Por Ricardo Fonseca
in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2012
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O voluntariado segundo o artigo nº 2 da Lei nº 71/98 é o conjunto de ações de interesse social e económico realizado de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projetos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas. Nesta lei não são abrangidas as atividades de caráter isolado e desinteressado, determinadas por razões familiares e de boa vizinhança.
Neste sentido um voluntário é uma pessoa que, motivadas por valores de participação e solidariedade, doa o seu tempo, trabalho e talento, de maneira espontânea e não renumerada, a causas de interesse social e comunitário.
Ao mesmo tempo um voluntário é um cidadão ativo e comprometido, num projeto organizado, de índole social, cultural, com o objetivo de promover a justiça e solidariedade entre as pessoas, que como qualquer tarefa responsável tem horários, periocidade e metas.
Todos os voluntários, como cidadãos têm os seus direitos e deveres que regulam toda a sua atividade de voluntariado.
Nos deveres com a população alvo contam a generosidade, entrega, ajuda gratuita, reconhecer e respeitar a dignidade do outro e potenciar o desenvolvimento integral como pessoa. No que concerne às instituições promotoras do voluntariado, o voluntário tem como deveres: conhecer e assumir o ideal da instituição, responsabilidade nos compromissos assumidos, ser sincero e verdadeiro na oferta do trabalho e acreditar no seu valor, aceitar as indicações dos orientadores, realizar o seu trabalho com precisão, ter vontade de aprender.
Os direitos que assistem os voluntários são fontes de potenciação da sua vontade de escolha e participação e assim temos: escolher um trabalho que seja do seu agrado, ser-lhe dada uma tarefa específica e bem definida, receber treino adequado para a realização da sua tarefa, ser reconhecido pela sua prestação, ser ouvido, fazer avaliações regulares do seu desempenho, conhecer bem a instituição que o acolhe.
Porém, o fator mais importante quando se quer ser voluntário é refletir e ponderar as seguintes questões: qual a razão por que se quer ser voluntário, o que se espera dar e receber no voluntariado, qual o tempo que dispõe verdadeiramente, qual o nível de responsabilidade que se está disposto a assumir.
Para se ser voluntário existe hoje em dia um vasto número de instituições com bolsas de voluntariado, tal como programas governamentais ou não que promovem este serviço e cuja oferta se encontra disponível na internet e nos espaços físicos que caraterizam estes locais.
Assim, quando assumida a vontade e disponibilidade o processo de oferta para voluntariado diferencia-se de instituição para instituição e na sua maioria passa por várias etapas entre elas o preenchimento de uma ficha de candidatura e de motivação e entrevistas de aceitação.
Neste artigo serão colocados exemplos de locais com bolsas de voluntariado dentro de diferentes áreas de atuação.
A Cruz Vermelha Portuguesa desenvolve voluntariado desde 1901, sendo nos dias de hoje o coração da ação deste comité. Desenvolve programas de apoio e assistência a vítimas de conflitos armados, de desastres naturais, em situações de emergência, socorro e transporte de pessoas em situação de vulnerabilidade, ações de sensibilização entre outros. Mais informações podem ser obtidas em http://www.cruzvermelha.pt/voluntariado/voluntariado-cruz-vermelha.html.
O Banco Alimentar cujo objetivo é a recolha e distribuição de bens alimentares por todo o país às pessoas com carências económicas, sociais, desenvolve vários programas de recolha cujo sucesso está relacionado com o grande número de voluntários existentes em cada etapa deste processo. Mais informações em http://bancoalimentar.pt/voluntariado.
O Serviço Voluntário Europeu consiste num projeto de voluntariado que promove programas em toda a Europa em diversos contextos sociais, culturais onde os voluntários se deslocam durante 12 meses para um país que não o seu de residência para a realização de inúmeras atividades promovendo a solidariedade e união entre os jovens europeus. Os programas em curso são mais de 4mil e encontram-se na base de dados da comissão europeia. Mais informações em http://www.sve.pt/
No portal da juventude, associado ao governo português, existem programas de voluntariado em curso destinados a jovens entre os quais se destacam o Programa de Proteção das Florestas e os Campos de voluntariado. Mais informações em http://juventude.gov.pt/Voluntariado/Paginas/default.aspx.
O site Bolsa de Voluntariado é formado por uma compilação de entidades, projetos e bolsas para voluntários em diversas áreas, onde são criados registos que ficam disponíveis para a procura de entidades por parte dos interessados e vice-versa. Mais informações em http://www.bolsadovoluntariado.pt/Voluntarios.aspx.
Além destes exemplos existem diversas informações sobre voluntário nas juntas de freguesia, câmaras municipais, associações com a sua diferente área de atuação.
Para ser voluntário é necessário assumir um compromisso de entrega, de responsabilidade, disponibilidade e aceitação e amor pelo outro. Ser Voluntário é dar um pouco de cada um de nós a quem nos rodeia e assim receber em maior escala através de um sentimento de pertença e de encontrar a nossa missão e papel no mundo.
Enfermeiro / Escritor
http://escritadoautoconhecimento.webnode.pt
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REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2012