in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2015
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Quando crianças sonhamos em converter-nos em adultos com uma vida prometedora, tranquila, feliz e cómoda; inclusive fazemo-lo imaginando-nos como profissionais arreigados ou especiais. Quantos de vós, quando eram crianças, sonhavam em ser bombeiros, médicos, astronautas ou qualquer outra profissão que fazia com que fugísseis duma realidade que não era de vosso agrado, ou simplesmente fazia com que vos sentísseis especiais. Em contrapartida, com esse sonho criáveis um outro “eu” diferente, o que na verdade sois; um “eu” mais cativante perante os vossos olhos.
Mas na maioria dos casos, o passar dos anos muda-nos como pessoas, e com isso também existe um movimento e reestruturação dos sonhos. Muitos esquecem essa capacidade de sonhar e cocriar desde aquilo que o coração nos indicava quando gozávamos da pureza de uma criança. Em alguns casos, centram-se em criar a sua vida de sonho, guiados por padrões socioeconómicos que saem do seu enquadramento ou que simplesmente não os faz felizes. Noutros, os jovens decidem seguir a linha profissional de seus pais porque na realidade alguém lhes disse que os sonhos são apenas fruto duma capacidade de criar ilusões, e não lhes levará a nenhum lado; seguir a profissão da família é mais seguro. Mas que entendemos por segurança? Na realidade é seguro fazer algo para o qual não temos motivação nem vocação? A resposta parece muito óbvia e clara, mas as percentagens mostram-nos que na realidade não é tão óbvio. Crescemos, e os adultos que nos rodeiam toda a nossa vida, conseguem cortar as asas dos nossos objetivos de vida e da nossa capacidade de sonhar, porque na realidade eles viveram condicionados por padrões antigos e regrados por aquilo que é mais cómodo, que está melhor visto socialmente falando, que é correto, ou que beneficia a todos, resumindo: bloquearam a sua capacidade de sonhar. Ocultam-na atrás dum véu translúcido, que em diversos momentos da sua vida tenta manifestar-se, mas não o faz porque tem medo de sonhar muito alto, ou que os seus sonhos sejam vistos como um disparate e alguém o envergonhe.
Por outro lado, encontramos os intrépidos sonhadores, que estão dispostos a dar tudo e fazer o que seja para alcançar os seus sonhos. Mesmo que muitas vezes, a sua capacidade de sonhar está num estado tão elevado, que se esquecem de que para ver os frutos da nossa capacidade de sonhar, nossos sonhos têm que ter uma raiz terrena. Este esquecimento leva a que às vezes as pessoas se espetem a grande velocidade com os seus sonhos, e que deixem de ter fé e crer no poder de cocriação que existe no nosso interior.
A grande questão é: como afeta a nossa saúde sonhar? Manifesta-se de forma positiva ou negativa no nosso organismo?
Sonhar é como uma moeda de dupla face, pode beneficiar ou prejudicar a saúde.
Se analisarmos os exemplos mencionados anteriormente, está claro que as pessoas a quem lhes tiraram a capacidade de sonhar, induzindo-as nuns padrões que não são os que deseja ou o que tinha sonhado, não são sãs. Quando estamos vivendo algo que não queremos, automaticamente estamos sendo obrigados e face a uma situação de obrigação, o consciente gera sentimentos negativos que ficam automaticamente gravados no subconsciente e memória celular. Tardará pouco tempo em aparecerem os sintomas físicos, que podem ser desde uma gripe, uma depressão ou inclusive danos degenerativos. A felicidade não tem lugar nas suas vidas, apenas a submissão.
O que acontece com os sonhadores intrépidos? Em muitos casos vivem submergidos em ilusões. Sim, porque na realidade, não são sonhos ou objetivos futuros que alcançar, senão ilusões inalcançáveis, que fazem com que entrem num leque de sensações e sentimentos que são fruto da sua imaginação e não duma realidade consciente. Isto faz com que gere um cocktail de emoções que os levam a um estado de nervosismo, tristeza, desmotivação, desilusão e fracasso, que fazem com que adoeçam. Perdem a saúde em ilusões em vez de estimula-la com sonhos.
Sonhar, de forma objetiva e equilibrada, fornece numerosos benefícios à nossa saúde, porque os nossos sonhos convertem-se em objetivos e metas a alcançar. Estimulam a motivação, criatividade, constância e sobretudo a felicidade. Quando trabalhamos para alcançar os sonhos, de forma coerente e equilibrada, respeitando o corpo, as emoções e os sentimentos, somos felizes. De certeza que não conheceis ninguém que seja verdadeiramente feliz, de coração e não em aparência, que esteja doente. Sonhar aumenta o número de sorrisos, mantém um estado de ânimo baseado no amor e a alegria e estimula a motivação para viver em plenitude. Como resultado, a glândula pituitária segrega endorfinas ou as chamadas “hormonas da felicidade”. Elas permitem-nos disfrutar da vida, sentirmo-nos deleitados com cada detalhe e ressurgir constantemente perante situações de crise. Neste estado é impossível gerar um quadro psico-emocional negativo que nos faça adoecer.
Sonhar de forma livre, estimula a felicidade e aumenta o bem-estar físico e psico-emocional.
YOLANDA CASTILLO NATUROPATA, TERAPEUTA HOLÍSTICA E DOULA www.centro-medicina-holistica. comunidades.net [email protected] in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |