Entrevista a Francisco Varatojo
"Uma alimentação melhor, para uma vida mais integrada"
Referência nacional da
alimentação macrobiótica em Portugal, Francisco Varatojo, fala-nos das
vantagens deste tipo de alimentação e como esta pode contribuir para uma vida
mais integrada. Por Revista Progredir
Progredir: Diretor do Instituto Macrobiótico de Portugal, é desde há muitos anos reconhecido como um dos consultores macrobióticos mais qualificados, conte-nos um pouco da sua história?
Francisco Varatojo: Nasci em Leiria em 1960 e desde cedo que me interessei por áreas menos convencionais na altura - espiritualidade, ecologia, alimentação, entre outras. Gostava também bastante de desporto, tendo praticado diversas modalidades desportivas.
Aos 16 anos conheci a filosofia macrobiótica que mudou completamente a minha vida. Fui para os EUA aos 17 anos para estudar com o Michio e a Aveline Kushi e quando regressei em 1980, comecei a trabalhar a tempo inteiro na educação macrobiótica: aulas, seminários, consultas, agricultura, etc.
Casei com a Eugénia em 1982 e juntos começámos em 1985 o Instituto Kushi de Portugal, que mais tarde se tornou o Instituto Macrobiótico de Portugal. Ao longo destes quase 30 anos ensinámos a milhares de pessoas os fundamentos de uma vida mais saudável e de uma alimentação adequada.
Neste meu percurso, fui suficientemente afortunado por poder dar aulas e conferências em quase todo o Mundo, pelo que pude ganhar uma boa perspetiva das aspirações humanas universais e de como, um pouco por todo o Mundo, a saúde e o ambiente se começam a degradar devido a uma modo de vida e de uma alimentação cada vez mais afastados da Natureza.
Tenho quatro filhos, 3 raparigas e um rapaz com idades entre os 30 e os 22 anos.
Progredir: Como nasceu o interesse pela Macrobiótica?
Francisco Varatojo: Conheci a macrobiótica quando tinha 16 anos. Um amigo meu falou-me sobre ela e li depois um livro de uma autora portuguesa, Rosa Maria Calado, intitulado “Macrobiótica, Como e Porquê”. Já era mais ou menos vegetariano na altura por questões relacionadas com a prática desportiva.
A alimentação e a filosofia macrobiótica mostraram-me a possibilidade de sermos mais responsáveis e conscientes sobre a nossa saúde e a nossa vida e a interligação entre todos os fenómenos. Para mim, isso foi absolutamente extraordinário. Também, através da alimentação senti-me incrivelmente bem a nível físico, emocional e mental. Mais que tudo, sentia-me “ligado” ao Mundo como nunca me tinha sentido.
Progredir: Diretor do Instituto Macrobiótico de Portugal, é desde há muitos anos reconhecido como um dos consultores macrobióticos mais qualificados, conte-nos um pouco da sua história?
Francisco Varatojo: Nasci em Leiria em 1960 e desde cedo que me interessei por áreas menos convencionais na altura - espiritualidade, ecologia, alimentação, entre outras. Gostava também bastante de desporto, tendo praticado diversas modalidades desportivas.
Aos 16 anos conheci a filosofia macrobiótica que mudou completamente a minha vida. Fui para os EUA aos 17 anos para estudar com o Michio e a Aveline Kushi e quando regressei em 1980, comecei a trabalhar a tempo inteiro na educação macrobiótica: aulas, seminários, consultas, agricultura, etc.
Casei com a Eugénia em 1982 e juntos começámos em 1985 o Instituto Kushi de Portugal, que mais tarde se tornou o Instituto Macrobiótico de Portugal. Ao longo destes quase 30 anos ensinámos a milhares de pessoas os fundamentos de uma vida mais saudável e de uma alimentação adequada.
Neste meu percurso, fui suficientemente afortunado por poder dar aulas e conferências em quase todo o Mundo, pelo que pude ganhar uma boa perspetiva das aspirações humanas universais e de como, um pouco por todo o Mundo, a saúde e o ambiente se começam a degradar devido a uma modo de vida e de uma alimentação cada vez mais afastados da Natureza.
