in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Mas todos sabemos que condicionamentos vários, como rendas de casa, carro, educação dos filhos ou outros compromissos mensais ‘obrigam’ muitas pessoas a aceitarem um trabalho que lhes pague contas e que lhes permita viver - ou sobreviver. E nem sempre é o emprego dos sonhos, aquilo que se adora fazer ou o que nos faz levantar alegres da cama todos os dias.
Às vezes são situações temporárias que sabemos que vão mudar, é só uma questão de tempo. Outras vezes, sentimos que estamos encurralados num beco sem saída. E é por isso que a verdade é tão importante, até na vida profissional!
Que verdade?
A verdade profissional não é a que as estatísticas dizem ou a que a sociedade nos quer vender. É a verdade de cada um, percebendo depois como a podemos expressar no mundo em que vivemos e, deixemo-nos de ilusões, onde ainda precisamos de dinheiro para nos manter.
Em primeiro lugar, ajuda - e muito - percebermos qual a nossa natureza e comprometermo-nos em ser verdadeiros connosco. Se já sei que a minha natureza é ser trabalhador independente, será que faz sentido concorrer a um emprego a tempo inteiro, com patrões e contrato de trabalho? Se, por outro lado, me conheço o suficiente para saber que entro em ansiedade se não recebo um ordenado ao fim do mês ou se estou preocupado com os descontos para a reforma, talvez seja melhor ter um patrão.
E quais são as ambições compatíveis com a minha natureza? Sou do tipo que se preocupa primeiro com o dinheiro que ganha, mesmo que faça algumas coisas de que gosta menos e às vezes considere sem sentido? Ou sou do género de seguir ideais e de preferir ganhar menos desde que sinta um propósito no que faço? Ou procuro aliar as duas coisas?
Respondidas estas perguntas, cabe-nos ser realistas para perceber se podemos mesmo viver de acordo com elas e idealistas o suficiente para pôr em marcha o nosso plano.
De que posso abdicar?
Quando decidimos que, custe o que custar, há uma verdade profissional a ser honrada, há decisões que podem ser difíceis de tomar. De que estamos dispostos a abdicar para seguirmos a nossa vocação, sonho ou desejo? Que mudanças terão de ser feitas nas nossas vidas? Estamos mesmo preparados para elas?
Muitas vezes experienciamos um conflito entre a nossa ideia de sucesso e status e a vontade do nosso coração. Que preço estamos dispostos a pagar para seguir a vida profissional que o coração nos pede?
Também nos pode acontecer que, em determinada fase, o que o coração nos pede ainda não seja possível de pôr em prática. Neste caso, de que forma podemos estar o mais inteiros e verdadeiros possível no trabalho que temos? E como podemos preparar terreno para o próximo passo?
Definir objetivos e traçar um plano de ação
Percebendo o que queremos mesmo fazer e os riscos que estamos dispostos a correr, é importante definir objetivos e traçar um plano de ação. Mesmo que o objetivo mude e que o plano tenha de ser redefinido, neste momento para onde pretendo ir? Colocada a intenção, é para aí que devemos caminhar, percebendo que passos dar. E tudo vai ficando mais claro com a caminhada.
Podemos sair já do emprego que temos e tentar algo novo ou convém juntarmos dinheiro primeiro para dar o salto com mais confiança? Há alguém que nos possa ajudar nesta transição e a quem possamos recorrer se, na pior das hipóteses, for tudo ao contrário do esperado?
Arriscar e Confiar
Às vezes, dar o passo seguinte é mais um ‘salto de fé’. Se não arriscarmos, nunca vamos saber o que cada nova experiência nos reserva. E se não confiarmos, se não nos entregarmos a uma orientação maior, podemo-nos sentir muito sozinhos e inseguros na caminhada. Há várias práticas espirituais que podemos escolher para fortalecer a nossa relação com o que existe “para além de”.
Ao aprofundarmos a nossa prática espiritual apercebemo-nos que a experiência é diferente para cada pessoa. Cada ser vai criando uma relação única e pessoal com o que chamará de ‘divino’ ou ‘espiritual’. Há pessoas que se sentem orientadas pela vida e que se deixam guiar pela intuição. Há outras que arriscam, dão o ‘salto de fé’ e acreditam que são apoiadas pelo Universo ou pelo ‘divino’ nas suas decisões.
Seja qual for a decisão que tomemos, devemos pensar que o mundo espiritual não age por nós. Quando assumimos o compromisso de mudança, alinhado com a nossa verdade, muitas vezes é-nos pedido que arrisquemos, que ponhamos o plano em marcha (a ação é nossa) e que confiemos. Ou seja, fazemos a nossa parte e largamos as expectativas. Num caminho de verdade, os resultados e o tempo em que se manifestam, muitas vezes, já não dependem de nós.
TERAPEUTA, FORMADORA E ORADORA
www.caminhosdaalma.com
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