Entrevista a Diana Cruz
"Não é Amor, é Uma Relação Tóxica"
Diana Cruz é psicóloga clínica e terapeuta familiar formada pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e doutorada em Psicologia Clínica da Família pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Fala aos leitores da Revista Progredir sobre o seu livro “Não é Amor, é Uma Relação Tóxica “ e da importância da reflexão sobre estes e outros temas, para uma mudança efetiva.
Progredir: Para os leitores que não a conhecem, quatro palavras que a definem como pessoa?
Diana Cruz: Pragmática, bem-disposta, resiliente, teimosa.
Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso?
Diana Cruz: Sou psicóloga clínica, adoro estudar e por isso nunca parei verdadeiramente de fazer formação. Depois da licenciatura (naquele tempo as licenciaturas de 5 anos ainda não se chamavam mestrados) fiz uma pós-graduação e logo decidi concorrer a doutoramento.
Fazer um doutoramento é uma viagem de aprendizagem científica, mas também pessoal. Aprendemos muito sobre a nossa curiosidade, vontade de saber mais, desenvolvemos muito a tolerância à frustração e a autonomia de trabalho.
Mesmo assim, não me dei por contente e logo que acabei o doutoramento candidatei-me à especialização em Terapia Familiar. Esta é também uma formação longa e bastante trabalhosa. Aprendemos muito sobre nós e sobre os outros; foi muito importante para “afinar” as minhas competências clínicas.
Depois disso muitas coisas, pessoais e profissionais, aconteceram, e não voltei a candidatar-me a formações de 6 e 7 anos, um pouco de descanso, não é?! Mas estou sempre a estudar e a fazer pequenas formações. Gosto muito de estudar e penso que tenho esse dever de responsabilidade para com os meus pacientes.
Progredir: Qual a sua maior paixão?
Diana Cruz: Que boa pergunta, não sei! Penso que ler e escrever são sem dúvida duas delas. Ler descansa-me e ensina-me tanto. Escrever preenche-me e ensina-me sobre as minhas próprias emoções e vivências. Mas, não minto quando digo que o meu trabalho clínico é uma das minhas grandes paixões. Gosto mesmo muito do que faço. Gosto de contribuir para a vida das pessoas, de ter o privilégio de partilhar das suas intimidades. Tenho muito afeto pelas pessoas, gosto de as conhecer.
Progredir: Para os leitores que não a conhecem, quatro palavras que a definem como pessoa?
Diana Cruz: Pragmática, bem-disposta, resiliente, teimosa.
Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso?
Diana Cruz: Sou psicóloga clínica, adoro estudar e por isso nunca parei verdadeiramente de fazer formação. Depois da licenciatura (naquele tempo as licenciaturas de 5 anos ainda não se chamavam mestrados) fiz uma pós-graduação e logo decidi concorrer a doutoramento.
Fazer um doutoramento é uma viagem de aprendizagem científica, mas também pessoal. Aprendemos muito sobre a nossa curiosidade, vontade de saber mais, desenvolvemos muito a tolerância à frustração e a autonomia de trabalho.
Mesmo assim, não me dei por contente e logo que acabei o doutoramento candidatei-me à especialização em Terapia Familiar. Esta é também uma formação longa e bastante trabalhosa. Aprendemos muito sobre nós e sobre os outros; foi muito importante para “afinar” as minhas competências clínicas.
Depois disso muitas coisas, pessoais e profissionais, aconteceram, e não voltei a candidatar-me a formações de 6 e 7 anos, um pouco de descanso, não é?! Mas estou sempre a estudar e a fazer pequenas formações. Gosto muito de estudar e penso que tenho esse dever de responsabilidade para com os meus pacientes.
Progredir: Qual a sua maior paixão?
Diana Cruz: Que boa pergunta, não sei! Penso que ler e escrever são sem dúvida duas delas. Ler descansa-me e ensina-me tanto. Escrever preenche-me e ensina-me sobre as minhas próprias emoções e vivências. Mas, não minto quando digo que o meu trabalho clínico é uma das minhas grandes paixões. Gosto mesmo muito do que faço. Gosto de contribuir para a vida das pessoas, de ter o privilégio de partilhar das suas intimidades. Tenho muito afeto pelas pessoas, gosto de as conhecer.
Progredir: Como surge o seu livro " Não é Amor, é Uma Relação Tóxica "?
Diana Cruz: Como digo muitas vezes, foi uma ideia que se foi desenhando na minha mente. Cada vez mais ouvia falar de relações tóxicas e identificava algumas. Começou a ser incómodo para mim perceber que, para muitas pessoas, era difícil identificar que estavam em relações tóxicas.
Comecei a sentir que podia (e devia) fazer alguma coisa para trazer à luz o sofrimento associado à experiência de viver relações tóxicas, sobretudo porque as mulheres que as viviam sentiam-se tremendamente sozinhas e incompreendidas, nessa experiência traumática.
É verdade que este livro foi escrito diretamente para mulheres. Tomei essa decisão porque são mais as mulheres que vivem estes padrões relacionais. Mas, na minha mente, também estão as histórias de alguns homens que conheci e acredito que o livro também lhes poderá ser muito útil.
Progredir: O que os leitores podem esperar depois de lerem o seu livro?
Diana Cruz: Depois de lerem o meu livro, aqueles que o lerem – sejam homens ou mulheres – vão entender bem o que define uma relação tóxica e como se manifestam estas relações. Isto vai permitir-lhes a oportunidade de identificarem precocemente se estão a viver relações deste tipo.
Outra coisa que eu quis muito tornar possível, é que as pessoas compreendam aspetos muito práticos deste tipo de relações para que possam também identificá-las nas amigas, por exemplo. Gosto de acreditar que pessoas que conhecem outras que estão a viver relações tóxicas, vão sentir que compreendem melhor o que se passa e prestar algum apoio. Não é um livro só para as vítimas.
Por fim, e essencial, os leitores vão, sem dúvida, encontrar propostas para seguirem o seu caminho de recuperação e conseguirem fazer a sua própria mudança, independentemente de a mudança do outro não ocorrer.
Progredir: O próximo tema da Revista Progredir é "Reflexão", na sua opinião, como podemos incutir este comportamento nas pessoas e assim evitar situações menos positivas nas suas vidas?
Diana Cruz: Esta questão é muito importante e interessante. É também muito abrangente. Acho que gostaria de escrever toda uma crónica sobre ela.
Estamos muito mais habituados e “treinados” a olhar para “fora” – para os outros e para o mundo – do que para “dentro”. Por “para dentro” quero dizer para as nossas necessidades e circunstâncias, para os nossos limites e também para a importância de nos questionarmos e pormos em causa.
A reflexão começa pelo que cada um pode mudar em si, mais do que tentar mudar o outro ou mudar o mundo. Ou desejar muito, como acontece com as vítimas de relações tóxicas, que o outro mude para tudo correr melhor. A verdade é que o “trabalho” de perceber o que é melhor para nós e nos protegermos daquilo que nos faz mal, é pessoal e intransmissível. E este trabalho tão único, exige o máximo de autoconhecimento que conseguirmos desenvolver.
Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?
Diana Cruz: Aos leitores agradeço o interesse nas minhas ideias e desejo com todo o meu coração que elas sejam úteis. Quero muito que este livro e as reflexões presentes nele cheguem a quem possa beneficiar delas e, por isso, desejo que os leitores sintam esse benefício.
A regeneração e a libertação de relações tóxicas, que destroem a identidade individual e “despedaçam” os sentimentos, são possíveis. Exigem um trabalho árduo e muita coragem, e também muito apoio, mas é possível. Este meu livro é para aqueles que precisam de ajuda e para aqueles que querem apoiar quem precisa.
Diana Cruz
https://www.dianacruz-psicologia.com/
Diana Cruz: Como digo muitas vezes, foi uma ideia que se foi desenhando na minha mente. Cada vez mais ouvia falar de relações tóxicas e identificava algumas. Começou a ser incómodo para mim perceber que, para muitas pessoas, era difícil identificar que estavam em relações tóxicas.
Comecei a sentir que podia (e devia) fazer alguma coisa para trazer à luz o sofrimento associado à experiência de viver relações tóxicas, sobretudo porque as mulheres que as viviam sentiam-se tremendamente sozinhas e incompreendidas, nessa experiência traumática.
É verdade que este livro foi escrito diretamente para mulheres. Tomei essa decisão porque são mais as mulheres que vivem estes padrões relacionais. Mas, na minha mente, também estão as histórias de alguns homens que conheci e acredito que o livro também lhes poderá ser muito útil.
Progredir: O que os leitores podem esperar depois de lerem o seu livro?
Diana Cruz: Depois de lerem o meu livro, aqueles que o lerem – sejam homens ou mulheres – vão entender bem o que define uma relação tóxica e como se manifestam estas relações. Isto vai permitir-lhes a oportunidade de identificarem precocemente se estão a viver relações deste tipo.
Outra coisa que eu quis muito tornar possível, é que as pessoas compreendam aspetos muito práticos deste tipo de relações para que possam também identificá-las nas amigas, por exemplo. Gosto de acreditar que pessoas que conhecem outras que estão a viver relações tóxicas, vão sentir que compreendem melhor o que se passa e prestar algum apoio. Não é um livro só para as vítimas.
Por fim, e essencial, os leitores vão, sem dúvida, encontrar propostas para seguirem o seu caminho de recuperação e conseguirem fazer a sua própria mudança, independentemente de a mudança do outro não ocorrer.
Progredir: O próximo tema da Revista Progredir é "Reflexão", na sua opinião, como podemos incutir este comportamento nas pessoas e assim evitar situações menos positivas nas suas vidas?
Diana Cruz: Esta questão é muito importante e interessante. É também muito abrangente. Acho que gostaria de escrever toda uma crónica sobre ela.
Estamos muito mais habituados e “treinados” a olhar para “fora” – para os outros e para o mundo – do que para “dentro”. Por “para dentro” quero dizer para as nossas necessidades e circunstâncias, para os nossos limites e também para a importância de nos questionarmos e pormos em causa.
A reflexão começa pelo que cada um pode mudar em si, mais do que tentar mudar o outro ou mudar o mundo. Ou desejar muito, como acontece com as vítimas de relações tóxicas, que o outro mude para tudo correr melhor. A verdade é que o “trabalho” de perceber o que é melhor para nós e nos protegermos daquilo que nos faz mal, é pessoal e intransmissível. E este trabalho tão único, exige o máximo de autoconhecimento que conseguirmos desenvolver.
Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?
Diana Cruz: Aos leitores agradeço o interesse nas minhas ideias e desejo com todo o meu coração que elas sejam úteis. Quero muito que este livro e as reflexões presentes nele cheguem a quem possa beneficiar delas e, por isso, desejo que os leitores sintam esse benefício.
A regeneração e a libertação de relações tóxicas, que destroem a identidade individual e “despedaçam” os sentimentos, são possíveis. Exigem um trabalho árduo e muita coragem, e também muito apoio, mas é possível. Este meu livro é para aqueles que precisam de ajuda e para aqueles que querem apoiar quem precisa.
Diana Cruz
https://www.dianacruz-psicologia.com/
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