Por Susana Albuquerque
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2012
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Mas aquilo a que temos vindo a assistir a pretexto da crise é o derrubar da segurança (ilusória quanto a mim) do emprego para toda a vida que desapareceu, até para quem trabalha para o Estado.
Deixando de existir essa falsa segurança somos empurrados para descobrir ou criar essa segurança de outras formas, e como há vários anos acredito que a base da verdadeira segurança passa por fazermos aquilo que mais gostamos, prestando um serviço que nos inspire e seja positivo para quem o recebe, dedico este artigo ao novo paradigma que acredito venha a substituir, com vantagens para todos, o da falsa segurança que buscávamos fora de nós no dito emprego estável.
Conhece o seu propósito de vida?
Ao longo da nossa formação escolar e académica não somos em regra questionados sobre o nosso propósito de vida, isto é, na melhor das hipóteses perguntam-nos o que gostamos de fazer, ou ajudam-nos a descobrir os nossos talentos, mas dificilmente alguém trabalhou connosco qual a nossa missão de vida, aquilo que nos motiva e move mais do que qualquer outra coisa, nos inspira de tal forma que sentimos que fará a diferença neste Mundo tornando-o melhor.
Cada um de nós é um ser único, com um conjunto de valores único e com uma missão de vida única.
Algum, uma minoria conhece essa missão desde cedo, mas a maioria precisa de orientação, informação e muitas vezes formação para descobrir de que forma pode fazer aquilo que mais o inspira e ainda ganhar dinheiro com isso.
Até agora o que se passa é que a maioria das pessoas trabalha para ganhar dinheiro, buscando a tal segurança de que falávamos, tornando-se o dinheiro em si mesmo, mas agora aquilo que nos parece estar a ser proposto é que assuma-mos a responsabilidade pela construção da nossa vida profissional, partindo do que é mais importante, nós próprios, prestando o nosso serviço de vida, vivendo a nossa missão.
Atenção no entanto, pois sempre que se fala de missão de vida muitas pessoas identificam-na como uma série de clichés coletivos: deixar tudo e ir fazer voluntariado para África, por exemplo, mas na realidade a proposta é de a partir daquilo que é mais importante para cada um de nós, do conjunto e hierarquia de valores únicos que possuímos, descobrir de que forma fazendo aquilo que já fazemos ou fazendo aquilo que ainda não fazemos mas sempre sonhámos fazer, podemos prestar o serviço que mais nos inspira, e que pode ser por exemplo cuidar do aspeto físico dos outros trazendo mais beleza ao Mundo, ou ser Mãe de família ajudando a criar seres humanos mais equilibrados, ensinar, ajudando ao desenvolvimento do potencial de cada um, limpar a cidade tornando o ambiente mais limpo, etc.
Conhecer a nossa missão faz toda a diferença na forma como trabalhamos – para outros ou por conta própria – pois retira-nos de uma lógica de sobrevivência, de “tenho que trabalhar para ganhar dinheiro” colocando-nos numa lógica de inspiração: “de que forma posso prestar o meu serviço, desenvolver a minha missão contribuindo positivamente para vida daqueles a quem o presto”.
Claro que é essencial assegurar, para o equilíbrio na gestão dos seus recursos, que em troca do serviço prestado, recebo o que é justo – princípio da troca justa – mas o dinheiro passa a ser um veículo de realização pessoal e não um fim em si mesmo.
O dinheiro (ou qualquer outro recurso) é apenas o que recebemos em troca do serviço que prestamos aos outros, com esse propósito maior de sabermos que estamos a contribuir para tornar este Mundo um sítio melhor, fazendo aquilo de que gostamos.
Encontrar o seu propósito de vida
Para (re) conhecer o seu propósito de vida comece refletir na questão Faz aquilo de que gosta tanto, que quase pagaria para o fazer?
Se não obtiver logo a resposta não se preocupe, é natural, não fomos, em regra, condicionados para pensar nestes termos, mas continue a perguntar-se e a observar quais são as coisas de que mais gosta na sua vida. Se ainda assim não for claro peça aos seus amigos e colegas que o ajudem dizendo-lhe o que acham que gosta mais de fazer, que faz de forma mais inspirada.
Depois de identificar o que mais gosta de fazer, pergunte-se de que forma o pode começar a fazer ou fazer numa versão melhorada?
Para algumas pessoas pode implicar uma mudança de atividade, mas em grande parte dos casos é possível transformar aquilo que já fazemos numa versão mais aproximada daquilo que mais gostamos de fazer, ou seja, sermos mais quem somos naquilo que fazemos!
Todas as atividades têm um propósito maior e é essencial para a sua felicidade que reconheça de que forma o seu propósito de vida se liga ao propósito da sua atividade profissional.
Quanto mais inspirado estiver naquilo que faz, mais o seu negócio ou atividade crescerão, e se trabalhar para outros é essencial para a sua auto-realização que ligue a sua missão, o seu propósito com o propósito da empresa para a qual trabalha.
A crise de escassez e de valores que vivemos, propõe-nos, que sejamos capazes de reconhecer que o que nos faz felizes, o que nos realiza o que passa inevitavelmente por o aquilo que de único temos para dar.
Quando conhece o seu contributo clarifica-se o seu caminho pessoal de felicidade!
Coach para o Sucesso Pessoal
Autora de Independência Financeira para Mulheres
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http://www.susanaalbuquerque.com/
REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2012