Quem vê caras não vê corações? |
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- Já interagia com ele há anos, de forma relativamente informal, sem grande profundidade, mas a imagem que tinha dele era a de que seria uma pessoa equilibrada, ponderada, inteligente… Quando me envolvi com ele a surpresa foi inacreditável! Como me podia ter enganado tanto sobre uma pessoa? A ideia que tinha formado dele estava longe do que percebi depois! Não parecia de todo ser tão desequilibrado! Que pesadelo!
- Sentia uma certa atração por ele, mas a imagem que formei foi a de ser um oferecido (ou um pateta, ou um “copinho de leite”, ou “pãozinho sem sal”, etc.). Por causa dessa impressão não me permiti conhecê-lo melhor quando tive essa oportunidade. Soube mais tarde que era só aparência. De facto era uma pessoa com um coração de “ouro” que tinha tudo a ver comigo. Pena que, quando percebi isso, a “oportunidade” já tinha passado… - Pensava que ela era mesmo minha amiga. Afinal foi a primeira a apontar o dedo e a “abandonar-me” em tempos difíceis. Já aquela que pensava que não era grande amiga, que achava antipática até, apoiou-me até ao fim! Hoje somos como “unha e carne”. Temos a capacidade de em poucos segundos ou minutos formar uma opinião ou uma imagem de alguém. Avaliamos e julgamos aparências, gestos, formas de falar, posturas, imagem, etc… Faz parte do nosso “programa” cerebral conseguirmos fazer tudo isso em poucos segundos. De forma geral até podemos “acertar” a maioria das vezes, o que nos pode indicar a utilidade de tal “programa”. No entanto não poderão por vezes as aparências iludir? Não estaremos, por vezes, a perder boas amizades ou até relacionamentos apenas pelo nosso julgamento precipitado? Não nos poderemos envolver com pessoas que se revelam surpresas desagradáveis pelas mesmas razões? A nossa perceção advém das nossas experiência e aprendizagens… do passado. O presente e o futuro não têm que ser necessariamente iguais ao nosso passado. E a pessoa de amanhã não será certamente igual à de ontem… Parece-me determinante, para evitarmos julgamentos precipitados, prestarmos atenção. Atenção ao presente, aos passos que damos em cada momento. Aprender a diluir os medos e as ilusões para minimizar a sua influência na nossa perceção. Dessa forma saberemos que, quando vemos ou conhecemos alguém, a sua aparência fornecerá, certamente, algumas informações sobre a pessoa… mas… não é a pessoa. É nesse mundo que se “esconde” por trás da imagem que podemos encontrar (ou não) diamantes… A qualidade das nossas relações e das nossas experiências melhorará com o aumento da nossa atenção e da nossa capacidade de conhecer, ouvir e sentir o outro com profundidade. Esta atenção, esta profundidade e sensibilidade tornará mais fácil percebermos quando nos devemos afastar… ou aproximar… Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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