Entrevista a Pedro Mello,
"A Saúde pela escrita"
Pedro Mello, Enfermeiro e Escritor, conta aos leitores da Revista Progredir, como a Condição Humana pode ser uma missão de Vida.
Progredir: Para quem não conhece Pedro Mello, pode apresentar-se aos nossos leitores?
Pedro Mello: Pedro Mello é alguém que vive em função de missões que lhe deem sentido à existência. Todas essas missões passam pelo contacto, pela comunicação com as Pessoas, de forma a transmitir-lhes poder e esperança.
Sou um apaixonado pela condição humana, principalmente pelos processos intencionais das Pessoas, ou seja, o que leva as Pessoas a tomar decisões, o que sentem as Pessoas, o que torna as Pessoas mais Humanas.
Daí sempre ter estado ligado a possibilidades de comunicação e compreensão das Pessoas, seja nas relações pessoais, seja nas profissionais (como enfermeiro, como professor, como comunicador, como escritor). Em resumo, diria que Pedro Mello é uma Pessoa apaixonada por Pessoas, perseguindo a condição humana como uma missão existencial.
Progredir: De onde surge a paixão pela escrita?
Pedro Mello: Escrevo desde que me lembro de perceber o poder da escrita. Desde pequeno sempre fui muito comunicador e desde os primeiros anos de escola, escrever sempre foi um prazer… Em todas as oportunidades, encontrava motivos para escrever composições e fazia questão de as partilhar com os colegas.
Lembro-me de quase nem conseguir dormir, para saber se no dia seguinte iria ter boas reações às minhas composições. Os outros sempre me confirmaram que o que escrevia lhes trazia boa energia. Com o tempo fui participando em todos os concursos literários escolares que podia e em múltiplos eventos relacionados com a escrita…
Até cheguei a querer fundar um jornal com 12 anos, mas a coisa não resultou, quando eu e um grupo de colegas percebemos que era preciso dinheiro (risos). Com o tempo fui percebendo que a escrita criativa era a minha identidade e durante muitos anos escrevi peças de teatro para serem representadas na escola por colegas de turma.
O meu primeiro livro (que nunca publiquei) foi um policial, escrito com 14 anos (queria fazer um filme com ele, mas a camara de vídeo avariou-se (risos). Fui sempre escrevendo… Escrever e Respirar acompanham a minha sobrevivência. A poesia, contudo, é o meu ADN, sempre escrevi poesia, desde muito pequeno… Na escola fui sendo conhecido como poeta… Se me analisassem o sangue, a maioria dele seria constituída por poesia.
Progredir: Um Enfermeiro Escritor? Como surge esta união?
Pedro Mello: Como descrevi, a escrita surge na minha vida quase como o respirar… A Enfermagem, contudo, surge de forma inesperada… Não tinha na família nem na rede social ninguém que pudesse ter-me influenciado a escolher ser Enfermeiro. Na verdade, o sonho que perseguia era algo ligado à representação e/ou comunicação social. Mas nada na Vida acontece por acaso e o Universo decidiu que eu iria ser enfermeiro.
Desde o primeiro ano de formação apaixonei-me pela Enfermagem e principalmente pela Enfermagem Comunitária e de Saúde Publica, em que me especializei e continuo a aprofundar, nomeadamente como investigador. Apaixonei-me pela possibilidade de estar próximo das Pessoas, pela possibilidade de comunicar com o Ser Humano em todos os seus processos (intencionais, não intencionais, de interação com o ambiente), pela possibilidade de dar Poder às Pessoas (a minha grande missão de vida).
A Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública possibilita-me estar em permanente comunicação com populações, ser criativo, ter intencionalidade terapêutica na comunicação com o coletivo e possibilita-me aliar a escrita e a paixão pela comunicação/representação com a prática clínica. Fui, por exemplo, enfermeiro de saúde escolar, durante oito anos e sempre escrevi os textos para as intervenções associadas aos meus diagnósticos, quando a estratégia escolhida era a representação (seja em filme ou teatro). Escrevia, representava/ diagnosticava, intervinha e avaliava… Uma excelente conjugação entre a Enfermagem e a Escrita.
Progredir: Para quem não conhece Pedro Mello, pode apresentar-se aos nossos leitores?
Pedro Mello: Pedro Mello é alguém que vive em função de missões que lhe deem sentido à existência. Todas essas missões passam pelo contacto, pela comunicação com as Pessoas, de forma a transmitir-lhes poder e esperança.
