Entrevista a Marta Gautier
"Rir pode ser mesmo o remédio"
Marta Gautier, psicóloga, escritora e provocadora de muitas gargalhadas, fala aos leitores da Progredir sobre a coragem de vivermos quem somos e que dias menos bons também fazem parte de ser Humano.
Progredir: Porquê seguir Psicologia?
Marta Gautier: Desde sempre me interessou o comportamento humano. Desde que me lembro de mim que tenho o desejo convicto de ser psicóloga. No íntimo, assim como outros tantos psicólogos, tinha também a vontade, a necessidade, de me compreender, de sanar as minhas dores. E assim, tratando de mim e identificando-me com os que sofrem, pode-se ajudar melhor os outros. Apesar de muitos psicólogos não concordarem com esta ideia.
Progredir: O humor é a melhor forma de lidar com a Vida?
Marta Gautier: Sim. Porque nada tem muita importância, de facto. Mas não se pode lidar com a vida só com o humor. Nós somos um todo. A sociedade está sempre a querer fugir da dor, dizem-nos que nos devemos distrair, ir comer um gelado, ir ao cinema, não pensar muito. Mas o que acontece é que essas distrações muitas vezes apenas adiam a questão que depois temos de pagar com juros de mora. Aceitar a dor, aceitar que uns dias é assim, outros dias é assado, é a melhor coisa. E mais: acarinhar e respeitar essa dor que vem de dentro de nós como se de uma criança aflita que encontrássemos na rua. Iríamos ajoelharmo-nos, perguntar o que se passa, propor uma ajuda. É exatamente isso que devemos fazer connosco mesmos. Ah, e dizer várias vezes ao espelho: eu sou maravilhoso e amo-me profundamente.
Progredir: Como é para si viver em amor?
Marta Gautier: Ainda não sei amar como sei que um dia vou saber. Mas sei que só posso aprender a amar os outros quando aprender a amar-me a mim mesma. Para o conseguir, terei de passar por um processo que a sociedade intitula de “egoísmo”. Pois bem, seja. Sejamos egoístas ao máximo e por um período que pode ir desde os 6 meses até ao resto da vida, devemos fazer apenas o que queremos. Os outros sofrem? Sim. Mas não estou certa que seja culpa nossa o sofrimento deles. Talvez os outros ainda dependam dos outros para se sentirem felizes. E assim, ilibados e desculpados pelos chavões da sociedade, dizem-nos que só pensamos em nós. Pois bem, entretenham-se então a preencherem-se e a não colocarem essa fardo em nós.
Progredir: Porquê seguir Psicologia?
Marta Gautier: Desde sempre me interessou o comportamento humano. Desde que me lembro de mim que tenho o desejo convicto de ser psicóloga. No íntimo, assim como outros tantos psicólogos, tinha também a vontade, a necessidade, de me compreender, de sanar as minhas dores. E assim, tratando de mim e identificando-me com os que sofrem, pode-se ajudar melhor os outros. Apesar de muitos psicólogos não concordarem com esta ideia.
Progredir: O humor é a melhor forma de lidar com a Vida?
Marta Gautier: Sim. Porque nada tem muita importância, de facto. Mas não se pode lidar com a vida só com o humor. Nós somos um todo. A sociedade está sempre a querer fugir da dor, dizem-nos que nos devemos distrair, ir comer um gelado, ir ao cinema, não pensar muito. Mas o que acontece é que essas distrações muitas vezes apenas adiam a questão que depois temos de pagar com juros de mora. Aceitar a dor, aceitar que uns dias é assim, outros dias é assado, é a melhor coisa. E mais: acarinhar e respeitar essa dor que vem de dentro de nós como se de uma criança aflita que encontrássemos na rua. Iríamos ajoelharmo-nos, perguntar o que se passa, propor uma ajuda. É exatamente isso que devemos fazer connosco mesmos. Ah, e dizer várias vezes ao espelho: eu sou maravilhoso e amo-me profundamente.