Tenho quatro filhos, 3 raparigas e um rapaz com idades entre os 30 e os 22 anos.
Progredir: Como nasceu o interesse pela Macrobiótica?
Francisco Varatojo: Conheci a macrobiótica quando tinha 16 anos. Um amigo meu falou-me sobre ela e li depois um livro de uma autora portuguesa, Rosa Maria Calado, intitulado “Macrobiótica, Como e Porquê”. Já era mais ou menos vegetariano na altura por questões relacionadas com a prática desportiva.
A alimentação e a filosofia macrobiótica mostraram-me a possibilidade de sermos mais responsáveis e conscientes sobre a nossa saúde e a nossa vida e a interligação entre todos os fenómenos. Para mim, isso foi absolutamente extraordinário. Também, através da alimentação senti-me incrivelmente bem a nível físico, emocional e mental. Mais que tudo, sentia-me “ligado” ao Mundo como nunca me tinha sentido.
Progredir: Autor de variados livros dentro do tema da saúde e
bem-estar, que valor tem a escrita na sua vida?
Francisco Varatojo: O registo escrito é para mim muito importante. Comecei a ler muito cedo, com 5 anos e desde miúdo que devoro livros. Atualmente falo muito mais do que escrevo porque grande parte da minha atividade passa por dar aulas e consultas, mas aprecio imenso uma boa escrita e gostaria de ter mais tempo para escrever.
Escrever o meu livro “Mente Sã, Corpo São” foi um grande desafio porque tive que me disciplinar bastante dum ponto de vista de horários, mas foi muito gratificante.
Progredir: Como foi receber o prémio "Aveline Kushi Award" em 2010?
Francisco Varatojo: A Aveline Kushi foi uma mulher por quem tenho imensa admiração. Foi uma verdadeira pioneira no Mundo da saúde natural, agricultura biológica e muitas outras áreas, pelo que receber o prémio com o seu nome me deixou muito orgulhoso. Mais ainda, porque eu e a Eugénia fomos os primeiros europeus a ser agraciados com ele.
Progredir: Como come o povo português?
Francisco Varatojo: Atualmente, creio que está a comer cada vez pior, devido ao crescimento de fast-food e alimentos altamente processados, particularmente na camada etária mais jovem.
Progredir: Quais os princípios da cozinha macrobiótica?
Francisco Varatojo: A cozinha macrobiótica está baseada em métodos tradicionais, é maioritariamente baseada em alimentos de origem vegetal, tem em consideração aspetos geográficos e sazonais, dá preferência a alimentos cultivados de forma orgânica.
Os cereais integrais, vegetais, leguminosas, sementes, oleaginosas e frutos são a base da alimentação.
Progredir: Quais as principais diferenças entre a alimentação macrobiótica e o vegetarianismo?
Francisco Varatojo: A alimentação macrobiótica pode ou não ser vegetariana, depende de diversos fatores, como o clima, condição, preferências pessoais, etc. Em climas muito rigorosos, por exemplo pode ser difícil ser exclusivamente vegetariano.
Ser vegetariano significa não comer produtos animais, mesmo que a pessoa só coma pão branco e refrigerantes. A prática macrobiótica usa diversos critérios para a escolha dos alimentos, sendo o mais importante que os cereais integrais e os vegetais são o centro da alimentação.
Alguns praticantes de macrobiótica são totalmente vegetarianos, enquanto outros comem peixe de vez em quando.
Francisco Varatojo: O registo escrito é para mim muito importante. Comecei a ler muito cedo, com 5 anos e desde miúdo que devoro livros. Atualmente falo muito mais do que escrevo porque grande parte da minha atividade passa por dar aulas e consultas, mas aprecio imenso uma boa escrita e gostaria de ter mais tempo para escrever.
Escrever o meu livro “Mente Sã, Corpo São” foi um grande desafio porque tive que me disciplinar bastante dum ponto de vista de horários, mas foi muito gratificante.
Progredir: Como foi receber o prémio "Aveline Kushi Award" em 2010?
Francisco Varatojo: A Aveline Kushi foi uma mulher por quem tenho imensa admiração. Foi uma verdadeira pioneira no Mundo da saúde natural, agricultura biológica e muitas outras áreas, pelo que receber o prémio com o seu nome me deixou muito orgulhoso. Mais ainda, porque eu e a Eugénia fomos os primeiros europeus a ser agraciados com ele.
