Por Maria Gorjão Henriques
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A grande viagem dos relacionamentos que a vida nos propõe poderá estar na nossa capacidade de observar, descodificar e entender o lugar que cada pessoa ocupa, denunciando de forma objetiva, através das dificuldades inerentes ao ato de nos relacionarmos com ela, partes de nós que por exemplo não aceitámos, quando precisavam de ser aceites, que não amámos o suficiente, que não cuidámos algures no tempo, que não respeitámos quando era preciso, que não honramos no momento devido, que não agimos com lealdade, que não protegemos o suficiente.
Sempre que nos sentimos agredidos por alguém exterior a nos próprios, na verdade essa pessoa está a dar-nos a possibilidade de recordar, ativar, e lembrar algo que já vivemos internamente.
Toda a nossa experiência de vida acontece a partir de dentro. No entanto, na cultura em que vivemos, somos educados, treinamos e moldados a precisar de recorrer e viver através do que está fora de nós. Essa dissociação leva-nos ao sofrimento e à quebra do fluxo da vida tal qual ela é. Passamos a identificarmo-nos com o que está fora, a precisar do que está fora e do que as pessoas nos proporcionam para nos sentirmos completos e saciados. O sofrimento cresce de forma exponencial.
Esta forma de sobreviver leva-nos a uma grande identificação com o exterior e a um esvaziamento do nosso mundo interno. Começamos a precisar de ser aceites pelos outros porque deixamos de ouvir a nossa voz interior. Começamos a precisar de nos alimentar através dos outros porque não nos sentimos alimentados pelo nosso Sol interior. A Vida deixa de ser um milagre de abundância e passa a ser uma fonte de sofrimento constante porque o exterior nunca dá o que realmente precisamos.
Quanto maior é a identificação com o que está fora, maior é a nossa necessidade de nos sentirmos amados, de sermos aceites e compreendidos, de evitar o conflito criando um vazio de amor que nos afasta da nossa voz interior e da lealdade a nos próprios.
Não é possível vivermos sem sermos afetados pelos outros mas a partir do momento em que vivemos a nossa própria verdade e ousamos expressa-la, que vivemos com lealdade a nós próprios e deixamos que o Amor nos molde a partir de dentro, conseguimos finalmente sermos autênticos.
Aprender a sermos autênticos e leais a nós próprios implica necessariamente uma grande viagem ao nosso mundo interior.
O Amor é a força que move toda a vida e que faz bater o nosso coração. Cada pensamento, cada palavra, cada ação são movidos de dentro para fora de nós assim como uma semente que brota de dentro da terra e irrompe para se cumprir denunciando a sua beleza, também nós quando movidos a partir de dentro e da nossa verdade interna, somos inspirados pelo Amor e nos tornamos Amor.
No livro “seeds of Awakening aparece um texto de Molly Vass-Lehman que nos diz: “Colocando duas células do coração vivas, de pessoas diferentes, numa placa de Petri, passado algum tempo veremos que elas encontram e mantêm um batimento comum”
Esta força agregadora essencial que existe para lá das formas está presente em toda a natureza. Este é o milagre do Amor.
Assim tornando-nos quem somos, torna-se possível viver a vida com toda a sua vitalidade ajudando os outros, com o nosso exemplo, a serem quem são e a viver de forma verdadeira.
Viver sendo leais a nós próprios e permitindo sentir Amor por nós é a melhor forma de fazer transbordar o nosso copo e sentirmos um Amor profundo por tudo o que está à nossa volta.
Viver o Amor é cumprir com o nosso propósito de realização.
Bem haja e grata à Vida!
Maria Gorjão Henriques Psicóloga, Astróloga e Facilitadora de Constelações Familiares. Fundadora do Espaço Amar um espaço que promove novas consciências através do despertar de cada um para uma viagem de auto conhecimento na via da Individuação e onde o trabalho é desenvolvido procurando fazer o casamento entre uma abordagem convencional e holística. www.espacoamar.com [email protected] Tel: 91 990 16 21 - 916 646 052 - 213 874 391 in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |