Entrevista a Cristina Leal
"Um elogio, um sinal de reciprocidade"
Cristina Leal, impulsionadora
do desenvolvimento pessoal em Portugal, conta aos leitores da Revista
Progredir, a aventura de acreditar no amor e a vontade de levar o elogio a
todos os pedaços do nosso País. Por Revista Progredir
Progredir: Desde 1966 data do seu nascimento, já muito aconteceu na sua vida até aos dias de hoje, fale-nos um pouco da sua infância e do percurso até aos dias de hoje?
Cristina Leal: Engraçado. Perante uma questão como esta, poderia escrever um livro, ou simplesmente resumir a pergunta a duas simples palavras - “ vivi intensamente’ (sorrisos).
Tive uma infância feliz, apesar de me ter sempre sentido um pouco ‘outsider’. Frequentei um colégio que nunca gostei e durante anos culpei a minha mãe por nunca me ter ouvido. Hoje percebo que fez parte do meu processo e foi realmente importante para a minha transformação. Tive a bênção de viver perto de uma mulher sábia e muito inspirada, a minha avó. Devo-lhe grande parte da minha aprendizagem sobre o Amor e o perdão. Casei e divorciei-me. Sou mãe de dois filhos, que neste momento têm 29 e 21 respetivamente. Dei aulas de dança, desempenhei funções de liderança em várias multinacionais na área da publicidade e media e após uma ‘grande-viragem’ na minha vida, comecei a estudar astrologia e a fazer conferências a partir da minha experiência pessoal, o que me levou até São Miguel nos Açores onde fundei uma Associação de Desenvolvimento Pessoal, coordenei grupos de auto ajuda e durante dois anos, fui responsável por uma rubrica em direto na RTP Açores. Quando a Vida quis, regressei de novo a Lisboa, fundei o United Souls, com a Rosário Costa, continuei a fazer atendimentos, a coordenar grupos e em 2011 publiquei o livro “ Entre Nós”, do qual me tenho ocupado nestes últimos anos. Recentemente lancei o ‘Livro de Elogios’, que tem tido um sucesso enorme e que acredito vai encher Portugal de Elogios (sorrisos).
Progredir: Como se dá a grande viragem na sua vida em 1998?
Cristina Leal: A grande viragem dá-se exatamente quando percebo que a solidão em que vivia era abissal e que por mais que buscasse fora para me encher cá dentro, o vazio era cada vez maior. Sentia-me a última sobrevivente do planeta terra e cá dentro algo me dizia que a Vida não podia ser só aquela solidão, aquela sensação de tudo ter, mas nada Ser, aquela desorientação que me levava sempre para caminhos pouco lúcidos e sem qualquer sentido. A ‘grande viragem’ aconteceu no dia em que percebi que tudo aquilo que sentia, era tão-somente fruto da grande distância a que me encontrava de mim mesma. O mais curioso nestes processos é que na verdade nada passa pela mente, apesar de querermos racionalizar e ‘explicar’ por palavras, aquilo que, sendo simples, é ao mesmo tempo ‘ausente-de-forma’.
Nenhum de nós consegue identificar o dia exato em que deixou de ter um metro e passou a ter um metro e trinta. Os outros percebem que crescemos e nós mesmos ao olharmos para as calças curtas ou o casaco apertado conseguimos perceber esse mesmo crescimento. Assim é também nos nossos processos interiores. As viragens são processos. Apesar de poder haver um acontecimento marcante que leva ao limite a nossa dor e nos obriga, como dizem os mestres taoistas, a virar o seu contrário, as mudanças de nada servem se nelas não existir transformação. O ano de 1998 foi o ano que me vi ‘obrigada’ a assumir a responsabilidade sobre mim mesma. Uma responsabilidade que hoje sinto ter passado pelos quatro elementos da Vida. Pela Terra, ao ter assumir que sou capaz de me sustentar. Pela Água, ao perceber que sou capaz de identificar o que sinto e aceitar as minhas emoções. Pelo Ar, assumindo e buscando conhecimento para o que me inspirar e me tornar mais eu. E, finalmente pelo Fogo, mantendo acesa a chama da paixão pela Vida e aceitando os processos alquímicos a que ela constantemente me desafia.
Hoje para mim, aquilo a que chamam ‘grande viragem’, foi afinal um ponto de partida, onde cada chegada é um novo ponto de partida, um despertar de consciência, um caminho sem retorno, onde tudo é mais lúcido, mais simples, (não disse simplificado!) (sorrisos), menos ilusório, logo mais uno e mais verdadeiro.
