in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Por medo da crítica da sociedade, fomos criando camadas e mais camadas de máscaras. Às tantas perdemo-nos de nós.
Sentimo-nos sós porque não nos temos, porque não nos nutrimos, porque não nos valorizamos, porque não pedimos ajuda.
Abandonamo-nos em cada momento de dor e de perda. Ao não aceitarmos as vicissitudes da vida, vamos criando defesas e mais defesas na esperança de não sofrermos mais. Que ilusão! A vida não funciona assim.
Essas muralhas que criamos vão isolando-nos e quando nos protegemos do mal protegemo-nos também do bem. Isto porque a percepção do bem e do mal é isso mesmo, uma percepção pessoal. A percepção individual nunca está totalmente correta, ela está carregada com as nossas vivências. Se eu tiver tido uma vida difícil, a minha percepção, a minha visão, vai ser diferente de alguém que teve uma vida facilitada. Não conseguimos ter uma visão 360º - a coruja é um animal especial e místico por ter esta capacidade -, logo, o nosso sentido de Justiça é limitado, por mais que queiramos ser rectas e rigorosas não conseguimos sê-lo. Assumir que temos essa fragilidade é um acto de coragem. Assumir que temos qualquer tipo de fragilidade é um acto de coragem tremendo - chama-se a isso vulnerabilidade.
Vulnerabilidade é avançar numa direção sem termos a certeza de que vai dar certo - nunca temos essa certeza - e ainda assim avançar.
Vulnerabilidade é dizermos à vida: olha, eu não sei para onde vou, mas quero ir. Não sei o que é melhor para mim, por isso , vida, confio em ti e deixo fluir. Vida, repara, tirei os remos da água! Olha, vida, larguei o controlo que é exaustivo e inútil e coloco-me nas tuas mãos!
Convido-te, Alma bonita, a experimentar sentires e dizeres estas palavras. Sente o impacto delas. Sente a liberdade que traz. Sente o peso que sai dos teus ombros! É tão bom!
Quando perguntamos: Confias em Deus? A maioria das pessoas vai responder que sim. No entanto, não é verdade. Como é que eu sei disso? Nos momentos de desafio, ao invés de abrirmos os braços à experiência, o que é que fazemos? O contrário.
Fechamo-nos como bichinhos de conta sobre nós mesmos e não compreendemos que aquele desafio é 'apenas' uma lição e uma provação para testar a nossa maturidade e a tal confiança… Falhamos muitos destes testes? Sim, e está tudo bem! A vida não nos pressiona, nós é que o fazemos.
Vivemos numa época em que nós, mulheres, em particular, temos de ser perfeitas, fortes, equilibradas, independentes, sedutoras. Isto não existe! Saia daí, alma bonita! Não caias nesta armadilha do ego. Não queiras esse papel para ti. Sai daí… liberta, respira.
Quando assumimos que não conseguimos chegar a todo o lado, quando aprendemos a largar o controle, quando conseguimos pedir ajuda, aí estamos no caminho certo.
Para que isto aconteça é preciso muita coragem. A coragem de sermos vulneráveis.
Não confundamos vulnerabilidade com fraqueza, submissão, servilismo ou resignação. Não, não, é exatamente o oposto.
A vulnerabilidade manifesta-se quando temos a coragem de deitar a cabeça no colo de alguém - que confiamos. É permitir-se dizer ‘estou cansada’.
A vulnerabilidade começa quando compreendemos e aceitamos que somos meros mortais e não super- heróis e não temos de ser! Fomos nós que criámos essa persona. A vida não nos pediu, nós é que vestimos essa capa. Olha para trás e vê se isto não é verdade? Ninguém te pediu para seres perfeita, foste tu que impuseste a ti mesma esta personagem mitológico!
Sai daí, mulher maravilhosa, porque tu és perfeitamente imperfeita e isso é per si é extraordinário!
LIFE COACHING, DESENVOLVIMENTO PESSOAL & TAROT
www.tarotdeisis.com
@_vera_xavier
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2022
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