Por Carlos Lourenço Fernandes
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Na vida, com frequência, afirmamos (uns para os outros): ´tenho um sonho´, traduzindo este desejo um certo ou determinado objectivo, um horizonte a alcançar (um amor, uma viagem, uma certa casa, uma certa realização profissional, um certo objectivo desportivo, uma mudança). Sonhar traduz-se em realizar, querer realizar, querer fazer: ter como limite o alcance de certa meta, certo destino.
Frequentemente é compreendido pelos outros como um devaneio (´fulano passa a vida a sonhar´). Uma expressão fantasista. Uma ideia fixa sem realização possível. Aquele, passa a vida a sonhar. Mas ocorre que., no final, o sonhador é respeitado e feliz. Consome sorrisos e o rosto é ausente de amargura.
Será possível compreender e vivenciar o significado da vida sem o sonho? Sem a definição de causas, objectivos, limites, coisas por fazer? Como se desenha a vida de quem não sonha? Passividade doentia? Um deixa andar sem significado? A Indiferença perante tudo? A Derrota permanente? A desistência pela paixão? Que vida é essa, sem o sonho?
Tenho por certo (porventura, presunção) que felizes são os que percorrem o caminho dos sonhos (dos objectivos) ponderando a cada momento o passo seguinte. Realizar, fazer, persistir em cultura de decisão é um bem fazer, é obter equilíbrio emocional bastante, é prosseguir na vida apaixonado, apaixonada.
Absolutamente decisivo sonhar.
Dormindo, a felicidade de sonhar desenha sorrisos nos rostos matinais e é com um ar de sublinhado contentamento que que afirmamos ao outro (´Hoje sonhei maravilhosamente: lembro-me vagamente, mas foi óptimo´). Ao contrário, dizemos ao outro (´Que pena, ou não sonho ou é raro´).
A vida tem um foco: deve ser vivida com intensidade. A vida é um sopro. Vem e vai-se numa sucessiva aventura de instantes de magnificência, de experiências felizes, coloridas e dolorosas, de ganhos e perdas. Atinge todos. Mas é belíssima. Partilhar a aventura da Via Láctea (percorre o universo à velocidade de 2,2 milhões de km por hora : isto é, num segundo, a Via Láctea desloca-se de Lisboa a Madrid), partilhar a aventura da nossa Terra (orbita à velocidade de 850.000 km por hora em volta do centro da Via Láctea), são, entre muitos, eventos fabulosos a construir caminho de Vida.
Sonhar – definir realizações possíveis – é imperativo. Vale a pena. Ao acordar (ou estando acordado) sorrir à paixão de viver é absurdamente o vértice da beleza.
Faça-se: sonhe: verá que ao acordar a vida é uma onda de prata a espraiar-se nos braços da mulher ou homem amada(o).
A vida ou se consome sonhando, ou a vida consome-o(a).
Decida sonhar. Dito de outro modo, decida Viver.
CARLOS LOURENÇO FERNANDES URBANISTA [email protected] in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2023 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |