Entrevista a Luís Resina
"À descoberta do mundo com a Astrologia"
Luís Resina, um conhecedor da astrologia, fala-nos como esta ciência é mais do que horóscopos e signos e como o seu estudo aprofundado poderá trazer sabedoria e conhecimento sobre a essência do Ser. Por Revista Progredir
Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso até aos dias de Hoje, como iniciou o seu interesse sobre o simbolismo, pela história das religiões e das designadas ciências herméticas?
Luís Resina: O melhor será falar um pouco da minha educação, começando pela educação religiosa, pois o meu percurso escolar foi normal. A educação religiosa foi a tradicional das escolas católicas, mas para além disso tive uma formação também chamada evangélica. Tenho um tio que é pastor evangélico e desde cedo ele levava-me para a missa dominical dos Domingos. Por isso tive formação sobre o velho testamento, e o novo testamento, mais ou menos até aos meus treze anos de idade, ficando a saber da história quer do judaísmo, quer do evangélico, dos quatro principais evangelistas.
Aos treze anos, tive acesso a um livro que se chamava “As 14 lições de filosofia e Yoga” do Yoga Ramacháraca traduzido pela Editora Pensamento, ainda tenho esse livro guardado na biblioteca, e que me abriu uma nova forma de olhar para o mundo e para a vida. Comecei pois então a aprofundar a filosofia Hindu nas várias vertentes desde os NanaYoga, o yoga do conhecimento, o Rajayoga, o poder da mente ligado com técnicas de meditação e disciplina, e depois também estudei os livros antigos como o Bhagavad-Gita, um pouco dos Vedas, dos Upanishads, uns anos mais tarde também me virei para o Tauismo, li o Tao Te Ching do Lao-tsé. Depois percorri outras tradições religiosas desde o Sufismo, ao Budismo da Terra Pura, assim também enveredei pelo Budismo até chegar a Teosofia, isto por volta dos meus 18/19 anos.
Interessei-me muito por Fernando Pessoa e pelo seu estudo das artes herméticas – alquimia, cabala, numerologia, astrologia e também fez traduções de alguns autores da teosofia, tal como a Annie Besant, Leadbeater, Blavatsky inclusivamente, houve um autor que me marcou bastante Kris Namurti. Mais tarde li Osho, que na altura era mais conhecido pelo Rajneesh, na década de 80. Mas é principalmente na década de 70 que me interesso mais pelo estudo do simbolismo das ciências herméticas, de procurar saber o que é a tradição esotérica, não só portuguesa, mas também a nível mundial. Podemos dizer que talvez isso tivesse começado pela minha vertente filosófica e pelos estudos em psicologia, teosofia e nomeadamente também a história das religiões. Outro autor que me marcou foi Mirc Eliad, um romeno que chegou a viver em Cascais na década 70, o seu livro “Tratado das histórias das religiões” já é uma abordagem sistémica sobre a influência das religiões em várias áreas do mundo, começando pelas religiões totêmicas passando pela Civilização Egípcia, Babilónia e por aí fora. Por isso sempre me interessou muito a questão antropológica do que é o Homem e quais as suas influências na sua relação com a natureza com a metafísica, com o transcendente, e com as grandes interrogações universais.
Progredir: Com interesse pelo estudo e aprofundamento do conhecimento, é natural que mais tarde ou mais cedo manifestasse uma tendência para materializar na escrita aquilo que vinha desenvolvendo?
Luís Resina: Pois a primeira fase foi de estudo e investigação, e a escrita só vem depois. Comecei a estudar astrologia tarde. Primeiro comecei pelo que chamamos hoje esoterismo, o estudo da Cabala, as tradições herméticas, dos templários, tudo isso. Foi mais ou menos por volta dos meus 24 anos, em 1978, que comecei a estudar astrologia por causa de Fernando Pessoa. Soube que o Fernando Pessoa se interessou muito por este ramo de saber, e como eu gostava imenso dele disse, “Se realmente este homem se interessou por estes assuntos é porque têm alguma validade”. E começo a estudar astrologia no primeiro curso externo que o Centro Rosa-Cruz, deu ao público em Lisboa, na casa do Ribatejo em Lisboa. Fiz um pequeno curso de introdução básica, que era o que eles davam naquela altura e a partir daí, todo o meu estudo de astrologia, tarot e numerologia foram feitas de uma forma muito autodidática.
A escrita só surge posteriormente depois de começar a dar aulas. As aulas surgem entre os meus 30 e 31 anos. Os alunos começam a pedir material de apoio, sebentas e então começo a escrever sobre o assunto. Primeiro da parte astrológica, chegou a ser-me encomendado um programa, para fazer interpretações de mapas, de posições, dos planetas nos signos, nas casas, nos ascendentes. Essa sebenta mais tarde torna-se um livro publicado pela Pergaminho, que teve bastante êxito no mercado nacional ligado à astrologia. Posteriormente escrevi um livro de tarot e numerologia, também da editora Pergaminho. Há cerca de um ano e meio escrevi o meu último livro sobre, o que é a “Astrobiografia do Fernando Pessoa” e a “Mensagem da Mensagem” baseado na “Mensagem” de Fernando Pessoa, ligado à parte esotérica portuguesa. Agora a escrita não tem um papel tão fundamental na minha vida, porque não tenho muito tempo para escrever, essa é a questão, se tivesse disponibilidade ou se tivesse como os astrólogos antigos tinham um mecenas que os apoiavam, eles tinham uma grande disponibilidade de tempo para se dedicarem não só ao estudo e à pesquisa, mas também à escrita. Como tenho uma vida normal como o comum dos portugueses a disponibilidade para a escrita nem sempre é possível, apesar de ser realmente um hobby, que me dá muito prazer.
Progredir: Nesses períodos de desenvolvimento do estudo da astrologia começou a ter uma panorâmica sobre a sociedade portuguesa e sobre a evolução do pensamento português e na sua opinião como é que é que acha que os portugueses encaram a astrologia, como é que a astrologia é vista nas crenças do povo?
Luís Resina: Temos que falar um pouco da história da astrologia e ver o contexto em que ela se desenvolveu fora da europa, primeiro porque a astrologia tem as suas raízes na Suméria e Egipto, depois passa pela Grécia, depois Alexandria, depois os Árabes trazem a astrologia para a Europa que entra por Portugal, Espanha, Itália. A partir daqui a astrologia difunde-se na Europa, nessa altura a nobreza e as pessoas mais cultas davam muita importância à astrologia, porque teve um papel relevante no estudo hermético e nos filósofos antigos ao nível do conhecimento tradicional, sendo considerada uma das ciências sagradas na antiguidade.
A astrologia teve um papel relevante nos Descobrimentos dos Portugueses, sabemos que o primeiro horóscopo que foi feito ou impresso era o horóscopo do rei D. Duarte na dinastia de Avis. Temos horóscopos do infante D. Henrique, temos vários astrólogos importantes dessa época como Abraão Zacuto que é muito célebre devido às tábuas astronómicas que escreveu no reinado do D. João II, que é dos primeiros livros portugueses impressos. A Astrologia em Portugal vai mais ou menos até ao reinado do D. Sebastião. Depois no século das Luzes, séc.XVIII, com a divisão dos saberes, a astrologia fica relegada para segundo plano, isto não só em Portugal, mas como na maior parte dos países da Europa e só volta a renascer depois a partir do final do séc.XIX, inicio do séc.XX, com outras correntes: a psicologia, as correntes do magnetismo e da teosofia que voltam a ressuscitar esta linguagem antiga.
Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso até aos dias de Hoje, como iniciou o seu interesse sobre o simbolismo, pela história das religiões e das designadas ciências herméticas?
Luís Resina: O melhor será falar um pouco da minha educação, começando pela educação religiosa, pois o meu percurso escolar foi normal. A educação religiosa foi a tradicional das escolas católicas, mas para além disso tive uma formação também chamada evangélica. Tenho um tio que é pastor evangélico e desde cedo ele levava-me para a missa dominical dos Domingos. Por isso tive formação sobre o velho testamento, e o novo testamento, mais ou menos até aos meus treze anos de idade, ficando a saber da história quer do judaísmo, quer do evangélico, dos quatro principais evangelistas.
Aos treze anos, tive acesso a um livro que se chamava “As 14 lições de filosofia e Yoga” do Yoga Ramacháraca traduzido pela Editora Pensamento, ainda tenho esse livro guardado na biblioteca, e que me abriu uma nova forma de olhar para o mundo e para a vida. Comecei pois então a aprofundar a filosofia Hindu nas várias vertentes desde os NanaYoga, o yoga do conhecimento, o Rajayoga, o poder da mente ligado com técnicas de meditação e disciplina, e depois também estudei os livros antigos como o Bhagavad-Gita, um pouco dos Vedas, dos Upanishads, uns anos mais tarde também me virei para o Tauismo, li o Tao Te Ching do Lao-tsé. Depois percorri outras tradições religiosas desde o Sufismo, ao Budismo da Terra Pura, assim também enveredei pelo Budismo até chegar a Teosofia, isto por volta dos meus 18/19 anos.
Interessei-me muito por Fernando Pessoa e pelo seu estudo das artes herméticas – alquimia, cabala, numerologia, astrologia e também fez traduções de alguns autores da teosofia, tal como a Annie Besant, Leadbeater, Blavatsky inclusivamente, houve um autor que me marcou bastante Kris Namurti. Mais tarde li Osho, que na altura era mais conhecido pelo Rajneesh, na década de 80. Mas é principalmente na década de 70 que me interesso mais pelo estudo do simbolismo das ciências herméticas, de procurar saber o que é a tradição esotérica, não só portuguesa, mas também a nível mundial. Podemos dizer que talvez isso tivesse começado pela minha vertente filosófica e pelos estudos em psicologia, teosofia e nomeadamente também a história das religiões. Outro autor que me marcou foi Mirc Eliad, um romeno que chegou a viver em Cascais na década 70, o seu livro “Tratado das histórias das religiões” já é uma abordagem sistémica sobre a influência das religiões em várias áreas do mundo, começando pelas religiões totêmicas passando pela Civilização Egípcia, Babilónia e por aí fora. Por isso sempre me interessou muito a questão antropológica do que é o Homem e quais as suas influências na sua relação com a natureza com a metafísica, com o transcendente, e com as grandes interrogações universais.
Progredir: Com interesse pelo estudo e aprofundamento do conhecimento, é natural que mais tarde ou mais cedo manifestasse uma tendência para materializar na escrita aquilo que vinha desenvolvendo?
Luís Resina: Pois a primeira fase foi de estudo e investigação, e a escrita só vem depois. Comecei a estudar astrologia tarde. Primeiro comecei pelo que chamamos hoje esoterismo, o estudo da Cabala, as tradições herméticas, dos templários, tudo isso. Foi mais ou menos por volta dos meus 24 anos, em 1978, que comecei a estudar astrologia por causa de Fernando Pessoa. Soube que o Fernando Pessoa se interessou muito por este ramo de saber, e como eu gostava imenso dele disse, “Se realmente este homem se interessou por estes assuntos é porque têm alguma validade”. E começo a estudar astrologia no primeiro curso externo que o Centro Rosa-Cruz, deu ao público em Lisboa, na casa do Ribatejo em Lisboa. Fiz um pequeno curso de introdução básica, que era o que eles davam naquela altura e a partir daí, todo o meu estudo de astrologia, tarot e numerologia foram feitas de uma forma muito autodidática.
