Falar ou não falar?… Eis a questão... |
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Há uns anos partilhei no meu Blog o seguinte provérbio:
Existem quatro coisas na vida que não se recuperam: A Pedra - Depois de atirada A Palavra - Depois de proferida A Ocasião - Depois de perdida O Tempo - Depois de passado De facto a palavra pode ter Poder e… depois de proferida… proferida está… Sobre este assunto partilhei também uma frase, atribuída a Aristóteles, que dizia o seguinte: “O Sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa em tudo o que diz.” Partilhei aqui estes pensamentos para trazer o seguinte debate à mesa: Devemos dizer tudo o que nos vem à cabeça e a todas as pessoas? De facto quando passamos por uma experiência é difícil abstrairmo-nos dela e vivermos como se esta nunca tivesse ocorrido. As nossas experiências tornam-se parte das lentes através das quais vemos o mundo e, como tal, moldam e distorcem o que vemos. Assim a partir do momento em que proferimos uma palavra a mesma vai fazer parte da experiência do ouvinte. Se essa palavra impactar de forma emocional o ouvinte mais gravada ficará a experiência no mesmo. Num caso extremo, se gritarmos com alguém, se insultarmos alguém, essas palavras poderão ter um impacto emocional relevante no outro, que seguramente criará alguma espécie de anticorpo para com quem proferiu essas palavras. Se partilharmos um pensamento que magoa o outro essa dor… sofrida foi. Palavras posteriores podem tentar apaziguar a dor mas essa não deixou de ser sentida. De facto as palavras que proferimos podem provocar sofrimento, podem provocar tristeza, podem danificar relações, podem “acabar” relações… Por outro lado, devemos condicionar as nossas palavras com receio de magoar o outro? Algumas palavras, como insultos, agressões verbais (e afins), e modos de expressão, como o grito (e outras variantes do mesmo), considero que de facto devem ser reduzidos ao mínimo do estritamente necessário (de preferência zero…) No entanto devemos guardar alguns pensamentos que temos com receio de magoar? Devemos partilhar? Partilhá-los apenas com determinadas pessoas? A quem amamos não poderemos partilhar tudo? A quem nos Ama não poderemos revelar tudo? Estão todas as pessoas igualmente preparadas para ouvir todos os tipos de pensamentos? Falar ou não falar? …Eis a questão… De uma forma geral creio que o caminho do meio poderá ser o mais “seguro” de percorrer. Trabalharmos o bom senso e a nossa sensibilidade para percebermos o que devemos partilhar… com quem… e de que modo… No entanto considero que, pelo menos na presença de uma pessoa, é importante que nos possamos mostrar por inteiro… sem medo. Amor é profundidade relacional por isso, pelo menos com quem amamos, ser verdadeiro é um princípio, é um começo. Depois podemos ir alargando este círculo de verdade a mais pessoas… quando formos percebendo as vantagens de sermos verdadeiros… de sermos inteiros… de sermos nós… Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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