Sou um apaixonado pela condição humana, principalmente pelos processos intencionais das Pessoas, ou seja, o que leva as Pessoas a tomar decisões, o que sentem as Pessoas, o que torna as Pessoas mais Humanas.
Daí sempre ter estado ligado a possibilidades de comunicação e compreensão das Pessoas, seja nas relações pessoais, seja nas profissionais (como enfermeiro, como professor, como comunicador, como escritor). Em resumo, diria que Pedro Mello é uma Pessoa apaixonada por Pessoas, perseguindo a condição humana como uma missão existencial.
Progredir: De onde surge a paixão pela escrita?
Pedro Mello: Escrevo desde que me lembro de perceber o poder da escrita. Desde pequeno sempre fui muito comunicador e desde os primeiros anos de escola, escrever sempre foi um prazer… Em todas as oportunidades, encontrava motivos para escrever composições e fazia questão de as partilhar com os colegas.
Lembro-me de quase nem conseguir dormir, para saber se no dia seguinte iria ter boas reações às minhas composições. Os outros sempre me confirmaram que o que escrevia lhes trazia boa energia. Com o tempo fui participando em todos os concursos literários escolares que podia e em múltiplos eventos relacionados com a escrita…
Até cheguei a querer fundar um jornal com 12 anos, mas a coisa não resultou, quando eu e um grupo de colegas percebemos que era preciso dinheiro (risos). Com o tempo fui percebendo que a escrita criativa era a minha identidade e durante muitos anos escrevi peças de teatro para serem representadas na escola por colegas de turma.
O meu primeiro livro (que nunca publiquei) foi um policial, escrito com 14 anos (queria fazer um filme com ele, mas a camara de vídeo avariou-se (risos). Fui sempre escrevendo… Escrever e Respirar acompanham a minha sobrevivência. A poesia, contudo, é o meu ADN, sempre escrevi poesia, desde muito pequeno… Na escola fui sendo conhecido como poeta… Se me analisassem o sangue, a maioria dele seria constituída por poesia.
Progredir: Um Enfermeiro Escritor? Como surge esta união?
Pedro Mello: Como descrevi, a escrita surge na minha vida quase como o respirar… A Enfermagem, contudo, surge de forma inesperada… Não tinha na família nem na rede social ninguém que pudesse ter-me influenciado a escolher ser Enfermeiro. Na verdade, o sonho que perseguia era algo ligado à representação e/ou comunicação social. Mas nada na Vida acontece por acaso e o Universo decidiu que eu iria ser enfermeiro.
Desde o primeiro ano de formação apaixonei-me pela Enfermagem e principalmente pela Enfermagem Comunitária e de Saúde Publica, em que me especializei e continuo a aprofundar, nomeadamente como investigador. Apaixonei-me pela possibilidade de estar próximo das Pessoas, pela possibilidade de comunicar com o Ser Humano em todos os seus processos (intencionais, não intencionais, de interação com o ambiente), pela possibilidade de dar Poder às Pessoas (a minha grande missão de vida).
A Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública possibilita-me estar em permanente comunicação com populações, ser criativo, ter intencionalidade terapêutica na comunicação com o coletivo e possibilita-me aliar a escrita e a paixão pela comunicação/representação com a prática clínica. Fui, por exemplo, enfermeiro de saúde escolar, durante oito anos e sempre escrevi os textos para as intervenções associadas aos meus diagnósticos, quando a estratégia escolhida era a representação (seja em filme ou teatro). Escrevia, representava/ diagnosticava, intervinha e avaliava… Uma excelente conjugação entre a Enfermagem e a Escrita.
Progredir: No seu último livro “Poesia Transdérmica” escolheu a poesia como forma de escrita, estão os Portugueses educados para este tipo de leitura?
Pedro Mello: A Poesia pertence à identidade dos Portugueses. É de Portugal que emergem grandes poetas, mundialmente reconhecidos. Eu diria que em Portugal as emoções são descritas de forma única, por isso a saudade, por exemplo, é tão portuguesa.
Durante alguns anos, a poesia foi sendo desvalorizada, pelo menos pelas populações mais jovens (viam na poesia algo monótono que eram obrigados a estudar de forma sistemática na escola). Contudo, começo a perceber que estamos a mudar a atitude face à poesia. Percebemos novamente, em todas as faixas etárias, que sem poesia não seriamos os mesmos portugueses.
Cada vez há mais blogs e páginas de poesia nas redes sociais. São raros os portugueses que não escrevem poesia (atrever-me-ia a dizer que cada leitor tem pelo menos um poema seu guardado numa gaveta ou na memória).