A escrita só surge posteriormente depois de começar a dar aulas. As aulas surgem entre os meus 30 e 31 anos. Os alunos começam a pedir material de apoio, sebentas e então começo a escrever sobre o assunto. Primeiro da parte astrológica, chegou a ser-me encomendado um programa, para fazer interpretações de mapas, de posições, dos planetas nos signos, nas casas, nos ascendentes. Essa sebenta mais tarde torna-se um livro publicado pela Pergaminho, que teve bastante êxito no mercado nacional ligado à astrologia. Posteriormente escrevi um livro de tarot e numerologia, também da editora Pergaminho. Há cerca de um ano e meio escrevi o meu último livro sobre, o que é a “Astrobiografia do Fernando Pessoa” e a “Mensagem da Mensagem” baseado na “Mensagem” de Fernando Pessoa, ligado à parte esotérica portuguesa. Agora a escrita não tem um papel tão fundamental na minha vida, porque não tenho muito tempo para escrever, essa é a questão, se tivesse disponibilidade ou se tivesse como os astrólogos antigos tinham um mecenas que os apoiavam, eles tinham uma grande disponibilidade de tempo para se dedicarem não só ao estudo e à pesquisa, mas também à escrita. Como tenho uma vida normal como o comum dos portugueses a disponibilidade para a escrita nem sempre é possível, apesar de ser realmente um hobby, que me dá muito prazer.
Progredir: Nesses períodos de desenvolvimento do estudo da astrologia começou a ter uma panorâmica sobre a sociedade portuguesa e sobre a evolução do pensamento português e na sua opinião como é que é que acha que os portugueses encaram a astrologia, como é que a astrologia é vista nas crenças do povo?
Luís Resina: Temos que falar um pouco da história da astrologia e ver o contexto em que ela se desenvolveu fora da europa, primeiro porque a astrologia tem as suas raízes na Suméria e Egipto, depois passa pela Grécia, depois Alexandria, depois os Árabes trazem a astrologia para a Europa que entra por Portugal, Espanha, Itália. A partir daqui a astrologia difunde-se na Europa, nessa altura a nobreza e as pessoas mais cultas davam muita importância à astrologia, porque teve um papel relevante no estudo hermético e nos filósofos antigos ao nível do conhecimento tradicional, sendo considerada uma das ciências sagradas na antiguidade.
A astrologia teve um papel relevante nos Descobrimentos dos Portugueses, sabemos que o primeiro horóscopo que foi feito ou impresso era o horóscopo do rei D. Duarte na dinastia de Avis. Temos horóscopos do infante D. Henrique, temos vários astrólogos importantes dessa época como Abraão Zacuto que é muito célebre devido às tábuas astronómicas que escreveu no reinado do D. João II, que é dos primeiros livros portugueses impressos. A Astrologia em Portugal vai mais ou menos até ao reinado do D. Sebastião. Depois no século das Luzes, séc.XVIII, com a divisão dos saberes, a astrologia fica relegada para segundo plano, isto não só em Portugal, mas como na maior parte dos países da Europa e só volta a renascer depois a partir do final do séc.XIX, inicio do séc.XX, com outras correntes: a psicologia, as correntes do magnetismo e da teosofia que voltam a ressuscitar esta linguagem antiga.
Progredir: Acrescenta-se aí também a evolução da psicologia não é?
Luís Resina: Sim, exatamente. A importância do inconsciente remete-nos aos grandes mitos, mitos antigos e a toda a história mitológica, a relação da mitologia dos deuses com os planetas, e tudo isso volta.
Progredir: Na questão do povo, em Portugal o pensamento de Portugal, o pensamento coletivo, podemos dizer que a astrologia nos tempos antigos era mais vivida pela nobreza, pelas classes mais destacadas, mas agora propriamente em relação aos tempos modernos, como é que acha que o português vê a astrologia?
Luís Resina: Penso que o Português não tem sequer uma visão do que é realmente a importância da astrologia, ou o seu valor histórico, ou todo o conhecimento que está por de trás da astrologia. O Português médio vê a astrologia como aquilo que foi divulgado através de jornais e revistas, que foi uma moda que pegou no princípio do séc. XX através da imprensa francesa que começou a divulgar aqueles horóscopos de jornais que não têm validade nenhuma, que não têm nada a ver com astrologia, é apenas uma espécie de oráculo popular que se criou à volta disso, uma espécie de fétiche. A maior parte das pessoas pensa que a astrologia é isso, por isso não há um conhecimento real de quais os pressupostos que estão por de trás das estrelas, dos planetas, dos aspetos astrológicos de todo o alfabeto da astrologia, da linguagem simbólica que está por de trás das relações energéticas, porque se fizermos um paralelismo até com a ciência de há uns anos para cá, há físicos russos que estão a estudar as influências angulares entre os planetas e na sua relação com a terra e os efeitos sobre o campo magnético da mesma.
Progredir: Mas nesse aspeto é ultrapassada a questão da crença, aí temos uma realidade pura a manifestar-se?
Luís Resina: Exatamente, já são outras áreas que têm a ver com o desenvolvimento do conhecimento tecnológico e que dá uma outra consciência das relações do micro cosmos com o macro cosmos. Por exemplo os antigos, não tinham crenças ou fé, tinham aquilo que se chama convicções fortes de que aquele conhecimento era operativo. Hoje em dia estamos numa fase de voltar a equacionar todas essas visões, aliás a física moderna está a fazer isso em várias áreas, porque a física quântica está a recuperar velhas formas de olhar para a vida e para o mundo como os nosso antigos já diziam e agora estão a ser demonstradas pela física quântica. Com a astrologia pode vir-se a passar a mesma coisa, mas isso é realmente o domínio de especialistas, falando das pessoas em geral, do inconsciente coletivo português é mais uma superstição. A astrologia é uma coisa remota.
