Entrevista a Raúl Manarte
“O altruísmo não existe”
Raúl Manarte, exerce Psicologia há duas décadas no SNS e em clínica privada. Teve a primeira experiência de trabalho humanitário em 2016 e desde então nunca mais parou. Fala aos leitores da Revista Progredir sobre o seu livro “O altruísmo não existe” e como o egoísmo está sempre presente até nas ações humanitárias.
Progredir: Para os leitores que não o conhecem, quatro palavras que o definem como pessoa?
Raúl Manarte: Sou daqueles que acredito que as pessoas não se definem em palavras. E a julgar por esta resposta sou um desmancha-prazeres
Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso?
Raúl Manarte: O meu percurso tem tido essencialmente duas faixas de rodagem: a psicologia e a arte. Iniciei a minha carreira como psicólogo clínico nos cuidados de saúde primários (que ainda mantenho) e mais tarde iniciei a vertente internacional humanitária em crise e catástrofe, em várias missões pelo mundo. A carreira musical teve início ainda mais cedo, primeiro com os be-dom (que ainda tenho o privilégio de integrar) e agora também com temas a solo. Mais recentemente tenho-me dedicado à fotografia, algo que me acompanha nas missões que realizo.
Progredir: Qual a sua maior paixão?
Raúl Manarte: A minha maior paixão também é bifurcada: como profissionais de saúde mental temos o privilégio de assistir a mudança humana positiva, a muita recuperação, superação, transformação e inspiração. Nas artes falar de paixão é redundante: elas não são outra coisa.
Progredir: Para os leitores que não o conhecem, quatro palavras que o definem como pessoa?
Raúl Manarte: Sou daqueles que acredito que as pessoas não se definem em palavras. E a julgar por esta resposta sou um desmancha-prazeres
Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso?
Raúl Manarte: O meu percurso tem tido essencialmente duas faixas de rodagem: a psicologia e a arte. Iniciei a minha carreira como psicólogo clínico nos cuidados de saúde primários (que ainda mantenho) e mais tarde iniciei a vertente internacional humanitária em crise e catástrofe, em várias missões pelo mundo. A carreira musical teve início ainda mais cedo, primeiro com os be-dom (que ainda tenho o privilégio de integrar) e agora também com temas a solo. Mais recentemente tenho-me dedicado à fotografia, algo que me acompanha nas missões que realizo.
Progredir: Qual a sua maior paixão?
Raúl Manarte: A minha maior paixão também é bifurcada: como profissionais de saúde mental temos o privilégio de assistir a mudança humana positiva, a muita recuperação, superação, transformação e inspiração. Nas artes falar de paixão é redundante: elas não são outra coisa.
Progredir: Como surge o interesse pelo trabalho humanitário?
Raúl Manarte: Todos nós temos interesse por trabalho humanitário porque todos nós fomos programados para nos ajudarmos uns aos outros e para nos revoltarmos face a injustiças. O trabalho humanitário é apenas mais uma expressão dessa nossa condição. Foi precisamente uma injustiça que ainda hoje nos grita aos ouvidos - a forma como a Europa contribui para o desrespeito, mau trato e morte de migrantes e refugiados - que me disparou para o trabalho humanitário internacional.
Progredir: Como nasce o livro "O altruísmo não existe"?
Raúl Manarte: Nasce de uma necessidade que quase todos temos e que vou tentar resumir numa frase: "Quero ajudar, quero mudar as coisas, mas não sei como".
Progredir: O que podem esperar os leitores com este livro?
O livro pretende dar opções e alguns caminhos. Seja na área do voluntariado, das missões humanitárias, do ativismo ou simplesmente a conseguir pôr "nós" a falar com "eles". É fundamentado em literatura científica, mas com uma linguagem descomplicada e acessível.
Progredir: O próximo tema da revista progredir é "Egoísmo" acredita que o altruísmo é o oposto do egoísmo?
Raúl Manarte: Não, não acho. Acho que em qualquer ação, mesmo nas ações de ajuda, há um pouco dos dois.
Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?
Raúl Manarte: A certa altura foi-nos transmitida uma visão "egoísta" da natureza humana. Essa visão tirou-nos poder. A visão de que "isso está muito longe" ou "isso é muito complexo para mudar" fez o mesmo. A mensagem que tenho é a contrária: somos altruístas por defeito - e mais poderosos para mudar as coisas do que aquilo que nos apercebemos.
Raúl Manarte
www.linktr.ee/raulmanarte
Raúl Manarte: Todos nós temos interesse por trabalho humanitário porque todos nós fomos programados para nos ajudarmos uns aos outros e para nos revoltarmos face a injustiças. O trabalho humanitário é apenas mais uma expressão dessa nossa condição. Foi precisamente uma injustiça que ainda hoje nos grita aos ouvidos - a forma como a Europa contribui para o desrespeito, mau trato e morte de migrantes e refugiados - que me disparou para o trabalho humanitário internacional.
Progredir: Como nasce o livro "O altruísmo não existe"?
Raúl Manarte: Nasce de uma necessidade que quase todos temos e que vou tentar resumir numa frase: "Quero ajudar, quero mudar as coisas, mas não sei como".
Progredir: O que podem esperar os leitores com este livro?
O livro pretende dar opções e alguns caminhos. Seja na área do voluntariado, das missões humanitárias, do ativismo ou simplesmente a conseguir pôr "nós" a falar com "eles". É fundamentado em literatura científica, mas com uma linguagem descomplicada e acessível.
Progredir: O próximo tema da revista progredir é "Egoísmo" acredita que o altruísmo é o oposto do egoísmo?
Raúl Manarte: Não, não acho. Acho que em qualquer ação, mesmo nas ações de ajuda, há um pouco dos dois.
Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?
Raúl Manarte: A certa altura foi-nos transmitida uma visão "egoísta" da natureza humana. Essa visão tirou-nos poder. A visão de que "isso está muito longe" ou "isso é muito complexo para mudar" fez o mesmo. A mensagem que tenho é a contrária: somos altruístas por defeito - e mais poderosos para mudar as coisas do que aquilo que nos apercebemos.
Raúl Manarte
www.linktr.ee/raulmanarte
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