Por Rosário Gomes
in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2013
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O relacionamento conjugal é um tipo de relação que tem por privilégio o desenvolvimento da intimidade, isto é, a partilha da vida individual e privada entre duas pessoas. A iniciativa, a reciprocidade e a expressão de prazer nas interações a dois recriam o estado de sentimento da intimidade no relacionamento afetivo. A intimidade apresenta um valor ímpar na edificação do indivíduo. Nesta perspetiva, o casal carateriza-se por um relacionamento afetivo e um olhar atento e cuidado entre duas pessoas que se querem sentir satisfeitas.
Atualmente, numa sociedade exigente a vários níveis para o ser humano, é relativamente fácil as interações serem descuradas ou dadas como algo garantido ou, ainda, a relação ser interrompida por todo um mal-estar que fica difícil de gerir, proporcionando uma fonte de elevado stress. No entanto, também é agora o tempo da maior necessidade que os relacionamentos sejam estruturantes para o indivíduo e para a unidade do casal.
Contextos geradores de elevado stress ocorrem em casais que estão no limiar da separação ou divórcio; casais com problemas relativamente pouco visíveis mas que desejam desenvolver e otimizar a sua relação; casais que se sentem frequentemente aborrecidos ou com forte sentimento de frustração, por vezes com a sensação de desperdício de vida; casais já separados mas que sentem que há uma ligação suficientemente forte para investir novamente no relacionamento. Nestes contextos é necessário ter a consciência que sentimentos e relacionamento são e exigem formas diferentes de serem encarados e resolvidos, podendo assim conduzir efetivamente a novos começos relacionais.
A mudança de comportamentos e novos começos exige uma atenção particular e experiência ao nível emocional, cognitivo e comportamental. É importante desenvolver o reconhecimento de si e do outro e a identificação e mudança dos comportamentos disfuncionais. Readquirir os recursos internos necessários à resolução: o escutar empático, a expressão adequada de sentimentos, a necessidade de resolver conflitos e estratégias de resolução de problemas.
Existem muitas vantagens na facilitação da mudança e na construção de novos começos. Ampliar pontos de vista, permitir ao casal não se sentir sozinho nas suas dificuldades, suporte no processo de mudança do comportamento, à medida que se desenvolve a confiança.
Viver a dois é um exercício diário que pode ser muito gratificante, seja ao nível da relação, seja ao nível do indivíduo, acrescido de um sentimento de valorização e realização individual e de um colorido que atravessa a paleta de cores, tornando a vida bastante mais interessante e plena no sentimento.
Rosário Gomes
Psicóloga Clínica e Sexóloga
chmrosariogomes gmail.com
“VIVER A DOIS” - Programa Psicoterapêutico de Casal com Intervenção em Grupo
(Clínica do Homem e da Mulher)
REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2013