Progredir: Ou seja não veem a astrologia como por exemplo algo que possa dar respostas acerca dos conflitos sociais e económicos que estamos a viver?
Luís Resina: As pessoas não conhecem os fundamentos que estão por de trás disso. Acho que para realmente se ter uma noção do que é a astrologia é necessário estudá-la, ver as suas raízes, porque todo o estudo da astrologia corresponde a um curso universitário. É como se a pessoa tivesse que desenvolver bases sólidas sobre isso, e não só posições do sol e signos, isso não é astrologia, isso é uma coisa superficial, tem de se aprofundar e estudar para se ver os efeitos.
Progredir: Então nessa perspetiva parece que o povo Português vive uma espécie de marasmo, uma espécie de acomodação fechada em si próprio e não vê nem está atento a quaisquer mudanças que poderão vir a surgir?
Luís Resina: É natural porque também o sistema oficial de ensino nunca apoiou este tipo de conhecimento, tirando a fase do séc. XV/séc. XVI onde a astrologia chegou a ser ensinada nas universidades. Por exemplo, Pedro Torres lecionava astrologia na Universidade de Lisboa, havia cadeiras de astrologia que chegaram até ao séc. XVIII com os jesuítas que estudaram esta linguagem, mas tirando isso não há cadeiras de astrologia, eu por exemplo quando comecei a estudar astrologia tive que ser um autodidata porque não havia cursos, havia os cursos por correspondência da Rosa Cruz, eram os únicos.
Progredir: Parece que tivemos um clima de formatação das ideias que não nos deixa espaço para que as pessoas pensem por si mesmas e encontrem portas de saída fora do comum.
Luís Resina: Sim podemos dizer que o ensino, não só em Portugal mas na Europa e em muitas partes do mundo é um pouco formatado às necessidades económicas de uma época, e podemos dizer que há muitas matérias e assuntos que não se passam só com a astrologia, passa-se também com outras matérias mais no domínio do esoterismo, como o estudo da alquimia ou outros assuntos que ficaram relegados para segundo, terceiro plano.
Luís Resina: Sim, exatamente. A importância do inconsciente remete-nos aos grandes mitos, mitos antigos e a toda a história mitológica, a relação da mitologia dos deuses com os planetas, e tudo isso volta.
Progredir: Na questão do povo, em Portugal o pensamento de Portugal, o pensamento coletivo, podemos dizer que a astrologia nos tempos antigos era mais vivida pela nobreza, pelas classes mais destacadas, mas agora propriamente em relação aos tempos modernos, como é que acha que o português vê a astrologia?
Luís Resina: Penso que o Português não tem sequer uma visão do que é realmente a importância da astrologia, ou o seu valor histórico, ou todo o conhecimento que está por de trás da astrologia. O Português médio vê a astrologia como aquilo que foi divulgado através de jornais e revistas, que foi uma moda que pegou no princípio do séc. XX através da imprensa francesa que começou a divulgar aqueles horóscopos de jornais que não têm validade nenhuma, que não têm nada a ver com astrologia, é apenas uma espécie de oráculo popular que se criou à volta disso, uma espécie de fétiche. A maior parte das pessoas pensa que a astrologia é isso, por isso não há um conhecimento real de quais os pressupostos que estão por de trás das estrelas, dos planetas, dos aspetos astrológicos de todo o alfabeto da astrologia, da linguagem simbólica que está por de trás das relações energéticas, porque se fizermos um paralelismo até com a ciência de há uns anos para cá, há físicos russos que estão a estudar as influências angulares entre os planetas e na sua relação com a terra e os efeitos sobre o campo magnético da mesma.
Progredir: Mas nesse aspeto é ultrapassada a questão da crença, aí temos uma realidade pura a manifestar-se?
Luís Resina: Exatamente, já são outras áreas que têm a ver com o desenvolvimento do conhecimento tecnológico e que dá uma outra consciência das relações do micro cosmos com o macro cosmos. Por exemplo os antigos, não tinham crenças ou fé, tinham aquilo que se chama convicções fortes de que aquele conhecimento era operativo. Hoje em dia estamos numa fase de voltar a equacionar todas essas visões, aliás a física moderna está a fazer isso em várias áreas, porque a física quântica está a recuperar velhas formas de olhar para a vida e para o mundo como os nosso antigos já diziam e agora estão a ser demonstradas pela física quântica. Com a astrologia pode vir-se a passar a mesma coisa, mas isso é realmente o domínio de especialistas, falando das pessoas em geral, do inconsciente coletivo português é mais uma superstição. A astrologia é uma coisa remota.
Progredir: Ou seja não veem a astrologia como por exemplo algo que possa dar respostas acerca dos conflitos sociais e económicos que estamos a viver?
Luís Resina: As pessoas não conhecem os fundamentos que estão por de trás disso. Acho que para realmente se ter uma noção do que é a astrologia é necessário estudá-la, ver as suas raízes, porque todo o estudo da astrologia corresponde a um curso universitário. É como se a pessoa tivesse que desenvolver bases sólidas sobre isso, e não só posições do sol e signos, isso não é astrologia, isso é uma coisa superficial, tem de se aprofundar e estudar para se ver os efeitos.
Progredir: Então nessa perspetiva parece que o povo Português vive uma espécie de marasmo, uma espécie de acomodação fechada em si próprio e não vê nem está atento a quaisquer mudanças que poderão vir a surgir?
