Por Patrícia Panochia
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Ora! Caro e barato, são conceitos relativos: uma roupa que custa 100 euros pode parecer muito caro a uma senhora que recebe ordenado de 700 euros, e não causar a mesma confusão a outra senhora cujo ordenado seja 10 mil euros.
Então, o que deve ser avaliado na hora de julgar se o preço é justo?
O VALOR do produto!
Até mesmo no mercado financeiro, quando analistas avaliam qual seria o preço justo da ação vendida na bolsa de valores, levam em consideração o valor que tal empresa pode gerar para o acionista.
Preço e valor são coisas bem diferentes: preço é o quanto custa e valor é o quanto vale.
Existem vários fatores que agregam valor aos produtos e serviços. Neste texto, destacam-se três deles: a marca, a qualidade e a transformação que produto ou serviço vendido pode causar.
As marcas trazem em si um valor intrínseco reconhecido e almejado pelos consumidores que aceitam pagar mais caro por isso sem questionar ou julgar injusto: status, poder, senso de pertencimento a determinado grupo de pessoas.
Há quem atribua valor à qualidade do produto e do atendimento, como ocorre em renomados restaurantes de grandes chefes. É possível pagar um preço menor por refeição similar em outro sítio, mas por saberem que os ingredientes utilizados naquele restaurante são de melhor qualidade e por serem bem atendidos, por profissionais treinados, educados e simpáticos, aceitam e preferem pagar mais caro.
Cabe ainda dizer que, ao comprar um produto, as pessoas não estão interessadas no objeto, mas sim na transformação que ele oferece. Quanto mais interesse tiverem por essa transformação, mais estarão dispostos a pagar.
Ao comprar um carro, compra-se a autonomia, o conforto e liberdade ao viajar ou locomover-se até o trabalho.
Ao colorir o cabelo, paga-se pela transformação que isso causa na imagem.
Ao comprar um remédio, o que realmente se busca é ficar curado.
Ao viajar paga-se pelo preço de uma experiência, e não por um deslocamento.
Vale pagar o dobro do preço por um curso que ensina a falar outro idioma na metade do tempo?
Se falar outro idioma for algo valioso para si, sim! Se tem pressa em aprender para viajar ou trabalhar em outro país, esse curso tem valor e por isso estará disposto a pagar mais pela transformação que ele oferece.
Só é justo pagar mais caro por algo que de facto oferece mais valor ao consumidor.
Por outro lado, nem sempre é possível pagar o preço justo por algo que tem muito valor devido à realidade financeira de cada pessoa. Para esse problema, existem duas soluções:
1. Planear a compra para o futuro.
Caso seja possível esperar, convém economizar e reservar mensalmente parte do ordenado mensal até acumular todo o dinheiro necessário para fazer a melhor compra desejada.
2. Otimizar o uso do dinheiro.
Em algumas situações a compra é urgente e não há tempo para planear e juntar todo dinheiro necessário. Nesse caso, deve-se buscar a melhor relação custo-benefício, ou seja, encontrar uma opção que ofereça o maior valor dentro preço que você pode pagar.
Conciliar preço, valor e capacidade financeira é sempre um grande desafio, por isso convém analisar de forma bastante racional as suas decisões de compra: olhe para si, entenda quais são seus valores pessoais, o que motiva as decisões de compra, o que você valoriza em um produto, quais aspectos são indispensáveis e quais pode negociar para conseguir um preço melhor.
Comprar com a razão sempre leva a soluções financeiras mais eficientes do que fazer uma compra movida pela emoção.
CONSULTORA DE VIDA FINANCEIRA
www.suavidafinanceira.com
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)