in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A chave para manter-se a boiar na força da onda está no seu sentido de coerência interna – sensação duradoura de confiança perante a vida.
O Sociólogo Aaron Antonovsky, pai do novo paradigma da saúde designado por Salutogénese, trabalhou as relações entre o stress, a saúde e o bem-estar, identificou e propôs um conjunto de capacidades que nos ajudam a lidar com os desafios (mantendo-nos saudáveis) e munindo-nos de “sentido de coerência”sobre a vida.
Para Antonovsky a sensação de confiança é manifestada através da capacidade de compreensão, da capacidade de gestão dos recursos pessoais face a situações stressantes e da capacidade de investimento em superar essas mesmas situações, integrando os diversos acontecimentos como aprendizagens, resultando em experiência de vida.
Para desfrutar a vida a partir de um estado de coerência interna é sinal que “ o que penso, o que sinto e o que faço” são um só. A pessoa coerente é honesta, sente-se inteira, o seu crítico interno está mais adormecido, a sua sensibilidade ao julgamento alheio é fraca ou neutra. E quando alguém age de acordo com o que diz, transpira confiança. Sabemos que esta é a base para qualquer relacionamento saudável.
Assim, podemos afirmar que uma pessoa coerente tem maior probabilidade de criar e manter relacionamentos de qualidade, e este é um fator gerador de uma boa saúde física e emocional.
Nenhuma pessoa pode transmitir coerência aos demais se não tem coerência consigo mesma. Transmitir coerência é saber quem é, aceitar os seus aspetos sombrios, doar-lhes tempo e tratamento pela auto-compaixão, é mostrar-se como realmente é, com autenticidade.
E é claro que pode mudar de ideias e atitudes em determinado momento na vida, não precisa fixar-se em determinados pensamentos, pois uma vez que vai experimentando novas sensações, a mudança pode ocorrer como uma coerência adaptativa.
Agora, convido-o a refletir: a sua vida é experienciada com sentido de coerência? Ou seja, encontra-se num estado de harmonia e bem-estar com o meio social, familiar e consigo mesmo?
Proponho que faça uma lista das situações que o levam a sentir-se em desarmonia.
Por exemplo: Se tem uma postura positiva sobre o que vive e descura o diálogo saudável quando está zangado; Se o seu pensamento diz-lhe um “Não” e o seu sentimento um “Sim”; Se sente rejeição quando todos parecem estar em desacordo consigo, amigos e/ou família.
Essas situações são catalisadoras da sua evolução, permitem-lhe, ao seu ritmo, tomar consciênca do seu estado interior e promover mudanças rumo a um sentido de coerência interno.
Esquecer para não sentir, não vale.
Esquecer situações que lhe revelam a sua incoerência interna, não significa que está a conseguir manter em profundidade e em boa forma a sua saúde. O material é arquivado para não ser sentido mas será reativado mais tarde ou mais cedo.
Então, aconselho que procure investigar-se, adaptar-se sem resistência para viver da sua essência, do que pensa, do que acredita, do que sente e em harmonia consigo e com os demais. Desafio aceite? Desejo-lhe uma viagem rica em auto-conhecimento e recheada de sentido.
PSICOTERAPEUTA FACILITADORA DE GRUPOS DE METAMORFOSE EMOCIONAL FUNDADORA DAS AULAS CRIATIVAS JOYFULL PARA CRIANÇAS PROFESSORA UNIVERSITÁRIA
www.mariabartholomeu.com
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