Luís Resina: É natural porque também o sistema oficial de ensino nunca apoiou este tipo de conhecimento, tirando a fase do séc. XV/séc. XVI onde a astrologia chegou a ser ensinada nas universidades. Por exemplo, Pedro Torres lecionava astrologia na Universidade de Lisboa, havia cadeiras de astrologia que chegaram até ao séc. XVIII com os jesuítas que estudaram esta linguagem, mas tirando isso não há cadeiras de astrologia, eu por exemplo quando comecei a estudar astrologia tive que ser um autodidata porque não havia cursos, havia os cursos por correspondência da Rosa Cruz, eram os únicos.
Progredir: Parece que tivemos um clima de formatação das ideias que não nos deixa espaço para que as pessoas pensem por si mesmas e encontrem portas de saída fora do comum.
Luís Resina: Sim podemos dizer que o ensino, não só em Portugal mas na Europa e em muitas partes do mundo é um pouco formatado às necessidades económicas de uma época, e podemos dizer que há muitas matérias e assuntos que não se passam só com a astrologia, passa-se também com outras matérias mais no domínio do esoterismo, como o estudo da alquimia ou outros assuntos que ficaram relegados para segundo, terceiro plano.
Progredir: Quer dizer que com um quadro destes, o surgimento de uma
associação que tem como nome “Movimentos despertar Portugal”, que propósito poderia
desempenhar junto da população, se é meramente informativa, estimulante. Como é
o surgimento dessa associação?
Luís Resina: Sim os fundadores desta associação “Movimentos despertar Portugal” tinham a intenção de puxar pelo lado mais esotérico de Portugal, ou seja, a história, outras partes da história de Portugal que não vêm a público ou que temos pouco conhecimento, porque a tradição portuguesa é muito rica em termos de símbolos, arquétipos, transcendência. Existem muitas obras na biblioteca de Mafra, que na altura era uma das mais ricas da Europa, há muito conhecimento tradicional que está por divulgar. Toda a tradição de António Quadros, o Padre António Vieira, Agostinho da Silva, Fernando Pessoa, Sampaio Bruno, pessoas que estudaram a tradição portuguesa. No fundo a tradição portuguesa está ligada à grande tradição universal e essa tradição universal fala-nos de outras realidades, que há um mundo para além deste onde vivemos, um mundo tridimensional. Apesar de um mundo baseado na economia, pelos valores modernos, existem outros mundos paralelos que levam a dimensão do ser humano às suas raízes, à sua essência, esse mundo tem sido ignorado, escamoteado.
Progredir: Quer dizer que o surgimento da associação “Movimentos despertar Portugal”, seria mais como um estímulo para quem disponibiliza uma visão da vida e no mundo, não só do ponto de vista socioeconómico e político mas também esotérico e religioso?
Luís Resina: Sim é criar, ajudar ou estimular nas pessoas a criação de um novo paradigma muito mais abrangente. Por exemplo em termos astrológicos se associarmos aquilo que o mundo está a atravessar e o papel de Portugal no mundo, sabemos que temos o conhecimento das Eras astrológicas. A Era de carneiro começou 2 mil anos antes de Cristo, temos paralelismos disso no judaísmo por exemplo, na altura de Moisés começa-se a sacrificar o cordeiro pascal, que é carneiro, tem a ver com a lua cheia da páscoa que a tradição cristã também manteve.
Na altura da Era de Peixes, os primeiros cristãos desenhavam os peixes na areia para se identificarem. Hoje em dia estamos na transição da Era de Peixes para a Era de Aquário e sabemos que há todo um tipo de arquétipos e de valores novos, como se fosse um Neo Humanismo, uma nova forma de olhar para o Homem, para a sua inserção no cosmos, no todo, que é necessário rever porque ainda estamos com os vícios dos últimos séculos, principalmente a partir do séc. XIX em que entrámos numa forma mais evidente no positivismo, materialismo, ou seja no outro signo oposto a Peixes que é Virgem.
A Virgem tem dois lados um lado muito material, que é como S. Tomé “ver para querer”, mas também tem um lado espiritual, o culto da Virgem Mãe. Caímos no lado exagerado do materialismo e no final desta Era de Peixe há que fazer as pontes e a ligação entre o espírito e a matéria. Portugal sendo tradicionalmente um signo de Peixes inserido na Era de Peixes que está a finalizar, tem como missão criar as condições, pelo menos de passar a mensagem. A mensagem do quinto império, isto é, um império mais do ponto de vista espiritual do que material. A mensagem de transição da Era de Peixes para a Era de Aquário.
Progredir: Quer dizer que de acordo com a visão que acaba de passar, acha que isso se enquadra num estigma ou novo paradigma conhecido como a Nova Ecologia do Ser, ou isso tem um significado adicional?
Luís Resina: Quando falamos em Ecologia do Ser, um termo que comecei a utilizar desde o Congresso que organizei em 2009, o Congresso de Sincronização com o Planeta Terra. A Ecologia do Ser vem no sentido dos movimentos ecológicos, a relação com a Terra, com a natureza. É claro que isso se encontra em diversas tradições, até no budismo se encontra a relação com todos os seres vivos, é realmente uma abrangência. Mas esta Ecologia do Ser envolve aquilo que é a relação entre a matéria e o espírito, por isso de natureza espiritual. A consagração ou a sacralização da matéria, a passagem do tempo profano ao tempo sagrado como diria Mirc Eliad, que fala do tempo profano e do tempo sagrado, essa sacralização do lado existencial. O tempo que vivemos é o tempo consumista, que consome o homem e onde parece que a única saída é a morte. Há um tabu relacionado com a morte, vivemos numa correria e esquecemo-nos que há outros valores fundamentais à existência, e muitas vezes caímos naquilo que já no início do séc. XX era o Niilismo e Existencialismo, só que hoje está muito ligado a toda a esfera económica do consumismo, e as pessoas viverem para cada vez terem mais coisas.
