in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2013
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Hoje em dia fala-se muito de empreendedorismo. Enaltecem-se as virtudes do "ser-se empreendedor" seja nos negócios e no trabalho, seja na nossa vida mais particular e privada.
Esta ênfase no empreendedorismo resulta de uma tomada de consciência criada pelo progresso humano e pelos problemas daí decorrentes, em especial as exigências competitivas e colaborativas do mundo.
Ou seja, embora seja uma verdade muito antiga, as pessoas tomaram consciência que a aceleração das mudanças (sociais, tecnológicas, científicas, culturais e económicas) que caracterizam o mundo atual forçam-nos a ser mais pró-ativos do que reativos.
Apela-se mais do que nunca à criatividade e à inventividade pois estamos a caminho do chamado "Futuro Radical" - a Era dos Extremos em que tanto na ciência e na tecnologia como nos negócios e na vida privada somos cada vez mais vezes confrontados com mudanças súbitas, acontecimentos inesperados, ambiguidades e paradoxos incríveis. Passámos de uma Era em que o futuro era relativamente previsível para uma outra totalmente desconhecida e indeterminada. O futuro deixou de ser possível imaginar sem corrermos o risco de nos enganarmos profundamente.
Mais do que nunca também o "acaso" - que resulta de um espantoso cruzamento de múltiplos acontecimentos que, na melhor das hipóteses, nos parecem coincidências - veio tornar o nosso tempo num campo aberto a igualmente múltiplas possibilidades.
O que é o "empreendedorismo"
O espírito empreendedor é uma instância psicológica, é uma característica da personalidade. Há pessoas empreendedoras por natureza (em que a carga genética teve o seu peso ao influenciar a personalidade) e outras que procuram aprender a serem empreendedores. Ora, o verdadeiro empreendedor é aquele que se fez assim desde mesmo antes de nascer. Esse tem traços muito próprios que o tornam invulgarmente empreendedor pois é simultaneamente inteligente, inventivo, práticos e concretizador.
Aqueles que procuram aprender a ser empreendedores, superando as suas naturais dificuldades (tendência para a inatividade, a reatividade ou a falta de motivação intrínseca), têm um esforço acrescido quando comparados com os que nasceram empreendedores.
Poderá considerar-se o espírito empreendedor um traço de personalidade e não uma disciplina que se aprende como se aprende a ser médico (estudando e treinando). E, por isso, é desde tenra idade que se pode detetar a pessoa empreendedora tal como se pode descobrir um talentoso para as artes.
O espírito empreendedor é também uma característica da chamada "inteligência plena" (Sternberg, 2000) ou da "inteligência triunfante" (Marina, 2004). Aqueles que sejam dotados desta inteligência e que a possam (ou saibam) aproveitar sentem-se atraídos pela ação concretizadora em um ou vários domínios da vida.
A aprendizagem do "espírito empreendedor"
Incutir o "espírito empreendedor" nas crianças deve ser uma das mais urgentes tarefas da educação para o século XXI - um século que se prevê de grandes avanços na ciência, na tecnologia e na cultura. Mesmo na criança que se revele menos ativa ou menos pró-ativa pode-se despertar o interesse pela ação fazendo-a descobrir que é agindo que ela pode mudar o seu próprio mundo.
Aqui entramos então numa "cultura para o empreendedorismo" que não tem necessariamente que ser aplicada apenas no mundo do trabalho. Pode (e deve) cobrir o maior número possível de áreas da vida pessoal para que a criança possa ser capaz de mais autonomia e independência, desenvolvendo-se nela uma "personalidade autotélica", isto é, uma personalidade caracterizada pela satisfação de se envolver em atividades psicológica e espiritualmente gratificantes e prazerosas, e frequentemente produtivas.
A aprendizagem do "espírito empreendedor" deve fazer-se de forma igualmente ativa. Ou seja, não é através de dicas e receitas que se faz um empreendedor mas é trabalhando as suas potencialidades para se soltar e descobrir o prazer do risco calculado, não receando o fracasso nem tendo medo do próprio sucesso.
Finalmente, no campo da saúde e do desenvolvimento pessoal, o "espírito empreendedor" é altamente benéfico visto que entrega à pessoa a faculdade de autocontrolo. A pessoa conduz a sua vida (em vez de ser conduzida) rumo a objetivos pragmáticos: gere o seu estilo de viver, controla os seus hábitos e amadurece rumo à sabedoria. O envelhecer torna-se então não num declínio mas num processo de crescimento que favorece vários domínios pessoais: a personalidade em geral, a inteligência, a vida emocional e a saúde integral.
Presidente Executivo (CEO) do EUROPEAN INTELLIGENCE INSTITUTE
Marca registada internacional que aglutina o Grupo Instituto da Inteligência em Portugal, Brasil, Colômbia e também em outros países através de delegações (Inglaterra, Angola, Venezuela, Equador, Peru, Chile e Argentina).
Diretor Geral e Coordenador Nacional do Grupo INSTITUTO DA INTELIGÊNCIA PORTUGAL
Diretor na Europa do CINEAC Centro de Inovação Educacional Augusto Cury (Brasil)
Professor de Neurociência, Coordenador e Orientador na Universidade do Futuro (Brasil)
Diretor da Divisão de Investigação da EURADEC (Associação Europeia para o Desenvolvimento da Educação e da Cidadania, ALEMANHA) e da WEA - World Education Association for Sustainable Development and Global Citizenship, SUIÇA)
Representante da ZIGMA CONSULTING (América Latina), em Portugal.
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