in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2014
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A grande dificuldade é que o nosso corpo físico e emocional já se habituou ao modelo antigo e sente resistência em passar para um modelo mais atualizado, mesmo que seja mais satisfatório para nós. Até porque é mais fácil lidarmos com o que já conhecemos (mesmo que seja fonte de sofrimento) do que com o desconhecido (fonte de medo, ansiedade e incerteza).
Então, quando sentimos que chegou o momento, como podemos fazer essas mudanças? Olhando para nós, para a vida e para os outros numa outra perspetiva.
O Primeiro Passo
Tal como numa viagem, quando queremos fazer um curso ou concentrar-nos num projeto, temos de definir um objetivo. Para onde quero ir neste momento? Em que direção? E para respondermos a estas questões é preciso saber quem somos e o que sentimos ser o nosso papel nesta vida, que acaba por se revelar muito curta face a tudo o que gostaríamos de fazer. Se assim é, para quê esperar pelo momento certo que pode nunca chegar? Sente-se sozinho num local tranquilo e faça uma pequena meditação para entrar em contacto com a sua essência. Que marca gostaria de deixar nesta vida? O que se sente feliz a fazer? O que o faz sorrir? Quando sentir que as respostas a estas e outras perguntas o fazem sentir-se alegre e com vontade de agir, está preparado para ver com outro olhar os vários aspetos da vida.
Ganhar dinheiro a ser feliz
Está mais que provado que os empregos fixos, garantidos para a vida toda, estão a desaparecer. Até porque nada é garantido e tudo está em constante mudança. Muitas pessoas decidem, ao fim de anos de trabalho na mesma empresa, mudarem de vida e viverem no campo ou abrirem o seu próprio negócio. É possível fazer-se o que se gosta e ganhar a vida com isso. É uma opção que trará custos e benefícios, mas se olharmos a vida como uma oportunidade de felicidade, vale a pena correr o risco de ser autêntico.
O mundo além do material
Viver em sociedade leva-nos a estar expostos ao consumo e a fazer comparações. Se continuarmos a olhar a vida como “quanto mais tenho, mais valho”, não vamos conseguir ter um novo olhar sobre a vida. Daí ser tão importante estar centrado e sabermos quem somos. E aí vamos descobrir que não precisamos de uma casa luxuosa nem das roupas da moda para nos sentirmos bem. Somos um pacote completo, que inclui obviamente o que parecemos, mas que fica mais luminoso quando estamos bem com o que somos. Experimente adaptar algumas peças de roupa outlet que tem em casa e fazer algumas mudanças na decoração (mudar móveis e quadros de sítio, pintar paredes, etc) sem gastar muito dinheiro. E porque não libertar os armários e dar o que está em excesso e não vai voltar a usar? Simplifique e a vida vai-se renovando e simplificando também para si.
Uma nova oportunidade aos relacionamentos
Este talvez seja o aspeto mais desafiante e mais difícil de alterar. Anos a fio a relacionarmo-nos da mesma maneira, com as mesmas tendências e os mesmos padrões, levam-nos a pensar que talvez nunca cheguemos a amar a pessoa certa. A pessoa certa, em primeiro lugar, somos nós. Mas, também neste caso, não é num clique que aprendemos a gostar de nós, a valorizarmo-nos e a aceitar-nos. E somos convidados a fazê-lo ao mesmo tempo que vamos repetindo os padrões e aprendendo com os outros o que ainda há a saber sobre nós próprios. Porque as relações são isso mesmo. Espelhos da relação que temos connosco. Um novo olhar sobre as relações implica assumirmos, primeiro e até às últimas consequências, a verdade de quem somos e do que queremos para as nossas vidas.
No livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, de Clarissa Pinkola Estés, pode ler o capítulo sobre a volta ao lar, o retorno ao self. Nele, a autora salienta a importância de haver pausas nas nossas vidas para regressarmos à nossa casa interior, ao nosso eu. Se nos perdemos de quem somos, se não conseguimos voltar a casa, entramos numa espiral de sofrimento e depressão. Podemos, diariamente, tentar fazer diferente e olhar a vida com outros olhos, sem as lentes sujas e gastas do passado. E, assim, um novo trilho se vai abrindo aos poucos para cada um de nós.
SOFIA FRAZOA TERAPEUTA www.caminhosdaalma.com [email protected] in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2014 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |