho para o telemóvel de 5 em 5 segundos para ver se tenho alguma mensagem nova mas… nada…
O peito aperta, sinto um frio na barriga, o coração pequenino e uma tristeza que me invade a alma. Gosta de mim? Não gosta de mim? Porque é que não escreve? O que será que queria dizer com aquilo que disse? E com aquilo que não disse? Devo levar a sério aquela frase? Ou era só uma “brincadeira”? Mas… Porque é que não me envia uma mensagem? Porque é que não me liga? O realizador que há em mim ganha asas… múltiplos cenários, filmes e curta-metragens brotam como cogumelos nesta mente fértil… Sem que o outro sequer imagine o que me vai passando pela cabeça aqueles que são meros cenários e projeções mentais ganham dimensão real. Neste momento já são factos que manipulam as minhas sensações e sentimentos… mesmo que não tenham acontecido! Passam a ser “verdades” que Influenciam o meu sentir e condicionam as minhas ações… ou inações… Vou-me afastar! Vou bloquear o sentir, fechar o coração! Não! É uma estupidez! Isto são só filmes! Vou continuar a abrir o coração! Aiiiiiii… O que fazer??? Podia parar de fazer filmes… Tenho dúvidas? Que tal perguntar e esclarecer diretamente? Mas… se disser diretamente estarei a expor-me demasiado? A sabotar a possibilidade da relação? A mostrar a minha fraqueza? Ou a pressionar o outro em demasia? E se nada disser? Os filmes que faço na cabeça não vão, por si só, sabotar a possibilidade de uma relação saudável? Por outro lado… Este “filmes” fazem-me bem? Que tal experimentar fazer algo diferente? Se considerar que no passado o meu comportamento habitual não trouxe os resultados que pretendia… que tal fazer mudar os comportamentos? Aprender com passado, crescer… Quem sabe o resultado não me surpreende? Ou… que tal abandonar os medos? Deixar eventuais projeções ou impaciências de lado. Permitindo que a “dança” flua, respeitando os ritmos, as melodias e os sentires de ambos. Ir conhecendo a pessoa com maturidade sabendo que, mais tarde ou mais cedo, as respostas surgem e que a vida se manifesta. Esta dança do conhecimento mútuo poderá ditar o início de uma Paixão… De uma relação… um afastamento… o início de uma amizade... Seja qual for o desfecho será sempre uma oportunidade para viver, aprender, crescer e nos aproximarmos, cada vez mais, dos Seres de Amor que somos… Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui Notas e pensamentos adicionais: Parece-me que fazermos “filmes” mentais e projeções nos será prejudicial, assim se não o conseguirmos evitar, ou se a fase da dúvida e expectativa durar muito tempo, uma conversa assertiva que dissipe dúvidas será melhor que viver uma ilusão ou em angústia. Ter coragem para perguntar, mesmo com medo de ouvir a resposta, para vivermos a realidade (em vez da ilusão). Se, como resposta, ouvirmos o que “não queremos” será importante termos a capacidade de aceitar as palavras e sentir do outro, e seguir em frente aproveitando o momento e sentires para aprendermos e crescermos. Se, em situações semelhantes, este ou outro comportamento, tido no passado, não tem trazido bons resultados podemos experimentar novas ações. Meditar, pensar sobre o que terá funcionado menos bem e, se identificarmos algum padrão de pensamentos ou comportamentos passível de ser melhorado (E ao dizer melhorado digo-o no sentido de ser mais saudável para nós, que nos possa trazer mais felicidade e aproximar-nos de uma maior maturidade) então que tal experimentar um novo comportamento? Quem sabe que mudanças e benefícios que nos poderá trazer? Em cada situação penso que deveremos ser fiéis a nós próprios. Claro que ao longo do tempo este “ser fieis a nós próprios” terá evoluções, o que será saudável. Devemos assim encarar o caminho com a leveza necessária, evitando um excesso de culpabilização, com aceitação de que em cada momento estamos a fazer o melhor que sabemos e podemos mas com o espírito de interiorização necessário para aprender, progredir e amadurecer com as experiências, evitando o excesso de “confiança”, de pensarmos que estamos sempre certos e que nada temos que melhorar ou aprender. “Por vezes sentimos que a dança flui desde o momento zero, outras vezes talvez tenhamos que adaptar alguns passos e movimentos para que esta se desenvolva com leveza…” |
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