Luís Resina: Sim os fundadores desta associação “Movimentos despertar Portugal” tinham a intenção de puxar pelo lado mais esotérico de Portugal, ou seja, a história, outras partes da história de Portugal que não vêm a público ou que temos pouco conhecimento, porque a tradição portuguesa é muito rica em termos de símbolos, arquétipos, transcendência. Existem muitas obras na biblioteca de Mafra, que na altura era uma das mais ricas da Europa, há muito conhecimento tradicional que está por divulgar. Toda a tradição de António Quadros, o Padre António Vieira, Agostinho da Silva, Fernando Pessoa, Sampaio Bruno, pessoas que estudaram a tradição portuguesa. No fundo a tradição portuguesa está ligada à grande tradição universal e essa tradição universal fala-nos de outras realidades, que há um mundo para além deste onde vivemos, um mundo tridimensional. Apesar de um mundo baseado na economia, pelos valores modernos, existem outros mundos paralelos que levam a dimensão do ser humano às suas raízes, à sua essência, esse mundo tem sido ignorado, escamoteado.
Progredir: Quer dizer que o surgimento da associação “Movimentos despertar Portugal”, seria mais como um estímulo para quem disponibiliza uma visão da vida e no mundo, não só do ponto de vista socioeconómico e político mas também esotérico e religioso?
Luís Resina: Sim é criar, ajudar ou estimular nas pessoas a criação de um novo paradigma muito mais abrangente. Por exemplo em termos astrológicos se associarmos aquilo que o mundo está a atravessar e o papel de Portugal no mundo, sabemos que temos o conhecimento das Eras astrológicas. A Era de carneiro começou 2 mil anos antes de Cristo, temos paralelismos disso no judaísmo por exemplo, na altura de Moisés começa-se a sacrificar o cordeiro pascal, que é carneiro, tem a ver com a lua cheia da páscoa que a tradição cristã também manteve.
Na altura da Era de Peixes, os primeiros cristãos desenhavam os peixes na areia para se identificarem. Hoje em dia estamos na transição da Era de Peixes para a Era de Aquário e sabemos que há todo um tipo de arquétipos e de valores novos, como se fosse um Neo Humanismo, uma nova forma de olhar para o Homem, para a sua inserção no cosmos, no todo, que é necessário rever porque ainda estamos com os vícios dos últimos séculos, principalmente a partir do séc. XIX em que entrámos numa forma mais evidente no positivismo, materialismo, ou seja no outro signo oposto a Peixes que é Virgem.
A Virgem tem dois lados um lado muito material, que é como S. Tomé “ver para querer”, mas também tem um lado espiritual, o culto da Virgem Mãe. Caímos no lado exagerado do materialismo e no final desta Era de Peixe há que fazer as pontes e a ligação entre o espírito e a matéria. Portugal sendo tradicionalmente um signo de Peixes inserido na Era de Peixes que está a finalizar, tem como missão criar as condições, pelo menos de passar a mensagem. A mensagem do quinto império, isto é, um império mais do ponto de vista espiritual do que material. A mensagem de transição da Era de Peixes para a Era de Aquário.
Progredir: Quer dizer que de acordo com a visão que acaba de passar, acha que isso se enquadra num estigma ou novo paradigma conhecido como a Nova Ecologia do Ser, ou isso tem um significado adicional?
Luís Resina: Quando falamos em Ecologia do Ser, um termo que comecei a utilizar desde o Congresso que organizei em 2009, o Congresso de Sincronização com o Planeta Terra. A Ecologia do Ser vem no sentido dos movimentos ecológicos, a relação com a Terra, com a natureza. É claro que isso se encontra em diversas tradições, até no budismo se encontra a relação com todos os seres vivos, é realmente uma abrangência. Mas esta Ecologia do Ser envolve aquilo que é a relação entre a matéria e o espírito, por isso de natureza espiritual. A consagração ou a sacralização da matéria, a passagem do tempo profano ao tempo sagrado como diria Mirc Eliad, que fala do tempo profano e do tempo sagrado, essa sacralização do lado existencial. O tempo que vivemos é o tempo consumista, que consome o homem e onde parece que a única saída é a morte. Há um tabu relacionado com a morte, vivemos numa correria e esquecemo-nos que há outros valores fundamentais à existência, e muitas vezes caímos naquilo que já no início do séc. XX era o Niilismo e Existencialismo, só que hoje está muito ligado a toda a esfera económica do consumismo, e as pessoas viverem para cada vez terem mais coisas.
Progredir: Quer dizer que nesse sentido a sociedade portuguesa, no
nosso caso em particular a sociedade está condenada se não abandonar o
supérfluo e se não aprender a abandonar o supérfluo, conseguirá extrair a
essência do que é a vida, do que é o seu dia-a-dia, o que é a sua relação com o
quotidiano e com o seu semelhante e nesse sentido sem essência não se extrai o
sumo, a origem, o cerne que nos leva a ter a crença no dia-a-dia e estarmos
minimamente equilibrados e seguros. E nesse sentido particularizando ao seu
caso, uma vez que treina o seu pensamento e as suas reflexões na extração da
essência, como é que particularmente pratica isso na sua vida e no seu trabalho?
Luís: Quando divulgo este saber milenar que é a astrologia e outras disciplinas paralelas, o que realmente procuro é mostrar o que é que há de essencial nestas disciplinas do Conhecimento, a que eu chamo com C grande, porque o verdadeiro conhecimento tem de ter uma parte de assimilação o chamado conhecimento esotérico que é o conhecimento interior vivido e assimilado por cada participante nisto do saber.
Tento estimular nos alunos, que façam o seu próprio percurso pessoal e individual e descubram em si mesmos o que é essencial. Essa essência está em cada um de nós assim como está também na tradição histórica nestas áreas do saber mais abrangente ou que chamamos conhecimento esotérico, por isso a essência é algo que faz parte.
O ser religioso não é o ser ligado a nenhuma forma ortodoxa, o ser religioso é o religar. Na sua essência etimológica da palavra, religar significa, o homem no seu meio envolvente, e esse religar é sentir que há um preenchimento do Ser, esse preenchimento do Ser é o reconhecimento que ele não está sozinho no mundo. A procura da essência é exatamente esse núcleo fundamental em cada Ser, que poderá estar adormecido em relação a sua essência e que se revela em algumas disciplinas do conhecimento, até na filosofia, porque os primeiros filósofos também procuravam a essência daquilo que o mundo era composto, as grandes interrogações sobre o que é o Homem.
Progredir: No seu trabalho e para a sua vida considera que apesar de se tentar chegar a essência há sempre um trabalho esotérico que é o trabalho do dia-a-dia, o trabalho de suor que é o caminho para a aprendizagem, da extração da essência do aspeto esotérico da vida e é isso que estimula o seu trabalho?
Luís Resina: Há um trabalho que tem a ver com disciplina, estudo, dedicação e quando a pessoa fica a dominar uma matéria seja ela qual for por exemplo no caso da música em que as pessoas estudam e têm de praticar bastante, para quê? Para depois se libertarem, para depois poder vir alguma coisa que seja própria do indivíduo, que a sua natureza venha ao de cima, que ele possa reinterpretar a história, a música, a arte, seja aquilo que for, mas que seja algo criativo que nasce do indivíduo. E esse criativo tem a ver com a essência de cada um, porque cada um nasceu com um dom para desenvolver, e precisa de descobrir esse dom dentro de si próprio. Se ficarmos só por um ensino ou uma pedagogia que ensina só aspetos exteriores da vida e da realidade, não estamos a fazer o próprio processo de auto crescimento individual necessário para o futuro.
Progredir: Para terminarmos a nossa conversa o que acha que se pode deixar como mensagem aos portugueses para o ano de 2014 não de previsões mas no sentido de alertas?
Luís Resina: As previsões são sempre coisas muito genéricas e não podemos fazer previsões para um coletivo, porque para fazer para um coletivo tinha que ser para o mundo inteiro. A mensagem que daria é a seguinte, estamos num ano muito dinâmico, no ano de 2014 há uma cruz cósmica no céu formada por Marte, Júpiter, Úrano e Plutão em signos cardinais, signos que libertam muita energia, é um ano muito ativo, de inícios, de novas coisas, um ano com mudanças, um ano com criações e impulsos, novos ciclos chamemos-lhe assim. Também o fim de algumas. Para o início de umas tem de haver o declínio de outras, umas nascem outras declinam. É um ano muito ativo é há muito potencial no ar, há muita energia, mas esse resultado depende da forma como todos os portugueses ou não integrarem essa energia e trabalharem com ela, por isso pode ser um ano extremamente criativo como pode ser um ano com muitas tensões porque se não soubermos dar direção a essas energias vamos ficar em stress, chamemos-lhe assim.
Desde 2008 que começou uma fase que trouxe austeridade, medo, repressão, contenção, pessimismo. 2013 aprofundou essa fase com uma espécie de morte renascimento que é um 13, foi um ano crítico, 2014 é o ano da abertura para sairmos deste clima mais tenso em que temos vivido, mas aqui também a terminação é um 5, a síntese do ano é um 7. O 7 significa a “busca para além de”, a procura de novos horizontes, novas metas, abarcar novas filosofias e a terminação em 5 que é 1+4, indica necessidade de criatividade, novidade e muita mudança. A forma de conseguirmos isso depende até que ponto é que estamos condicionados ainda pelo passado, e se tivermos muito condicionados pelo passado podemos não aceitar muito bem todo este movimento de alterações e mudanças, ou abrimos ou então vamos procurar novas formas de encarar a realidade e o mundo, tentando transformar o indivíduo e a sociedade. Nesse sentido pode ser um ano extremamente criativo. É um grande desafio, vamos ver como este desafio vai ser realizado principalmente neste primeiro semestre que vai ser impactante, principalmente a primavera, de Março a Maio, e vamos ver como é que as pessoas respondem a este impulso energético muito grande que vem aí, e que pode trazer novas revelações de coisas que têm estado mais escondidas do coletivo das pessoas e que começam a vir ao de cima.
Numa das minhas últimas conferências, falei no exemplo do ministro russo que pensava que não estava a ser gravado e que falou que na Rússia tinham arquivos sobre as relações com extraterrestres, arquivos antigos que falam da importância dos extraterrestres na história humana e que esses documentos nunca vieram a público, por exemplo.
É assim importante estarmos abertos e recetivos a novos dinamismos e à necessidade que cada um de nós vai ter de se superar em relação a si próprio, porque o 7 pede a superação de si mesmo e se não conseguirmos isso temos que fazer recuos, porque o carro também faz recuos e anda para a frente, quando falo no carro é porque o número 7 no Tarot corresponde ao arcanjo do carro. As previsões coletivas são sempre previsões de possibilidades, porque por exemplo, na linguagem da física quântica tudo é uma possibilidade, está sempre tudo em aberto, depende de nós e da maneira de olharmos para as coisas, nós é que vamos determinar o campo da experiência.
