in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A mente é no fundo um conjunto de condicionamentos organizados que formam a personalidade de cada ser humano. Quando o humano começa a reconhecer o seu SER, a sua essência, a tolerância - manifestada nas rotinas e interação social -, passa a ser espontânea, já que, por meio da auto-observação consciente, o ser humano passa a manifestar cada vez mais um comportamento tolerante face à diferença.
É bonito de ver quando perante a diferença, o ser humano espontaneamente consegue praticar a tolerância, promovendo assim o alargamento da sua harmonia interior para com o exterior.
É imperativo saber ouvir o outro. Ao tolerar, a pessoa permite-se sair de uma visão e posição egocêntricas.
Muitas vezes, a tolerância ainda é confundida como uma espécie de submissão de opinião, onde a apneia psicológica do ‘ter que engolir ou suportar’ resulta num esforço à paz. Mas a tolerância nada tem a ver com submissão ou esforço. Tolerar é um acto forjado na profunda compreensão da diferença. Compreensão esta que só pode ser entendida e respeitada ao nível do coração, não da mente. A mente vive de um ego faminto e ao mesmo tempo mendigo de superioridade e visibilidade, onde, entre outras coisas, procura sempre ter razão. E é isto que leva tantas vezes à falta de tolerância entre as pessoas.
Atrás da intolerância está o medo. Cheia de traumas e condicionamentos, a mente do Ser humano é comandada pelo sistema nervoso central que, pelo medo do desconhecido, reage ao mínimo movimento externo que se apresente de “cor” diferente. Desta forma, para a mente ou ego, tolerar é algo quase sempre experienciado com alguma resistência e esforço. Tudo pela perceção errada da mente de, ao fazê-lo, estar a perder razão, valor, ou poder de controlo. A mente, alimentada pelo nosso sistema interno de crenças, coleciona sempre medos que resistem a qualquer ação que seja rumo ao desconhecido ou à diferença de opinião.
Quanto mais livre, autoconfiante e conhecedor de si mesmo for o Ser Humano, mais naturalmente a tolerância emerge nas relações interpessoais e, por sua vez, para com o meio. Ao contrário do que se pensa, a tolerância começa de dentro para fora. Para a pessoa tolerar a diferença no outro e com o outro, tem que primeiramente praticá-la consigo mesmo. Saber acolher e lidar com as suas emoções e expectativas externas que tantas vezes frustram e explodem ainda dentro do peito.
A tolerância começa por isso na auto-observação, compreensão e aceitação daquilo que É e se mostra. É importante salientar que, para tolerar não é preciso necessariamente aceitar a situação, ideia ou opinião, mas sim somente aceitar que a diferença possa existir.
O acto de Tolerar convida ao crescimento interno.
É na diferença que a nossa evolução é estimulada, acrescentando novas visões de determinado tema ou situação. Ainda se vive numa sociedade onde é mais fácil adjetivar do que tolerar. Uma intolerância que nasce do medo. Medo de não valer, de não ser aceite, de perder para o outro. No fundo é o medo que o ego tem de morrer. Assim, quanto menor for o ego no Ser humano, maior é a capacidade de tolerância.
É ainda importante ressalvar que, ao saber tolerar, o ser humano abre portas a uma profunda capacidade de respeitar, primeiro a si mesmo e em sequência o outro. É por isso um acto de amor. Um sair do ego, da mente, permitindo o espaço saudável para a expressão livre do outro. A tolerância, abre portais muito importantes, como o da compreensão, da escuta ao outro e do direito à diferença.
A diferença no Ser Humano é e será sempre natural e constitutiva. O mundo está a mudar para melhor e o ato de Tolerar é sem dúvida uma bolha de oxigénio, de Consciência, cada vez maior neste mundo, que cada vez mais pede para ser, um Mundo Novo.
TERAPEUTA E HIPNOTERAPEUTA CLÍNICA, TRANSPESSOAL E REGRESSIVA
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