Pois, Pois, a teoria já eu sei! E na prática? (A Arte de Amar...) |
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Pois… A Teoria do que “devia” fazer até sei… Mas… E na prática?
Na prática? Na prática… pratica-se… Só nós podemos praticar alguma coisa, é um caminho que cada um deverá trilhar por si… Podemos “explicar” como se caminha mas só vamos aprender a caminhar… caminhando… No entanto concordo, no geral, com a visão (teórica) dada por Erich Fromm, no seu livro a “Arte de Amar”, sobre como podemos dirigir a nossa atenção na prática do Amor, visão que tentarei resumir neste curto espaço de que disponho. A prática de uma Arte (como a Arte de Amar) requererá disciplina, concentração e paciência. Disciplina em viver, voluntariamente, de uma forma saudável e regrada, reconhecendo que o que é bom para o corpo e para a alma será agradável de se fazer (e não uma obrigação incómoda…). Dedicar algum tempo à leitura, à meditação, à música, a exercícios moderados e a uma alimentação saudável serão algumas das regras básicas… A concentração trabalha-se treinando a capacidade de estarmos sozinhos connosco mesmos, sem fazermos mais “nada” para além disso, meditando, cultivando a sensibilidade, ouvindo a nossa voz interior, percebendo que tipo de pensamentos temos e trabalhando-os... Conseguirmos estar “sós” será uma pré-condição para a capacidade de Amar. Concentrar-se significará também dedicarmos-nos intensamente ao que fazemos em cada momento, vivendo o presente. Para aprender uma arte será também necessário cultivarmos a paciência que nos permitirá alcançar os resultados desejados. Estas três condições serão necessárias para a prática de qualquer Arte. A estas podemos acrescentar algumas qualidades específicas necessárias para Amar como a objetividade, a razão, a humildade e a fé. Trabalhar a Objetividade significa aproximarmos-nos da realidade o máximo que pudermos. Vermos as coisas como “São”, em vez de as vermos segundo o prisma das nossas necessidades pessoais. Será que vemos o outro, e os seus comportamentos, como “São”, ou vemos o outro, e os seus comportamentos, de uma forma distorcida, de acordo com os nossos interesses, necessidades e temores? Para sermos objetivos temos que nos servir da razão e da humildade abandonando sonhos de omnisciência e omnipotência, ultrapassando o narcisismo que possa existir em nós. Para alcançarmos um objetivo necessitaremos também de ter Fé. Fé na visão de que o que queremos atingir é um fim racionalmente legítimo, independentemente da opinião da maioria. Ter fé requer coragem, a capacidade de corrermos riscos, de aceitarmos a dor e a desilusão. Se nos isolarmos dentro de muralhas, na possessividade ou na distância, poderemos transformar-nos em prisioneiros em casa própria. Finalmente há uma atitude indispensável para evoluirmos na prática de amar… trata-se da atividade. De praticar… aprendermos o que pudermos em termos teóricos. Seja através de livros, artigos, cursos, conversas, experiências (etc.)… mas… Irmos praticando o que formos aprendendo. Mas praticar mesmo para evitar dizermos… “pois, pois, a teoria já eu sei! E na prática?” E depois praticármos pouco aquilo que dizemos que sabemos na teoria :) Dito isto… Resta-me desejar-vos… Boas práticas! Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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