Progredir: Como come o povo português?
Francisco Varatojo: Atualmente, creio que está a comer cada vez pior, devido ao crescimento de fast-food e alimentos altamente processados, particularmente na camada etária mais jovem.
Progredir: Quais os princípios da cozinha macrobiótica?
Francisco Varatojo: A cozinha macrobiótica está baseada em métodos tradicionais, é maioritariamente baseada em alimentos de origem vegetal, tem em consideração aspetos geográficos e sazonais, dá preferência a alimentos cultivados de forma orgânica.
Os cereais integrais, vegetais, leguminosas, sementes, oleaginosas e frutos são a base da alimentação.
Progredir: Quais as principais diferenças entre a alimentação macrobiótica e o vegetarianismo?
Francisco Varatojo: A alimentação macrobiótica pode ou não ser vegetariana, depende de diversos fatores, como o clima, condição, preferências pessoais, etc. Em climas muito rigorosos, por exemplo pode ser difícil ser exclusivamente vegetariano.
Ser vegetariano significa não comer produtos animais, mesmo que a pessoa só coma pão branco e refrigerantes. A prática macrobiótica usa diversos critérios para a escolha dos alimentos, sendo o mais importante que os cereais integrais e os vegetais são o centro da alimentação.
Alguns praticantes de macrobiótica são totalmente vegetarianos, enquanto outros comem peixe de vez em quando.
Progredir: 5 dicas para quem tiver interesse em iniciar esta
viagem pelo mundo da comida macrobiótica?
Francisco Varatojo: - Aprender a cozinhar. A cozinha macrobiótica é deliciosa se bem preparada.
- Mastigar muito bem.
- Não comer 3 horas antes de dormir.
- Ler livros e artigos sobre o assunto. No site do Instituto Macrobiótico de Portugal encontra muitos artigos sobre estes temas.
- Mais importante, ter uma mente aberta e uma enorme curiosidade pela vida.
Progredir: Como pode estar a alimentação ligada a uma vida mais intuitiva, mais livre, mais feliz?
Francisco Varatojo: É possível, mas difícil, gozar a vida e sentirmo-nos livres e felizes quando estamos doentes. Se comermos adequadamente é mais fácil gozarmos de boa saúde.
Quando comemos alimentos naturais ficamos também mais alinhados com a Natureza o que ajuda a desenvolver a nossa intuição original e a ter mais sensibilidade para com o Mundo.
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Francisco Varatojo: Apesar do enorme avanço tecnológico moderno nos facilitar imenso a vida, a verdadeira solução para os nossos problemas de saúde e ambientais passa pela simplicidade na forma como vivemos e comemos. Acredito que os nossos desafios podem ser superados, se cada um de nós desempenhar um papel ativo e consciente na forma como vive a sua vida.
Francisco Varatojo: - Aprender a cozinhar. A cozinha macrobiótica é deliciosa se bem preparada.
- Mastigar muito bem.
- Não comer 3 horas antes de dormir.
- Ler livros e artigos sobre o assunto. No site do Instituto Macrobiótico de Portugal encontra muitos artigos sobre estes temas.
- Mais importante, ter uma mente aberta e uma enorme curiosidade pela vida.
Progredir: Como pode estar a alimentação ligada a uma vida mais intuitiva, mais livre, mais feliz?
Francisco Varatojo: É possível, mas difícil, gozar a vida e sentirmo-nos livres e felizes quando estamos doentes. Se comermos adequadamente é mais fácil gozarmos de boa saúde.
Quando comemos alimentos naturais ficamos também mais alinhados com a Natureza o que ajuda a desenvolver a nossa intuição original e a ter mais sensibilidade para com o Mundo.
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Francisco Varatojo: Apesar do enorme avanço tecnológico moderno nos facilitar imenso a vida, a verdadeira solução para os nossos problemas de saúde e ambientais passa pela simplicidade na forma como vivemos e comemos. Acredito que os nossos desafios podem ser superados, se cada um de nós desempenhar um papel ativo e consciente na forma como vive a sua vida.
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