O “Poesia Transdérmica” pretende ser por isso, um marco na forma como pretendo contribuir para a poesia se tornar parte integrante da vida das Pessoas (como se passasse a ser percecionada como oxigénio). Por isso o subtítulo “o ópio das palavras”: as palavras enquanto vício bom da Vida.
Progredir: Presente nas suas reflexões, o que é para si afinal a Condição de Ser Humano?
Pedro Mello: Pergunta complexa essa… Qualquer resposta que dê vai parecer-me redutora depois de a ler… Mas como as respostas são circunstanciais e são palavras que expressam o momento, arrisco a dizer que a Condição de Ser Humano é a oportunidade única de aliar a Razão à Emoção como ponte para a Felicidade: a sua e a dos outros. Mas a ponte é movediça, porque se não o for, não damos valor à caminhada e só damos valor pela consciência que temos do percurso… Porque somos Humanos.
Pedro Mello: A Poesia pertence à identidade dos Portugueses. É de Portugal que emergem grandes poetas, mundialmente reconhecidos. Eu diria que em Portugal as emoções são descritas de forma única, por isso a saudade, por exemplo, é tão portuguesa.
Durante alguns anos, a poesia foi sendo desvalorizada, pelo menos pelas populações mais jovens (viam na poesia algo monótono que eram obrigados a estudar de forma sistemática na escola). Contudo, começo a perceber que estamos a mudar a atitude face à poesia. Percebemos novamente, em todas as faixas etárias, que sem poesia não seriamos os mesmos portugueses.
Cada vez há mais blogs e páginas de poesia nas redes sociais. São raros os portugueses que não escrevem poesia (atrever-me-ia a dizer que cada leitor tem pelo menos um poema seu guardado numa gaveta ou na memória).
O “Poesia Transdérmica” pretende ser por isso, um marco na forma como pretendo contribuir para a poesia se tornar parte integrante da vida das Pessoas (como se passasse a ser percecionada como oxigénio). Por isso o subtítulo “o ópio das palavras”: as palavras enquanto vício bom da Vida.
Progredir: Presente nas suas reflexões, o que é para si afinal a Condição de Ser Humano?
Pedro Mello: Pergunta complexa essa… Qualquer resposta que dê vai parecer-me redutora depois de a ler… Mas como as respostas são circunstanciais e são palavras que expressam o momento, arrisco a dizer que a Condição de Ser Humano é a oportunidade única de aliar a Razão à Emoção como ponte para a Felicidade: a sua e a dos outros. Mas a ponte é movediça, porque se não o for, não damos valor à caminhada e só damos valor pela consciência que temos do percurso… Porque somos Humanos.
Progredir: O tema deste mês da Revista Progredir é “A criança interior”, na sua opinião continua a existir uma criança em cada adulto?
Pedro Mello: Eu diria que se olharmos bem o espelho da nossa alma é ao contrário: Existe um adulto dentro de cada criança que somos… A Criança é inata… Nasce e morre connosco… O Adulto é o resultado das moldagens que a criança vai tendo, mas não deixando de existir. Há Crianças mais evidentes que outras, dependendo do tamanho do molde da adultez que lhes é conferida. Sem a criança não sobreviveríamos.
Progredir: Uma mensagem aos leitores da Revista Progredir?
Pedro Mello: Aproveitem a vossa Condição Humana para perseguir a Felicidade. Usem as palavras, preferencialmente as potenciadoras de poder e felicidade… Não se vão arrepender. Inspirem palavras… Expirem palavras… Sejam a Liberdade encerrada em páginas de sorrisos… Sejam Livros: Isso é Viver.
Pedro Mello
Pedro Mello: Eu diria que se olharmos bem o espelho da nossa alma é ao contrário: Existe um adulto dentro de cada criança que somos… A Criança é inata… Nasce e morre connosco… O Adulto é o resultado das moldagens que a criança vai tendo, mas não deixando de existir. Há Crianças mais evidentes que outras, dependendo do tamanho do molde da adultez que lhes é conferida. Sem a criança não sobreviveríamos.
Progredir: Uma mensagem aos leitores da Revista Progredir?
Pedro Mello: Aproveitem a vossa Condição Humana para perseguir a Felicidade. Usem as palavras, preferencialmente as potenciadoras de poder e felicidade… Não se vão arrepender. Inspirem palavras… Expirem palavras… Sejam a Liberdade encerrada em páginas de sorrisos… Sejam Livros: Isso é Viver.
Pedro Mello
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