Por Maria Bartolomeu da Trindade
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Uma pessoa com mente criativa é dotada da característica de se sentir aberta a novas experiências, com curiosidade aguçada para sentir o novo sem se sentir ameaçada, mas não só. Tem um predomínio dos sentimentos em detrimento da racionalidade nas tomadas de decisão, procura métodos alternativos para resolução de desafios e é dotada de maior facilidade para memorizar formas, ilustrações e gravuras. Será o seu caso?
Se sim, tome consciência que estará a utilizar mais o lado direito do cérebro. E se formos observar os cérebros através dos recursos da neuro imagem podemos constatar que a atividade do hemisfério direito aumenta na presença da criação, seguida, por necessidade de avaliação e manifestação ao mundo exterior, pela ativação de áreas do hemisfério esquerdo. (Se sentir curiosidade pode pesquisar o trabalho de Roger Sperry, um cientista norte-americano que ganhou o Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia, sobre a divisão cerebral em hemisférios e funções).
Agora, recorda-se que umas linhas acima mencionei a oportunidade de desenvolver a criatividade ao longo da vida? Beneficiando de uma vida mais plena e feliz, superando desafios?
Nos meus grupos de metamorfose emocional pela criatividade é muito frequente mencionar a Marina Abramović, artista plástica de renome, como exemplo inquestionável de uma mente criativa que usa o corpo como manifestação criativa. A Artista revela como acontece o seu processo criativo (a não perder o documentário da artista “An Art Made of Trust, Vulnerability and Connection” na TED Talks) onde a performance possui mais importância do que o objeto de arte em si, exigindo a presença do corpo em ação para ser concretizada. Bem sei que não somos a Marina Abramović mas podemos ser inspirados pela mesma promovendo a mudança pela via da criatividade, com a linguagem simbólica corporal, permitindo-lhe não racionalizar e não avaliar os seus resultados do ponto de vista do seu valor enquanto pessoa.
Preparado? Deixo-lhe aqui algumas dicas:
1) Trabalhar o corpo (o corpo traduz o estado da alma) mostra ser um potenciador de estados emocionais positivos, pode ser uma ida ao ginásio, fazer uma caminhada, iniciar uma dança e preferencialmente fazer trabalho terapêutico Body work com um facilitador experiente.
2) Inicie uma conversa com um grupo de amigos sobre o que o preocupa e mantenha-se aberto às contribuições dos demais (existem algumas regras, nomeio a mais relevante: sem juízo crítico e as verbalizações só qualificantes). Pode desenhar um quadro com os inputs de todos (pesquise sobre design thinking).
3) Pode utilizar a técnica da distância psicológica do problema, contando uma história como se fosse de um amigo seu (pesquise sobre Storytelling) o que aumenta o número de soluções alternativas.
4) Alimente o seu cérebro com momentos disruptivos, diversifique experiências e contacte com situações que não façam parte do seu dia-a-dia, o que promove a flexibilidade cognitiva.
Para além destas dicas, nos momentos em que se sentir “fora do baralho”, com sentimentos de não pertença, saiba que ao encontrar a forma certa de lidar com os mesmos, abrirá janelas que o poderão levar a encontrar soluções e sentimentos de plenitude. Pessoas incríveis (tiveram vidas desafiantes), são feitas de superações e estas têm na sua base a criatividade.
PSICOTERAPEUTA , FACILITADORA DE GRUPOS DE METAMORFOSE EMOCIONAL,
FUNDADORA DAS AULAS CRIATIVAS, JOYFULL PARA CRIANÇAS PROFESSORA UNIVERSITÁRIA
www.mariabartolomeu.pt
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2020
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