Luís: Quando divulgo este saber milenar que é a astrologia e outras disciplinas paralelas, o que realmente procuro é mostrar o que é que há de essencial nestas disciplinas do Conhecimento, a que eu chamo com C grande, porque o verdadeiro conhecimento tem de ter uma parte de assimilação o chamado conhecimento esotérico que é o conhecimento interior vivido e assimilado por cada participante nisto do saber.
Tento estimular nos alunos, que façam o seu próprio percurso pessoal e individual e descubram em si mesmos o que é essencial. Essa essência está em cada um de nós assim como está também na tradição histórica nestas áreas do saber mais abrangente ou que chamamos conhecimento esotérico, por isso a essência é algo que faz parte.
O ser religioso não é o ser ligado a nenhuma forma ortodoxa, o ser religioso é o religar. Na sua essência etimológica da palavra, religar significa, o homem no seu meio envolvente, e esse religar é sentir que há um preenchimento do Ser, esse preenchimento do Ser é o reconhecimento que ele não está sozinho no mundo. A procura da essência é exatamente esse núcleo fundamental em cada Ser, que poderá estar adormecido em relação a sua essência e que se revela em algumas disciplinas do conhecimento, até na filosofia, porque os primeiros filósofos também procuravam a essência daquilo que o mundo era composto, as grandes interrogações sobre o que é o Homem.
Progredir: No seu trabalho e para a sua vida considera que apesar de se tentar chegar a essência há sempre um trabalho esotérico que é o trabalho do dia-a-dia, o trabalho de suor que é o caminho para a aprendizagem, da extração da essência do aspeto esotérico da vida e é isso que estimula o seu trabalho?
Luís Resina: Há um trabalho que tem a ver com disciplina, estudo, dedicação e quando a pessoa fica a dominar uma matéria seja ela qual for por exemplo no caso da música em que as pessoas estudam e têm de praticar bastante, para quê? Para depois se libertarem, para depois poder vir alguma coisa que seja própria do indivíduo, que a sua natureza venha ao de cima, que ele possa reinterpretar a história, a música, a arte, seja aquilo que for, mas que seja algo criativo que nasce do indivíduo. E esse criativo tem a ver com a essência de cada um, porque cada um nasceu com um dom para desenvolver, e precisa de descobrir esse dom dentro de si próprio. Se ficarmos só por um ensino ou uma pedagogia que ensina só aspetos exteriores da vida e da realidade, não estamos a fazer o próprio processo de auto crescimento individual necessário para o futuro.
Progredir: Para terminarmos a nossa conversa o que acha que se pode deixar como mensagem aos portugueses para o ano de 2014 não de previsões mas no sentido de alertas?
Luís Resina: As previsões são sempre coisas muito genéricas e não podemos fazer previsões para um coletivo, porque para fazer para um coletivo tinha que ser para o mundo inteiro. A mensagem que daria é a seguinte, estamos num ano muito dinâmico, no ano de 2014 há uma cruz cósmica no céu formada por Marte, Júpiter, Úrano e Plutão em signos cardinais, signos que libertam muita energia, é um ano muito ativo, de inícios, de novas coisas, um ano com mudanças, um ano com criações e impulsos, novos ciclos chamemos-lhe assim. Também o fim de algumas. Para o início de umas tem de haver o declínio de outras, umas nascem outras declinam. É um ano muito ativo é há muito potencial no ar, há muita energia, mas esse resultado depende da forma como todos os portugueses ou não integrarem essa energia e trabalharem com ela, por isso pode ser um ano extremamente criativo como pode ser um ano com muitas tensões porque se não soubermos dar direção a essas energias vamos ficar em stress, chamemos-lhe assim.
Desde 2008 que começou uma fase que trouxe austeridade, medo, repressão, contenção, pessimismo. 2013 aprofundou essa fase com uma espécie de morte renascimento que é um 13, foi um ano crítico, 2014 é o ano da abertura para sairmos deste clima mais tenso em que temos vivido, mas aqui também a terminação é um 5, a síntese do ano é um 7. O 7 significa a “busca para além de”, a procura de novos horizontes, novas metas, abarcar novas filosofias e a terminação em 5 que é 1+4, indica necessidade de criatividade, novidade e muita mudança. A forma de conseguirmos isso depende até que ponto é que estamos condicionados ainda pelo passado, e se tivermos muito condicionados pelo passado podemos não aceitar muito bem todo este movimento de alterações e mudanças, ou abrimos ou então vamos procurar novas formas de encarar a realidade e o mundo, tentando transformar o indivíduo e a sociedade. Nesse sentido pode ser um ano extremamente criativo. É um grande desafio, vamos ver como este desafio vai ser realizado principalmente neste primeiro semestre que vai ser impactante, principalmente a primavera, de Março a Maio, e vamos ver como é que as pessoas respondem a este impulso energético muito grande que vem aí, e que pode trazer novas revelações de coisas que têm estado mais escondidas do coletivo das pessoas e que começam a vir ao de cima.
Numa das minhas últimas conferências, falei no exemplo do ministro russo que pensava que não estava a ser gravado e que falou que na Rússia tinham arquivos sobre as relações com extraterrestres, arquivos antigos que falam da importância dos extraterrestres na história humana e que esses documentos nunca vieram a público, por exemplo.
É assim importante estarmos abertos e recetivos a novos dinamismos e à necessidade que cada um de nós vai ter de se superar em relação a si próprio, porque o 7 pede a superação de si mesmo e se não conseguirmos isso temos que fazer recuos, porque o carro também faz recuos e anda para a frente, quando falo no carro é porque o número 7 no Tarot corresponde ao arcanjo do carro. As previsões coletivas são sempre previsões de possibilidades, porque por exemplo, na linguagem da física quântica tudo é uma possibilidade, está sempre tudo em aberto, depende de nós e da maneira de olharmos para as coisas, nós é que vamos determinar o campo da experiência.
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