in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Nas relações amorosas, há muito quem procura a unidade: fazer de dois, um. Erro colossal (como em política) dois em um é perda de liberdade, de autonomia, de singularidade, do respeito pela postura, carácter e existência de cada um.
A unidade, a unificação, o desejo de morte do outro (e fazer dele o seu semelhante ou dominado) traduz o absurdo, o ato contra a natureza de ser, quando, justamente, a diversidade na natureza é o sublinhado último da beleza do mundo.
Nas relações amorosas, o que conta, o que pode constituir eternidade na relação, é acontecer o amor verdadeiro.
Sim, amor verdadeiro onde cada um faz o possível (é impossível) para que o outro se realize na plenitude da sua individualidade, aspirações e percurso. Ajudar o outro a sublinhar -se, a ser ele próprio, a elevar e a realizar se como indivíduo, é, ao contrário da asfixia da unidade, da unificação, a erupção da felicidade essencial.
Ser-se, ao contrário de “ser” o desejo do outro, é o vértice de vida realizada.
O respeito pela diversidade, pela diferença, seja na relação entre regiões de um Estado, seja nas relações entre distintas etnias ou origens, na diferença e distinção religiosa, no respeito pela individualidade nas relações humanas, no respeito pela soberania e integridade de cada um, traduzem a afirmação última do dever e devir democrático.
Unificar em torno de um único é a satisfação inerente à patologia do ditador (seja nas relações complexas entre Estados, seja nas relações complexas as entre as pessoas).
Encontrar, pelo consenso e conflito útil, o denominador comum, as convergências, o compromisso possível, é o eixo central das relações, respeitando a diferença.
Convocar e festejar, celebrar, a diversidade e a diferença, é a afirmação de vida.
A unificação em torno de um, é o anúncio da morte da felicidade alcançável.
É a tolerância face aos distintos, aos diferentes, que constrói a Humanidade.
URBANISTA
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