in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Introduções e cumprimentos realizados, debrucemo-nos sobre o que são as nossas vidas, no ano de 2020. Pode ser mais ou menos espiritual. Pode acordar de manhã com a intenção de amealhar para ter o seu primeiro milhão, ou então sentir que, face a tanta guerra e sacrifício por dinheiro, o que gostava mesmo era de fazer as malas, encontrar um mosteiro na Suíça e ficar por lá em regime de voluntariado. A verdade, hoje, é que qualquer que seja a abordagem face ao dinheiro, não se pode fugir de lidar com ele; é apenas uma das regras deste mundo, mas é uma regra transversal a grande parte das nossas atividades.
Lembra-se dos seus primeiros anos de escola? Aprendeu as letras e os seus sons para poder escrever o seu nome. E que alegria é vermos o nosso nome escrito pelas nossas próprias mãos pela primeira vez! Os números, amor de uns e dor de dentes para outros, foram-nos também ensinados individualmente, até aprendermos a somar, a subtrair e multiplicar. Aprendemos bases, conhecimento simples de assimilar, até nos envolvermos na criação de textos argumentativos ou na teoria da relatividade. O mesmo não tem acontecido com o dinheiro. Deixamos de gerir o dinheiro do lanche da escola de alguns euros para a gestão de centenas de euros, pagamentos de serviços, bens ou dívidas. Se é bem verdade que podemos considerar esta uma parte deste problema, também é verdade que para cada problema pelo qual não somos responsáveis, há sempre inúmeras soluções das quais podemos ser os principais e até únicos impulsionadores.
A natureza, e em especial a estação do outono, chega para nos relembrar a importância da renovação.
Novas ações trarão novos resultados e é aí mesmo que podemos começar a trabalhar a nossa carteira. A facilidade com que podemos passar aquele cartãozinho plástico por uma máquina e adquirir seja o que for poupa-nos muito tempo. Mas, depois de pensar sobre isso, restam dúvidas se também nos poupa nos bolsos. Já lhe aconteceu ir a uma caixa multibanco, verificar os movimentos e não se acreditar que gastou todo aquele dinheiro? Pessoalmente, até já pensei que me tivessem clonado o cartão! Desculpas!
Gostava de sugerir uma experiência de trinta dias. Não é um processo que, por si só, gere riqueza, mas sim consciência. A consciência do que realmente é ou não importante. Podemos, para isso, aplicar a regra 50-30-20. Como?
Uma folha de papel e uma caneta:
- Bens indispensáveis (50%) - renda da casa, água, luz, internet, transporte, compras, telemóvel, consultas.
- Desejos (30%) - roupa nova, pequenas viagens, alimentação em cafés e restaurantes, prática de desporto.
- Poupanças e Dívidas (20%)
Esta é uma pequena lista geral. Pode construir a sua, anotando os seus ganhos e personalizando cada categoria. Iniciar este processo no dia 1 de cada mês (ou nos dias anteriores), é uma das formas de saber quanto e onde quer gastar o salário que lhe custa tanto a obter, após dias e dias de trabalho.
Crie a sua própria lista com as suas atividades, sendo o mais sincero possível consigo. Ao criar a sua lista e ao analisá-la com antecedência, vai compreender para onde o dinheiro está a ir, o que deve começar a fazer parte das necessidades e o que até pode desaparecer como desejo. Ou melhor, ainda, poderá descobrir que, gerindo de forma mais ativa as suas poupanças têm uma maior fatia para o que realmente quer. Este desafio contempla uma parte mais aborrecida do que desenhar as contas ao início de cada mês. É necessário apontar regularmente os gastos e, acredite, só esse facto vai pesar na hora de retirar o cartão da carteira e utilizar o contactless. Deixe o seu caderno de apontamento das contas num local de fácil acesso, onde posso, pelo menos ao final do dia, apontar os seus gastos.
Nenhuma destas frases é uma verdade absoluta. No entanto, se está menos satisfeito com as suas finanças, agir será a solução e pode começar por esta mais simples. A mudança poderá começar em si, ao aceitar dar pequenos passos e ao experimentar uma nova abordagem. Em caso de aceitar este desafio, partilhe o resultado! Conte se obteve ou não alguma melhoria, se conhece algum sistema melhor ou como se sentiu ao investir o seu tempo nesta experiência.
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