Progredir: Desde 1966 data do seu nascimento, já muito aconteceu na sua vida até aos dias de hoje, fale-nos um pouco da sua infância e do percurso até aos dias de hoje?
Cristina Leal: Engraçado. Perante uma questão como esta, poderia escrever um livro, ou simplesmente resumir a pergunta a duas simples palavras - “ vivi intensamente’ (sorrisos).
Tive uma infância feliz, apesar de me ter sempre sentido um pouco ‘outsider’. Frequentei um colégio que nunca gostei e durante anos culpei a minha mãe por nunca me ter ouvido. Hoje percebo que fez parte do meu processo e foi realmente importante para a minha transformação. Tive a bênção de viver perto de uma mulher sábia e muito inspirada, a minha avó. Devo-lhe grande parte da minha aprendizagem sobre o Amor e o perdão. Casei e divorciei-me. Sou mãe de dois filhos, que neste momento têm 29 e 21 respetivamente. Dei aulas de dança, desempenhei funções de liderança em várias multinacionais na área da publicidade e media e após uma ‘grande-viragem’ na minha vida, comecei a estudar astrologia e a fazer conferências a partir da minha experiência pessoal, o que me levou até São Miguel nos Açores onde fundei uma Associação de Desenvolvimento Pessoal, coordenei grupos de auto ajuda e durante dois anos, fui responsável por uma rubrica em direto na RTP Açores. Quando a Vida quis, regressei de novo a Lisboa, fundei o United Souls, com a Rosário Costa, continuei a fazer atendimentos, a coordenar grupos e em 2011 publiquei o livro “ Entre Nós”, do qual me tenho ocupado nestes últimos anos. Recentemente lancei o ‘Livro de Elogios’, que tem tido um sucesso enorme e que acredito vai encher Portugal de Elogios (sorrisos).
Progredir: Como se dá a grande viragem na sua vida em 1998?
Cristina Leal: A grande viragem dá-se exatamente quando percebo que a solidão em que vivia era abissal e que por mais que buscasse fora para me encher cá dentro, o vazio era cada vez maior. Sentia-me a última sobrevivente do planeta terra e cá dentro algo me dizia que a Vida não podia ser só aquela solidão, aquela sensação de tudo ter, mas nada Ser, aquela desorientação que me levava sempre para caminhos pouco lúcidos e sem qualquer sentido. A ‘grande viragem’ aconteceu no dia em que percebi que tudo aquilo que sentia, era tão-somente fruto da grande distância a que me encontrava de mim mesma. O mais curioso nestes processos é que na verdade nada passa pela mente, apesar de querermos racionalizar e ‘explicar’ por palavras, aquilo que, sendo simples, é ao mesmo tempo ‘ausente-de-forma’.
Nenhum de nós consegue identificar o dia exato em que deixou de ter um metro e passou a ter um metro e trinta. Os outros percebem que crescemos e nós mesmos ao olharmos para as calças curtas ou o casaco apertado conseguimos perceber esse mesmo crescimento. Assim é também nos nossos processos interiores. As viragens são processos. Apesar de poder haver um acontecimento marcante que leva ao limite a nossa dor e nos obriga, como dizem os mestres taoistas, a virar o seu contrário, as mudanças de nada servem se nelas não existir transformação. O ano de 1998 foi o ano que me vi ‘obrigada’ a assumir a responsabilidade sobre mim mesma. Uma responsabilidade que hoje sinto ter passado pelos quatro elementos da Vida. Pela Terra, ao ter assumir que sou capaz de me sustentar. Pela Água, ao perceber que sou capaz de identificar o que sinto e aceitar as minhas emoções. Pelo Ar, assumindo e buscando conhecimento para o que me inspirar e me tornar mais eu. E, finalmente pelo Fogo, mantendo acesa a chama da paixão pela Vida e aceitando os processos alquímicos a que ela constantemente me desafia.
Hoje para mim, aquilo a que chamam ‘grande viragem’, foi afinal um ponto de partida, onde cada chegada é um novo ponto de partida, um despertar de consciência, um caminho sem retorno, onde tudo é mais lúcido, mais simples, (não disse simplificado!) (sorrisos), menos ilusório, logo mais uno e mais verdadeiro.