Progredir: Como é para si viver em amor?
Marta Gautier: Ainda não sei amar como sei que um dia vou saber. Mas sei que só posso aprender a amar os outros quando aprender a amar-me a mim mesma. Para o conseguir, terei de passar por um processo que a sociedade intitula de “egoísmo”. Pois bem, seja. Sejamos egoístas ao máximo e por um período que pode ir desde os 6 meses até ao resto da vida, devemos fazer apenas o que queremos. Os outros sofrem? Sim. Mas não estou certa que seja culpa nossa o sofrimento deles. Talvez os outros ainda dependam dos outros para se sentirem felizes. E assim, ilibados e desculpados pelos chavões da sociedade, dizem-nos que só pensamos em nós. Pois bem, entretenham-se então a preencherem-se e a não colocarem essa fardo em nós.
Progredir: Fale nos do que anda a fazer agora?
Marta Gautier: Faço “Conversas sérias com Marta Gautier” “O que farias se não tivesses medo?” no Villaret em Lisboa. Dia 4 de Fevereiro já esgotou, mas está já à venda o dia 18 de Fevereiro. Despachem-se!
Progredir: E a vontade de escrever como surge?
Marta Gautier: Quando é preciso fazer catarse. Escrevo, entendo-me logo melhor, respiro de alívio. Mas não preciso de escrever para viver. Não é uma necessidade absoluta. Mas todos nos meus livros pude exorcizar os meus demónios, nasceram dessa necessidade e, como todos somos um, as pessoas identificam-se quando leem. O segredo é apenas esse. Procurar a verdade verdadinha do que está dentro de nós e não ouvir conselhos.
Marta Gautier: Faço “Conversas sérias com Marta Gautier” “O que farias se não tivesses medo?” no Villaret em Lisboa. Dia 4 de Fevereiro já esgotou, mas está já à venda o dia 18 de Fevereiro. Despachem-se!
Progredir: E a vontade de escrever como surge?
Marta Gautier: Quando é preciso fazer catarse. Escrevo, entendo-me logo melhor, respiro de alívio. Mas não preciso de escrever para viver. Não é uma necessidade absoluta. Mas todos nos meus livros pude exorcizar os meus demónios, nasceram dessa necessidade e, como todos somos um, as pessoas identificam-se quando leem. O segredo é apenas esse. Procurar a verdade verdadinha do que está dentro de nós e não ouvir conselhos.
Progredir: O tema deste mês da Revista Progredir é “Autenticidade” como vê esta expressão na sua maneira de ser?
Marta Gautier: Vejo de forma convulsa. Às vezes consigo, outras nem tanto. Muitas vezes ainda sou demasiado agradativa e depois fico injustamente ressentida com os outros porque não fui fiel mim mesma e porque estar com os outros, em modo agradativo, me cansa. São velhos hábitos que ando a tratar do desmame. Para encontrar a autenticidade não é dizer a primeira coisa que nos vem à cabeça, nem pensar. É ficar cada vez mais em silêncio, fazer pausas, procurar sem pressão, o que queremos exatamente responder ou ser com alguém.
Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?
Marta Gautier: “O que fariam se não tivessem medo?”
Marta Gautier
Marta Gautier: Vejo de forma convulsa. Às vezes consigo, outras nem tanto. Muitas vezes ainda sou demasiado agradativa e depois fico injustamente ressentida com os outros porque não fui fiel mim mesma e porque estar com os outros, em modo agradativo, me cansa. São velhos hábitos que ando a tratar do desmame. Para encontrar a autenticidade não é dizer a primeira coisa que nos vem à cabeça, nem pensar. É ficar cada vez mais em silêncio, fazer pausas, procurar sem pressão, o que queremos exatamente responder ou ser com alguém.
Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?
Marta Gautier: “O que fariam se não tivessem medo?”
Marta Gautier
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