A MALDADE HUMANA
Por ser a natureza humana má e egoísta é que surge a sociedade. A necessidade de organizar em civilização é, em primeiro lugar, a necessidade de manter a espécie.
Esse artigo enfatiza as implicações e influências da sociedade ao homem, levando em consideração influências psicológicas, o presente trabalho abordará a questão da maldade e da violência humana. Tendo como suporte o livro O Senhor das Moscas de Willian Golding, que revela os lados mais obscuros da humanidade.
Thomas Hobbes: O Homem é o Lobo do Próprio Homem
Ao longo de vários anos filósofos procuraram respostas sobre a origem da violência e da maldade humana, Thomas Hobbes caracterizou a natureza humana como egoísta e dominadora. Para ele, quando deixado livremente, guiando-se por seus próprios impulsos, o homem converte-se no lobo do próprio homem. Daí que, para Hobbes, não foi outro o propósito de criação do Estado Civil senão o de regrar e limitar a natureza bélica dos homens, permitindo assim a vida conjunta.
[...] o estado natural do homem é a guerra uma vez que não existe um governo que estabeleça ordem. Nesse sentido, sendo todos os homens iguais em seu egoísmo, a ação de um só encontra limite pela força do outro - o homem é o lobo do próprio homem e é por isso que abrimos mão de parte de nossas liberdades para que possamos ter um governo que nos ajude sobreviver a nós mesmos. (O Leviatã, Hobbes Thomas,(1587-1666)
No romance O Senhor das Moscas de Willian Golding, a queda de um avião lotado de crianças, cai em uma ilha do pacífico. Os jovens sobrevivem e aborda primeiras impressões de liberdade, e após um medo do desconhecido. Aos poucos, formam um grupo, imitando uma frágil sociedade “democrática”. Eles delegam um líder. Longe de convenções sociais, inicia se uma busca por sobrevivência, procurando não se esquecer que são “britânicos civilizados”.
Por serem crianças e estar sem a presença de um adulto, imagina se que essa sobrevivência seria uma aventura, cheia de caçadas, banhos de mar “liberdade”. Mas não é o que ocorre. Após elegerem um líder, eles delegam funções, tendo como mais importante manter uma fogueira acessa para sinalizar a um resgate, mas logo seus instintos começam a aflorar e as funções que antes eram prioridade passam a ficar em segundo plano.
Inicia se uma disputa de poder, entre a democracia de serem civilizados, e os instintos da natureza humana.
Se revertido a uma forma primitiva de vida - deixando a civilização – existe uma regressão ao estado de selvageria ou estamos diante da verdadeira natureza humana?
“A maldade é a vingança do homem contra a sociedade, pelas restrições que ela impõe. As mais desagradáveis características do homem são geradas por esse ajustamento precário a uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura.” Freud, Sigmund (1926).
Freud adota um enfoque segundo o qual os bons modos do homem civilizado estariam fragilmente apoiados em uma base de instintos fora de controle.
Na obra “O Mal Estar da Civilização” (Freud, 2011) o tema principal é o embate das relações sociais versus pulsões individuais. Segundo Freud, para manter-se em um nível adequado ao convívio social o indivíduo deve submeter-se a uma série de regulamentos artificiais impostos pelo Estado, reprimindo boa parte dos seus instintos naturais. Tal repressão só é possível através do medo gerado pelos tabus, presentes nas sociedades desde a pré-história e transmitidos atualmente através das religiões.
No livro O Senhor das Moscas, as crianças retomam um estado primitivo demonstrando selvageria, como caçar e matar uns aos outros por “proteção” de um grupo. Com base em determinados pensadores como Freud e Hobbes, pode ser feito a associação desse fato, de que a partir do instante que perdemos o contato com as regras sociais, como a moralidade, regredimos ao nosso estado original e primitivo, tendo como propulsor os instintos e desejos, que são recalcados por uma democracia e socialização.
Por ser a natureza humana má e egoísta é que surge a sociedade. A necessidade de organizar em civilização é, em primeiro lugar, a necessidade de manter a espécie. Este modo de pensar a sociedade logo remete o:
“Tudo o que o homem construiu – as artes, as ciências, suas instituições e a própria civilização – num contexto mais amplo, não passa de sublimações dos seus impulsos sexuais e agressivos. Neste sentido, pode-se afirmar que, sem as defesas é impossível a civilização, e que uma sociedade livre e sem necessidade de controle está fora de cogitação.” (GUSMÃO, 1998, p. 2).
Freud dizia que a tendência a destruir e a praticar o mal tem suas raízes na própria natureza da mente humana e que todos nós, sem exceção, carregamos um componente que incita à maldade. Os pensadores que vieram depois reforçaram essas descobertas, ao concluir que o mal está no caráter, na personalidade. Ou seja, ele repousa dentro das pessoas - e pode vir à tona ou não.
Ainda assim, a fragilidade desse sistema fica diariamente evidente nos atos de violência que permeiam qualquer sociedade. Embora comumente as pessoas tratem a violência e a maldade como fatores externos de ordem política, social ou mesmo cultural ao qual o homem estaria submetido, talvez seja uma atitude mais saudável reconhecer que tais características são intrínsecas à nossa natureza.
Esse artigo enfatiza as implicações e influências da sociedade ao homem, levando em consideração influências psicológicas, o presente trabalho abordará a questão da maldade e da violência humana. Tendo como suporte o livro O Senhor das Moscas de Willian Golding, que revela os lados mais obscuros da humanidade.
Thomas Hobbes: O Homem é o Lobo do Próprio Homem
Ao longo de vários anos filósofos procuraram respostas sobre a origem da violência e da maldade humana, Thomas Hobbes caracterizou a natureza humana como egoísta e dominadora. Para ele, quando deixado livremente, guiando-se por seus próprios impulsos, o homem converte-se no lobo do próprio homem. Daí que, para Hobbes, não foi outro o propósito de criação do Estado Civil senão o de regrar e limitar a natureza bélica dos homens, permitindo assim a vida conjunta.
[...] o estado natural do homem é a guerra uma vez que não existe um governo que estabeleça ordem. Nesse sentido, sendo todos os homens iguais em seu egoísmo, a ação de um só encontra limite pela força do outro - o homem é o lobo do próprio homem e é por isso que abrimos mão de parte de nossas liberdades para que possamos ter um governo que nos ajude sobreviver a nós mesmos. (O Leviatã, Hobbes Thomas,(1587-1666)
No romance O Senhor das Moscas de Willian Golding, a queda de um avião lotado de crianças, cai em uma ilha do pacífico. Os jovens sobrevivem e aborda primeiras impressões de liberdade, e após um medo do desconhecido. Aos poucos, formam um grupo, imitando uma frágil sociedade “democrática”. Eles delegam um líder. Longe de convenções sociais, inicia se uma busca por sobrevivência, procurando não se esquecer que são “britânicos civilizados”.
Por serem crianças e estar sem a presença de um adulto, imagina se que essa sobrevivência seria uma aventura, cheia de caçadas, banhos de mar “liberdade”. Mas não é o que ocorre. Após elegerem um líder, eles delegam funções, tendo como mais importante manter uma fogueira acessa para sinalizar a um resgate, mas logo seus instintos começam a aflorar e as funções que antes eram prioridade passam a ficar em segundo plano.
Inicia se uma disputa de poder, entre a democracia de serem civilizados, e os instintos da natureza humana.
Se revertido a uma forma primitiva de vida - deixando a civilização – existe uma regressão ao estado de selvageria ou estamos diante da verdadeira natureza humana?
“A maldade é a vingança do homem contra a sociedade, pelas restrições que ela impõe. As mais desagradáveis características do homem são geradas por esse ajustamento precário a uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura.” Freud, Sigmund (1926).
Freud adota um enfoque segundo o qual os bons modos do homem civilizado estariam fragilmente apoiados em uma base de instintos fora de controle.
Na obra “O Mal Estar da Civilização” (Freud, 2011) o tema principal é o embate das relações sociais versus pulsões individuais. Segundo Freud, para manter-se em um nível adequado ao convívio social o indivíduo deve submeter-se a uma série de regulamentos artificiais impostos pelo Estado, reprimindo boa parte dos seus instintos naturais. Tal repressão só é possível através do medo gerado pelos tabus, presentes nas sociedades desde a pré-história e transmitidos atualmente através das religiões.
No livro O Senhor das Moscas, as crianças retomam um estado primitivo demonstrando selvageria, como caçar e matar uns aos outros por “proteção” de um grupo. Com base em determinados pensadores como Freud e Hobbes, pode ser feito a associação desse fato, de que a partir do instante que perdemos o contato com as regras sociais, como a moralidade, regredimos ao nosso estado original e primitivo, tendo como propulsor os instintos e desejos, que são recalcados por uma democracia e socialização.
Por ser a natureza humana má e egoísta é que surge a sociedade. A necessidade de organizar em civilização é, em primeiro lugar, a necessidade de manter a espécie. Este modo de pensar a sociedade logo remete o:
“Tudo o que o homem construiu – as artes, as ciências, suas instituições e a própria civilização – num contexto mais amplo, não passa de sublimações dos seus impulsos sexuais e agressivos. Neste sentido, pode-se afirmar que, sem as defesas é impossível a civilização, e que uma sociedade livre e sem necessidade de controle está fora de cogitação.” (GUSMÃO, 1998, p. 2).
Freud dizia que a tendência a destruir e a praticar o mal tem suas raízes na própria natureza da mente humana e que todos nós, sem exceção, carregamos um componente que incita à maldade. Os pensadores que vieram depois reforçaram essas descobertas, ao concluir que o mal está no caráter, na personalidade. Ou seja, ele repousa dentro das pessoas - e pode vir à tona ou não.
Ainda assim, a fragilidade desse sistema fica diariamente evidente nos atos de violência que permeiam qualquer sociedade. Embora comumente as pessoas tratem a violência e a maldade como fatores externos de ordem política, social ou mesmo cultural ao qual o homem estaria submetido, talvez seja uma atitude mais saudável reconhecer que tais características são intrínsecas à nossa natureza.