Progredir: Quando e porque nasce o interesse do trabalho sobre a
importância dos relacionamentos?
Cristina Leal: Desde sempre, apesar de ter sido mais assumido após ter lançado o ‘Entre Nós’. Talvez seja mesmo o meu tema de vida. As ilusões daquilo que acreditava ser o Amor e daquilo que aos poucos fui aprendendo que ele não era, despertou em mim esta necessidade premente de partilhar com os outros as experiências e as aprendizagens com que a vida me foi presenteando, ao longo dos anos.
Progredir: Em 2011 publica o livro “ Entre Nós- Encontros & Desencontros nas relações amorosas”, como foi o nascimento do livro?
Cristina Leal: Um parto maravilhoso (sorrisos). Foi uma verdadeira revelação e um profundo processo de autoconhecimento. Desapegar-me do resultado final daquilo que escrevia diariamente, enriqueceu-me bastante como pessoa, pois durante anos, era uma espécie de refém do resultado e pouco atenta ao processo em si.
Durante o ano em que me dediquei só ao livro, fui percebendo recantos de mim, que me ajudaram a construir uma autoestima mais sólida, baseada naquilo que realmente sou, o que me trouxe um sentido mais autêntico para a minha vida e uma confiança reforçada para o assumir perante eu própria e perante os outros.
Progredir: Fale-nos um pouco do United Souls Institute?
Cristina Leal: O United Souls é uma associação sem fins lucrativos, que promove formações a partir de um eixo vivencial. Nas formações que desenvolvemos, a aprendizagem acontece através do experienciar dos conteúdos e não de exaustivos e redutores conceitos teóricos, que fixamos hoje e esquecemos amanhã.
Progredir: Como surgiu a ideia do “Livro dos Elogios”?
Cristina Leal: Como costumo dizer, eu só sei aquilo que vivo e é aquilo que vivo, que me leva sempre aquilo que ‘faço’ (sorrisos).
Ao longo da minha vida sempre que queria elogiar alguém, percebia que, ou escrevia numa folha ou então no Livro de Reclamações. Até que um dia, após isto ter mais uma vez acontecido no centro de saúde da minha área de residência, decidi avançar com Livro de Elogios, que tem tido um enorme sucesso e cada vez mais aderentes.
Progredir: Qual a importância de um bom Elogio nas nossas vidas?
Cristina Leal: Um Elogio quando sincero desperta a verdade de quem somos na essência. Isso é um processo mágico, onde ao sentirmo-nos reconhecidos, somos levados também a reconhecer. Na verdade só conseguimos ver no outro aquilo que temos em nós, estejamos nós a falar de sombra ou de luz. Quando se fala em Elogios, infelizmente há muitas pessoas que os confundem com bajulação, outras com algo demasiado ‘egoico’ o que as leva para uma certa timidez e até vergonha de elogiar e de serem elogiadas. Muitas acreditam que ‘se é bom, nada mais há a dizer’, outras estão realmente míopes para o reconhecimento das suas qualidades, das qualidades do outro e para as coisas boas da vida. Gostam de viver de dramas e tudo o que saia deles não lhes faz sentido. Talvez sejam essas mesmas pessoas as que mais precisam de elogios. Quando sincero, um Elogio tem a capacidade de amolecer as armaduras que por defesa carregamos, tornando-nos mais permeáveis ao reconhecimento do nosso melhor e do melhor dos outros.
Cristina Leal: Desde sempre, apesar de ter sido mais assumido após ter lançado o ‘Entre Nós’. Talvez seja mesmo o meu tema de vida. As ilusões daquilo que acreditava ser o Amor e daquilo que aos poucos fui aprendendo que ele não era, despertou em mim esta necessidade premente de partilhar com os outros as experiências e as aprendizagens com que a vida me foi presenteando, ao longo dos anos.
Progredir: Em 2011 publica o livro “ Entre Nós- Encontros & Desencontros nas relações amorosas”, como foi o nascimento do livro?
Cristina Leal: Um parto maravilhoso (sorrisos). Foi uma verdadeira revelação e um profundo processo de autoconhecimento. Desapegar-me do resultado final daquilo que escrevia diariamente, enriqueceu-me bastante como pessoa, pois durante anos, era uma espécie de refém do resultado e pouco atenta ao processo em si.
Durante o ano em que me dediquei só ao livro, fui percebendo recantos de mim, que me ajudaram a construir uma autoestima mais sólida, baseada naquilo que realmente sou, o que me trouxe um sentido mais autêntico para a minha vida e uma confiança reforçada para o assumir perante eu própria e perante os outros.
Progredir: Fale-nos um pouco do United Souls Institute?
Cristina Leal: O United Souls é uma associação sem fins lucrativos, que promove formações a partir de um eixo vivencial. Nas formações que desenvolvemos, a aprendizagem acontece através do experienciar dos conteúdos e não de exaustivos e redutores conceitos teóricos, que fixamos hoje e esquecemos amanhã.
Progredir: Como surgiu a ideia do “Livro dos Elogios”?
Cristina Leal: Como costumo dizer, eu só sei aquilo que vivo e é aquilo que vivo, que me leva sempre aquilo que ‘faço’ (sorrisos).
Ao longo da minha vida sempre que queria elogiar alguém, percebia que, ou escrevia numa folha ou então no Livro de Reclamações. Até que um dia, após isto ter mais uma vez acontecido no centro de saúde da minha área de residência, decidi avançar com Livro de Elogios, que tem tido um enorme sucesso e cada vez mais aderentes.
Progredir: Qual a importância de um bom Elogio nas nossas vidas?
Cristina Leal: Um Elogio quando sincero desperta a verdade de quem somos na essência. Isso é um processo mágico, onde ao sentirmo-nos reconhecidos, somos levados também a reconhecer. Na verdade só conseguimos ver no outro aquilo que temos em nós, estejamos nós a falar de sombra ou de luz. Quando se fala em Elogios, infelizmente há muitas pessoas que os confundem com bajulação, outras com algo demasiado ‘egoico’ o que as leva para uma certa timidez e até vergonha de elogiar e de serem elogiadas. Muitas acreditam que ‘se é bom, nada mais há a dizer’, outras estão realmente míopes para o reconhecimento das suas qualidades, das qualidades do outro e para as coisas boas da vida. Gostam de viver de dramas e tudo o que saia deles não lhes faz sentido. Talvez sejam essas mesmas pessoas as que mais precisam de elogios. Quando sincero, um Elogio tem a capacidade de amolecer as armaduras que por defesa carregamos, tornando-nos mais permeáveis ao reconhecimento do nosso melhor e do melhor dos outros.
Progredir: Como sente os Elogios que a vida lhe tem feito?
Cristina Leal: Com profunda e sincera gratidão.
Progredir: O tema deste mês da Revista Progredir é a Reciprocidade, como vê este conceito aplicado ao seu trabalho e à sua vida?
Cristina Leal: Duma forma muito simples. Observando o mais possível a natureza ao meu redor e percebendo a sua reciprocidade em mim. Estando atenta ao que dou e recebo e exprimindo gratidão pelas inúmeras bênçãos que diariamente a Vida me presenteia.
Progredir: Que projetos tem para o futuro?
Cristina Leal: Cada vez mais me foco no presente. É nele que indubitavelmente tudo acontece. E é neste presente que a cada minuto tento fazer o meu melhor em tudo o que faço, estar o mais consciente possível em tudo o que digo e cada vez mais lúcida com aquilo que sinto. Assim sendo, o meu grande projeto para o ‘futuro’ é viver sabiamente o meu presente e cumprir-me o mais possível a cada segundo da minha existência.
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Cristina Leal: Só o tempo ensina e a verdade liberta.
Cristina Leal: Com profunda e sincera gratidão.
Progredir: O tema deste mês da Revista Progredir é a Reciprocidade, como vê este conceito aplicado ao seu trabalho e à sua vida?
Cristina Leal: Duma forma muito simples. Observando o mais possível a natureza ao meu redor e percebendo a sua reciprocidade em mim. Estando atenta ao que dou e recebo e exprimindo gratidão pelas inúmeras bênçãos que diariamente a Vida me presenteia.
Progredir: Que projetos tem para o futuro?
Cristina Leal: Cada vez mais me foco no presente. É nele que indubitavelmente tudo acontece. E é neste presente que a cada minuto tento fazer o meu melhor em tudo o que faço, estar o mais consciente possível em tudo o que digo e cada vez mais lúcida com aquilo que sinto. Assim sendo, o meu grande projeto para o ‘futuro’ é viver sabiamente o meu presente e cumprir-me o mais possível a cada segundo da minha existência.
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Cristina Leal: Só o tempo ensina e a verdade liberta.
|