
Por Susana Milheiro Silva
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Na realidade as pessoas não são todas iguais! Até aqui nada de novo, todos sabemos isso! Acontece que há pessoas que acreditam que todos somos seres bondosos, com coração, capazes de sentir os mais altos valores sociais e humanos. A verdade é que existem pessoas com ausência total de empatia, remorso e amor! A estas a Psicologia denomina de psicopatas. Assim, os psicopatas são pessoas vazias, com um corpo, mas sem nada lá dentro, seres sem alma, como afirma Iñaki Piñuel, no seu último livro, Amor Zero. Estes indivíduos escolhem as suas vítimas, pessoas bondosas, generosas, sempre dispostas a perdoar, esquecer e recomeçar. Como diz o ditado: os opostos atraem-se! Infelizmente para a vítima, que com este relacionamento fica perante um grave problema. Tão sério ao ponto de estarem relacionados com esta problemática inúmeros casos de depressão e até suicídio. Do mesmo modo que o louva-a-deus e certas espécies de aranhas devoram os seus parceiros depois de copular, estes controladores natos causam desgaste e destrõem paulatinamente aqueles que decidiram explorar a seu favor.
Como reconhecer um companheiro/a controlador?
Um caso real (com nomes fictícios):
“Rita, 27 anos. Sonha constituir família e ser mãe antes dos 30. Após vários relacionamentos, conhece João, 31 anos, por quem se apaixona como nunca. Conheceram-se através de amigos. João, amigo próximo de uma grande amiga de Rita, desde cedo mostrou ser um homem diferente dos que Rita conhecera. Culto, bonito, sensível e com uma história de vida cheia de dificuldades, mostrava ser especial. Rita sempre se atraíu por histórias difíceis. Queria mudar o mundo! Na noite em que se conheceram, João estabeleceu contacto via Facebook. A partir daí, sms’s e telefonemas conduziram a um café, e em breve passaram a ser companheiros ideais. Os mesmos gostos, muitas afinidades. João assegurava que seriam almas gémeas. De início, Rita mostrou-se apreensiva. Na verdade, tinha medo de se entregar a alguém por inteiro, principalmente depois de tantos relacionamentos falhados. Mas com o passar do tempo, e com toda a dedicação de João, Rita deixou-se envolver. Sentia-se completa, bonita, divertida, e principalmente, amada! Mas este sonho durou pouco, e num ápice passou a inferno! Ainda hoje Rita sofre por tudo o que viveu. Na verdade sente que a sua Alma foi roubada.”
A maioria dos relacionamentos com um psicopata inicia-se assim. O contexto pode variar mas os comportamentos são semelhantes. Segundo Piñuel (2017), um parceiro psicopata emite 20 sinais considerados de alerta para a sua identificação:
- Simpatia e encanto
- Rapidamente, passam a ser almas gémeas
- Magnetismo emocional e sexual envolvente
- No início, bombardeamento de amor
- Culpabiliza os outros, e principalmente o/a parceiro/a, de tudo e ignora qualquer culpabilidade pessoal. Ausência de remorsos ou sentimento de culpa (nunca se desculpa de nada)
- Mentiras permanentes e buracos negros naquilo que contam
- Domínio através do olhar
- Rapidamente vai viver com a vítima
- Simula ser vítima. Faz-se de vítima das suas vítimas (autopiedade ou vitimização)
- Dupla personalidade
- Frieza e falta de emoções
- Olhar frio, vazio, sem alma
- Arrogância, orgulho, dominação (raiva, ira e agressividade se não leva a melhor)
- Abandona-o/a, como se fosse um objecto, fria e desalmadamente (fase de desprezo e de rejeição)
- Aborrece-se facilmente (não se mantém nos trabalhos, nas tarefas, nas relações)
- Elevados níveis de testosterona (especialmente relevante em mulheres psicopatas)
- Estilo de vida parasitário (vive às custas do esforço, trabalho, dinheiro dos outros)
- Lágrimas de crocodilo, grandes cenas teatrais de choraminguice sem conteúdo emocional efectivo
- Total incapacidade para compreender como funcionam as suas emoções ou como se sente (ausência total de empatia)
- Habilidade para manipular os outros.
Que não tínhamos dúvida, um psicopata não ama. Não nasce com esta capacidade! A vítima foi iludida desde o princípio e estar consciente desta realidade é fundamental para sua proteção. A relação de controlo estabelecida pelo psicopata é para seu próprio uso, assim como um carro – mera utilização. Este tipo de controlador só libertará a vítima quando a substituir por outra. Esta tem aqui a oportunidade para a sua cura. Depois de um relacionamento assim, a recuperação é dificil mas possível!

PSICÓLOGA CLÍNICA, VIA® APRENDIZAGEM INTEGRATIVA DA VIDA CONSULTORA MINDFULNESS PELA EEDT.
MEMBRO FUNDADOR DO CLUBE UNESCO-KIRON
www.susanamilheirosilva.com
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in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
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