
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
É muito comum acharmos que somos tolerantes.
Até um dia...Um dia que que estamos mais sensíveis, em que algo não correu como esperávamos...e de repente ouvimo-nos a criticar o nosso companheiro, o nosso colega de trabalho, ou mesmo não dizendo, a fazer mentalmente um juízo de valor sobre o comportamento de alguém
Porque fazemos o que fazemos? Será que foi porque algo nos incomodou? O que fez com que tivéssemos uma reacção negativa a uma determinada situação que nos aconteceu, ou que simplesmente presenciámos?
Existe provavelmente algo com que não nos identificámos, e aí temos duas hipóteses: podemos aceitar ou podemos contestar. Terá a ver com o nosso feitio? Com o nosso tipo psicológico? Meta-programa?
Ser tolerante significa saber aceitar opiniões, ou ações, de algo que de facto não combina exatamente com a nossa maneira de ser, de estar.
É saudável expressarmos as nossas opiniões, mesmo que sejam contrárias. O ponto aqui será avaliarmos como o fazemos.
Podemos dizer tudo desde que respeitemos o modelo do mundo do outro. Mas para podermos dizê-lo de uma forma consensual neutra e em paz, temos que saber expressá-lo. Comunicar é uma arte, todos sabemos.
E independentemente da nossa posição em relação a um assunto, a forma como o fazemos, o tom de voz, a suavidade da nossa expressão, e a gentileza, com que acompanhamos as nossas palavras, permitem expressar o que sentimos mas sem julgar, sem magoar e muitas vezes, até aportar uma outra perspetiva ao assunto.
Convirá fazermos uma autoanálise principalmente de situações não tão agradáveis que nos acontecem no dia-a-dia. Somos reativos, e depois arrependemo-nos ou somos capazes de expressar a nossa opinião respeitando a opinião alheia? A diferença que faz a diferença é muitas vezes, o uso do sinónimo correto, de um tom de voz amigável ou de fazer um sorriso sincero. Falar com o coração mas tendo em atenção o coração que nos escuta!
Sabemos que o mundo é cheio de opiniões diversas e temas a contestar, certamente não faltam. Seja política, educação, religiões, futebol, relações, hábitos alimentares...
Todos nós temos a nossa opinião bem definida, sobre o que julgamos ser o certo. Não será bom escutar uma opinião diferente de forma a conhecer algo? Tantas vezes falamos para nos ouvirmos, para marcar posição.
Que tal será escutarmos para aprendermos? Mesmo que não concordemos, será sempre um exercício interessante aceitar uma opinião diferente, sem julgamento. A vida é tão mais rica com a multiplicidade de opiniões!
É isso que dá movimento à tua vida. Como um bando de pássaros que passam a tua frente, e segue o seu caminho. Assim é com a tolerância, podes sempre escolher voar sozinho ou voar fazendo parte do conjunto. E acredito, que quando nos tornamos mais tolerantes, mais abertos, mais disponíveis existe um potencial de felicidade inesperada que nos pode surpreender num momento improvável!
É nesta esta fase quando reconheces que tu não és as tuas opiniões, que sentes uma espécie de serviço ao próximo: podes ajudar as pessoas que de ti necessitem, assumindo uma postura assertiva e prática, o que será notado e te beneficiará no sentido de te tornares uma pessoa cuja presença é apreciada, querida. É sempre um momento especial.
Como dizia Agostinho da Silva, "temos sobretudo que aprender duas coisas, aprender o extraordinário que é o mundo, e aprender a ser bastante largo por dentro, para o mundo todo poder entrar".
Sejamos tolerantes, pois certamente seremos mais felizes, e mais conhecedores.
CARLA MELFE FORMADA EM ENGENHARIA MECÂNICA, GESTÃO DE EMPRESAS E PROGRAMAÇÃO NEURO-LINGUÍSTICA TRABALHA EM COORDENAÇÃO DE EQUIPAS E GESTÃO DE PROJECTOS [email protected] in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |