Por Carolina Fermino da Silva
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Este conceito remete-nos a pensar em união, partilha, objetivos comuns, somar, co-construir relações. A psicologia relacional sistémica, como abordagem teórica e prática, despertou em mim o interesse pelos diferentes sistemas de relações humanas e os fenómenos grupais.
Viver em sociedade implica transitar por diferentes grupos relacionais. Permito-me descrever um pouco da minha experiência como profissional imigrante em Portugal, para ilustrar a importância dos grupos (com propósitos definidos) como força / impulso para a valorização da profissão.
Atualmente considero-me inserida no grupo dos imigrantes em Portugal, dos profissionais psicólogos, dos trabalhadores independentes, entre outros. Esta trajetória teve início em 2017, quando passei a residir em Portugal. Vim acompanhada de alguns sonhos, expectativas, curiosidade, além do medo e receio do que iria encontrar pela frente. Nos primeiros anos foi necessária muita resiliência, força de vontade e persistência para alcançar os objetivos traçados.
A participação num grupo virtual de psicólogos imigrantes foi fundamental na adaptação a uma nova realidade. O grupo tornou-se um espaço de partilha, ajuda mútua e força para seguir adiante.
Nas reuniões discutia-se de que maneira podíamos ampliar o trabalho do psicólogo em Portugal, considerando o baixo índice de empregabilidade da categoria e a necessidade de acesso da população aos serviços prestados pelos psicólogos. E aqui aparece a ideia dos movimentos de grupo que são impulsionados por demandas desta natureza.
Seguindo com as trocas no grupo de psicólogos, surge a possibilidade de se criar uma associação com o objetivo de ajudar os colegas imigrantes, neste caso, brasileiros, que ainda não tinham a inscrição na ordem e também pensar em serviços como atendimento social, grupos terapêuticos, acolhimento dos imigrantes, workshops, entre outras atividades, através de uma associação legalizada.
Após um ano de reuniões, conseguimos um grupo de quinze pessoas dispostas a formar e assumir cargos na nossa futura associação. Em seguida elaboramos o estatuto, o regulamento interno e demais documentos necessários para o registo formal.
Com tudo preparado, realizamos a tomada de posse dos membros em setembro de 2021 e concretizamos o registo legal. A associação foi criada e recebeu o nome de Associação de Psicólogos Brasileiros em Portugal.
Enfrentamos uma pandemia e outros desafios juntos, sem perder o foco no nosso objetivo principal: se beneficiar da força do coletivo para criar rede de apoio a todos os que precisam. Esta filosofia sempre esteve pautada na ética, no profissionalismo, na igualdade de direitos e na resiliência.
E assim seguimos fortes para comprovar que o associativismo pode ser uma ferramenta para a valorização da profissão.
PSICÓLOGA CLÍNICA
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in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2022
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