E que tal sermos honestos? |
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Quando duas pessoas se conhecem, são dois mundos que se aproximam. Dois mundos de pensamentos, de valores, de desejos, de sonhos, de intenções…
Ora as intenções, vontades e “quereres” de cada “mundo” em aproximação podem ser diferentes, nada obriga a que sejam semelhantes… Um pode sentir um desejo intenso pelo outro, mas não pretender investir num relacionamento mais profundo, ficando satisfeito por um relacionamento de curta (ou curtíssima) duração. O outro pode não querer, de todo, viver um relacionamento fugaz, estando disposto apenas a investir num relacionamento que possa, eventualmente, ser mais prolongado no tempo. Um pode querer um relacionamento mais profundo mas sem ser demasiado “invasivo”, em que cada elemento tem maior liberdade e autonomia com menos dependência e “controlo”. Um pode querer apenas uma amizade, mais ou menos profunda, sem outro tipo de envolvimento… Existem variadas combinações possíveis de intenções, vontades e “quereres”… Acredito que, para cada “vontade”, existirá alguém que está alinhado com essa “vontade”… com esse querer. Desse modo se formos honestos connosco próprios e percebermos (primeiramente) o que queremos de facto numa relação, e em cada momento, e se (posteriormente) o comunicarmos e partilharmos aberta e honestamente com a pessoa (ou pessoas) com que nos cruzamos damos oportunidade, ao outro, de perceber se está alinhado (ou não) com a nossa intenção e assim poder escolher o que fazer com claridade. Por outro lado, ao sermos honestos, estaremos em Paz connosco e com o outro e abrimos caminho para que possa existir ou um relacionamento em sintonia (seja de que tipo for…) ou a um respeito mútuo, advindo de vontades que podem ou não coincidir mas que se respeitam… por terem sido comunicadas de forma honesta… Não aponto o dedo a quem pretende (homem ou mulher) casar, ou não casar, ter relacionamentos ocasionais, ou mais prolongados, relacionamentos sem compromisso, ou com compromisso, ter filhos, ou não ter filhos, ou ser apenas amigo, ou a qualquer combinação de intenção de relacionamentos que possam haver. O que me parece importante é sermos frontais na comunicação de intenções e assumirmos o que, em determinado instante, queremos. Tal “querer” não tem que ficar gravado em pedra para toda a eternidade. Hoje podemos querer uma coisa e amanhã outra… pois a mesma água não passa num rio duas vezes. No entanto se, em cada instante, formos honestos connosco e com o outro as “regras do jogo” são claras e só joga quem quer… Queres ter relacionamentos ocasionais? Diz… pois haverá pessoas que também querem… Não queres ter um relacionamento sério? Diz… o outro saberá com o que contar… Queres um relacionamento de longa duração? Diz… pois haverá quem também queira… Queres um relacionamento XPTO? Diz… pois, para alguém, é exatamente esse tipo de relacionamento que faz sentido… Assim fica este desafio de comunicação para ambos os géneros… E que tal sermos honestos? Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
Foto por Pedro Capelas
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